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PROFA. ESP. MARCIELLE ALINE Manobras de Reexpansão Pulmonar ❑ A reexpansão pulmonar é uma técnica fisioterapêutica que pode ser utilizada de forma mecânica e/ou de exercícios, e que atua em áreas pulmonares que não estão expandindo adequadamente. ❑ A diminuição dos volumes e capacidades pulmonares pode levar a ocorrência de hipoventilação pulmonar, atelectasia e ainda aumentar o trabalho dos músculos ventilatórios. ❑ Os exercícios e/ou técnicas mecânicas de reexpansão pulmonar tem por finalidade aumentar e/ou manter o volume pulmonar. ❑ Deve-se sempre observar o comportamento do paciente para não levá-lo à fadiga respiratória. Objetivos da Manobras de Reexpansão Pulmonar ❑Recuperar volumes e capacidades pulmonares; ❑Prevenir ou reexpandir áreas colapsadas; ❑Manter integridade das trocas gasosas; ❑Prevenir acúmulo de secreções pulmonares; ❑Mobilizar a caixa torácica; ❑Facilitar a expectoração de secreções pulmonares; ❑Favorecer a mobilidade diafragmática; ❑Favorecer a drenagem torácica. FRENO LABIAL ❑Objetivo: aumentar o VC e diminuir a frequência respiratória, melhorando a oxigenação por manutenção de pressão positiva nas vias aéreas. ❑Paciente realiza inspiração nasal lenta e expiração contra a resistência dos lábios semi-abertos. O tempo expiratório pode ser longo ou curto. EXERCÍCIO RESPIRATÓRIO DIAFRAGMÁTICO ❑Para executar este exercício, o paciente realiza uma inspiração profunda e lenta pelo nariz e em seguida faz uma expiração com a utilização da técnica de freno labial. ❑Na fase inspiratória, o paciente deve realizar uma contração voluntária do músculo diafragma, fazendo com que haja uma distensão abdominal. ❑Este exercício permite uma maior expansão pulmonar, por aumento da ventilação nas zonas basais, beneficiando os pacientes que têm complacência pulmonar diminuída. ❑Alguns estudos demonstraram, claramente, que a aplicação deste exercício pode aumentar o volume pulmonar e melhorar a troca gasosa INSPIRAÇÃO FRACIONADA E SUSTENTADA ❑Inspiração Fracionada: consiste em realizar inspirações nasais sucessivas e curtas, com uma pausa (apneia) após cada inspiração curta, até atingir a capacidade pulmonar total, e a seguir, uma expiração bucal. ❑Este exercício pode ser associados à elevação dos membros superiores. INSPIRAÇÃO MÁXIMA SUSTENTADA ❑Inspiração Máxima Sustentada: o paciente é orientado a realizar uma inspiração profunda até a capacidade inspiratória máxima, seguida de uma pausa inspiratória de 3 segundos, e em seguida, a expiração bucal. ❑Este exercício pode ser associados à elevação dos membros superiores. EXERCÍCIO RESPIRATÓRIO COM EXPIRAÇÃO ABREVIADA ❑Esta técnica inicia-se com uma inspiração nasal lenta e profunda até a CPT; em seguida, executa-se a expiração de uma pequena quantidade de ar. Após isso, realiza-se, novamente, uma inspiração até a CPT. ❑Deve-se repetir esta manobra mais três ou quatro vezes e, a seguir realizar uma expiração completa. ❑Este exercício mostrou-se efetivo como técnica de expansão pulmonar, com possível melhora da ventilação nas zonas dependentes, em pacientes com bronquite crônica e pneumonia intersticial. EXERCÍCIO RESPIRATÓRIO COM EXPIRAÇÃO ABREVIADA 1ª fase: inspiração nasal suave seguida de expiração com pequena quantidade de ar; 2ª fase: inspiração nasal suave seguida de expiração com pequena quantidade de ar; 3ª fase: inspiração nasal suave seguida de expiração total. Indicações: aumenta a CRF, VRI e CPT e diminui o infiltrado intersticial. INSPIRAÇÃO DESDE O VOLUME RESIDUAL ❑Este exercício tem como objetivo aumentar ventilação nas regiões apicais. ❑Paciente realiza expiração prolongada até VR, seguida de inspiração profunda expandindo as regiões não dependentes. ❑Na expiração até o VR, ocorre oclusão dos bronquíolos da região dependente facilitando a ventilação dos não dependentes. MANOBRA DE COMPRESSÃO DESCOMPRESSÃO ❑Este exercício favorece tanto a reexpansão pulmonar quanto a desobstrução das vias aéreas e a expectoração. ❑Terapeuta coloca a mão na base inferior das últimas costelas do paciente. Enquanto o paciente expira o fisioterapeuta faz uma compressão torácica para dentro e para baixo, e posteriormente uma descompressão súbita quando o paciente inicia a inspiração. Isto gera uma elevação no fluxo da expiração e uma variação súbita de fluxo durante a inspiração. MANOBRA DE BLOQUEIO TORÁCICO ❑Atingir regiões pulmonares comprometidas pela deficiência ventilatória. ❑Este exercício consiste na aplicação de uma força através das mãos do fisioterapeuta no final da expiração, em um dos hemitórax do paciente, fazendo com que o volume de ar colocado nas vias aéreas do paciente ocupe principalmente o hemitórax contralateral ao bloqueio, permitindo assim maior expansão deste. ❑Está indicado para quadros de atelectasias encontradas no pulmão não bloqueado, durante a ventilação mecânica. INSPIROMETRIA DE INCENTIVO ❑Consiste na utilização de aparelhos portáteis que promovem um feedback de que foi alcançado o fluxo ou o volume desejado. ❑A sua utilização depende do nível de consciência, da compreensão e colaboração do paciente. ❑Esses incentivadores são exercitadores respiratórios que tem como objetivo: ▪ reexpansão pulmonar; ▪ aumento da permeabilidade das vias aéreas; ▪ fortalecimento da musculatura respiratória. INSPIROMETRIA DE INCENTIVO ❑Tipos de Incentivadores: Respiron e Voldyne. ❑São aparelhos que oferecem um estímulo visual para o paciente, como forma de encorajá-lo a realizar uma inspiração máxima sustentada e alcançar a capacidade pulmonar total. ❑ A execução é feita com parte do volume residual seguido de uma inspiração máxima até atingir a capacidade pulmonar total e aplicada no incentivador por via oral, ativa e profunda, de inicio rápido e mantido no final, no qual ocorre o maior incremento do trabalho ventilatório. Após a inspiração máxima pode-se ou não realizar uma pausa inspiratória fora do bocal, que potencializa o ar intra- alveolar e ocorre maior ventilação colateral e o recrutamento de unidades alveolares colapsadas. INSPIROMETRIA DE INCENTIVO ❑Respiron: O incentivador a fluxo consiste em uma ou mais câmeras plásticas que abrigam esferas semelhantes a bolas de pingue-pongue que se elevam em fluxos inspiratórios altos e turbulentos. ❑Voldyne: O incentivador a volume consiste em um sistema de pistão em que um êmbolo ou disco deve ser elevado até atingir a capacidade inspiratória máxima ou nível predeterminado. Esse tipo é mais fisiológico, pois o volume de treinamento é mais constante e gera um fluxo menos turbulento quando comparado com o incentivador a fluxo. TÉCNICAS COM PRESSÃO POSITIVA ❑O uso de dispositivos ou equipamentos que geram pressão positiva nas vias aéreas pode ser aplicado somente na fase inspiratória, somente na fase expiratória ou em ambas as fases da respiração. ❑ Neste grupo estão os dispositivos que oferecem RPPI (Respiração por pressão positiva intermitente), sistema EPAP, CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) e ventilação com dois níveis de pressão nas vias aéreas (BiPAP). VENTILAÇÃO MECÂNICA ❑ A ventilação mecânica (VM) ou suporte ventilatório (SV), consiste em um método de suporte para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. ❑ É realizada através de aparelhos que, intermitentemente, insuflam as vias respiratórias com volumes de ar (volume corrente - VT). ❑Objetivos: ▪ Manuntenção das trocas gasosas, ou seja, correção da hipoxemia e da acidose respiratória associada à hipercapnia: aliviar o trabalho da musculatura respiratória que, em situações agudas de alta demanda metabólica, está elevado; ▪ Reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória; ▪ Diminuir o consumo de oxigênio, dessa forma reduzindo o desconforto respiratório; ▪ Permitir a aplicação de terapêuticas específicas. VENTILAÇÃO MECÂNICA ❑ Classifica-se em dois grandes grupos: ▪ Ventilação Invasiva: utiliza-se uma prótese introduzidana via aérea, isto é, um tubo oro ou nasotraqueal (menos comum) ou uma cânula de traqueostomia. ▪ Ventilação Não Invasiva: utiliza-se uma máscara como interface entre o paciente e o ventilador artificial. ❑ Nas duas situações, a ventilação artificial é conseguida com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas. TÉCNICAS COM PRESSÃO POSITIVA ❑As técnicas com pressão positiva são realizadas por meio de dispositivos que proporcionam a ventilação não-invasiva. ❑A ventilação não invasiva (VNI) consiste em uma técnica de ventilação assistida com pressão positiva ou negativa, onde na primeira é utilizada uma interface entre paciente e o ventilador mecânico sem a necessidade de uma via aérea artificial. ❑Esse recurso é aplicado em várias situações clínicas dentre elas: Pneumonia, DPOC agudizada, asma brônquica, apnéia obstrutiva do sono, desmame e edema pulmonar cardiogênico que podem levar a um quadro de insuficiência respiratória aguda e crônica agudizada. TÉCNICAS COM PRESSÃO POSITIVA ❖EPAP: ❑A Pressão Positiva ao Final da Expiração (EPAP) através de máscara facial, pode ser adaptado um bucal. ❑Durante a terapia com EPAP o paciente exala contra um resistor de mola, gerando pressão entre 5 - 20 cmH2O. ❑Permite fixações para oxigenoterapia, nebulização, CPAP, ou seja, aplicações de diversas técnicas TÉCNICAS COM PRESSÃO POSITIVA ❖EPAP – Indicações: ❑Reduzir o aprisionamento de ar (por exemplo pacientes com asma ou DPOC), ❑Melhorar a fadiga dos músculos respiratórios; ❑Mobilizar secreções (fibrose cística); ❑Prevenir ou reverter atelectasias (pós-operatório de cirurgia torácica) ou ainda otimizar a eficácia da administração de broncodilatadores em usuários da aerosolterapia medicamentosa; ❑Indicado para pessoas em respiração espontânea e que tenham dificuldade de eliminar secreções. TÉCNICAS COM PRESSÃO POSITIVA ❖EPAP – Precauções: ❑O valor da PEEP deve ser pré-determinado pelo médico ou fisioterapeuta; ❑Não administrar em pacientes com fraturas e/ou laceração facial extensa, fratura de base de crânio ou risco de vômito; ❑Não deve haver escape de ar entre a máscara e a face do paciente; ❑O paciente deve ser monitorado durante toda a terapia com o EPAP. TÉCNICAS COM PRESSÃO POSITIVA ❖BiPAP (Bilevel Positive Pressure Airway) ❑É um dos tipos de respiradores mecânicos usados no suporte ventilatório por pressão e que são tipicamente empregados para a ventilação não invasiva. ❑Semelhante a um compressor, ele tem a capacidade de gerar um fluxo de ar para o paciente fazendo com que a pressão nas vias aéreas do indivíduo fique sempre positiva. ❑O aparelho trabalha com dois níveis de pressão (uma pressão inspiratória maior e outra pressão expiratória menor), que se alternam nas vias aéreas durante o ciclo respiratório. ❑Normalmente ele é administrado através de uma Máscara Nasal ou Facial. ❑Essas duas pressões positivas associadas dão ao paciente um conforto maior ao respirar, simulando uma respiração espontânea com acompanhamento da respiração voluntária do paciente. TÉCNICAS COM PRESSÃO POSITIVA ❖BiPAP (Bilevel Positive Pressure Airway) ❑O uso do BiPAP tem como principal objetivo fornecer adequada troca gasosa e reduzir o trabalho da respiração evitando que eles evoluam para um quadro de falência respiratória. ❑A progressão das complicações respiratórias para insuficiência respiratória crônica nos doentes neuromusculares surge em geral como consequência direta de dois principais fatores: fraqueza e fadiga dos músculos respiratórios (inspiratórios, expiratórios e de vias aéreas superiores) e incapacidade de se manter as vias aéreas livres de secreções. TÉCNICAS COM PRESSÃO POSITIVA ❖CPAP (Continue Positive Airway Pressure) ❑A pressão positiva contínua nas vias aéreas é obtida com gerador de fluxo podendo ser utilizada em pacientes em ventilação espontânea com e sem vias aéreas artificiais e consiste na aplicação de um nível de PEEP (Pressão Positiva Expiratória Final) associada a um fluxo inspiratório nas vias aéreas. ❑Os benefícios do uso da CPAP estão diretamente relacionados ao aumento da pressão alveolar e da CRF. ❑Estes benefícios, consequentemente, determinam recrutamento de alvéolos previamente colapsados. BiPAP x CPAP ❑Na atualidade, o BiPAP e a CPAP são recursos utilizados para expansão pulmonar, contudo o BiPAP deve ser o recurso de primeira escolha devido à vantagem de fornecer dois níveis de pressão separadamente. ❑A CPAP não é capaz de aumentar a ventilação alveolar, motivo pelo qual, na presença de hipercapnia, é dada preferência ao uso da ventilação não-invasiva com dois níveis de pressão. THRESHOLD ❑THRESHOLD IMT - Treinador Muscular Inspiratório ❑THRESHOLD PEP - Treinador Muscular Expiratório PEP THRESHOLD IMT ❖Treinador Muscular Inspiratório IMT ❑Fornecer a pressão consistente e específica para a força muscular inspiratória e o treinamento da resistência, independentemente de quão rápido ou devagar os pacientes respiraram. ❑Pressão ajustável (em cm de H2O), a ser definido por um profissional de saúde. ❑Quando o paciente inala através do Threshold IMT, uma válvula de mola proporciona uma resistência que exercita os músculos respiratórios através de condicionamento. ❑Este processo fornecerá dados precisos sobre a condição clínica do paciente, e quando for executado por repetidas vezes produzirá aumento de força inspiratória, especialmente do músculo diafragma. THRESHOLD PEP ❖Treinador Muscular Expiratório PEP ❑Fornece pressão consistente e específica para a expansão dos alvéolos, fazendo todo trabalho de higiene brônquica, ou como alternativa à terapia física do tórax, funcionando independente da forma como o paciente respira, rápida ou lentamente. ❑Quando o paciente expira pelo equipamento, a carga resistiva cria uma pressão positiva que ajuda a expandir as vias aéreas e permite que o muco seja expulso durante a tosse "huff" (técnica de expiração forçada), proporcionando a higienização brônquica/pulmonar e de vias aéreas superiores. THRESHOLD VANTAGENS E BENEFÍCIOS ✓ Usado para testes e condicionamento da musculatura inspiratória, aumentando a força e a resistência. ✓ A pressão constante (independentemente do fluxo de ar do paciente) elimina a necessidade de um indicador de pressão. ✓ Fácil de configurar, pressão verdadeiramente ajustável (2 cm de H2O incrementos). ✓ Terapia eficaz quando realizada em qualquer posição. ✓ Pode ser usado com bocal ou máscara. ✓ Aumenta a força muscular respiratória. ✓ Aumenta a resistência muscular respiratória. THRESHOLD INDICAÇÕES DPOC Bronquite Crônica Fibrose Cística Atelectasia Demais situação que produzam secreções retidas CONTRA INDICAÇÕES Cardiopatas (devem ser assessorados) Problemas de coordenação Paciente com dificuldades em realizar atividades sozinho.
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