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dilemas da ação supervisora

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Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
DILEMAS DA AÇÃO 
SUPERVISORA: 
DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Autora: Fatima Suely Ribeiro Cunha
 371.203
C972d Cunha, Fatima Suely Ribeiro
	 	 				Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas	/	
 Fatima Suely Ribeiro Cunha . Indaial : Uniasselvi, 2013.
 181 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-697-7
	 	 1.	Supervisão	escolar.
	 	 	I.	Centro	Universitário	Leonardo	da	Vinci.
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx.	P.	191	-	89.130-000	–	INDAIAL/SC
Fone	Fax:	(47)	3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Márcio Moisés Selhorst
Revisão de Conteúdo: Profa. Graciela Juciane Minatti
Revisão Gramatical: Prof. José Roberto Rodrigues
Revisão Pedagógica: Profa. Patrícia Cesário Pereira Offial
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Copyright © Editora UNIASSELVI 2013
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Doutoranda	 em	 Educação	 Científica	 e	
Tecnológica,	 mestre	 em	 Sociologia	 Política	 e	
graduada em Pedagogia. Atua na função de Assistente 
técnico	pedagógico	na	 rede	pública	de	ensino	e	como	
professora-orientadora	 de	 monografia	 nos	 cursos	 de	
pós-graduação	 em	 Coordenação	 Pedagógica	 da	 UFSC	 e	
Ensino	de	Ciências	no	IFSC.	Tem	experiência	no	magistério	
da	 educação	 básica,	 coordenação	 pedagógica,	 formação	
continuada	 de	 professores.	 Suas	 principais	 publicações	
são:	“Condições	de	Produção	dos	Parâmetros	Curriculares	
Nacionais	para	o	Ensino	Médio:	enfocando	a	área	de	ciência	
da	natureza,	matemática	e	suas	tecnologias”,	2012;	“Limites	
e	possibilidades	para	a	implementação	do	Programa	Mais	
Educação	 na	 Escola	 de	 Educação	 Básica	 Professora	
Laura	Lima”,	2011;	“Condições	de	Produção	da	Leitura	
do	ENEM	e	as	Possibilidades	Pedagógicas	no	Ensino	
Médio”,	 2011;	 “Leituras	 do	 ENEM	 como	 subsídio	
para	 reflexão	 do	 professor	 sobre	 suas	 práticas	
pedagógicas:	ações,	limites	e	possibilidades	em	
uma	realidade	de	sala	de	aula”,	2010.	
Fatima Suely Ribeiro Cunha
Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................... 7
CAPÍTULO 1
O	Supervisor	Escolar	no	seu	Fazer	Pedagógico ............. 9
CAPÍTULO 2
Conceitos	e	Processos	de	Avaliação	 
Institucional	no	Brasil ........................................................ 49
CAPÍTULO 3
Práticas	de	Avaliação	Institucional	em	Educação .......... 73
CAPÍTULO 4
Avaliação	da	Aprendizagem	Participativa	 ........................ 109
CAPÍTULO 5
Inovações	Educativas ......................................................... 135
CAPÍTULO 6
A	Escola	como	Espaço	Permanente	de	Formação......... 151
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Nesta	 disciplina	 pretendemos	 problematizar	 o	 papel	 do	 supervisor	 escolar	
na	 expectativa	 de	 estimulá-lo	 a	 desenvolver	 suas	 habilidades	 para	 olhar	 de	
forma	 crítica	 e	 reflexiva	 a	 realidade	 da	 educação	 brasileira,	 bem	 como	 suas	
competências	para	propor	ações	capazes	de	promover	as	mudanças	necessárias	
à	melhoria	da	qualidade	do	processo	educativo,	no	seu	contexto	escolar.
Para	 tanto,	 este	 caderno	 está	 estruturado	 da	 seguinte	 forma:	 O	 primeiro	
capítulo	 apresenta	 o	 supervisor	 escolar	 no	 seu	 fazer	 pedagógico,	 abrangendo	
diversos	aspectos,	desde	a	origem	até	as	tendências	e	desafios	atuais;	o	segundo	
capítulo	discute	alguns	conceitos	e	processos	de	avaliação	institucional	no	Brasil,	
caracterizando	 os	 tipos	 de	 avaliação	 da	 instituição	 e	 de	 sistemas;	 no	 terceiro	
capítulo	 são	apresentadas	as	práticas	e	 instrumentos	de	avaliação	 institucional	
em	educação;	o	quarto	capítulo	traz	os	conceitos	de	avaliação	da	aprendizagem	
participativa,	 os	 aspectos	 e	 as	 finalidades	 de	 alguns	 instrumentos	 para	 sua	
aplicação;	o	quinto	capítulo	assinala	as	inovações	educativas	e	as	contribuições	
da	ação	supervisora	nesta	perspectiva	e,	por	fim,	o	sexto	e	último	capítulo	discute	
a	escola	como	espaço	permanente	de	 formação	e	a	participação	do	supervisor	
escolar	no	processo	de	formação	continuada	dos	professores.
Em	 cada	 capítulo	 são	 indicados	 alguns	 textos	 como	 leitura	 obrigatória	 ou	
complementar	e	a	 indicação	de	sites da web	onde	você	poderá	acessá-los.	Os	
textos	que	não	são	de	aceso	livre	acompanham	este	caderno.
No	 decorrer	 dos	 nossos	 estudos	 são	 sugeridas	 várias	 atividades	 de	
aprendizagem,	que	serão	mais	significativas	à	medida	que	você	direcionar	suas	
reflexões	para	a	realidade	da	sua	escola	e	relacionar	as	discussões	e	atividades	
propostas	com	o	seu	cotidiano,	de	modo	a	identificar	as	reais	dificuldades	do	seu	
contexto	e	propor	ações	para	resolvê-las.	
Lembre-se	de	que	a	aprendizagem	é	um	processo	contínuo	e	que	seu	estudo	
não	se	esgota	aqui.	Durante	o	curso,	muitos	questionamentos	irão	surgir,	por	isso	
é	 importante	 que	 você	 realize	 todas	 as	 atividades	 propostas,	 acesse	 todas	 as	
indicações	de	sites,	 busque	outros	 textos,	 além	dos	 indicados	 sobre	o	 tema	e,	
principalmente,	reserve	um	tempo	para	se	dedicar	às	leituras,	pois	isso	garantirá	
o bom aproveitamento do seu aprendizado. 
Bom estudo!
A autora.
CAPÍTULO 1
O	Supervisor	Escolar	no	
seu	Fazer	Pedagógico
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Relacionar	o	surgimento	da	ação	supervisora	com	o	contexto	histórico-social.
 9 Identificar	as	concepções	sobre	o	papel	do	supervisor	na	sua	escola.
 9 Apontar	as	possibilidades	e	limitações	para	uma	ação	supervisora	participativa	
e	transformadora	no	seu	contexto.
 9 Propor	ações	que	contribuam	com	a	melhoria	da	qualidade	do	processo	de	
ensino-aprendizagem	da	sua	escola.
10
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
11
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
Contextualização	
Optamos	 por	 iniciar	 esse	 primeiro	 capítulo	 com	 a	 retomada	 de	 alguns	
elementos	da	história	da	educação,	para	que	você	possa	relacionar	o	surgimento	
da	 ação	 supervisora	 e	 a	 evolução	 do	 conceito	 de	 supervisão	 escolar	 com	 o	
contexto	histórico-social.	
Começaremos	 com	 um	 breve	 panorama	 a	 partir	 da	 sociedade	 primitiva	
até	os	dias	atuais,	 na	expectativa	de	ajudá-lo	a	 compreender	de	que	 forma	os	
acontecimentos	passados	configuram	as	concepções	e	o	papel	deste	profissional,	
no	âmbito	da	educação	na	atualidade.	
Traremos	também	alguns	aspectos	legais	sobre	a	constituição	da	profissão	
do	supervisor	escolar	após	a	implementação	da	Lei	9.394/96	–	Lei	de	Diretrizes	e	
Bases	da	Educação	Nacional	e	as	concepções	de	alguns	autores	que	se	dedicam	
a	 estudos	 nesta	 área,	 para	 que	 você	 possa	 refletir	 sobre	 as	 propostas	 para	 a	
atuação	do	supervisor	na	perspectiva	da	gestão	participativa.	
Pretendemos	que	ao	final	deste	capítulo	você	 tenha	subsídios	para	 refletir	
sobre	 o	 papel	 do	 SE	 no	 processo	 de	 evolução	 histórico-social, identificar	
as	 concepções	 sobre	 o	 papel	 desse	 profissional	 na	 sua	 escola,	 apontar	 as	
reais	 possibilidades	 e	 limitações	 para	 uma	 ação	 supervisora	 participativa	 e	
transformadora	no	seu	contexto	e	propor	ações	que	contribuam	com	a	melhoria	
do	processo	de	ensino-aprendizagem	da	sua	escola.
Alguns	Conceitos	de	Supervisão	
Escolar
Em	 primeiro	 lugar,	 vamos	 considerar	 conceito	 como	 a	 ideia	 que	 fazemos	
de	alguma	coisa	ou	situação	que,	em	geral,	varia	de	acordo	com	a	nossa	visão	
de	 mundo,	 ou	 seja,	 é	 a	 representação	 mental	 de	 algo	 que	 expressa	 a	 nossa	
compreensão	a	qual	definimos	em	palavras.	Um	conceito	sobre	uma	mesma	coisa	
ou	situação	pode	se	transformar	com	o	passar	do	tempo	ou	conformea	sociedade	
à qual se refere. 
A	 forma	 de	 pensar	 a	 supervisão	 escolar	 vem	 evoluindo	 com	 o	
passar	 dos	 anos,	 suscitando	 diferentes	 compreensões	 que	 variam	
conforme	o	contexto	sócio-histórico	e	cultural	no	qual	se	insere.	
O	quadro	a	seguir	apresenta	um	panorama	de	como	o	conceito	de	supervisor	
escolar	vem	se	modificando	com	o	passar	do	tempo.
Conceito é a ideia 
que fazemos de 
alguma coisa.
12
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
Quadro	1	–	Evolução	dos	conceitos	sobre	o	supervisor	escolar	
Tendência pedagógica Conceito/concepção
Pedagogia Tradicional 
A ação supervisora emerge na figura do mestre que tem a fun-
ção de orientar e supervisionar seus aprendizes. Se expressa, 
portanto, pela autoridade, controle, inspeção e coação (SAVIA-
NI, 2009).
Pedagogia Nova ou Renovada 
Caracteriza-se no técnico em escolarização, visto como elemen-
to mediador entre o sistema e a unidade escolar, ocupando-se 
basicamente do controle do processo de produção do ensino 
(SAVIANI, 2009).
Pedagogia Tecnicista 
“Predominantemente tecnicista e controladora e, de certa 
forma, correspondia à militarização escolar”, determinada pela 
supressão das liberdades democráticas, decorrente do período 
conhecido como ditadura (URBAN, 1985, p. 5).
Pedagogia 
Histórico-Crítica
O supervisor escolar deixa de ser a figura autoritária e con-
troladora e passa a ser vista como o articulador e mediador 
do processo educativo, assumindo um papel politicamente 
maior, contextualizado, crítico e transformador, envolvido com o 
coletivo, coordenando e estimulando as ações (RANGEL, 2008; 
SAVIANI, 2009).
Fonte:	SAVIANI,	2009;	URBAN,	1985,	RANGEL,	2008.	Quadro	elaborado	pela	autora.
O	 panorama	 dos	 conceitos	 apresentados	 no	 quadro	 acima	 e	 a	 retomada	
histórica	 a	 seguir	 nos	 ajudarão	 a	 estabelecer	 as	 relações	 acerca	 das	 ideias	 e	
das	 práticas	 da	 supervisão	 escolar	 nos	 dias	 atuais.	Ao	 refletir	 sobre	 a	 origem	
e	 a	 evolução	 histórica	 dos	 conceitos	 de	 supervisão,	 notaremos	 que	 há	 uma	
articulação	destes	 com	os	modelos	 de	 sociedade	 vigentes,	 em	seus	diferentes	
momentos	históricos.	
13
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
Origem	e	Evolução	dos	Conceitos	
de	Supervisão
Toda	 a	 tentativa	 de	 descrever	 a	 história	 tende	 a	 nos	 deixar	 um	 pouco	
frustrados, pois sabemos que todos nós temos diferentes maneiras de interpretar, 
tanto	 os	 discursos	 como	 os	 fenômenos	 decorridos	 do	 passado,	 que	 variam	
conforme	 a	 nossa	 visão	 de	 mundo.	Ainda	 assim,	 tentaremos	 sintetizar	 alguns	
acontecimentos	que	determinaram	o	papel	do	supervisor	escolar	que	conhecemos	
hoje.	 	 Vale	 lembrar	 que	 há	 inúmeros	 estudos	 que	 se	 dedicam	 a	 detalhar	 o	
assunto,	 com	diferentes	 enfoques,	 que	 contribuem	para	o	 aprofundamento	dos	
conhecimentos	sobre	as	questões	que	cercam	a	profissão	do	supervisor	escolar.
Ação supervisora na educação na Idade Primitiva
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.blogpaedia.
com.br/2010/01/ja-saimos-do-periodo-
paleolitico.html>.	Acesso	em:	25	ago.	2012.
O ato de supervisionar surgiu em um contex-
to de produção, ou seja, de trabalho. Nesta 
época não existiam escolas, a educação era 
generalista e as crianças eram orientadas e 
supervisionadas pelos adultos, que as ensi-
navam através de seus exemplos (SAVIANI, 
2008). 
14
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
Ação supervisora na Idade Média
	“Mestre	Escola”,	de	Jan	Havicksz	Steen		
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.worldgallery.
co.uk>.	Acesso	em:	25	ago.	2012.
Na Idade Média, com o advento da pro-
priedade privada e a divisão de classes em 
proprietários e não proprietários de terras, 
surge a escola (em grego significa “lazer, 
espaço do ócio”), que é criada para ocupar 
o tempo livre dos filhos proprietários de 
terras. Nesta escola também não havia um 
supervisor, mas o poder emergia na figura 
do mestre, que tinha a função de ensinar, 
orientar e supervisionar seus aprendizes 
por toda a vida (SAVIANI, 2008).
A educação dos filhos dos trabalhadores 
se dava informalmente pelos adultos, 
que educavam as crianças “no” traba-
lho e “para” o trabalho. Este modelo de 
educação perdurou durante toda a Idade 
Média (SAVIANI, 2008).
Fonte:	Disponível	em:	<http://idademedia.
wordpress.com/2011/09/http://fabiopestanaramos.
blogspot.com.br/2010_11_01_archive.
html>.	Acesso	em:		26	ago.	2012.
15
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
Na Idade Moderna – do Chefe de fábrica ao Inspetor de ensino
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.brunogarcia.
com.br/?p=243>.	Acesso	em:	26	ago.	2012.	
Na Idade Moderna, com o advento da 
indústria e o processo de modernização 
da produção, surge a noção de supervi-
são na figura do chefe de fábrica que se 
encarregava da inspeção do trabalho, 
fiscalizando as tarefas realizadas pelos 
trabalhadores a fim de manter o desem-
penho desejado no processo de produ-
ção (SAVIANI, 2008).
 
Nesse contexto, surge a escola formal, na 
qual a ação supervisora acontecia por meio 
do inspetor de ensino, que era responsável 
por manter a ordem, fiscalizar o cumprimen-
to das regras, vigiar e avaliar o trabalho do 
professor visando à melhoria do desempe-
nho dos estudantes (SAVIANI, 2008).
1908	-	Aula	com	torno,	Escola	
Caetano de Campos-SP 
 
Fonte:	Disponível	em:	<www.icc.com.
br>.	Acesso	em:	26	ago.	2012.
Antes do século 
XX, a ação 
supervisora 
era sinônimo 
de controle e 
orientação, 
com autoridade 
para coagir e 
repreender.
16
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
Institucionalização da educação no Brasil
Fonte:	Disponível	em:	<http://acropolemg.
blogspot.com.br/2012/04	/resumo-jesuitas-
no-brasil.html>.	Acesso	em:	26	ago.	2012.
No Brasil, a educação institucionalizada 
tem início em 1549, no governo de Tomé 
de Souza, que delega a um grupo de je-
suítas a missão de educar e catequizar 
os índios para facilitar o processo de co-
lonização pela Coroa Portuguesa. Com a 
intensificação dos trabalhos dos jesuítas 
emerge a necessidade de organizar as ati-
vidades educativas, e para isso foi criado 
o primeiro plano de educação, elaborado 
pelo Padre Manoel da Nóbrega, conhecido 
como Ratio studiorum (SAVIANI, 2008).
Ação supervisora na figura do Prefeito de ensino
No plano Ratio studiorum, a noção de 
supervisão escolar, apesar de não existir, 
se destaca na figura do “Prefeito de 
estudos”. Visando o bom desempenho da 
escola, sua função era orientar e dirigir as 
aulas, vigiar os professores, fiscalizar os 
cadernos dos alunos e, se necessário, re-
portar as atitudes indevidas ao reitor (SA-
VIANI, 2008). 
Primeiro	Plano	de	Educação	
Fonte:	Disponível	em:	<pt.wikipedia.
org/>.	Acesso	em:	26	ago.	2012.
17
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
Reforma Pombalina – ação supervisora na figura do Diretor geral de 
estudos
Marquês	de	Pombal
Fonte:	Disponível	em:	<http://
www.mundoeducacao.com.br/>.	
Acesso	em:	26	ago.	2012.
Com a Reforma Pombalina e a expulsão dos 
jesuítas, em 1759, o sistema de ensino foi al-
terado e com isso foi extinta a função do Pre-
feito de estudos e criadas as Aulas Régias, o 
cargo de Diretor geral de estudos e designa-
dos comissários para apurar a situação das 
escolas existentes (SAVIANI, 2008).
Ação supervisora exercida pelo professor
Após a proclamação da Independência do 
Brasil instituiu-se o sistema nacional de 
educação pública e, através do Decreto de 
15 de outubro de 1827, foi criada a escola 
de primeiras letras e o método de Ensino 
Mútuo, no qual o professor exercia a função 
de docência e de supervisão das atividades 
dos monitores e dos alunos (SAVIANI, 
2008).
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.
educacaoemdestaque.com/>.	
Acesso	em:	26	ago.	2012.
18
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
Reforma Couto Ferraz - Surge o Inspetor escolar
Em 1854, a Reforma Couto Ferraz estabele-
ceu a obrigatoriedade do ensino elementar e 
criou a Inspetoria Geral de InstruçãoPrimária 
e Secundária da Corte e, com ela, a figura do 
Inspetor escolar, que tinha como atribuições 
inspecionar as escolas primárias e secundá-
rias, públicas ou particulares, além de realizar 
exames dos professores e conferir-lhes títulos 
de aprovação, autorizar abertura de novas 
instituições, normatizar a rotina das escolas, 
entre outras.
Eusébio de Queirós. 1º Inspetor Geral de 
Instrução	Pública	do	município	da	Corte	–	1855.	
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.histedbr.
fae.unicamp.br/revista/edicoes/32/art02_32.
pdf>.	Acesso	em:	26	ago.	2012.
Ação	Supervisora	no	Século	XX
A	necessidade	de	organizar	os	serviços	do	sistema	nacional	de	educação	e	
de	um	supervisor	atuando	no	âmbito	das	escolas	começa	a	dar	sinais	em	1886,	
quando	se	 inicia	a	elaboração	do	esboço	das	diretrizes	e	normas	pedagógicas.	
Nas palavras de Saviani (2008, p. 24), “[...] a ideia de supervisão vai ganhando 
contornos	 mais	 nítidos,	 ao	 mesmo	 tempo	 em	 que	 as	 condições	 objetivas	
começavam	 a	 abrir	 perspectivas	 para	 se	 conferir	 a	 essa	 ideia	 o	 estatuto	 de	
verdade	prática”.		
No	entanto,	somente	na	década	de	1920	houve	a	constituição	da	categoria	
profissional	dos	técnicos	em	escolarização.	Em	1932,	o	“Manifesto	dos	Pioneiros	
da	Educação	Nova”,	conhecido	como	“Movimento	Escola	Nova”,	é	considerado	o	
marco	 inaugural	do	projeto	de	 renovação	da	educação	brasileira.	O	documento	
propõe	que	o	Estado	organize	um	plano	geral	de	educação	garantindo	uma	escola	
única,	pública,	laica,	obrigatória	e	gratuita.	
19
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
No	Movimento	Escola	Nova	a	categoria	de	técnico	em	escolarização	
ganha	relevância	e	passa	a	ser	vista	como	elemento	mediador	entre	o	
sistema	e	a	unidade	escolar,	ocupando-se	basicamente	do	controle	do	
processo	de	produção	do	ensino.
Contudo,	 a	 função	 específica	 de	 supervisor	 escolar	 só	 foi	
considerada	 como	 profissão	 na	 década	 de	 1950.	 Neste	 período,	 o	
governo	brasileiro	estabeleceu	convênio	com	o	Programa	Americano-
Brasileiro	de	Assistência	ao	Ensino	Elementar	–	PABAEE,	formando,	no	
modelo	norte-americano,	os	primeiros	supervisores	escolares.
Para	saber	mais	sobre	a	formação	dos	sistemas	de	educação	e	
plano	de	ensino,	de	Demerval	Saviani,	consulte:
	 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
24782010000200013&lng=pt&nrm=iso
Para	saber	mais	sobre	o	PABAEE,	consulte	o	site:
	 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-24782003000300015
Surgimento	da	Supervisão	Escolar	
como	Categoria	Profissional
Os	movimentos	de	 transformação	da	sociedade	brasileira	e	o	 fortalecimento	
da	industrialização	exigiram	da	educação	uma	reestruturação	no	sentido	de	atender	
às	necessidades	sociais,	políticas	e	econômicas	em	curso.	Em	1961	foi	promulgada	
a	primeira	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional,	a	LDB	4.024/61	e,	com	
ela,	a	criação	do	Ministério	da	Educação	e	das	Secretarias	Estaduais	de	Educação.	
Com a reorganização do sistema de ensino imposta pela lei, passou a ser atribuição 
do	 curso	 de	Pedagogia	 a	 formação	 de	 pedagogos	 técnicos	 ou	 especialistas	 em	
educação,	capazes	de	exercer	as	novas	e	variadas	funções.	
Neste	contexto,	a	função	do	supervisor	já	se	fazia	presente	nas	escolas,	mas	
somente	com	o	Parecer	do	Conselho	Federal	de	Educação	nº	252/69,	que	define	
A função 
específica de 
supervisor escolar 
foi considerada 
como profissão 
na década de 
1950.
20
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
a	reformulação	dos	cursos	de	Pedagogia,	é	que	a	supervisão	escolar	é	instituída	
como	habilitação	profissional.
Em	relação	ao	referido	parecer,	Saviani	(2008,	p.	29)	esclarece	que:	
Por	intermédio	desse	parecer,	em	lugar	de	se	formar	o	‘técnico	
em	educação’	com	várias	funções,	sendo	que	nenhuma	delas	
era	 claramente	 definida,	 como	 vinha	 ocorrendo,	 pretendeu-
se	 especializar	 o	 educador	 numa	 função	 particular,	 sem	
se	 preocupar	 com	 sua	 inserção	 no	 quadro	 mais	 amplo	
do	 processo	 educativo.	 Tais	 funções	 foram	 denominadas	
‘habilitações’.	(grifos	do	autor).
Após	o	golpe	militar	de	1964,	em	que	a	sociedade	brasileira	vive	
a	 supressão	 das	 liberdades	 democráticas,	 conhecido	 como	 período	
de	 ditadura	 militar,	 a	 nova	 reforma	 da	 educação,	 expressa	 na	 LDB	
5.692/71,	 institui	 a	 função	 de	 supervisão	 escolar	 como	 “serviço	 específico	 da	
escola	de	1º	e	2º	graus	(embora	já	existisse	anteriormente).	Sua	função	era,	então,	
predominantemente	 tecnicista	 e	 controladora	e,	 de	 certa	 forma,	 correspondia	 à	
militarização	escolar”	(URBAN,	1985,	apud	VASCONCELLOS,	2009,	p.	86).
Conforme	 o	 artigo	 33	 da	 Lei	 5.692/71:	 “A	 formação	 de	 administradores,	
planejadores,	 orientadores,	 inspetores,	 supervisores	 e	 demais	 especialistas	 de	
educação	será	feita	em	curso	superior	de	graduação,	com	duração	plena	ou	curta,	
ou	de	pós-graduação”	(BRASIL,	1971).	
Neste	modelo	de	educação	a	função	do	supervisor	é	voltada	para	ações	de	
cunho	 tecnoburocrático.	 O	 supervisor	 assume	 uma	 postura	 autoritária,	 ditando	
regras,	controlando	o	trabalho	dos	professores	e	inspecionando	os	alunos.	Esta	
forma	de	ser	e	de	agir	se	assemelha	ao	gerente	de	fábrica,	preocupado	apenas	
com	o	desempenho	dos	professores	e	estudantes.	Segundo	Saviani	(2008,	p.	30),	
[...]	o	anseio	da	pedagogia	tecnicista	era	garantir	a	eficiência	
e	a	produtividade	do	processo	educativo.	E	 isso	seria	obtido	
por	 meio	 da	 racionalização,	 que	 envolvia	 o	 planejamento	
do	 processo	 sob	 o	 controle	 de	 técnicos	 supostamente	
habilitados,	passando	os	professores	a	plano	secundário,	isto	
é,	subordinando-os	à	organização	racional	dos	meios.	
Na	década	de	1980,	a	crise	econômica	e	o	fim	da	ditadura	militar	marcam	
um	 período	 de	 críticas	 à	 lógica	 capitalista	 de	 produção	 e	 de	 educação	
baseada	 no	 modelo	 tecnicista.	 “Na	 complexão	 da	 análise	 do	 capitalismo	 e	
seus	 desdobramentos,	 a	 especialidade	 isola,	 desarticula,	 setoriza	 e	 sectariza	
os	 serviços	 e	 as	 atividades	 escolares,	 desconectando-as	 entre	 si	 e	 com	 a	
problemática	social”	(RANGEL,	2008,	p.72).
Em 1969 a 
supervisão 
escolar é 
instituída como 
habilitação 
profissional 
no curso de 
Pedagogia.
21
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
No	 contexto	 educacional,	 o	 supervisor	 escolar	 era	 visto	 como	 funcionalista,	
uma	vez	que,	nesta	lógica,	sua	atuação	era	na	concepção	das	tarefas	voltadas	à	
manutenção	da	ordem	no	ambiente	escolar,	diferentemente	do	professor	que	atuava	
na	execução	do	ensino,	não	havendo	articulação	pedagógica	entre	as	funções.	
A	 partir	 da	 década	 de	 1980,	 os	 movimentos	 de	 transformações	 sociais	
refletem	 em	 mudanças	 no	 cenário	 econômico,	 social,	 político	 e	 cultural,	
conformando	 uma	 realidade	 histórica	 marcada	 por	 múltiplos	 desafios.	
A	 emergência	 de	 um	 novo	 padrão	 de	 acumulação	 produtiva	 marca	 as	
transformações	de	uma	sociedade	de	base	industrial	para	uma	sociedade	de	
base	científico-tecnológica,	 redefinindo	as	 formas	e	as	 relações	sociais	e	de	
produção. 
Este	modelo	de	sociedade	demanda	um	novo	tipo	de	indivíduo,	que	deve	ser	
criativo,	autônomo,	ter	múltiplas	habilidades,	ser	capaz	de	aprender	e	compreender	
os	 processos	 decorrentes	 das	 novas	 tecnologias,	 ter	 boa	 capacidade	 de	
comunicação,	ser	capaz	de	se	adaptar	às	constantes	mudanças	e	inovações,	ser	
participativo	e	estar	apto	à	tomada	de	decisões	na	vida	e	nas	questões	inerentes	
ao	seu	contexto	social.
Este	modelo	de	sociedade	vem	determinando	mudanças	em	todas	
as	esferas,	e	o	campo	educacional	não	está	isento	de	participar	deste	
processo,	 sendo	 chamado	 a	 buscar	 respostas	 às	 novas	 demandas	
impostas	 por	 essa	 realidade.	Assim,	 a	 educação	 é	 vista	 como	meio	
e	 instrumento	 viabilizador	 para	 a	 formação	 de	 indivíduos	 capazes	
de	 atender	 às	 necessidades	 teóricas	 e	 empíricas	 exigidas	 numa	 sociedade	
cada	 vez	 mais	 dinâmica	 e	 globalizada.	 Aeducação	 passa	 por	 desafios	 que	
exigem	 dos	 profissionais	 envolvidos	muito	mais	 que	 competência	 técnica	 para	
o	 desenvolvimento	 de	 tarefas	 inerentes	 às	 suas	 funções,	 e	 não	 pode	 mais	
considerar	o	supervisor	escolar	como	um	intermediário	na	implantação	de	novas	
políticas	educativas	e	propostas	curriculares	(RANGEL,	2008).
Em	consequência,	na	década	de	1990	a	educação	 também	passa	por	um	
processo	 de	 reformulação,	 consolidada	 com	 a	 implantação	 da	 Lei	 9.394/96	 –	
LDB.	A	nova	LDB	 rompe	com	a	visão	 fragmentada	do	processo	de	 trabalho	na	
educação,	inaugurando	uma	gestão	participativa.
O	 artigo	 terceiro,	 inciso	 VIII	 da	 LDB,	 sobre	 os	 princípios	 do	 ensino	 no	
Brasil,	determina	a	“gestão	democrática	do	ensino	público”.	No	artigo	14,	 inciso	
II	 –	 “participação	 da	 comunidade	 escolar	 e	 local	 em	 conselhos	 escolares	 ou	
equivalentes”.	 O	 artigo	 15	 traz	 que:	 “Os	 sistemas	 de	 ensino	 assegurarão	 às	
unidades	escolares	públicas	de	educação	básica	que	os	 integram	progressivos	
graus	de	autonomia	pedagógica	e	administrativa	e	de	gestão	financeira”.
A LDB/1996 
inaugura a gestão 
democrática no 
ensino público.
22
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
Isso	pressupõe	autonomia	das	instituições	e	descentralidade na tomada de 
decisões	envolvendo	não	o	gestor	e	a	equipe	pedagógica,	mas	em	consonância	
com	os	conselhos	ou	colegiados.	
As	 estruturas	 de	 gestão	 colegiada	 são	 mecanismos	 coletivos	
escolares	constituídos,	em	geral,	por	professores,	alunos,	funcionários,	
pais	e	por	 representantes	da	sociedade,	escolhidos	pela	comunidade	
escolar,	 com	 o	 objetivo	 de	 apoiar	 a	 gestão	 da	 escola	 e	 tornar	 a	
organização	 escolar	 um	 ambiente	 dinâmico	 de	 aprendizagem	 social.	
Através	delas,	portanto,	 todas	as	pessoas	 ligadas	à	escola	podem	se	
fazer	 representar	e	decidir	sobre	aspectos	administrativos,	financeiros	
e	pedagógicos	 (CONSED,	1997,	p.	14),	de	modo	que	as	mesmas	se	
constituem	 um	 instrumento	 de	 participação	 e	 de	 gestão	 democrática	
(PARENTE;	LÜCK,	2000,	p.156).	
Na	 maioria	 das	 escolas	 estaduais	 e	 municipais	 brasileiras	
participam	 desses	 grupos	 a	 Associação	 de	 Pais	 e	 Professores,	 o	
Conselho	 Deliberativo,	 o	 Conselho	 Escolar,	 o	 Grêmio	 Estudantil	 e,	
em	 alguns	 casos,	 tem-se	 o	 Conselho	 Fiscal,	 que	 é	 responsável	 em	
fiscalizar	as	ações	de	cunho	financeiro.	
No	 âmbito	 pedagógico,	 a	 gestão	 participativa	 suscita	 o	
envolvimento	e	a	participação	do	coletivo,	não	só	no	processo	decisório,	
mas	também	nas	ações	de	todos,	de	modo	a	“superar	o	exercício	do	
poder	 individual	 e	 de	 referência	 e	 promover	 a	 construção	 do	 poder	
da	 competência,	 centrado	 na	 unidade	 social	 escolar	 como	 um	 todo”,	
visando	à	melhoria	da	qualidade	da	aprendizagem	(LÜCK,	2005,	p.	23).
Leitura obrigatória: Programa Nacional de Fortalecimento 
dos Conselhos Escolares. Caderno 1.	Disponível	em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad1.pdf
Para	 saber	 mais,	 leia	 o	 artigo	 de	 Marta	 Maria	 de	A.	 Parente	
e	 Heloísa	 Lück	 sobre	 o	 “Mapeamento da Estrutura de Gestão 
Colegiada em Escolas dos Sistemas Estaduais de Ensino”. 
Disponível	em:
 
Na gestão 
participativa 
todas as decisões 
que envolvem o 
funcionamento 
da escola são 
tomadas no 
coletivo.
23
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
	http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/	
1102/1002
Daqui em diante vamos apresentar diferentes relatos que 
correspondem	 ao	 cotidiano	 de	 D.	 Ana.	 As	 histórias	 de	 D.	 Ana	
representam	situações	enfrentadas	por	cinco	supervisoras	escolares	
e	se	constituem	em	partes	dos	dados	coletados	em	uma	pesquisa	
realizada	 pela	 autora	 com	 o	 objetivo	 de	 elaborar	 um	 material	 de	
estudos	condizente	com	a	realidade	das	escolas	públicas	brasileiras.	
Foram	observadas	 três	 escolas	 de	 educação	 básica	 do	Estado	 de	
Santa	 Catarina,	 sendo	 duas	 no	 âmbito	 estadual	 e	 uma	municipal,	
onde	 acompanhamos	 o	 cotidiano.	 Por	 questões	 éticas,	 os	 nomes	
utilizados	são	fictícios.
Esta	semana	visitamos	D.	Ana,	supervisora	escolar	que	atua	na	 função	de	
Assistente	 Técnico	 Pedagógica.	 Ao	 chegarmos	 à	 escola,	 deparamos	 com	 um	
problema	difícil	de	resolver.	Vamos	ver	se	conseguimos	ajudar.
Vejam que dilema! 
A	escola	se	constitui	por	três	alas	com	seis	salas	de	aula	cada	
uma,	que	são	ocupadas	 integralmente	pelos	estudantes	de	Ensino	
Fundamental	e	Médio,	nos	turnos	matutino	e	vespertino.	No	período	
noturno	a	escola	atende	a	três	turmas	do	Ensino	Médio.	
O	prédio	encontra-se	em	péssimas	condições	e,	por	isso,	alguns	
pais	fizeram	uma	denúncia	junto	ao	Ministério	Público,	alegando	que	
rachaduras	nas	paredes	do	prédio	põem	em	risco	a	segurança	das	
crianças.	
Na	mesma	 semana	 da	 denúncia	 a	 escola	 recebeu	 a	 visita	 dos	
técnicos	da	Defesa	Civil,	que,	por	questão	de	segurança,	 interditaram	
duas	alas	do	prédio,	sobrando	apenas	uma	ala	com	seis	salas	de	aula	
para	uso	de	todos	os	estudantes	do	período	diurno.
24
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
A	 escola	 não	 tem	 recursos	 financeiros	 para	 locar	 um	 espaço	
alternativo,	e	a	determinação	da	Secretaria	de	Educação	foi	para	a	
escola	adotar	provisoriamente	um	turno	intermediário,	para	que	todos	
os estudantes tivessem aulas de 30 minutos. O turno intermediário 
deveria	funcionar	das	11:40	às	14:20	horas.	
A	 equipe	 gestora	 reúne	 a	 comunidade	 escolar	 e	 informa	 a	
decisão	determinada.
Imediatamente,	professores	e	estudantes	começam	uma	grande	
discussão:
Alguns	estudantes	alegam	que	trabalham	e	com	o	novo	horário	
seriam	 prejudicados;	 outros	 frequentam	 cursos	 profissionalizantes	
no	contraturno	ou	projetos	no	bairro.	Alguns	pais	alegam	que	esse	
horário	 é	 incompatível	 com	 o	 horário	 de	 trabalho	 e	 não	 poderiam	
conduzir	os	filhos	à	escola;	a	maioria	das	crianças	 frequenta	aulas	
de	 reforço	 pedagógico	 nos	 projetos	 da	 associação	 de	 bairro	 e	 sai	
ao	meio-dia	ou	entra	às	13	horas;	a	merenda	que	a	escola	oferece	
não	corresponde	ao	almoço	e	 teriam	sua	alimentação	prejudicada.	
Alguns	professores	alegam	que	alguns	trabalham	em	outras	escolas	
e	não	seria	possível	a	troca	de	horário;	outros,	vão	em	casa	preparar	
almoço	 para	 os	 filhos	 e	 os	 conduzir	 às	 suas	 respectivas	 escolas;	
outros	ficariam	sem	almoço,	pois	os	20	minutos	reservados	à	troca	de	
turno	não	são	suficientes	para	almoçar,	já	que	a	escola	não	oferece.
Fonte:	Texto	elaborado	pela	autora	a	partir	de	observações	
realizadas	em	escolas.
Atividades de Estudos: 
Vamos	refletir:
1)	Como	o	diretor	deve	proceder	num	caso	como	esse?	Justifique.
2)	 Quem	teria	autonomia	para	decidir	sobre	a	implantação	do	turno	
intermediário?	Explique.
Encaminhamentos: 
25
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
A	 partir	 de	 agora	 você	 deverá	 anotar	 todas	 as	 atividades	
propostas	no	caderno.	Chamaremos	de	diário de bordo.
As	 informações	 e	 reflexões	 acumuladas	 neste	 diário	 servirão	
de	subsídio	para	que	você	realize	seu	trabalho	final	deste	capítulo.	
Portanto, não se esqueça de anotar tudo! 
DIÁRIO DE BORDO
Parte 1
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Dica:	
Verifique	 se	 sua	 escola	 recebeu,	 em	 formato	 impresso,	 os	
cadernos	 do	Programa	Nacional	 de	 Fortalecimento	 dos	Conselhos	
Escolares.	Se	não	recebeu,	baixe	em	seu	computador	e	sugira	um	
26
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
debate	 com	 seus	 colegas	 nas	 reuniões	 pedagógicas.	 Peça	 que	
os	 professores	 discutam	 o	 tema	 com	 os	 estudantes.	 Os	 cadernos	
encontram-se	disponíveis	no	site:
	 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=12619&Itemid=661
Sempre	que	você	consultar	uma	página	da	web,	recorte	e	cole	
o	endereço	eletrônico,	bem	como	os	dados	do	material	pesquisado,	
como	o	nome	do	artigo	ou	lei,	autor,	revista,	ano,	página,	e	também	
o	 dia	 em	 que	 você	 acessou.	 Isso	 vale	 também	 para	 os	 materiais	
impressos.	Esses	dados	deverão	constar	na	relação	das	referências	
bibliográficas	do	seu	trabalho.
Na	 perspectiva	 da	 gestão	 democrática	 e	 participativa,	 a	 nova	
LDB/96	também	regulamenta	a	profissão	do	supervisor	educacional,	
reestruturando	 sua	 função	 e	 reconhecendo	 como	 categoria	
profissional.							
O	seu	artigo	64	estabelece	que:	
A	formação	de	profissionais	de	educação	para	administração,	
planejamento,	inspeção,	supervisão	e	orientação	educacional	
para	 a	 educação	 básica	 será	 feita	 em	 cursos	 de	 graduação	
em	 Pedagogia	 ou	 em	 nível	 de	 pós-graduação,	 a	 critério	 da	
instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base 
comum	nacional.
	Até	aqui,	podemos	notar	que	a	figura	do	supervisor	escolar	é	reconhecida	
como	 relevante	 ao	 processo	 educativo,	 uma	 vez	 que	 a	 base	 da	 sua	 formação	
passa	 a	 ser	 a	 docência.	 Entretanto,	 a	 LDB/96	 não	 esclarece,	 até	 então,	 quais	
as	atribuições	deste	profissional,	tampouco	determina	onde	e	como	o	supervisor	
deve	atuar	no	contexto	escolar. 
27
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
A	 partir	 da	 LDB/96	 a	 nomenclatura	 utilizada,	 inclusive	 em	
nível	de	 formação	profissional,	passa	a	ser	supervisor	educacional,	
entretanto,	 alguns	 sistemas	 de	 educação	 pública	 mantêm	 em	 seu	
quadro	a	nomenclatura	de	supervisor	escolar.			
Agora	 que	 você	 já	 conheceu	 um	 pouco	 da	 história,	 vamos	 ver	 como	 se	
efetivou	a	condição	do	supervisor	no	âmbito	da	escola	hoje.
As	Condições	de	Trabalho	do	se	
Após	a	LDB/1996
É	muito	comum	chegarmos	hoje	numa	escola	e	encontrarmos	o	supervisor	
educacional,	 o	 orientador	 e	 o	 inspetor	 escolar	 exercendo	 diversos	 tipos	 de	
tarefas	que	nem	sempre	correspondem	à	ação	supervisora	que	tradicionalmente	
conhecemos.		
Por	que	será	que	isso	acontece?	
Isso	 ocorre	 porque,	 na	 perspectiva	 da	 gestão	 democrática,	 a	 proposta	 de	
desenvolver	ações	coletivas	e	participativas	no	âmbito	da	escola	determina	mudanças,	
tanto	na	configuração	das	relações	de	trabalho	como	do	processo	pedagógico,	que	
passa	a	ser	compromisso	de	todos	os	profissionais	envolvidos.	
Neste	 contexto,	 o	 supervisor	 escolar	 deixa	 de	 ser	 a	 figura	
autoritária	 e	 controladora	 e	 passa	 a	 ser	 visto	 como	 o	 articulador	 e	
mediador	 do	 processo	 educativo,	 assumindo	 um	 papel	 politicamente	
maior,	contextualizado,	crítico	e	transformador,	envolvido	com	o	coletivo,	
coordenando	e	estimulando	as	ações	(RANGEL,	2008;	SAVIANI,	2009).
Por	 outro	 lado,	 com	 a	 implementação	 da	 gestão	 democrática	
e	 participativa	 na	 escola,	 muitos	 profissionais	 da	 educação	 têm	
interpretações	equivocadas,	entendendo	que	o	compromisso	de	todos	
A LDB/96 
regulamentou 
a profissão 
do supervisor 
educacional, 
reestruturou 
sua função e 
reconheceu 
como categoria 
profissional.
28
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
pela	educação	 indica	que	 todos	podem	e	devem	 fazer	 tudo.	Nesse	contexto,	o	
supervisor	escolar	é	visto	como	“pau-pra-toda-obra”.	
Vejamos	como	essas	mudanças	vêm	ocorrendo	e	delineando	um	novo	perfil	
para	a	atuação	do	supervisor	escolar.
 
Com	o	objetivo	de	regulamentar	o	campo	de	ação	do	supervisor,	o	Senado	
aprovou,	 em	 2007,	 o	 projeto	 de	 lei	 da	 Câmara	 n°	 132/05,	 que	 regulamenta	 o	
exercício	da	profissão	de	supervisor	educacional.		O	projeto	propunha	que:	
Art.	 4º	 Compete	 ao	 supervisor	 educacional	 coordenar,	
planejar,	 pesquisar,	 programar,	 supervisionar,	 dinamizar,	
dirigir,	 organizar,	 controlar,	 acompanhar,	 orientar,	 executar	
e	 avaliar	 trabalhos,	 programas,	 planos	 e	 projetos,	 bem	
como	prestar	serviços	de	auditoria,	 consultoria	e	assessoria,	
realizar	 treinamentos	 especializados,	 participar	 de	 equipes	
multidisciplinares	 e	 interdisciplinares	 e	 elaborar	 informes	
e	 pareceres	 técnicos,	 científicos	 e	 pedagógicos,	 na	 área	
educacional.	 O	 supervisor	 educacional	 terá	 a	 competência	
de,	 na	 área	 educacional,	 coordenar,	 planejar,	 pesquisar,	
programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, 
controlar,	 acompanhar,	 orientar,	 executar	 e	avaliar	 trabalhos,	
programas,	 planos	 e	 projetos,	 assim	 como	 prestar	 serviços	
de	 auditoria,	 consultoria	 e	 assessoria,	 realizar	 treinamentos	
especializados,	 participar	 de	 equipes	 multidisciplinares	 e	
interdisciplinares	 e	 elaborar	 informes	 e	 pareceres	 técnicos,	
científicos	e	pedagógicos.	
Vale	ressaltar	que,	apesar	da	lei	integrar	à	função	supervisora	as	atribuições	
de	 supervisionar,	 dirigir	 e	 controlar,	 agrega	 também	 outras	 atribuições,	 como	
orientar,	participar	de	equipes	multidisciplinares,	entre	outras,	que	supõem	uma	
atuação	coletiva	e	participativa.	Contudo,	no	ano	de	2010	esta	lei	foi	vetada	pela	
Presidência	da	República	sob	a	alegação	de	que	a	proposição	fere	a	Lei	9.394/96	
no	que	diz	 respeito	à	 formação	do	profissional	da	educação.	Assim,	em	termos	
de	legislação	federal,	o	supervisor	permanece	sendo	regulamentado	pela	Lei	n°	
7.132,	de	13	de	janeiro	de	1978,	a	qual	prevê	as	seguintes	atribuições:
Assessorar	 os	 sujeitos	 hierárquicos	 em	 assuntos	 da	 área	
da	 supervisão	 escolar;	 participar	 do	 planejamento	 global	 da	
escola;	coordenar	o	planejamento	do	ensino	e	o	planejamento	
do	 currículo;	 orientar	 a	 utilização	 de	 mecanismos	 e	
instrumentos	 tecnológicos	 em	 função	 do	 estágio	 de	
desenvolvimento do aluno, dos graus de ensino e das 
exigências	do	Sistema	Estadual	de	Ensino	do	qual	atua;	avaliar	
o grau de produtividade atingido em nível de Escola e em nível 
de atividades pedagógicas; assessorar os outros serviços 
técnicos da escola, visando manter coesões na forma de se 
permitir os objetos propostos pelo sistema escolar;	manter-se	
constantemente	atualizado	com	vistas	a	garantir	padrões	mais	
29
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
elevados	 de	 eficiência	 e	 de	 eficácia	 no	 desenvolvimento	 do	
processo	de	melhoria	curricular,	em	função	das	atividades	que	
desempenha.
Para	 saber	 mais	 sobre	 o	 veto,	 consulte	 o	 parecer	 do	 setor	
jurídico	da	Associação	dos	Supervisores	de	Educação	do	Estado	do	
Rio	Grande	 do	Sul	 –	ASSERS.	Disponível	 em:	 http://www.assers.
org.br/	
Atualmente,	 no	 Brasil,	 o	 cargo	 de	 supervisor	 escolar	 vem	
desaparecendo	 da	 legislação	 dos	 sistemas	 de	 ensino	 público,	
estaduais	e	municipais,	sendo	substituído	por	cargos	denominados	
“assistente	 técnico	 pedagógico”	 e/ou	 “coordenador	 pedagógico”,	
“técnico	em	assuntos	educacionais”,	entre	outros.Em	alguns	estados,	
como	 Santa	 Catarina,	 por	 exemplo,	 sem	 a	 exigência	 de	 formação	
em	 Pedagogia	 para	 realizar	 concurso	 de	 ingresso,	 bastando	 para	
isso	 qualquer	 licenciatura,	 impondo-lhes	 tarefas	 que	 acumulam	
atribuições	 do	 supervisor,	 do	 orientador	 e,	 até,	 do	 administrador	
escolar.	
 
Atividades de Estudos: 
Propomos	que	você	consulte	a	legislação	da	educação	em	seu	
estado	ou	município	e	o	Projeto	Político-Pedagógico	 (PPP)	da	sua	
escola	e	procure	responder	às	seguintes	questões:
1)	 A	profissão	de	supervisor	escolar	no	ensino	público	do	seu	estado	
ou	município	é	reconhecida?	
2)	 Como	consta	na	legislação	a	sua	denominação?
3)	 Quais	são	as	atribuições	previstas	para	este	profissional?
30
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
4)	 Como	estas	atribuições	são	previstas	no	PPP	da	sua	escola?
Encaminhamentos:	
Antes	de	responder	às	questões,	apresente	a	sua	escola.	Fale	
da	estrutura	física,	da	forma	como	se	organiza,	do	modelo	de	gestão,	
dos	conselhos	escolares,	da	comunidade	etc.	Quanto	mais	detalhes	
você	explorar,	melhor	será	sua	apresentação.
Anote tudo no seu diário de bordo.
DIÁRIO DE BORDO
Parte 2
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Até	aqui	vimos	que	as	condições	legais	do	exercício	da	supervisão	escolar	
após	a	implementação	da	LDB/96	são	pouco	esclarecedoras.	Embora	em	alguns	
estados	 brasileiros	 esta	 função	 seja	 reconhecida,	 percebemos	 que	 ainda	 há	
dificuldades	na	definição	da	atuação	do	supervisor	escolar.	
31
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
O	papel	do	Supervisor	na	
Organização	do	Trabalho	Escolar	
De	 acordo	 com	 os	 conhecimentos	 produzidos	 nos	 itens	 anteriores,	
tudo	 indica	 que	 um	pouco	 da	 ideia	 que	 se	 tem	 sobre	 o	 papel	 do	 supervisor	
escolar	deve-se	ao	contexto	histórico-social	no	qual	foi	instituída	a	sua	função.	
Vimos	também	que	as	modificações	na	legislação	pertinente	sinalizam	para	o	
delineamento	 de	 uma	 ação	 supervisora	 com	 características	 inovadoras,	 que	
vá	além	dos	modelos	estabelecidos	nos	contextos	de	educação	 tradicional	e	
tecnicista.	
Vamos	iniciar	essa	parte	do	estudo	apresentando	alguns	acontecimentos	do	
dia	a	dia	de	D.	Ana	em	sua	escola.
A super-supervisora Ana em ação
Quarta feira, 8 de agosto de 2012.
São	sete	e	meia	da	manhã,	D.	Ana	chega	à	escola,	cumprimenta	
os	colegas	e	recebe	logo	um	aviso	do	vigia:
-	D.	Ana,	a	fechadura	da	porta	da	sala	do	8º	ano	está	quebrada.	
Os	alunos	estão	dizendo	que	foi	o	Maicon	do	6º	ano	que	quebrou,	e	
estou	encaminhando	ele	para	sua	sala	para	a	senhora	resolver.
D.	 Ana	 agradece	 a	 informação	 e	 logo	 chega	 o	 Maicon,	
praticamente	arrastado	pelo	vigia,	defendendo-se	das	acusações	e	
atribuindo	a	culpa	a	três	colegas	de	classe.	Em	poucos	minutos,	na	
sala	 de	D.	Ana	 encontram-se	 quatro	 alunos	 que	 discutem	 entre	 si	
em	busca	do	culpado	pelo	estrago	na	fechadura.	D.	Ana	ainda	não	
conseguiu	 chegar	 à	 sua	 sala.	 Enquanto	 isso,	 recebe	 um	 alerta	 da	
secretária:
-	D.	Ana,	a	professora	do	segundo	ano	faltou,	as	crianças	estão	em	
fila	no	pátio,	os	pais	já	foram	embora.	O	que	eu	faço	com	eles?	
São 7:45	da	manhã,	o	sinal	de	início	das	aulas	acaba	de	tocar	e	
D.	Ana	ainda	não	conseguiu	chegar	em	sua	sala	e	já	precisa	resolver	
duas	 situações	 urgentes.	 	O	 diretor	 acaba	 de	 chegar	 e	 pede	 a	D.	
32
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
Ana que vá à	 sua	 sala	 imediatamente,	 pois	 precisa	 lhe	 repassar	
informações	 sobre	 a	 última	 normativa	 recebida	 da	 Secretaria	 da	
Educação	na	reunião	do	dia	anterior:
-	D.	Ana,	preciso	que	a	senhora	 faça	um	planejamento	para	o	
encontro	de	estudos	deste	mês,	 com	urgência.	Recebi	ontem	uma	
normativa	alterando	as	datas	das	paradas	para	formação	continuada.	
A	da	nossa	escola	está	prevista	para	a	próxima	segunda,	e	eu	tenho	
que	 levar	 esse	 planejamento	 pronto	 para	 a	 Secretaria	 até	 sexta-
feira.	Aproveite	 e	 passe	 nas	 salas	 solicitando	 aos	 professores	 que	
elaborem bilhetes para os pais dos alunos, avisando que não haverá 
aula neste dia.
Neste mesmo momento a professora de Português entra na sala 
à	procura	de	D.	Ana	e	lhe	dá	outro	aviso:
-	D.	Ana,	o	sexto	ano	tem	prova	na	minha	disciplina	agora	e	tem	
quatro	alunos	na	sua	sala	lhe	aguardando.	Eles	vão	ser	suspensos?	
Vão	perder	a	prova?
As	horas	vão	passando	e	as	pendências	vão	se	acumulando:
-	D.	Ana,	a	segunda	professora	do	aluno	autista	está	reclamando	
que	 o	 menino	 é	 agressivo	 demais	 e	 desse	 jeito	 ela	 não	 vai	 mais	
poder	atendê-lo.	Quero	avisar	que	eu,	sozinha,	não	dou	conta	dele	
com	mais	30	alunos	na	sala.	A	senhora	vá lá e resolva, porque ela 
está	com	o	menino	no	pátio	e	ele	está	perdendo	as	explicações.
-	D.	Ana,	a	mãe	do	Maicon	está	aqui	na	escola	e	quer	conversar	
com	 a	 senhora.	 Ela	 não	 pode	 esperar,	 pois	 está	 em	 horário	 de	
trabalho.	A	senhora	vai	atendê-la?
-	D.	Ana,	eu	estou	com	seis	alunos	na	disciplina	de	Química	que	
ficam	conversando	o	tempo	todo	e	não	prestam	atenção	nas	minhas	
explicações.	Depois	a	senhora	quer	que	eu	dê	recuperação	paralela.	
Quero	saber	se	a	senhora	pode	ir	até	a	minha	sala	agora	para	ajudar	
a	resolver	isso.	É	muita	bagunça	e	não	consigo	trabalhar.	Esta	escola	
precisa	de	regras.
-	D.	Ana,	me	ajude	aqui!	Ela	caiu	na	aula	de	Educação	Física	e	
ralou	o	joelho.	Atenda	ela,	não	posso	deixar	os	alunos	sozinhos	na	
quadra.
33
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
A	manhã	segue	e	muitas	outras	situações	vão	surgindo:	bullyng, 
drogas,	sexualidade,	violência,	entre	outros,	e	D.	Ana	precisa	encontrar	
formas	de	resolver	tudo.	Será	que	ela	dará	conta?
Fonte:	Texto	produzido	pela	autora	a	partir	de	observações	
realizadas	em	escolas.
Atividades de Estudos: 
Agora,	com	base	no	texto	apresentado,	vamos	refletir	sobre	as	
seguintes	questões:
1)	 Será	 que	 todas	 as	 situações	 que	 D.	 Ana	 precisa	 resolver	
correspondem	 às	 atribuições	 do	 supervisor	 escolar	 que	
tradicionalmente	conhecemos?	O	que	mudou?
2) Por que será que D. Ana é requisitada para resolver problemas 
tão	pontuais?	
3)	 Será	que	em	meio	a	tanta	confusão	há	alguma	questão	que	pode	
ser	caracterizada	como	objeto	de	ação	de	D.	Ana?		Explique.
	 Encaminhamentos	
• Registre	suas	reflexões	no	diário de bordo. 
DIÁRIO DE BORDO
Parte 3
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Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
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Agora	 que	 você	 já	 refletiu	 e	 debateu	 com	 seus	 colegas	 a	 situação	
de	 D.	Ana,	 deve	 ter	 percebido	 que	 a	 profissão	 do	 supervisor	 pode	 ser	 mal	
compreendida	 pelo	 coletivo	 da	 escola,	 visto	 que	 a	 inexistência	 de	 uma	
legislação	 federal	 que	 norteie	 a	 atuação	 desse	 profissional	 no	 âmbito	 dos	
sistemas	de	ensino	está	gerando	uma	crise	na	 identidade	do	supervisor,	que	
vem	assumindo	outras	atribuições.	
Quais	os	aspectos	positivos	desta	medida?
Por	um	lado,	pode	contribuir	para	superar	a	imagem	autoritária	e	controladora	
construída	historicamente	sobre	o	supervisor, ampliando	seu	campo	de	atuação	
e	 possibilitando	 ações	 mais	 democráticas	 e	 significativas,	 coerentes	 com	 as	
demandas	e	singularidades	que	constituem	as	diversidades	de	cada	comunidade	
escolar.		
O	que	pode	ser	considerado	como	aspectos	negativos? 
A	inexistência	de	uma	legislação	efetiva	agrega	ao	supervisor	atribuições	que	
não	são	inerentes	à	sua	função,	descaracterizando	assim	o	seu	importante	papel	
no	processo	pedagógico.	
Tomemos	 a	 fala	 de	 Vasconcellos	 (2009,	 p.	 87)	 como	 representativa	 das	
tarefas que devem ser superadas na ação do supervisor frente à realidade de 
uma	educação	que	se	pretende	democrática,	comprometida	com	a	formação	de	
35
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
cidadãos	ativos,	críticos,	reflexivos,	éticos	e	participativos	nas	tomadas	de	decisão,	
visando	uma	sociedade	mais	justa	e	equânime.	Para	o	autor,	o	supervisor:
“não	 é	 fiscal	 de	 professor,	 não	 é	 dedo-duro	 (que	 entrega	 os	
professores	para	a	direção	ou	mantenedora),	 não	é	pombo-correio	
(que	leva	recado	da	direção	para	os	professores	e	dos	professores	
para	 a	 direção),	 não	 é	 coringa/tarefeiro/quebra	 galho/salva-vidas	
(ajudante	 de	 direção,	 auxiliar	 de	 secretaria,	 enfermeiro,	 assistente	
social,	etc.),	não	é	 tapa-buraco	(que	fica	 “toureando”	os	alunos	em	
sala	 de	 aula	 no	 caso	 de	 falta	 de	 professor)...	 não	 é	 de	 gabinete	
(que	está	longe	da	prática	e	dos	desafios	efetivos	dos	educadores),	
não	é	dicário	 (que	 tem	dicas	e	soluções	para	 todos	os	problemas,	
uma	espécie	de	fonte	inesgotável	de	técnicas,	receitas)...”				
Vasconcellos	 (2009,	p.	85-108)	nos	diz	ainda	que	a	atuação	do	supervisor	
escolar	é	muito	mais	ampla,	 vai	 além	das	ações	pontuais,	mas	que	se	articula	
com	as	relações	que	se	estabelecem	com	“questões	de	currículo,	construção	do	
conhecimento,	aprendizagem,	relações	interpessoais,	éticas,	disciplina,	avaliação	
da	 aprendizagem,	 relacionamento	 com	 a	 comunidade,	 recursos	 didáticos	 etc”.	
Sugere	ainda	que,	para	que	o	supervisor	escolar	desenvolva	ações	em	direção	a	
mudanças,	são	necessárias	condições	objetivas	(material	e	política)	e	subjetivas.	
Para	 isso,	 deve	 ser	 capacitado	 para	 trabalhar	 nas	 três	 dimensões	 básicas	 da	
formação humana: 
• Na	dimensão	conceitual,	que	envolve	clareza	conceitual,	conhecer,	
discernir	e	elaborar	síntese;	
• Na	dimensão	atitudinal,	 que	 corresponde	aos	 valores,	 interesses,	
sentimentos,	disposição	interior	e	convicções;
• Na	 dimensão	 procedimental,	 que	 se	 refere	 ao	 saber-fazer,	
envolvendo	métodos,	técnicas,	procedimentos	e	habilidades.	
Com	base	nos	estudos	de	Rangel	 (2008)	e	Vasconcellos	(2009),	
as	 ações	 do	 supervisor	 escolar,	 ainda	 que	 lhe	 atribuam	 outras	
nomenclaturas,	devem	ser	voltadas	para	a	garantia	da	qualidade	do	processo	de	
ensino-aprendizagem.	Nesse	 sentido,	 sua	atuação	abrange	a	 coordenação	e	a	
articulação,	tanto	das	ações	como	das	relações	que	envolvem	esse	processo.	No	
que	concerne	às	ações,	Rangel	 (2008)	propõe	a	elaboração	do	projeto	político-
A atuação do 
supervisor 
escolar abrange 
coordenação 
e articulação 
das ações e 
das relações 
que envolvem 
o processo 
educativo.
36
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
pedagógico	da	escola,	a	integração	do	currículo	com	o	planejamento	de	ensino,	
com	o	processo	de	avaliação,	recuperação	e	com	as	pesquisas.
Considerando	que	o	objeto	último	da	ação	do	supervisor	escolar	é	o	processo	
de	ensino-aprendizagem,	apresentaremos	uma	síntese,	baseada	nos	estudos	de	
Rangel	(2008),	dos	principais	elementos	que	envolvem	esse	processo	e	como	a	
participação	 do	 supervisor	 pode	 contribuir	 para	 garantir	 o	 desenvolvimento	 e	 a	
qualidade	que	se	pretende	alcançar.	
Acreditamos	 que	 você	 irá	 identificar	 que	 algumas	 se	 aproximam	 e	 outras	
ainda	se	distanciam	das	práticas	de	supervisão	no	seu	contexto	escolar.	Nossa	
intenção	não	é	 fornecer	um	manual,	 tampouco	ditar	 regras,	mas	provocar	uma	
reflexão	crítica	a	partir	 de	algumas	ações	que	se	 inserem	num	perfil	 “ideal”	 de	
supervisão,	na	perspectiva	da	gestão	participativa.
Quadro 2 - Propostas para ação supervisora
Elementos que abrangem o 
processo de ensino-aprendizagem Como o supervisor pode contribuir
Currículo
Coordenar atividades de estudo e de integração do currícu-
lo visando à integração dos conhecimentos e das práticas.
Programas
Promover oportunidades de encontros que reúnam profes-
sores de uma mesma série e de uma mesma disciplina de 
diversas séries para a construção coletiva do programa das 
disciplinas na perspectiva da interdisciplinaridade.
Escolha dos livros didáticos
Promover encontros dos professores com as editoras que 
oferecem livros; incentivar e subsidiar estudos que ampliem 
os conhecimentos dos professores sobre disciplinas para 
que coletivamente escolham a melhor opção para o aluno.
Métodos de ensino
Os métodos e técnicas são os meios utilizados para se 
alcançar os objetivos da aprendizagem. O supervisor deve 
ter a compreensão de que a base para a escolha dos méto-
dos deve considerar as possibilidades de contextualização 
entre conteúdo, o sujeito e o contexto.
Planejamento de ensino
Orientar conceitos e critérios procurando garantir opor-
tunidades para o planejamento de ações conjuntamente 
refletidas. A referência para o processo de supervisão é a 
reflexão-ação-reflexão.
37
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
Avaliação
Acompanhar as discussões sobre os avanços teóricos que 
lhe deem subsídios para estar constantemente avaliando 
as avaliações e orientando possíveis reformulações dos 
conceitos e práticas avaliativas visando à melhoria do 
processo de ensino-aprendizagem.
Recuperação
Orientar e coordenar os critérios da prática e seu respaldo 
teórico, garantindo que as explicações e atividades sejam 
diversificadas, contextualizadas e significativas para o 
aluno.
Projeto Político e Pedagógico (PPP) da 
escola
Participar da elaboração e garantir a sua utilização como 
referência para o trabalho educativo, estando atento às 
necessidades de reformulação e/ou atualização. O projeto 
deve servir de material de estudos para o coletivo da 
escola. 
Pesquisa
Coordenar e subsidiar pesquisas fundamentadas em 
teorias e práticas instituídas a partir dos problemas do 
cotidiano escolar, fomentando uma análise crítica, visando 
avanços no conhecimento e na prática coletiva. 
Fonte: Rangel (2008, p. 78-96) quadro resumo elaborado pela autora.
Você	se	 lembra	da	história	da	D.	Ana?	Você	deve	 ter	encontrado	algumas	
situações	que	são	comuns	ao	seu	cotidiano	ou	ao	cotidiano	do	supervisor	da	sua	
escola,	certo?		Então	vamos	refletir	sobre	isso?
Atividades de Estudos: 
Tomando	 como	 referênciaas	 propostas	 de	 Vasconcellos	
e	 Rangel,	 sistematizadas	 no	 quadro	 anterior,	 o	 desafio	 agora	 é	
comparar	o	seu	contexto	escolar	e	o	de	D.	Ana.	
a)	 Destaque	 as	 ações	 do	 supervisor	 que	 lhe	 pareçam	 comuns	 à	
sua	 escola	 e	 à	 escola	 de	D.	Ana	 e	 relacione	 em	duas	 colunas	
paralelas;
b)	 Agora	 relacione	 em	 uma	 terceira	 coluna	 paralela	 as	 ações	
propostas	 no	 Quadro	 2	 que	 correspondem	 às	 duas	 colunas	
anteriores;
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Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
a) a) b)
c)	Feito	isso,	compare	as	colunas	e	responda:
1)	As	propostas	apresentadas	no	quadro	aproximam	ou	se	distanciam	
à	minha	realidade	com	a	realidade	de	D.	Ana?	Explique.
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2)	 Que	 situações	 vivenciadas,	 por	mim	 ou	 por	D.	Ana,	 não	 foram	
contempladas	no	quadro	de	propostas?
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O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
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Encaminhamentos:	
• Descreva	no	seu	diário de bordo os	desafios	que	você	encontrou	
a	partir	das	reflexões	das	perguntas	1	e	2.
DIÁRIO DE BORDO
Parte 4
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Nesta	 parte	 do	 nosso	 estudo	 você	 teve	 a	 oportunidade	 de	 conhecer	 e	
compartilhar	 um	 pouco	 sobre	 situações	 reais	 que	 envolvem	 o	 cotidiano	 do	
supervisor	escolar	e	também	algumas	propostas	de	autores	dedicados	a	essa	
discussão.	 Na	 próxima	 parte	 do	 texto	 vamos	 aprofundar	 um	 pouco	 mais	 o	
debate.
40
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
Tendências,	Desafios	
Contemporâneos	da	Ação	
Supervisora	no	Cotidiano	da	Escola	
No	 item	 anterior	 você	 conheceu	 algumas	 propostas	 para	 uma	 ação	
supervisora voltada para a melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem e 
foi	provocado	a	refletir	sobre	as	possibilidades	de	efetivar	essas	ações	em	sua	
prática.	
Certamente	 você	 deve	 ter	 destacado	 várias	 situações	 do	 seu	
cotidiano	 escolar	 que	 não	 foram	 contempladas	 e,	 provavelmente,	
você	deve	estar	se	questionando:	como	agir	diante	de	outros	desafios	
que	emergem	no	contexto	escolar?	
Ao	 pensarmos	 no	 papel	 do	 supervisor	 escolar	 hoje,	 é	 necessário	 que	
tenhamos	a	compreensão	de	que	vivenciamos	uma	mudança	de	percepção	de	
mundo,	 onde	 figuram	novas	 concepções	 sobre	as	 relações	dos	 sujeitos	 com	o	
ambiente	natural	e	social	que	impõem	à	educação	novos	desafios.	Diante	disso,	
a	escola	deve	“avançar	no	sentido	de	criar	condições	para	uma	educação	integral	
que	reconheça	e	valorize	o	indivíduo	em	sua	totalidade,	uma	educação	capaz	de	
suprir	as	dimensões	de	ordem	cognitiva,	social,	ética,	estética,	política	e	afetiva	
dos	sujeitos”	(CUNHA,	2011,	p.	302).
Esse	contexto	 traz	novos	dilemas	ao	supervisor	escolar,	 que	precisa	estar	
bem	 informado,	 atualizado,	 apto	 a	 propor	 ações	 coletivas	 que	 estimulem	 a	
comunidade	escolar	a	caminhar	no	sentido	de	melhorar	a	qualidade	do	processo	
educativo.
Um	 dos	 muitos	 desafios	 da	 escola	 hoje	 é	 promover	 a	 inclusão	 do	 aluno	
com	deficiência.	É	a	primeira	vez	na	história	da	educação	brasileira	que	a	LDB	
reconhece	 o	 direito	 à	 diferença,	 ao	 pluralismo	 e	 à	 tolerância,	 assegurando	 o	
acesso	da	pessoa	com	deficiência	no	ensino	regular,	com	garantia	de	atendimento	
especializado	 e	 oportunidades	 educacionais	 apropriadas,	 levando	 em	 conta	 as	
características	do	estudante,	seus	interesses,	condições	de	vida	e	de	trabalho.		
Porém,	 a	 mesma	 lei	 não	 prevê	 a	 formação	 adequada	 dos	 profissionais	
da	 educação,	 impondo-lhes	 a	 necessidade	 e	 o	 compromisso	 de	 ampliar	 seus	
conhecimentos.	
41
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
A	 maioria	 das	 escolas	 assume	 a	 inclusão	 no	 seu	 PPP,	 mas	 na	 prática	
não	 está	 preparada	 para	 receber	 um	 estudante	 com	 deficiência.	 Essa	 falta	 de	
preparo	evidencia-se	na	estrutura	física,	na	falta	de	apoio	efetivo	de	profissionais	
especializados,	na	 resistência	dos	professores	em	aceitar	esses	alunos,	muitas	
vezes	 por	 receio	 do	 novo,	 de	 algo	 que	 pode	 lhes	 tirar	 da	 zona	 de	 conforto	 e	
provocar	mudanças	 na	 sua	 prática.	Além	 disso,	 existe	 uma	 dificuldade	 natural	
do	 ser	 humano	 em	 compreender	 e	 aceitar	 o	 diferente,	 o	 desconhecido.	Afinal	
de	contas,	somos	frutos	de	uma	cultura	que	nos	ensinou	a	contemplar	o	belo,	o	
perfeito,	o	puro,	o	“normal”.	
É	claro	que	não	podemos	generalizar.	Ainda	que	as	ações	 inclusivas	na	
educação	pareçam	estar	 longe	de	alcançar	a	eficácia	esperada,	no	contexto	
do	ensino	público,	o	Governo	Federal,	os	estados	e	municípios	vêm	investindo	
em	 projetos	 de	 acessibilidade	 das	 escolas	 e	 na	 formação	 continuada	 de	
professores. 
Apesar	disso,	não	é	incomum	ouvirmos	dos	nossos	colegas	que	não	adianta	
ensinar,	 não	 vale	 a	 pena	 insistir,	 o	 deficiente	 é	 limitado,	 ele	 não	 vai	 aprender	
mesmo,	ou	ele	é	doentinho,	coitadinho!
Ou	então,	ao	contrário	disso,	há	os	que	erguem	a	bandeira	da	igualdade	
alegando	que	todos	são	iguais	perante	a	lei	e	a	pessoa	com	deficiência	deve	
ser	 tratada	 como	 todos	 os	 outros	 estudantes,	 o	 contrário	 é	 discriminação,	 é	
crime.	
Pensando	e	agindo	dessa	forma,	a	escola	jamais	será	inclusiva.	É	preciso	ir	
mais	além	na	sua	compreensão	e	não	ignorar	que	a	pessoa	deficiente	tem	suas	
peculiaridades.	 	A	 escola	 precisa	 reconhecer	 as	 diferenças	 sem	 discriminação,	
aceitá-las	e	respeitá-las,	proporcionando	a	esses	estudantes	as	oportunidades	e	
os	recursos	necessários	ao	desenvolvimento	da	sua	aprendizagem.			
Nesse	sentido,	o	supervisor	escolar	tem	o	importante	papel	de	zelar	para	que	
o	estudante	com	deficiência	tenha	assegurados	os	recursos	e	as	oportunidades	
de	 aprendizagem,	 que	 os	 professores	 sejam	 estimulados	 à	 pesquisa,	 tenham	
acesso	à	formação	continuada	e	que	a	escola	seja	um	espaço	de	aprendizagem	ede	socialização	para	o	professor.	
Nesse	 sentido,	 o	 desafio	 para	 o	 supervisor	 é	 proporcionar	
espaços	que	facilitem	as	relações	sociais	no	próprio	ambiente	escolar,	
estimulando	 a	 formação	 de	 grupos	 envolvendo	 profissionais	 da	
educação,	pais	e	estudantes,	para	que	haja	troca	de	saberes.	Isso	lhe	
permitirá	conhecer	as	diferentes	concepções	de	mundo	que	permeiam	
essas	relações	que	podem	ajudar	o	coletivo	a	lidar	com	as	diversidades	
que	constituem	a	escola.	
A escola inclusiva 
reconhece as 
diferenças, aceita 
e respeita sem 
discriminação.
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Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
Conheça	a	legislação	sobre	educação	especial.	Disponível	em:	
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=artic
le&id=13020:legislacao-de-educacao-especial&catid=323:orgaos-
vinculados
Outro	desafio	que	muitas	escolas	estão	vivenciando	é	a	 implementação	de	
projetos	de	educação	em	tempo	integral.	A	LDB/96,	em	seu	Artigo	34,	determina	
que	 “a	 jornada	 escolar	 no	 Ensino	 Fundamental	 incluirá	 pelo	 menos	 quatro	
horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o 
período	 de	 permanência	 na	 escola.	 [...]”,	 e	 estabelece,	 no	 segundo	 parágrafo,	
que “o ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, 
a	 critério	 dos	 sistemas	 de	 ensino”.	 Em	 2007,	 a	 Lei	 nº	 11.494,	 de	 20	 de	 junho	
de	2007,	que	 instituiu	o	FUNDEB,	determina	e	 regulamenta	a	educação	básica	
em	tempo	integral,	preconizando	que	a	 legislação	decorrente	deverá	normatizar	
essa	modalidade	de	educação.	O	Decreto	nº	6.253/07,	artigo	4º,	define	“educação	
básica	em	tempo	integral	a	jornada	escolar	com	duração	igual	ou	superior	a	sete	
horas	diárias,	durante	todo	o	período	letivo,	compreendendo	o	tempo	total	que	um	
mesmo	estudante	 permanece	 na	 escola	 ou	 em	atividades	 escolares”	 (BRASIL,	
2007).
Em	consonância	às	determinações	da	lei,	em	2007	é	instituído	o	projeto	“Mais	
Educação”, que	 tem	 como	 objetivo	 fomentar	 a	 oferta	 e	 a	 prática	 da	 educação	
integral	de	crianças	e	adolescentes	do	Ensino	Fundamental,	por	meio	de	atividades	
socioeducativas	no	contraturno	escolar.	Este	programa	vem	sendo	implementado	
desde	2008	nas	escolas	da	rede	pública	de	ensino	que	apresentaram	baixo	Índice	
de	Desenvolvimento	da	Educação	Básica	(IDEB),	cabendo	ao	supervisor	escolar	
a	articulação	das	ações	do	programa	dentro	e	fora	da	escola.	
O	 “Mais	 Educação”	 é	 um	 programa	 do	 Governo	 Federal,	
instituído	por	meio	da	Portaria	 Interministerial	nº	17,	de	24	de	abril	
de	 2007,	 coordenado	 pela	 Secretaria	 de	 Educação	 Continuada,	
Alfabetização	 e	 Diversidade	 (SECAD/MEC),	 em	 parceria	 com	 a	
Secretaria	 de	 Educação	 Básica	 (SEB/MEC)	 e	 com	 as	 Secretarias	
Estaduais	e	Municipais	de	Educação.	É	operacionalizado	por	meio	
do	Programa	Dinheiro	Direto	na	Escola	(PDDE),	do	Fundo	Nacional	
de	 Desenvolvimento	 da	 Educação	 (FNDE).	 Este	 programa	 foi	
regulamentado	pelo	Decreto	federal	nº	7.083.	Disponível	em:
43
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
	 http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=86&id= 
12372&option=com_content&view=article/
A	 implementação	 desse	 programa	 certamente	 atende	 às	 necessidades	
educacionais	 atuais,	 entretanto	 as	 escolas	 que	 o	 adotaram,	 em	 geral,	 vêm	
passando	por	diversos	desafios,	desde	a	estrutura	 física	 inadequada	até	a	 falta	
de	 formação	dos	professores	e	demais	profissionais	da	educação,	pois	atender	
o	 aluno	 em	 tempo	 integral	 nem	 sempre	 significa	 compreender	 a	 educação	 do	
indivíduo	na	sua	integralidade.
Muitas	 outras	 questões	 decorrentes	 do	 processo	 de	 reestruturação	 e	
modernização	 da	 educação	 vêm	 redefinindo	 o	 papel	 social	 da	 escola,	 que	 é	
desafiada	a	repensar	o	processo	de	ensino-aprendizagem,	as	inovações	curriculares,	
a	reorganização	dos	saberes,	as	relações	pedagógicas,	entre	outras.	
Bullyng é	 um	 termo	 em	 inglês	 utilizado	 para	 qualificar	
comportamentos	 agressivos	 na	 escola.	 O	 Conselho	 Nacional	 de	
Justiça	(CNJ),	em	2010,	lançou	uma	cartilha	sobre	o	tema	que	você	
poderá	 imprimir	 para	 ser	 analisada	 coletivamente	 na	 sua	 escola.	
Encontra-se	disponível	em:
http://www.apeoc.org.br/publicacoes/cartilha.bullying/
Burnout se	 caracteriza	 em	 um	 tipo	 de	 estresse	 ocupacional	
constituído	 de	 três	 dimensões:	 exaustão	 emocional,	
despersonalização e baixa realização pessoal no trabalho. 
Considerado	 um	 distúrbio	 emocional	 da	 modernidade,	 vem	
acometendo	 muitos	 profissionais	 da	 educação,	 em	 especial,	
professores	 da	 educação	 básica.	 Como	 ainda	 não	 é	 devidamente	
reconhecido,	os	professores	que	sofrem	desse	distúrbio,	em	geral,	
são	vistos	como	mal-humorados	e	desinteressados.	Para	saber	mais,	
sugerimos	a	leitura	do	artigo	“Síndrome	de	Burnout	em	professores	da	
rede	pública”,	publicado	em	2007,	disponível	em:	http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132009000300004&ln
g=pt&nrm=iso
44
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
Atividade de Estudos: 
Você	agora	 será	desafiado	a	 realizar	 uma	observação	na	 sua	
escola	visando	identificar	na	sua	ação	supervisora	(ou	do	supervisor	
da	sua	escola)	as	reais	possibilidades	e	limitações	presentes	no	seu	
contexto	de	trabalho.	
Você	 se	 lembra	das	anotações	 feitas	no	 seu	diário de bordo?	 	
Nelas	 você	 encontrará	 elementos	 que	 vão	 ajudá-lo	 a	 desenvolver	
essa atividade.
Encaminhamentos
• Retome	as	anotações	feitas	no	seu	diário de bordo e desenvolva 
um	texto	procurando	respeitar	os	seguintes	passos:	
1)	 Apresente	sua	escola;
2)	 Fale	sobre	as	condições	legais	de	trabalho	do	supervisor	escolar	
e	da	prática	cotidiana	deste	profissional	no	seu	contexto,	incluindo	
as	situações	que	não	foram	contempladas	no	nosso	texto;
3)	 Com	base	nas	informações	coletadas,	você	deverá	identificar	na	
sua	escola	as	condições	objetivas	e	subjetivas	que	possibilitam	e	
que	limitam	a	atuação	do	supervisor	escolar;
 
4)	 Com	 base	 nas	 condições	 reais	 da	 sua	 escola,	 proponha	
alternativas viáveis para mudanças.
Não	se	esqueça	de	socializar	seu	trabalho	com	seus	colegas!	
Encaminhamentos:	
Para	desenvolver	este	texto	você	poderá	utilizar	como	base,	
além	desse	material,	os	textos	de	Vasconcellos	(2009)	e	de	Rangel	
(2008)	que	estão	postados	na	biblioteca	do	curso.	Fique	à	vontade	
para	utilizar	outras	bibliografias.
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O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
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Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
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Algumas	Considerações
Neste	capítulo	você	conheceu	alguns	conceitos	sobre	supervisão	escolar	e	a	
influência	do	contexto	histórico	para	a	evolução	desses	conceitos.	Com	isso	você	
teve	elementos	para	estabelecer	relações	e	compreender	como	se	construíram	as	
ideias	e	as	práticas	da	supervisão	escolar	nos	dias	atuais.
Identificou	 os	 aspectos	 legais	 acerca	 da	 constituição	 da	 profissão	 do	
supervisor	escolar	após	a	 implementação	da	Lei	9.394/96	–	Lei	de	Diretrizes	e	
Bases	da	Educação	Nacional,	as	concepções	de	alguns	autores	da	área,	e	refletiu	
sobre	as	propostas	para	a	atuação	participativa	e	 transformadora	do	supervisor	
escolar	nas	políticas	de	educação	na	atualidade.	
Discutimos	sobre	os	desafios	enfrentados	pelas	escolas	com	o	processo	de	
inclusão	de	alunos	deficientes	e	com	a	implementação	da	educação	integral	como	
exemplos	 das	 inúmeras	 situações	 enfrentadas	 pela	 escola	 e	 pelo	 supervisor	
escolar	na	atualidade.	
Estamos	certos	de	que	você	foi	capaz	de	identificar	as	concepções	sobre	o	
papel	do	supervisor	na	sua	comunidade	escolar	e,	com	base	nos	conhecimentos	
adquiridos	até	aqui,	pôde	reconhecer	e	apontar	as	reais	possibilidades	e	limitações	
para	uma	ação	supervisora	no	seu	contexto	de	trabalho,	e	propôs	ações	para	a	
melhoria	do	processo	ensino-aprendizagem	da	sua	escola.
Chegamos	 ao	 final	 do	 primeiro	 capítulo	 do	 nosso	 material,	 mas	 não	
chegamos	 nem	 perto	 do	 fim	 das	 discussões	 e	 nem	 seremos	 pretensiosos	 de	
pensar	que	chegaremos.		Esperamos	que	até	aqui	tenhamos	conseguido	provocar-
lhe	o	desejo	e	a	coragem	de	alçar	voos	mais	altos	na	busca	de	possibilidades	
para	transformar		a	lógica	tradicional	e	conservadora	da	sua	ação	supervisora.	
47
O Supervisor Escolar no seu Fazer PedagógicoCapítulo	1
Este	é	um	momento	histórico	de	grandes	transformações	na	sociedade.	É	de	
fundamental	importância	que	o	supervisor	escolar	tenha	uma	visão	crítica	que	o	
permita	compreender	como	essas	transformações	impactam	na	educação.	
Além	 disso,	 o	momento	 é	 de	 ressignificação	 de	 papéis,	 e	 o	 supervisor	
escolar	 vem	 conquistando	 novos	 espaços	 que	 antes	 não	 lhe	 eram	 confiados.	
Isso	 lhe	 coloca	 em	 uma	 posição	 privilegiada,	 permitindo	 a	 ampliação	 dos	
seus	 conhecimentos,	 bem	 como	 sua	 atuação,	 por	 meio	 de	 ações	 qualitativas,	
participando	efetivamente	da	melhoria	da	qualidade	do	processo	educativo.	
Nos	próximos	dois	capítulos	vamos	estudar	os	conceitos	e	processos	de	
avaliação	institucional	no	Brasil	e	conhecer	as	experiências	exitosas	de	alguns	
supervisores	que,	por	meio	de	uma	atuação	participativa,	estão	conseguindo	
transformar	as	práticas	pedagógicas	em	suas	escolas	a	partir	dos	resultados	
das	 avaliações	 institucionais,	 contribuindo	 com	 a	 melhoria	 da	 qualidade	 da	
aprendizagem. 
Referências	Bibliográficas
BRASIL.	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional.	Lei	n.	9.394,	de	
20	de	dezembro	de	1996.	Disponível	em:	<http://portal.mec.gov.br/index.
php?option=com_content&view=article&id=12907:legislacoes&>.	Acesso	em:	05	
ago. 2012.
BRASIL.	Ministério	da	Educação.	Secretaria	de	Educação	Básica.	Programa 
Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.	Gestão	da	educação	
escolar.	Brasília:	UnB,	CEAD,	2004	vol.	1.	p.	33-42).
BRASIL.	Projeto	de	Lei	da	Câmara	PLC	n°.	132/2005.	Disponível	em:	<http://
www.senado.gov.br/publicacoes/diarios/pdf/sf/2005/12/13122005/44246.pdf>.	
Acesso	em:	05	ago.	2012.
BRASIL.	Lei	n.	11.494/07.	Disponível	em:	<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/Lei/L11494.htm#anexo>.	Acesso	em:	30	jul.	2012.
BRASIL.	Decreto	6.253/2007.	Disponível	em:	<http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Decreto/D6253.htm>.	Acesso	em:	30	jul.	2012.
CUNHA,	Fátima	Suely	Ribeiro.	Limites	e	possibilidades	para	a	implementação	
do	Programa	Mais	Educação	na	Escola	de	Educação	Básica	Professora	Laura	
Lima.	In:	SOUZA,	Ana	Cláudia	de;	Claricia	Otto;	FARIAS,	Andressa	da	Costa.	
48
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
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Florianópolis:	NUPE/CED/UFSC,	2011,	v.	1,	p.	301-312.
LÜCK,	Heloísa;	FREITAS,	Kátia	Siqueira;	GIRLING,	Robert	&	KEITH,	Sherry.	A 
escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Petrópolis: Vozes, 2005.
PARENTE,	Marta	Maria	de	A;	LÜCK,	Heloísa.	Mapeamento	da	Estrutura	de	
Gestão	Colegiada	em	Escolas	dos	Sistemas	Estaduais	de	Ensino.	Revista Em 
Aberto,	v.	17,	n.	72,	Brasília,	2000,	p.	156-162.	Disponível	em:	<http://emaberto.
inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/1102/1002>.	Acesso	em:	20	jul.	
2012.
RANGEL,	Mary.	Supervisão:	do	sonho	à	ação	-	uma	prática	em	transformação.	
In: FERREIRA, Naura Syria Carapeto (orgs). Supervisão educacional para uma 
escola de qualidade: da formação à ação. Tradução de Sandra Valenzuela. 2 
ed. São Paulo: Cortez, 2008.
SAVIANI,	Demerval.	A	supervisão	educacional	em	perspectiva	histórica:	da	
função	à	profissão	pela	mediação	da	ideia.	In:	Naura Syria Carapeto (orgs). 
Supervisão educacional para uma escola de qualidade: da formação à ação. 
Tradução de Sandra Valenzuela. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2008.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: 
Do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: 
Libertad, 2009.
CAPÍTULO 2
Conceitos	e	Processos	de	
Avaliação	Institucional	no	Brasil
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Definir	um	conceito	básico	de	avaliação.
 9 Compreender	os	fundamentos	e	objetivos	da	avaliação	institucional	na	
educação.
 9 Identificar	 e	 entender	 os	 indicadores	 de	 desempenho	 da	 sua	 escola	
junto	ao	IDEB.	
 9 Distinguir	as	avaliações	da	instituição	e	as	avaliações	de	sistemas	de	
educação.	
 9 Identificar	 e	 analisar	 a	 concepção	 e	 as	 práticas	 das	 avaliações	
institucionais	na	sua	escola.
50
Dilemas	da	ação	supervisora:	desafios	e	perspectivas
51
Conceitos e Processos de 
Avaliação Institucional no BrasilCapítulo	2
Contextualização
Em	nossas	discussões	no	capítulo	anterior,	vimos	que	as	mudanças	ocorridas	
na	sociedade	requerem	um	modelo	de	educação	comprometido	com	a	formação	
de	sujeitos	capazes	de	responder	às	necessidades	de	uma	sociedade	cada	vez	
mais	dinâmica	e	globalizada.	
Em	 vista	 disso,	 não	 há	 como	 desconsiderar	 a	 avaliação	 institucional	
como	 parte	 do	 processo	 educativo,	 uma	 vez	 que	 nos	 permite	 conhecer	 as	
vulnerabilidades	do	nosso	contexto	escolar	e	planejar	mudanças	necessárias	à	
melhoria	da	qualidade	do	processo	de	ensino-aprendizagem.	
Nesse	capítulo	vamos	conhecer	alguns	conceitos

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