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planejamento institucional

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PLANEJAMENTO
INSTITUCIONAL
Autoras: Aracy Santos Sens
 Rita de Cássia Santos Vanin
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
 Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
 Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
 Equipe Multidisciplinar da 
 Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Jociane Stolf
 Revisão de Conteúdo: Vera Lúcia dos Passos Fagundes 
 Revisão Gramatical: Márcia Maria Junkes
 
 Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci
658.5 
S547a Sens, Aracy Santos.
 Planejamento Institucional / Aracy Santos Sens (e)
 Rita de Cássia Santos Vanin. Centro Universitário 
 Leonardo da Vinci – Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2009.x ; 
 88 p.: il. 
 
	 	 													Inclui	bibliografia.	
 ISBN 978-85-7830-777-6
 1. Planejamento. I. Vanin, Rita de Cássia Santos. 
 II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. 
 Programa de Pós-Graduação EAD. III Título.
Reimpressão 
setembro/2012
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Copyright © UNIASSELVI 2009
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Aracy Santos Sens
Possui graduação em História pela 
Faculdade	 de	 Filosofia	 Ciências	 e	 Letras	
de Palmas, PR, 1978, especialização em 
Psicopedagogia e Metodologia do Ensino da 
Geografia	 e	 mestrado	 em	 Educação	 e	 Cultura	 pela	
Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC-2004. 
Atualmente é professora do Ensino Superior, do Ensino 
Médio e do Instituto Catarinense de Pós-Graduação 
(ICPG). Docente em cursos de formação continuada para 
profissionais	 em	 Educação.	 Autora	 da	 “Proposta	 de	
Estudos Sociais para o Programa de Alfabetização 
Solidária” CEREJA (Centro de Educação de 
Adultos) Brasília-DF (2004).
Rita de Cássia Santos Vanin
Possui graduação em Pedagogia 
– Administração Escolar pela Fundação 
Universidade Regional de Blumenau (1981), 
especialização em Metodologia de Ensino pelo 
Centro Universitário de Jaraguá do Sul – UNERJ 
(1993),	 mestrado	 em	 Educação	 –	 com	 ênfase	 na	
formação do educador para a gestão pela PUC/PR (2001). 
Atualmente é administradora escolar em instituição 
pública	 estadual,	 em	 Jaraguá	 do	 Sul.	 Tem	 experiência	
na	área	da	educação	superior	com	ênfase	na	Estrutura	
e Funcionamento de Ensino; Disciplina e Indisciplina nos 
paradigmas vigentes; Administração: teoria e prática; 
Avaliação Institucional e Metodologia da Pesquisa. 
Trabalhos apresentados na Universidade de 
Lisboa (Portugal) em 2003 e Anped – Sul, em 
2000, entre outros. E, atualmente, cursando 
Doutorado em Educação. 
Sumário
APRESENTAÇÃO ....................................................................7
CAPÍTULO 1
Planejamento inStitucional: 
eSfera Pública e Privada .......................................................... 9
CAPÍTULO 2
Planejamento eStratégico na educação ................................. 27
CAPÍTULO 3
Projeto Político Pedagógico: 
o cérebro e o coração da eScola ......................................... 47
CAPÍTULO 4
avaliação inStitucional ............................................................67
7
APRESENTAÇÃO
Planejamento é uma ação inerente a qualquer ser humano. Planejar é uma 
atividade mestra no seio da educação formal. Esse ato incorporado pela escola 
tende a evitar a improvisação, estabelecer caminhos que possam nortear mais 
apropriadamente a execução da ação educativa e sistematizar o acompanhamento 
e a avaliação da própria ação.
A disciplina que está iniciando tem o propósito de apresentar argumentos 
teóricos e práticos que favoreçam à execução do Planejamento e da Avaliação 
Institucional na escola de maneira dialógica e coletiva buscando com isso, a 
confirmação	da	sua	eficiência	na	condução	do	processo	gestor	e	pedagógico	da	
Instituição de Ensino.
O	primeiro	capítulo	aborda	o	Planejamento	Institucional	de	maneira	sistêmica	
no contexto educacional. Procura apresentar a disciplina, as concepções 
conceituais e alguns elementos de historicidade e os aspectos legais que norteiam 
o Planejamento Institucional no ambiente escolar. Pontua que ao elaborar o 
Planejamento é preciso ter em mente, qual a natureza jurídica da escola. Para 
tanto, é importante conhecer os procedimentos cabíveis que diferenciam o 
Planejamento na Instituição Pública e na Instituição Privada.
O Segundo Capítulo traz um novo olhar sobre o Planejamento Estratégico, 
como um procedimento integrante do Plano de Desenvolvimento da Educação 
- PDE. O Planejamento Estratégico nasceu no berço do mercado produtivo e 
foi trazido para o seio da escola como um rico incremento para se estabelecer 
parâmetros	para	ação	e	alcance	de	objetivos	de	maneira	eficaz.	Por	esse	motivo,	é	
mister que conheçamos os meandros do saber/fazer do Planejamento Estratégico 
e	verificar	a	sua	real	importância	na	linha	diretiva	da	e	na	escola.
 
Com	 as	 informações	 colhidas	 no	 capítulo	 anterior,	 você	 caro	 estudante,	
poderá estabelecer um comparativo, não apenas semântico, mas no real da 
sua prática cotidiana. É com esse intuito que o Terceiro Capítulo apresenta 
aspectos teóricos e de aplicação do Projeto Político-Pedagógico. Oferece 
subsídios norteadores que farão a lembrança do que já foi visto na graduação ser 
compreendido e construído na unidade escolar sob uma motivação maior.
O Quarto Capítulo discute a Avaliação Institucional no âmbito escolar como 
construção da identidade própria da escola. É algo recente, até mesmo no âmbito 
da graduação, e era somente difundida em larga escala na pós-graduação. 
Atenha-se	a	aprofundar	o	assunto,	pois	em	breve,	você	poderá	aplicar	na	escola	
onde atua ou pretende atuar. 
As autoras.
CAPÍTULO 1
Planejamento inStitucional: 
eSfera Pública e Privada
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conceituar	Planejamento	Institucional	e	identificar	os	diferentes	níveis.
 3 Entender a importância do Planejamento Participativo como mecanismo para o 
Planejamento Institucional.
 3 Conhecer alguns elementos de historicidade do Planejamento da Educação no 
Brasil.
 3 Identificar	mecanismos	do	processo	de	produção	do	Planejamento	Institucional.
 3 Definir	Público	e	Privado	e	verificar	o	que	difere	a	aplicação	do	Planejamento	
Institucional na esfera pública e privada.
11
Planejamento InstItucIonal: 
esfera PúblIca e PrIvada
 Capítulo 1 
contextualização
O	capítulo	1	que	você	está	iniciando	tem	como	princípio	básico	desmistificar	
estigmas existentes sobre o ato de planejar. Planejar, ação eminentemente 
política, possui no seu viés condutor as projeções que por ele se expressa. O 
que faz dele um mecanismo de dominação ou de libertação. Depende do olhar 
de	quem	o	elabora.	Seguindo	esse	raciocínio,	você	é	também,	“objeto	e	sujeito”	
deste planejamento por nós elaborado.
 Somos seres eminentemente pensantes. Se não pensarmos a forma 
do nosso planejar, alguém o fará por nós. Nesse caso, seremos objetos 
de ação idealizada por outrem, segundo a ideologia e a visão política 
desse alguém. Percebeu o grau de importância da ação planejada?
O	homem,	o	profissional,	as	instituições,	em	especial	a	instituição	
educacional,	na	busca	de	traçar	os	caminhos	viáveis	para	obter	êxito	
na investida, isto é, no que pretende alcançar, elaboram planejamento. 
As ações pensadas e realizadas estão imbricadas na sua concepção 
e na forma como se dá o planejamento. O resultado do processo 
trilhado	oferece	ao	caminhante	o	panorama	real	do	grau	de	eficiência	
do planejamento elaborado. 
É	oportuno	afirmar	que,	na	esfera	 institucional,	 ainda	persistem	
resistências	em	transpor	para	a	escrita,	o	traçado	real	a	ser	cumprido	pela	escola	
devido à doato de planejar. 
Vasconcellos	(2006,	p.13)	corrobora	com	essa	expressão	“visão	
distorcida” nos dados apresentados referente à uma pesquisa de 
campo;	e,	posteriormente	publicada,	relatando,	que	“O	planejamento	
é uma estruturação inútil. É um papel que permanecerá no arquivo; 
não	é	consultado	e	muito	menos	levado	a	sério.	[...]	fica	só	na	gaveta	
[...]”. Seguindo a mesma ideia Menegolla (2001, p.39) ressaltava que 
“...	planejar	por	planejar	tem	se	tornado	realidade	da	vida	escolar”.	
Todavia, não é por ignorância ou inoperância da ação planejada, que 
encontramos dados como os apresentados anteriormente, mas, por uma questão 
histórica	 da	 visão	 de	 planejamento	 que	 permeia	 a	 formação	 do	 profissional	 da	
educação,	que	vê	no	planejamento,	 apenas,	 um	processo	 formal	 de	expor	 sua	
intenção do saber/ fazer à Instituição Educacional.
O homem, o 
profissional, as 
instituições, em 
especial a instituição 
educacional, na 
busca de traçar os 
caminhos viáveis 
para obter êxito na 
investida, isto é, 
no que pretende 
alcançar, elaboram 
planejamento.
(FREIRE, 1987, 
p. 83-84). 
12
 Planejamento Institucional
No processo da gestão de Instituições, sejam elas públicas ou privadas, o 
planejamento é a ação mor. Por esse motivo, é mister que dialoguemos, por meio 
deste	instrumento	didático,	as	etapas	compostas	pela	definição	do	termo.	Bem	como,	
os	 elementos	 de	 historicidade	 que	 formaram	 a	 ideia	 de	 planejamento	 e	 por	 fim,	
conceber um outro olhar da ação, na ação e sobre a ação de planejamento. Uma vez 
que, vem contribuir para a compreensão do saber-fazer a gestão da/na instituição. 
Então,	 convido	 você	 para	 irmos	 além	 destas	 questões,	 quando	 e	 onde	
traremos	 à	 baila	 instâncias	 públicas	 e	 privadas	 e,	 refletiremos	 a	 respeito	 do	
movimento que envolve o processo, com as intenções e a necessidade de se 
manter ativo no ato de planejar. 
conceituação e definição do 
Planejamento inStitucional na 
eSfera Pública e Privada
Planejamento Institucional é a integração entre planejamento e execução em 
todos os níveis. A escola é a instância de formação e informação sistematizada que 
se aprimorou no discurso falado e escrita das teorias de planejamento e sobre o 
ato de planejar. Todos os setores da instituição educacional devem ser planejados. 
A	direção,	a	supervisão,	os	docentes,	os	estudantes,	enfim,	a	comunidade	escolar	
deve	elaborar	seu	planejamento.	Planejar	para	qualificar	a	escola.	
No Capítulo 4 abordaremos a avaliação e qualidade como 
conceitos indissociáveis do Planejamento Institucional.
Nosso compromisso neste estudo é, inicialmente, debruçarmos na 
mobilização	de	desmistificar	a	ação	de	planejar,	buscando	alguns	conceitos	que	
irão	clarificar	a	ideia	de	planejamento,	por	múltiplos	olhares,	como	os	de	(KANT	
apud,	ZAINKO,	2000,	p.127)	que	nos	convoca	a	refletir	que	“...	todo	conhecimento	
humano começa com intuições, eleva-se até conceitos e termina com ideias”.
Sendo assim, o caminho é construído no caminhar e se quisermos que este 
caminho seja claro, bem traçado, vislumbrando horizontes, precisamos planejar 
a	 nossa	 ação.	Gandin	 (1995,	 p.9)	 reforça	 esta	 expressão	 ao	 afirmar	 que	 “não	
13
Planejamento InstItucIonal: 
esfera PúblIca e PrIvada
 Capítulo 1 
se compreende todo o caminho num grande e único passo: novas estradas se 
abrem	quando	se	persiste	no	caminhar“.	É	por	meio	do	planejamento	persistente	
que se consegue prever com clareza o traçado de nossas ações presentes com 
perspectivas futuras que poderão interferir e/ou criar novas situações, sem perder 
de vista a avaliação das ações já realizadas para recriar sempre novas ações e ou 
reforçar as que apresentaram resultados satisfatórios.
Mas, o que é mesmo planejamento? Vejamos a opinião de alguns autores 
na área:
Planejamento	 “é	 uma	questão	 de	 respeito	 a	 si	 e	 ao	 grupo;	 ao	 não	 nos	
dedicarmos ao planejar, desvalorizamos nossa própria atividade. É também 
uma questão de ética, de responsabilidade por uma tarefa que assumimos e 
nos é delegada socialmente” (VASCONCELLOS, 2006, p. 62).
Planejamento	 “é	 processo	 de	 busca	 de	 equilíbrio	 entre	 meios	 e	 fins,	
entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, 
instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades 
humanas,	em	prazos	determinados	e	etapas	definidas	a	partir	dos	 resultados	
das avaliações” (PADILHA, 2001, p. 30).
Planejamento	“é	um	ato	de	intervenção	técnica	e	política,	seria	essencial	
que	 o	 profissional	 por	 ele	 responsável	 (planejador)	 estivesse	 preparado	 para	
manter	uma	articulação	permanente	a	fim	de	estabelecer	coordenação	entre	a	
esfera técnica, o nível político e o corpo burocrático” (CALAZANS, in KUENZER, 
1996, p.15).
Planejamento	 nada	mais	 é	 do	 que	 “um	modelo	 teórico	 para	
a ação. Propõe-se a organizar o sistema econômico, social ou 
educacional, a partir de certas hipóteses sobre a realidade para 
onde está focada sua intervenção” (GANDIN, 1995, p. 45).
... prever o que se quer alcançar, com que elementos, com 
quais estratégias e para que, buscando uma resposta segura para 
idéias e ideais previstos, através de um questionamento global 
sobre a melhor maneira de concretizarmos o que pretendemos. 
[...]	de	 forma	 integrada	e	 inteirada,	a	fim	de	que	a	canalização	da	
idéia para ação se processe com uma margem mínima de desvios 
(SANT’ANNA, 1998, p.153).
Em	 síntese,	 podemos	 afirmar	 que	 planejar	 é	 refletir	 sobre	 a	
realidade.	É	perceber	as	necessidades,	re-significar	o	trabalho,	buscar	
Planejar é refletir 
sobre a realidade. É 
perceber 
as necessidades, 
resignificar o 
trabalho, buscar 
formas de 
enfrentamento 
e comprometer-
se com a 
transformação da 
prática.(FREIRE, 
1987, p. 83-84). 
14
 Planejamento Institucional
formas de enfrentamento e comprometer-se com a transformação da prática. 
Enfim,	planejar	está	associado	à	ideia	de	preparação,	pensar	a	prática,	organizar	
ideias	e	controle	do	 futuro	a	partir	do	presente,	através	da	 reflexão	sistemática	
sobre a realidade a enfrentar e os objetivos a atingir. Não há mudança sem 
direção; portanto, ao planejar é preciso que se saiba onde se pretende chegar!
Atividade de Estudos: 
1) A partir dos conceitos apresentados elabore um conceito próprio 
de Planejamento. 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
Utilizamos para a Educação Básica Escolar as indicações de Vasconcellos 
(2006, p. 53-54) para a melhor compreensão dos diferentes níveis de planejamento:
 
• Planejamento do Sistema de Educação	 –	 É	 o	 de	 maior	 abrangência,	
correspondendo ao que é feito em estância nacional, estadual ou municipal. 
Incorpora	e	reflete	as	grandes	políticas	educacionais.	Enfrenta	os	problemas	
de atendimento à demanda, alocação e gerenciamento de recursos entre 
outros.
• Planejamento da Escola – Trata-se do Projeto Político-Pedagógico. É um 
plano integral da instituição e compõe-se de Marco Referencial, Diagnóstico 
e Programação; e, envolve as Dimensões Pedagógica, Comunitária e 
Administrativa de escola.
• Planejamento Curricular	 –	 É	 a	 proposta	 geral	 das	 experiências	 de	
aprendizagem que serão oferecidas pela escola, incorporada nos diversos 
componentes curriculares. Para Vasconcellos (id.) é como se fosse a espinha 
dorsal de todas as séries ou ciclos, podendo contemplar os seguintes elementos:
- fundamentação da Disciplina/Área de Estudo;
-	 desafios	Pedagógicos;
15
Planejamento InstItucIonal: 
esfera PúblIca e PrIvada
 Capítulo 1 
- encaminhamentos Metodológicos;
- proposta de Conteúdos;
- processo de Avaliação.
• Planejamento de Ensino-Aprendizagem– É o planejamento mais próximo 
do	professor	 e	da	 sala	de	aula,	 ligado	especificamente	ao	aspecto	didático,	
podendo ser dividido em Projeto/Plano de Curso e Plano de Aula.
Na elaboração dos diferentes níveis do planejamento é importante ressaltar o 
processo coletivo do seu saber/fazer. A participação dos seus pares no contexto 
escolar é o que assegurará o alcance dos objetivos previstos e na resolução de 
problemas. Neste sentido, é pertinente ressaltar que o Planejamento Participativo 
é	uma	ação	dinâmica	e	que	exige	do	gestor	a	eficácia	para	administrar	as	tensões	
que surgirem durante o processo. 
Como se opera o Planejamento Participativo? Observe o que 
alguns autores colocam:
Conforme Dalmás, (1994, p. 12) Planejamento Participativo 
[...] é um processo em que as pessoas realmente participam 
porque	à	elas	são	entregues	não	só	as	decisões	específicas,	
mas os próprios rumos que se deve imprimir a escola. Os 
diversos saberes são valorizados, cada pessoa se sente 
construtora – e realmente o é- de um todo que vai fazendo 
sentido	à	medida	que	a	reflexão	atinge	a	prática	e	esta	vai	se	
esclarecendo a compreensão, e à medida que os resultados 
práticos são alcançados em determinado rumo.
Já para Cornelly (apud PADILHA, 2001, p. 35) Planejamento Participativo,
[...] se constitui num processo político, num contínuo propósito 
coletivo, numa deliberada e amplamente discutida construção 
do futuro da comunidade, na qual participe o maior número 
possível de membros de todas as categorias que a constituem. 
[...] um processo vinculado à decisão da maioria, tomada pela 
maioria, em benefício da maioria.
O Processo do Planejamento Participativo pode ser assim representado:
16
 Planejamento Institucional
A Escola, como instância realizadora do Planejamento Participativo, envolve 
a comunidade onde está inserida num processo de construção social e de 
formação	dos	que	nela	vivenciam	com	a	finalidade	de	transformar	o	meio	em	que	
vive, sendo este querer, uma ação inerente da discussão com a maioria, pela 
maioria e para a maioria. Portanto, é esta a modalidade de planejamento que 
expressa o sentido democrático do fazer coletivo, o ato de pensar a ação e o 
fazer o Planejamento Institucional.
O	Planejamento	Institucional	é	o	“pensar	e	o	discutir”	as	ações	
a serem escritas no plano, que por sua vez engloba o todo da 
instituição e tem na avaliação institucional o feedback dessa ação. 
O	 resultado	 da	 aplicação	 do	 planejamento	 institucional	 reflete	 a	
identidade da instituição.
Assim como todo planejamento, o institucional não é um ato 
neutro, mas sim, carregado de intencionalidade, de caráter político 
e	 ideológico	que	deve	 levar	em	conta	 “as	 condições	do	presente,	 as	
experiências	do	passado,	os	aspectos	contextuais	e	os	pressupostos	
filosófico,	cultural,	econômico	e	político	de	quem	planeja	e	com	quem	
se planeja” (MENEGOLLA et al, 2001, p. 63). E, por isso mesmo, exige 
uma	atividade	engajada,	participativa,	efetiva	e	científica	dos	envolvidos	
no processo de fazer a instituição.
Planejamento Institucional deve estar associado a um tipo de 
gestão	 que	 o	 leve	 para	 a	 realização	 de	 objetivos	 nele	 definidos,	
identificando	os	elementos	facilitadores	e/ou	os	que	impossibilitam	o	alcance	dos	
mesmos, no nível macro da instituição.
Para elaborar o planejamento institucional é necessário coordenar as 
atividades de modo integrado, preparando-se para o inevitável e contar 
com opções frente ao indesejável para controlar o incontrolável, adotando 
procedimentos formalizados, padronizados e sistemáticos.
O Planejamento 
Institucional é o 
“pensar e o discutir” 
as ações a serem 
escritas no plano, 
que por sua vez 
engloba o todo 
da instituição e 
tem na avaliação 
institucional o 
feedback dessa 
ação. O resultado 
da aplicação do 
planejamento 
institucional reflete 
a identidade 
da instituição.
17
Planejamento InstItucIonal: 
esfera PúblIca e PrIvada
 Capítulo 1 
A	seguir,	apresentamos	de	maneira	comparativa,	os	 termos	“planejamento,	
plano	e	programa”,	com	o	intuito	de	facilitar	a	compreensão	entre	os	três	enfoques,	
com base no que nos propõe Libâneo (2001, p. 131):
PLANEJAMENTO PLANO PROGRAMA
- É o processo 
sistematizado de 
previsão de objetivos, 
metas, ações, 
procedimentos como 
forma de racionalização 
da ação.
- É o documento 
mais abrangente que 
resulta do processo de 
planejamento, por sua 
vez subdivididos em 
programas.
- É o documento que 
registra o que se pensa 
fazer, como, quando, com 
que e com quem.
- Explicita linha de 
ações globais que 
permite agrupar as 
decisões por áreas de 
ações semelhantes sob 
o mesmo título. Cada 
programa é detalhado 
em projetos.
- É o processo (é o ato 
de pensar e discutir)
- É o registro do processo 
(é o ato de escrever)
- É a subdivisão do 
registro (é o registro em 
etapas – projetos).
Como vimos, o planejamento como processo, necessita ser consistente para 
o médio e longo prazo. É preciso fazer frente às mudanças no cenário social, 
tecnológico, econômico e político. Tanto que o planejamento só tem sentido se o 
sujeito se coloca numa perspectiva de mudança. 
Pensar a Instituição Educacional e sua função social no contexto do mundo 
contemporâneo,	 impõe-se	um	duplo	desafio:	o	primeiro	se	refere	à	natureza	de	
suas	 relações,	 suas	 dinâmicas	 e	 a	 configurações	 institucionais;	 o	 segundo,	 à	
mudança dos padrões societários, transformações dos patamares e formas de 
interação,	reordenamento	e	redefinição	das	instituições.	
Atividade de Estudos: 
1) Observe no texto a comparação feita, conforme Libâneo, dos 
termos	 “Planejamento,	 Plano	 e	 programa”.	 Depois	 escreva	
exemplificando	o	seu	entendimento.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
18
 Planejamento Institucional
aSPectoS HiStóricoS e legaiS do 
Planejamento da educação no braSil
Iniciamos esta seção mapeando algumas questões sobre o Planejamento da 
Educação no Brasil, quanto aos aspectos históricos e legais, oportunizando a uma 
investigação. Nosso objetivo é discutir o presente. Mas, para chegar ao momento 
atual, faz-se necessário enunciar, mesmo que em breves palavras, a trajetória do 
Planejamento da Educação no Brasil.
A ideia da elaboração de um plano educacional para o Brasil, presente 
no Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, em 1932, foi o que iniciou o 
Planejamento	mais	específico	para	a	educação	que	previa	reformas	profundas,	a	
adesão de conhecimentos necessários à preparação para o trabalho e ao mesmo 
tempo o reforço da escola como instância formadora do cidadão. Esse plano de 
reestruturação educacional se tornou um plano de organização e de administração 
do sistema educacional. 
 
A Educação, até então, vinha sendo prevista nos PDNB (Plano de 
Desenvolvimento Nacional Brasileiro) no tocante ao setor econômico, apenas 
como gasto ou despesa, de saúde, porque a educação estava até 1930 
juntamente com a Pasta da Saúde, e de expansão na oferta de matrícula. Ou 
seja,	não	havia	preocupação	com	o	específico	da	formação	educacional.
 
A Educação Brasileira teve grande avanço com a adesão das principais 
ideias da Carta do Manifesto na Constituição de 1934. Mesmo passando por 
momentos	 políticos	 adversos	 à	 pacificação,	 como	 a	 ocorrência	 do	 “Estado	
Novo”, em que houve a derrocada de algumas conquistas do Manifesto e a 
incorporação de neutralidade no Planejamento Educacional, passando a constar 
somente	como	“adendo”	no	PDNB,	os	educadores	brasileiros	não	cessaram	da	
sua luta em trazer a educação para o palco como ator principal, deixando de ser 
coadjuvante. Foi o que aconteceu com a organização da mais longa produção de 
uma Lei, no Brasil – a Lei 4.024/61. 
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) Nº 4.024/61,de inspiração liberal, é a 
primeira	que	estabelece	exigências	de	formulação	e	implementação	da	educação	
num instrumento planejado. O Plano Nacional de Educação, pautado na LDB, que 
nasceu	em	1962	e	foi	revisado	em	1965,	teve	um	período	efêmero.	Em	janeiro	de	
1967, a LDB é revogada pela Constituição do Governo Militar. E, a partir daí (1964 
a 1985), seguiram os planos, fundados na perspectiva tecnicista.
19
Planejamento InstItucIonal: 
esfera PúblIca e PrIvada
 Capítulo 1 
Entende-se por perspectiva tecnicista a ideologia do trabalho, 
da	 lei	 do	mercado,	 do	 siga	 o	modelo	 e	 da	 ciência	 líquida	 e	 certa,	
pronta e acabada. Ou seja, não se interessa na formação integral do 
cidadão; mas, na sua capacidade de produção mediante o que lhe é 
proposto, sem indagação ou crítica.
Os	militares	ao	tomarem	o	poder,	passaram	a	“ver”	em	cada	professor,	diretor	
de escola ou especialista em educação, um inimigo em potencial, que deveria ser 
mantido sob vigilância rigorosa. Num regime político de contenção, o Planejamento 
passa	a	ser	bandeira	altamente	eficaz	para	o	controle	e	ordenamento	de	todo	o	
sistema educativo.
Nessa	época,	com	o	intuito	de	“planejar	e	promover	o	desenvolvimento”	foram	
promovidos seis planos nacionais de educação, programados com objetivos na 
mesma direção da tecnoestrutura estatal e pelo discurso neutro tecnicista. Isto é, 
sem	ênfase	na	formação	integral	intelectual,	mas	na	pura	formação	de	repetição	
de tarefas. A instalação de atividades curriculares tipo: siga o modelo.
A	função	de	planejamento	descaracterizou-se	ao	longo	dos	anos	de	vigência	
do	regime	militar	e	trouxe	como	consequência	a	perda	de	capacidade	do	Ministério	
da	Educação	de	influir	de	maneira	significativa	nos	rumos	da	educação	nacional.
Com o objetivo de sedimentar o contexto educacional brasileiro, os militares 
organizaram, por meio de tecnocratas americanos, a Reforma Universitária – 
Lei 5.540/68. Observem que esta Lei foi direcionada apenas para a formação 
superior, não inclusa nesta Lei a Educação Básica. O objetivo principal desta Lei 
foi de desmantelar o sistema Universitário Brasileiro, que era forte e coeso, tanto 
no nível estudantil, UNE, como no docente, cátedras. 
 
Somente no ano de 1971 foi promulgada a Lei Nº 5.692 – a 2ª 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que apontava os 
ditames	para	a	Educação	Básica,	que	trazia	no	bojo	da	sua	essência	
a fragmentação exacerbada do ensino fundamental. O currículo não 
mais por área, mas sim, focado nas disciplinas fragmentadas, originado 
pela Lei da Reforma Universitária. A concepção de planejamento no 
interior da escola era o que se recebia pronto, pois esta ação era 
reservada aos planejadores, isto é, pessoas com ocupação exclusiva 
para pensar e planejar a ação. 
A concepção de 
planejamento no 
interior da escola 
era o que se recebia 
pronto, pois esta 
ação era reservada 
aos planejadores, 
isto é, pessoas com 
ocupação exclusiva 
para pensar e 
planejar a ação.
20
 Planejamento Institucional
Nessa ocasião, o permitido era a utilização ‘cega’ do livro didático, a didática 
que previa o planejamento diário do professor e os objetivos que deveriam seguir: 
o comportamento, o critério e as condições. ‘Siga o modelo’ era comando da 
atividade pedagógica. Na administração da escola os especialistas em assuntos 
educacionais assumiram postos de destaque na organização da instituição como 
profissionais	voltados	a	‘dominar’	o	espaço	de	forma	a	manter	o	status	quo.	
A perda da função do Planejamento, por não ser capaz de dar respostas 
satisfatórias	 aos	 desafios	 do	 cotidiano	 educacional,	 reforça	 a	 concepção	
que planejar é orçamentar. A par disso, vemos o predomínio do Ministério do 
Planejamento nas decisões referentes à educação.
A partir da década de 90, percebe-se uma mudança nas reformas educativas 
no Brasil, em âmbito Federal, Estadual e Municipal. Essas reformas estão 
congruentes	com	os	compromissos	assumidos	pelo	Brasil	na	Conferência	Mundial	
de Educação Para Todos, em Jontien, na Tailândia, e na Declaração de Nova 
Delhi de dezembro de 1993, sobre atendimento à demanda de universalização 
do Educação Básica. São proposições que convergem para novas formas de 
gestão	 do	 ensino	 público,	 calcadas	 em	 formas	 mais	 flexíveis,	 participativas	 e	
descentralizadas de administração dos recursos e das responsabilidades.
Nesse contexto, a população é convidada a propor melhorias para a 
educação nacional, por meio do Plano Nacional da Educação – PNE. Devido aos 
acordos do Brasil com o Banco Mundial, FMI (Fundo Monetário Internacional) e 
o BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento), para 
continuar recebendo empréstimos a juros baixos, nasceu a Lei Nº 9.394/96 – LDB. 
Esta veio para, além de expressar a realidade educacional existente, normatizar 
ou legalizar ações que surtirão efeitos no cumprimento do acordo. 
A LDB, 9.394/96, veio abrir possibilidade de elaboração do 
Planejamento Participativo nas Unidades Escolares. Os artigos 
12,13 e 14 evidenciam a obrigatoriedade da escola em efetuar sua 
Proposta Pedagógica ou Projeto Pedagógico – PPP. A partir desta Lei o 
Planejamento Institucional ganhou status de legalidade. Sendo o PPP o 
instrumento legal da escola, elaborado e produzido coletivamente.
Sintetizando:
 
A LDB, 9.394/96, 
veio abrir 
possibilidade de 
elaboração do 
Planejamento 
Participativo 
nas Unidades 
Escolares.
A partir desta Lei 
o Planejamento 
Institucional 
ganhou status de 
legalidade.
21
Planejamento InstItucIonal: 
esfera PúblIca e PrIvada
 Capítulo 1 
 
Na	 historicidade	 do	 Planejamento	 Institucional	 ficaram	 evidentes	 as	 fases	
em que o mesmo foi considerado como manutenção do status quo, instrumento 
de controle e paulatinamente, como meio de mudança para a ação. Observe a 
ideologia dominante da sua execução no âmbito nacional, estadual e escolar e 
verifique	que	somente	a	partir	da	implantação	da	LDB	Nº.	9.394/96	teve	fortemente	
invocado o Planejamento Participativo. Fato que até então, era elaborado por 
grupos estipulados para tanto. É importante que o Planejamento seja visto e 
produzido na dimensão dialógica e participativa.
Atividade de Estudos: 
1)	 Você	percebeu	na	historicidade	do	planejamento	 institucional	as	
dificuldades	que	passou	para	ser	compreendido	numa	dimensão	
dialógica, participativa e de efetivação como meio de se promover 
a mudança. Neste sentido, pensando seu contexto histórico-
educacional, comente como o Planejamento Institucional (PI) é 
visto e formalizado. 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
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22
 Planejamento Institucional
ProceSSo de Produção de 
Planejamento na inStituição Pública 
e Privada
 
Antes de focarmos o Planejamento Institucional na esfera Pública e Privada, 
vamos conhecer alguns elementos do próprio termo: Público e Privado. Será que 
a forma de elaboração do Planejamento é a mesma? O que muda então? Veja a 
seguir.
 
É importante ressaltar que no embate entre o público e o privado, seus 
desdobramentos efetivos vinculam-se às determinações estruturais e conjunturais 
de uma dada realidade sócio-político-cultural. 
Neste	sentido,	os	debates	sobre	a	educação	brasileira	têm	sido	permeados,	
a partir dos anos trinta, pelos confrontos resultantes das disputas político-
ideológicas por hegemonia entre os defensores da escola pública e os defensores 
da escola privada. 
Nessa	perspectiva,	Pinheiro	(2001,	p.	258)	afirma	que:
 
No Brasil, após a década de 30, concomitante ao processo 
de intervenção do Estado na esfera econômica, como 
principal	agente	do	desenvolvimento,	ocorreu	uma	 tendência	
de privatização da esfera pública. Mas o processo de 
interpenetraçãoentre essas esferas caracterizou-se por um 
duplo prejuízo da esfera pública, pois tanto a intervenção do 
Estado na área econômica quanto do setor privado na esfera 
pública favoreceram primordialmente interesses privados e 
não públicos (grifo nosso).
 
As	duas	esferas	assumem,	assim,	conotações	diversificadas,	dependendo	do	
olhar que lhes é lançado. Todavia, enquanto caracterização jurídico-formal, essas 
categorias carregadas de historicidade indicam demarcadores que as 
vinculam à explicitação do regime jurídico. A esse respeito, Pinheiro 
(2001, p.14) registra que: 
Saber se uma atividade é pública ou privada é mera questão 
de indagar do regime jurídico a que se submete. Se o regime 
que a lei lhe atribui é público, a atividade é pública; se o regime 
é de direito privado, privada se reputará a atividade, seja, ou 
não, desenvolvida pelo Estado. Em suma: não é o sujeito da 
atividade, nem a natureza dela que lhe outorgam caráter 
público ou privado; mas o regime a que, por lei, for 
submetida (grifo nosso).
Se o regime que 
a lei lhe atribui é 
público, a atividade 
é pública; se o 
regime é de direito 
privado, privada 
se reputará a 
atividade, seja, ou 
não, desenvolvida 
pelo Estado. 
23
Planejamento InstItucIonal: 
esfera PúblIca e PrIvada
 Capítulo 1 
 Veja que, as expressões indicativas do rótulo privado, são marcadas por 
vinculações ideológicas, tais como, escola privada, particular, livre, confessional, 
não-estatal, leiga, laica e, são enriquecidas por um repertório menos explícito que 
inclui escolas para-estatais, comunitárias, não-governamentais, cooperativas, 
organizações sociais, entre outras.
Que	critérios	são	adotados	para	a	identificação	das	instituições	
educativas? 
Bem, a princípio, a distinção realiza-se com base em aspectos singulares ou 
combinados,	tais	como:	perfil	institucional	do	mantenedor	(propriedade),	natureza	
jurídica,	fonte	principal	de	recursos,	existência	de	contrapartida	financeira	para	o	
benefício que oferecem e assim por diante.
Na	 perspectiva	 jurídico-administrativa,	 o	 público	 identifica-se	
pela manutenção/gestão do poder governamental ou de entidades 
de	direito	público	e	o	privado	pela	gerência	e	propriedade	de	pessoas	
físicas ou jurídicas de direito privado. Todavia, há possibilidade de 
haver uma Instituição privada na Organização Pública, porque não é 
o sujeito da atividade e nem a natureza dela que lhe outorgam caráter 
público ou privado, mas o regime jurídico que está submetido. 
O Público aparece,	amiúde,	colado	ao	sistêmico,	ao	manifesto,	
ao formal, ao generalizável. Ao passo que o Privado, na esteira de sua 
etimologia, é vinculado a certo sentido de privação, ao que se encontra 
afastado ou isolado da sociedade pública e, simultaneamente, ligado 
aos recursos próprios, isto é, ideia de propriedade, ao uso individual e 
doméstico, ao íntimo, ao que não está sujeito à intrusão de outros. Ou 
seja, o privado é reservado para o secreto, o informal, o particular, o 
individual ou o interpessoal, e ainda para o poder oculto.
A multiplicidade de dimensões que atravessa a relação pública 
e privada na área educacional vem assim exigir, cada vez mais, 
a atenção das instituições para que objetivem o foco para o bem 
comum. As questões ideológicas e de valoração, transpostas de forma 
subjetiva no planejamento institucional devem ir ao encontro com o 
coletivo, por meio da participação contínua dos envolvidos no processo 
de fazer o espaço escolar. Portanto, o planejamento institucional na 
esfera pública ou na privada, se distingue pelo seu viés ideológico 
Na perspectiva 
jurídico-
administrativa, o 
público identifica-se 
pela manutenção/
gestão do poder 
governamental 
ou de entidades 
de direito público 
e o privado 
pela gerência e 
propriedade de 
pessoas físicas ou 
jurídicas de 
direito privado.
O planejamento 
institucional na 
esfera pública ou 
na privada, se 
distingue pelo seu 
viés ideológico 
(manutenção ou 
transformação), 
condutor de sua 
missão, ou seja, a 
quem e para quem 
se aplica.
24
 Planejamento Institucional
(manutenção ou transformação), condutor de sua missão, ou seja, a quem e para 
quem se aplica.
algumaS conSideraçõeS
Procuramos, a partir de aportes teóricos/práticos trazer a compreensão do 
tema em questão: Planejamento Institucional na Esfera Pública e Privada. Para 
isto, foi necessário abordar conceitos, história e a legislação pertinente para 
clarificar	este	importante	segmento	deste	Caderno	de	Estudos.
Os aspectos expostos e trabalhados ao longo deste capítulo nos ofereceram 
subsídios para entender que planejar é antever ações futuras de forma ordenada, 
metódica e sistemática. Não é um ato neutro, mas, permeado de intencionalidades 
subjetivas	 e	 ideológicas.	 Influencia	 e	 é	 influenciado	 pela	 conjuntura	 histórica-
política	e	legal.	A	participação	ativa	na	elaboração	do	Planejamento	faz	você	um	
ser na inteireza do fazer, ou seja, ser sujeito no e do processo. Caso contrário, 
passa a ser objeto, passível de dominação, ou ser apenas um reprodutor de 
ações sem a devida conscientização do que está fazendo. Conscientização do 
sentido ideológico da ação.
O Planejamento Institucional é determinante na condução de seu lócus. Dele 
resulta o crescimento ou o fracasso da organização. Nas Instituições das esferas 
Pública e Privada, o Planejamento assume procedimento semelhante. O que 
diverge, no entanto, é a ideologia por ele permeada. Saber se uma atividade é 
pública	ou	privada	é	uma	questão	de	verificar	o	seu	regime	jurídico.	
Lembrar a diferença entre Planejamento, Plano e Programa irá facilitar 
o saber/fazer o Planejamento Institucional. Pontuamos que o 
planejamento é o suporte do seu trabalho, é o ato de pensar a ação, 
sem perder de vista o registro de pensamento, em um Plano. Sem 
ele, perdem-se a linha mestra e os instrumentos para perceber tanto o 
crescimento do grupo, quanto o seu.
A princípio, parece que o planejamento remove o encanto do sonho 
da realidade. Todavia, somente planejando poderemos considerar a 
realidade e dar forma às ideias e aos sonhos. O planejamento possibilita 
que a visão de futuro se torne realizável. Sem ele, estaremos sempre 
partindo do zero. Sonhar é preciso, transformar é possível planejando 
a ação.
No capítulo seguinte abordaremos o Planejamento Estratégico 
e o Planejamento de Desenvolvimento para a Educação - PDE. O 
Planejamento é 
o suporte do seu 
trabalho, é o ato 
de pensar a ação, 
sem perder de 
vista o registro de 
pensamento, em 
um Plano. Sem 
ele, perdem-se a 
linha mestra e os 
instrumentos para 
perceber tanto o 
crescimento do 
grupo, quanto 
o seu.
25
Planejamento InstItucIonal: 
esfera PúblIca e PrIvada
 Capítulo 1 
primeiro, considerado um modelo empresarial, é questionada a sua aplicação nas 
Instituições de Ensino. O PDE é a mais recente ‘novidade’ no contexto educacional 
no século XXI, sendo um dos focos do Plano de Aceleração do Crescimento, na 
Educação, no Governo Lula.
referênciaS
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996.
CALAZANS; KUENZER; GARCIA. Planejamento e educação no Brasil. 3 ed. 
São Paulo, Cortez,1996.
DALMÁS, Ângelo. Planejamento participativo na escola: Elaboração, 
acompanhamento e avaliação. Petrópolis: Vozes, 1994.
GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 
1995. 
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. 3 ed. 
Goiânia, Editora Alternativa, 2001.
MENEGOLLA, Maximiliano; SANT’ANA, Ilza Martins. Por que Planejar? Como 
planejar? – Currículo – Área – Aula. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-
pedagógico da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001. 
PINHEIRO,	M.	F.	O	Público	e	o	Privado	na	Educação:	um	conflito	fora	de	moda.	
In. FÁVERO, O (org).A Educação nas Constituintes Brasileiras. 5 ed. São 
Paulo: Cortez, 2001.
SANT’ANNA, F. M.; ENRICONE, D.; ANDRÉ, L.; TURRA, C. M. Planejamento 
de ensino e avaliação. 11. ed. Porto Alegre: Sagra / DC Luzzatto, 1998. 
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Plano de Ensino-
Aprendizagem e Projeto Educativo. São Paulo: Libertad, 2006.
ZAINKO, Maria Amelia Sabbag. O Planejamento como Instrumento de Gestão 
Educacional:	uma	análise	histórico-filosófica.	In:	Em	Aberto/INEP.	Brasília:	2000.	
v. 17, n. 72, p. 125-40.
CAPÍTULO 2
Planejamento eStratégico 
na educação
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os 
seguintes objetivos de aprendizagem:
 3 Conceituar Estratégia e Planejamento Estratégico.
 3 Conhecer e apresentar as razões para a elaboração do Planejamento 
Estratégico na Educação.
 3 Identificar	os	princípios	que	norteiam	o	Plano	de	Desenvolvimento	da	Educação,	
verificando	a	relação	deste	com	o	Planejamento	Estratégico.
 3 Demonstrar o processo de implementação do PDE e sua aplicabilidade na 
escola.
29
Planejamento estratégico na educação Capítulo 2 
contextualização
No capítulo 1, enfocamos elementos introdutórios do Planejamento 
Institucional com o propósito de situá-lo no panorama global deste Caderno 
de Estudos. Os elementos de historicidade, bem como, os aspectos legais e 
administrativos,	 proporcionaram	 encaminhamentos	 para	 uma	 profícua	 reflexão	
acerca da importância de ser o sujeito no pensar/fazer o planejamento, tanto na 
esfera pública como privada. 
O presente capítulo tem a preocupação de discutir procedimentos de 
planejamento estratégico inerente as Instituições, sejam elas de ensino ou de 
produção material. O título sugere alguns questionamentos, pois não é comum 
aplicar	este	 tipo	de	planejamento	na	escola	básica.	Você	deve	estar	 inquirindo:	
Não é esta uma metodologia empregada nas empresas e, portanto, adequada 
às organizações voltadas para o capital com o intuito do lucro? Então, por que 
adotar o Planejamento Estratégico – PE na escola? 
Nosso intuito é apresentar algumas ideias básicas a respeito da natureza do 
PE de modo a estabelecer um entendimento mais amplo sobre o mesmo, seus 
elementos básicos e etapas, como forma de orientar a sua produção na Instituição 
Educacional. Serão propostas algumas ações no sentido de aproximar o pensar e 
o agir estratégico na escola. Sem essa interação, qualquer esforço desenvolvido 
nessa área se limita a uma programação estratégica com benefícios, nem sempre, 
eficientes	para	a	melhoria	do	desempenho	institucional.
Na realidade, Planejamento Estratégico – PE é mais uma 
ferramenta que a escola possui para projetar ações de maneira 
previsível e mais segura. Este procedimento é sugerido no Plano 
de Desenvolvimento da Escola - PDE instituído na educação no 
Governo Lula dentro do Programa de Aceleração da Economia – PAC 
como	forma	mais	eficiente	de	se	alcançar	os	objetivos	nele	previstos.	
Para tanto, trataremos também, deste tema para o seu entendimento 
e aplicabilidade.
Planejamento eStratégico: 
conceituação, definição e 
relevância
 
A implementação do planejamento estratégico é muito recente no meio 
PE é mais uma 
ferramenta que a 
escola possui para 
projetar ações de 
maneira previsível e 
mais segura.
30
 Planejamento Institucional
escolar. A escola até então, vislumbrava somente o planejamento pedagógico, 
com as questões relacionadas apenas aos aspectos de ensino e aprendizagem. 
Outros enfoques da escola seguiam a reboque neste planejamento, sem muita 
ênfase.	A	autora	Andrade,	(2004,	p.11)	em	consonância	com	o	afirmado,	coloca	
que, atualmente, essa situação mudou em virtude das grandes e contínuas 
transformações	 do	 espaço	 político,	 social,	 técnico,	 científico-informacional,	 que	
passaram	a	exigir	um	novo	modelo	de	escola,	um	novo	perfil	de	diretor-gestor.	
A par disso, a escola também deverá lidar e se preocupar com as questões 
organizacionais, seja ela particular ou privada. 
Adequar	a	escola	para	acompanhar	a	 “metamorfose	ambulante”	do	mundo	
informacional deve ser uma das preocupações primeiras do gestor na condução 
da	 escola.	 Albuquerque	 (2002,	 p.	 35)	 alerta	 que,	 “A	 rapidez	 das	 mudanças	
tecnológicas, a globalização da economia e o acirramento da competição entre 
empresas	 e	 entre	 países	 geram	 impactos	 significativos	 sobre	 a	 gestão	 das	
organizações, levando à necessidade de repensar seus pressupostos 
e modelos”.
Essas mudanças são perceptíveis no nosso entorno devido à 
intensidade	 com	 que	 penetram	 e	 modificam	 o	 modo	 operante	 de	
nossas vidas. Elas interferem de forma incisiva na condução das 
instituições escolares, requerendo procedimentos dinâmicos de gestão 
educacional,	com	vistas	à	flexibilização,	à	contínua	adequação	e	a	lidar	
com o inesperado. Por estes motivos é necessário que conheçamos, 
compreendamos e apliquemos na escola, o Planejamento 
Estratégico. Não como mais um documento, mas, como o documento 
a ser construído pela comunidade escolar.
Planejar estrategicamente possibilita a gestão educacional antever 
dificuldades,	projetar	possíveis	ações	que	visem	ao	sucesso	da	instituição,	
calcular com maior precisão custos, despesas e investimentos, estar 
mais preparado para conviver num ambiente de mudanças rápidas e de 
intensa competição. Para tanto, é imprescindível que o Planejamento 
Estratégico seja materializado nas diversas áreas que compõem estas instituições. 
Ou seja, que o gestor escolar desenvolva ações que viabilizem a integração 
entre o planejamento e sua implantação, entre o planejamento e o pensamento 
estratégico e entre pensamento e ação estratégica. 
Que	estratégias?	O	que	significa	o	termo	estratégia?
 Planejar 
estrategicamente 
possibilita a gestão 
educacional antever 
dificuldades, 
projetar possíveis 
ações que visem 
ao sucesso da 
instituição, calcular 
com maior precisão 
custos, despesas e 
investimentos, estar 
mais preparado 
para conviver 
num ambiente de 
mudanças rápidas 
e de intensa 
competição.
31
Planejamento estratégico na educação Capítulo 2 
O termo estratégia é originário da Grécia. Deriva-se da palavra estratego, 
que	 significa	 general,	 cargo	 de	 um	 comandante	 de	 armada,	 uma	 espécie	 de	
ministro da guerra da antiga Atenas. Segundo Houaiss (2001, p. 1261) estratégia 
é	 “[...]	 a	 arte	 de	 coordenar	 a	 ação	 das	 forças	militares,	 políticas,	 econômica	 e	
morais	simplificadas	na	condução	de	um	conflito	ou	na	preparação	da	defesa	de	
uma nação ou comunidade de nações”.
É um termo que deve ser levado a efeito não somente num campo de guerra, 
com o intuito de derrotar o inimigo; mas, em todo contexto que se necessita 
vencer	 desafios.	 Colombo	 (2004,	 p.18)	 reforça	 que	 este	 “É	 o	 caminho	 ou	 a	
maneira	considerada	adequada	para	alcançar,	de	forma	diferenciada,	os	desafios	
estabelecidos”. Estrategicamente a instituição utiliza seus pontos fortes e fracos, 
existentes e potenciais para que seus objetivos sejam atingidos, levando em conta 
as oportunidades e contexto em que está inserida. Neste sentido, o saber/fazer o 
caminho é um indicativo da possibilidade da chegada. 
Mas, cuidado para não confundir as ações estratégicas com as ações de 
rotina da escola. As Estratégicas	são	as	ações	previstas	com	início,	meio	e	fim,	
voltadas para o objetivo de melhorar o desempenho da escola. E, Rotinas são 
aquelas que realizamos continuadamente na escola, por exemplo, matrícula 
dos	 alunos,	 emissão	 de	 transferências,	 limpeza.	 Pode-se,	 no	 entanto,	 pensar	
estrategicamente um modo de oferecer maior qualidade aos serviços que são 
prestados à escola.
Aliando à compreensão mais elaborada de estratégia, procuramos a seguir, 
apresentar alguns conceitos de Planejamento Estratégico, na tentativa de ampliar 
o entendimento e socializá-lo no cotidiano institucional, onde a escola, frente ao 
panorama volátil que descrevemos anteriormente, não poderáfurtar-se desta 
produtiva	e	eficiente	tarefa.	
Estabelecer parâmetros comparativos entre os conceitos 
apresentados	 por	 alguns	 autores,	 remete-nos	 à	 reflexão	 exata	 do	
saber/fazer, ou seja, o tema em estudo. Partindo deste pressuposto, 
dizemos que não há conceitos certos ou errados, mas, que há 
conceitos que expressam a mesma realidade com uma ótica diferente. 
Na	opinião	de	Luck	 (2000,	p.10),	 “o	planejamento	estratégico	é	
o esforço disciplinado e consistente, destinado a produzir decisões 
fundamentais e ações que guiem a organização escolar, em seu modo 
de ser e de fazer, orientado para resultados com forte visão de futuro.” 
É	possível	observar	neste	conceito	a	ênfase	ao	processo	disciplinador	
do trabalho, a seriedade que a ele deve ser desprendido.
O planejamento 
estratégico é o 
esforço disciplinado 
e consistente, 
destinado a 
produzir decisões 
fundamentais e 
ações que guiem a 
organização escolar, 
em seu modo de ser 
e de fazer, orientado 
para resultados com 
forte visão de futuro. 
32
 Planejamento Institucional
	Colombo	(2004,	p.	17),	considera	“Planejamento	Estratégico	um	importante	
instrumento de gestão que auxilia, consideravelmente, o administrador 
educacional em seu processo decisório na busca de resultados mais efetivos e 
competitivos para a instituição de ensino”. 
Daft, (1999,p.129.) nos oferece um conceito mais amplo e pormenorizado, 
em	que	afirma		que	o	
plano	estratégico	é	um	esquema	que	define	as	atividades	das	
organizações e a elaboração de recursos na forma de capital, 
de pessoal, de espaço e de instalações exigidas para se atingir 
esses alvos. O planejamento estratégico tende a ser de longo 
prazo	e	deve	definir	as	ações	para	os	próximos	dois	a	cinco	
anos. O planejamento é transformar as metas da organização 
em realidade dentro desse período de tempo. 
Conforme sustentam os autores, acima citados, as escolas precisam ser 
administradas estrategicamente para que vislumbrem seus objetivos, estratégias 
e metodologias que devem ser adotadas de acordo com a instituição e suas 
especificidades.	Qualquer	que	seja	a	metodologia	a	ser	empregada,	deve	prever	
ações fortemente sintonizadas com o momento histórico da instituição. 
A metodologia processual do Planejamento Estratégico	servirá	para	identificar	
as	ações	que	irão	garantir	um	potencial	de	excelência	no	desempenho	da	escola.	A	
forma	mais	eficaz	de	se	construir	um	plano	estratégico	é	por	meio	do	Planejamento 
Participativo, conforme já discutimos no 1º. Capítulo, que é o procedimento 
que envolve e agrega sugestões e contribuições dos diversos segmentos da 
comunidade	escolar,	com	definição	clara	de	funções	e	responsabilidades.	
Assim,	 o	 desafio	 inicial	 do	 dirigente	 envolvido	 na	 implantação	 de	 práticas	
inovadoras	 na	 sua	 realidade	 é	 definido	 como	 uma	 visão	 de	 futuro	 integrada	 e	
flexível.	Lembrar	que	o	plano	é	dinâmico	e	que	o	planejamento	estratégico	não	
pode	“engessar”	a	 instituição,	ao	contrário,	deve	prepará-la	para	responder	pro-
ativamente à dinâmica do ambiente e ao sujeito que pretende formar.
O	Planejamento	Estratégico	envolve	uma	reflexão	ampla	e	aprofundada	sobre	
a organização, iniciando pela definição da missão, da visão e de estratégias 
organizacionais,	incluindo	a	definição	de	objetivos,	finalidades,	metas	e	diretrizes	
organizacionais. Ou seja, ao planejar estrategicamente, percebe-se claramente, o 
porquê	e	para	quê	a	instituição	existe,	o	que	ela	faz	e	como	faz.
Ao	definir	a	missão	da	escola,	deve-se	 ter	claro	o	motivo	pelo	qual	ela	 foi	
criada,	 tendo	 presente	 as	 novas	 exigências	 do	mundo	 atual;	 e,	 se	 questionar:	
Quem somos nós? O que fazemos? E por que fazemos o que fazemos? Estas 
três	questões	auxiliarão	na	 identificação	real	da	escola,	a	missão;	que	 funciona	
como	uma	espécie	de	“pano	de	fundo”	da	instituição.	
O planejamento 
estratégico tende 
a ser de longo 
prazo e deve definir 
as ações para os 
próximos dois a 
cinco anos.
33
Planejamento estratégico na educação Capítulo 2 
A	visão,	outro	aspecto	importante	a	identificar,	é	composta	pelo	modo	como	
a	 instituição/escola	se	projeta,	como	se	vê,	estabelecendo	uma	análise	 interna.	
Sem perder de vista a oportunidade, analisando as situações favoráveis e 
desfavoráveis, deve-se elaborar uma análise externa.
 
Toda	a	instituição	de	ensino	precisa	ter	bem	clara	a	sua	filosofia,	composta	
pela missão e a visão, cujos princípios e valores devem estar internalizados 
por todos que fazem parte do processo educativo. O sucesso ou o fracasso da 
instituição de ensino está muito ligado ao que ela acredita e naquilo que transmite 
para a comunidade.
fundamentoS teóricoS e PráticoS 
do Planejamento eStratégico 
como ferramenta Para geStão da 
educação inStitucional
Historicamente, a construção de Planejamento Estratégico é recente. Passou 
a ser assimilado e utilizado nas empresas comerciais e industriais a partir de 1950 
e mais tarde por outros tipos de organizações, como as de educação superior. 
Atribuíam	 os	 problemas	 de	 administração	 à	 ausência	 de	 um	 instrumento	 que	
fosse capaz de antever problemas e de propor possíveis soluções para enfrentar 
e	vencer	os	desafios.	
 
A partir dessa necessidade, que foi concebido o Planejamento Estratégico, 
como um processo pelo qual uma coletividade estabelece uma opção e um 
compromisso	por	transformar	uma	dada	realidade.	Tornando-a	mais	significativa	
pela adoção de novas formas de agir e o de largo alcance. Sua efetivação, 
entretanto, deve estar assentada na metodologia participativa delineada na 
literatura sobre planejamento participativo. É no nível estratégico que as questões 
operacionais	 ganham	 significado.	 Se	 os	 planejamentos	 são	 feitos	 de	 modo	
participativo, assegura-se a compreensão e o comprometimento das pessoas. 
34
 Planejamento Institucional
Considerando que o planejamento e os seus modelos devem ser 
específicos	 de	 cada	 escola,	 expomos	 a	 seguir	 algumas	 etapas	 que	 podem	
ser adaptadas conforme a realidade da escola pública ou privada. O primeiro 
passo é o diagnóstico. Esta	etapa	oferece	subsídios	necessários	para	verificar	
como	 está	 a	 instituição.	 É	 a	 reflexão	 inicial.	 Com	 base	 nas	 indicações	 de	
Colombo, (2004) discutiremos detalhadamente esse processo de elaboração 
do Planejamento Estratégico que se constitui dos seguintes momentos: 
Diagnóstico Estratégico, Estratégia – foco e posicionamento, Desdobramento 
e Ativação. 
a) Diagnóstico Estratégico
O diagnóstico estratégico é o primeiro passo do processo de planejamento 
e através dele que a organização irá obter informações que direcionará todo o 
trabalho. O diagnostico estratégico divide-se em dois momentos: o de fundamentos 
e o de análise e alinhamento. 
Os Fundamentos do Planejamento estratégico são:
• Negócio: Negócios consistem no conhecimento profundo dos pontos fortes da 
base competitiva da escola e no entendimento do principal benefício esperado. 
• Missão: É o norte. É a razão de ser da instituição de ensino no seu negócio. 
É um forte componente para a estruturação do planejamento estratégico, 
servindo de alicerce para o seu desenvolvimento. 
• Princípios: Pode–se dizer que constituem a carta magna da instituição. São 
os compromissos assumidos pela instituição de ensino e servem de base para 
as estratégias, ações e decisões. Somente serão válidos se forem adotados 
e praticados por todos, portanto, devem ser concisos e simples. Exemplos: 
Compromisso com a qualidade. Responsabilidade social. Ética em todas 
as ações.
 
Fazem parte dos fundamentos da análise e alinhamento os seguintes 
aspectos:
• Análise do ambiente: São visões consistentes do que poderá ser o amanhã. 
Não devem ser conclusivas, pois não são fatos, apenas instrumentos de 
diagnóstico.	 É	 o	 processo	 de	 identificação	 de	 oportunidades,	 ameaças,	
forças e fraquezas que afetam a organização no cumprimento da sua missão. 
Este	processo	deve	observar	 trêsmomentos:	os	 fatores	 internos,	os	 fatores	
externos,	a	concorrência	e	a	quem	serve.
35
Planejamento estratégico na educação Capítulo 2 
• Competências competitivas:	 “Competência	 não	 é	 um	 estado,	 e	 sim	 um	
processo	de	transformação	e	de	refinamento	contínuo”	(COLOMBO	2004,	p,	
24). Consiste na mobilização do saber/fazer/ser/querer. A inovação deve ser 
o	valor	máximo	e	envolver	uma	profunda	competência	da	instituição	de	ensino.	
• Alinhamento: Todos os dados adquiridos nos fundamentos e na análise, não 
podem ser considerados isoladamente, devem ser conectados formando um 
conjunto de aspectos que nortearão a composição da estratégia.
Se	você	deseja	saber	mais	sobre	estratégias,	indicamos	o	livro:	
CLAVEL, J. A Arte da Guerra: Sun Tzu. Rio de Janeiro: Record, 
2000.
“Se	conhecemos	o	inimigo	(ambiente	externo)	e	a	nós	mesmos	
(ambiente interno), não precisamos temer o resultado de uma 
centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, 
para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos 
nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas” (Sun Tzu).
b) Estratégia: foco e posicionamento
A importância da estratégia está diretamente alinhada ao foco e 
posicionamento, que são: visão, perspectivas equilibradas, objetivos, indicadores, 
metas e estratégias competitivas.
• Visão: É projetada de maneira coletiva e deve representar a aspiração maior 
da	instituição,	por	exemplo:	Ser	referencial	de	excelência	na	educação	infantil;	
Tornar-se a maior instituição de ensino na Região; ou ainda, Ser uma escola 
presente,	 auto-sustentável,	 referência	 para	 as	 demais	 escolas,	 contribuindo	
para a formação de pessoas íntegras, competentes e socialmente respeitáveis. 
• Perspectivas equilibradas. Formam o direcionamento e o foco de atenção. 
São cinco as perspectivas:
- Financeira: O Planejamento estratégico e o orçamento anual devem 
caminhar	juntos,	pois	cada	instituição	encontra-se	numa	base	financeira	
36
 Planejamento Institucional
específica	 e	 os	 objetivos	 futuros	 não	 podem	 perder	 isto	 de	 vista. 
- Cliente e mercado:	Identificação	do	público-alvo	da	escola	é	altamente	
relevante para se estabelecerem estratégias seguras. É recomendada a 
utilização de pesquisas para saber o que o cliente e o mercado esperam 
para tomar decisões precisas e resultados mais efetivos.
- Processos internos: Cabe ao gestor educacional analisar em quais 
processos	 críticos	 deve	 buscar	 alcançar	 e	 manter	 a	 excelência	 para	
se	 destacar	 perante	 o	 mercado.	 Cabe	 fazer	 questionamentos,	 definir	
e mapear toda a cadeia de valores da instituição de ensino. Deve 
concentrar-se	em	seus	pontos	fortes,	não	ignorar	suas	deficiências,	mas	
sim,	potencializar	as	competências.
- Tecnológica:	 O	 gestor	 deve	 estar	 atento	 a	 todas	 as	 tendências	
e	 inovações	 tecnológicas,	 pois	 é	 um	 diferencial	 na	 concorrência.	
É relevante o gestor considerar: Qual é a vida útil dos diversos 
equipamentos em uso na instituição? Os profissionais da educação 
e da administração estão capacitados? Precisarão de novas 
qualificações?
- Aprendizado e crescimento: A instituição de ensino deveria ser como 
uma empresa, um modelo de aprendizagem para toda a comunidade. É 
importante incluir nos objetivos, ações como investimentos e reciclagem 
da	equipe	acadêmica.
• Objetivos Estratégicos:	Os	objetivos	devem	constituir	um	desafio,	portanto,	
é	recomendável	apresentarem	certo	nível	de	dificuldade	e	de	exigência.	Não	
podem	ser	inatingíveis,	pois	causaria	frustração	aos	profissionais	envolvidos.	
Outro aspecto a ser considerado é com relação ao custo para a concretização 
dos objetivos, e analisar a proporcionalidade perante o benefício a ser obtido. 
Os objetivos precisam ser priorizados; pois, orientam o processo decisório.
• Indicadores: Os indicadores servem de estímulo e mobilização para as mudanças. 
Não se devem criar muitos indicadores, apenas aqueles mais relevantes para a 
escola. É melhor ter poucos indicadores, mas que agregam valor à estratégia, a 
ter muitos, perdendo-se um precioso tempo na coleta de dados. 
- Indicadores Operacionais: comuns em rotinas, como por exemplo: 
número de horas de capitação; quantidade de professores com 
especialização, mestrado; Índice de acidente de trabalho, de falta, 
entre outros.
- Indicadores de Resultados: direcionados para o desempenho global 
37
Planejamento estratégico na educação Capítulo 2 
da organização. Exemplo: Índice de aumento do número de alunos; 
índice de evasão; lucratividade; índice de satisfação dos clientes. 
• Metas:	A	 quantificação	 do	 que	 deve	 ser	 alcançado	 em	 determinado	 prazo.	
As metas podem ser de curto, médio ou longo prazo para os indicadores, os 
gestores educacionais projetam o que vai ser alcançado e quando (limite), bem 
como, assumem o compromisso e reiteram a responsabilidade de alcançar a 
visão estabelecida pela organização.
• Estratégias Competitivas: Abrange a análise do que fazer e também do que 
não fazer para alcançar os objetivos. Para cada estratégia é interessante 
considerar	sua	possível	eficácia	nos	cenários	que	foram	levantados	na	etapa	
de análise de ambiente. O gestor educacional, ao fazer escolhas estratégicas, 
deve	 considerar	 o	 impacto	 e	 as	 consequências	 que	 elas	 trarão	 ao	 próprio	
segmento	educacional,	a	longo	prazo.	É	necessário	verificar	se	as	estratégias	
estão sintonizadas com a visão de futuro. Lembre-se que a estratégia não deve 
ser considerada como único fator determinante para o sucesso ou fracasso da 
instituição de ensino.
c) Desdobramento e ativação
Outro aspecto importante na gestão escolar é o desdobramento e ativação, 
em	que	são	apresentados	o	plano	de	ação,	a	consistência	e	aprovação,	divulgação	
e implementação.
• Plano de ação:	 Segundo	 Colombo	 (2004,	 p.33),	 os	 planos	 de	 ação	 “[...]	
prevêem	 atividades	 programadas	 contendo	 o	 detalhamento	 de	 como	
deverá ser realizada e concretizada a estratégia para atingir o objetivo. É o 
desdobramento da estratégia para as diversas áreas da empresa a curto, 
médio e longo prazo”. Cabe ao gestor educacional determinar as áreas de 
ação	e	as	respectivas	equipes	prevenindo	possíveis	conflitos	interpessoais.
• Consistência e aprovação: Geralmente é nesta etapa, após a elaboração 
dos	 planos	 de	 ação	 e	 a	 verificação	 da	 consistência,	 que	 se	 providencia	 a	
documentação para a devida homologação.
• Divulgação: Os objetivos a serem alcançados precisam ser comunicados 
a todos o membros da equipe para que a estratégia da escola seja bem 
sucedida.
• Implementação: A estratégia precisa ser posta em prática. São várias as 
barreiras que as instituições de ensino encontram ao direcionar seus esforços 
38
 Planejamento Institucional
para colocar em prática o que foi desejado. Exemplos: falta de clareza 
e	entendimento	dos	profissionais	quanto	à	visão;	desperdício	de	tempo	
ao	 realizar	 ações	 ineficazes.	 É	 preciso	 motivar	 a	 equipe	 e	 deixar	
muito claro o que se deseja. Para diminuir as barreiras e superar os 
obstáculos é preciso preservar o foco e a determinação. Com o foco 
obtém-se a atenção centrada nos objetivos; com a determinação, surge 
a	energia,	manifestada	no	vigor,	no	compromisso	do	profissional.
d) Controle
Na gestão escolar é necessário um controle sistemático, acompanhando 
e participando ativamente no desenvolvimento dos trabalhos, realizando 
comparações entre situações alcançadas e previstas para assegurar-se de forma 
mais efetiva o desempenho a ser alcançado.
e) Aprendizado
Ao melhorar o processo ou inovar a sistemática de se fazer bem feito, os 
gestores	levarão	a	instituição	a	patamares	superiores	de	excelência,	permitindo,	
com isso, conduzi-la à liderança de mercado. 
Sobre a Gestão da Qualidade leia:
COLOMBO, Paulo Heitor. Gestão da Qualidade no Sistema 
Instituição de Ensino. In: COLOMBO, Sônia Simões. Gestão 
educacional: uma nova visão. Porto Alegre:Artmed, 2004, Capítulo 
3, p. 51-66.
Com o foco 
obtém-se a atenção 
centrada nos 
objetivos; com 
a determinação, 
surge a energia, 
manifestada 
no vigor, no 
compromisso do 
profissional.
39
Planejamento estratégico na educação Capítulo 2 
Atividades de Estudos: 
1) Escreva a Missão, a visão, e os princípios da escola em que 
trabalha ou ainda, de uma escola que já trabalhou, ou que 
conhece. 
 
 a) MISSÃO: __________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 b) VISÃO: ____________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 c) PRINCÍPIOS: _______________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
2)	 Para	 a	 escola	 permanecer	 “viva”	 é	 necessário	 se	 adaptar	 às	
regras do jogo do momento, com respostas cada vez mais 
rápidas,	eficazes	e	flexibilizar-se	para	a	mudança.	Neste	sentido,	
comente	o	que	afirmou	Tito	Lívio,	cônsul	romano:	“Em	tempo	de	
emergência	e	dificuldade,	o	plano	mais	ousado	é	sempre	o	mais	
seguro”.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
40
 Planejamento Institucional
PDE é uma ação 
governamental 
composto de 
diretrizes que as 
instituições de 
ensino básico e 
superior, deverão 
estar em sintonia 
por meio de um 
processo gerencial 
que resultará na 
construção do 
Planejamento 
estratégico.
A	fim	de	se	planejar	estrategicamente,	é	preciso	 levar	em	consideração	os	
seus elementos e suas etapas, que delineamos no decorrer desta seção. A seguir, 
apresentaremos o Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE do FUNDESCOLA, 
que explicita também, as etapas e orienta o seu processo de elaboração. 
Plano de deSenvolvimento da eScola 
- Pde 
O Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE faz parte do Programa de 
Aceleração de Crescimento – PAC. É um Programa do Governo Federal Brasileiro 
lançado em 28 de janeiro de 2007, que engloba um conjunto de políticas 
econômicas planejadas para os quatro anos seguintes. Tem como objetivo 
acelerar o crescimento econômico do Brasil, prevendo investimentos de 503 
bilhões de reais até 2010, sendo uma de suas prioridades a infra-estrutura, como 
portos e rodovias.
Mas o que é o PDE? Qual a sua relação com a escola?
O	PDE	é	um	plano	voltado	para	a	educação,	também	conhecido	como	“PAC	
da Educação”. Tem como objetivos a qualidade e universalização. Qualidade no 
tocante à elevação do nível de escolaridade da população, à melhoria da qualidade 
do ensino em todos os níveis, à democratização da gestão do ensino público, 
à	 valorização	 dos	 profissionais	 da	 educação,	 desenvolvimento	 de	 sistemas	 de	
informação e da avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino. E, a 
universalização visa à redução das desigualdades sociais e regionais no tocante 
ao	 acesso	 e	 à	 permanência,	 com	 sucesso,	 na	 educação	 pública	 na	 Educação	
Básica e Superior. 
É	importante	que	fique	bem	claro,	o	Plano	de	Desenvolvimento	da	
Educação – PDE é uma ação governamental composto de diretrizes 
que as instituições de ensino básico e superior, deverão estar em 
sintonia por meio de um processo gerencial que resultará na construção 
do Planejamento estratégico.
 
O PDE, como Processo de gestão, passa a ser o resultado do 
trabalho da comunidade escolar; pois, encontra no seu ambiente as 
informações necessárias à tomada de decisão, a respeitar as propostas 
da escola e ser instrumento para a gestão democrática. 
Os Princípios que fundamentam o PDE são:
 - liderança efetiva do Diretor;
41
Planejamento estratégico na educação Capítulo 2 
- trabalho em equipe;
 
- decisões com base em fatos e dados;
 
- capacitação da equipe para trabalhar com a metodologia;
 
- suporte técnico da Secretaria;
 
-	 transferência	de	recursos	financeiros	para	as	escolas.
Um dos grandes objetivos do Ministério da Educação, com 
relação ao PDE, é de mostrar à sociedade o que se passa dentro e 
fora da escola e realizar uma ampla prestação de contas. É importante 
a participação da sociedade nesse processo, tanto no planejameto 
com a gestão da escola, como no controle e avaliação das ações do 
governo nessas iniciativas do MEC. O Compromisso de Todos pela 
Educação deu o impulso a essa ampla mobilização social. 
 
O PDE é um instrumento guia para a gestão. Auxilia a escola 
na implantação ou revisão do seu Projeto Político Pedagógico, 
Planejamento Estratégico, na organização de seus Conselhos e 
no	 planejamento	 da	 formação	 continuada	 dos	 profissionais	 da	 e	 na	
escola. Para a elaboração e execução do PDE é necessário um grupo 
de sistematização, responsável pela organização das discussões, o 
Conselho Escolar e uma Equipe interna da escola.
Etapas de Implementação do PDE: 
Figura 1 – Etapas de Implementação do PDE
 
	 Fonte:	BRASIL.	FNDE-DIPRO	–	Diretoria	de	Assistência	
a Programas Especiais-Fundescola (2009).
 O PDE é um 
instrumento guia 
para a gestão. 
Auxilia a escola 
na implantação 
ou revisão do seu 
Projeto Político 
Pedagógico, 
Planejamento 
Estratégico, na 
organização de 
seus Conselhos e 
no planejamento da 
formação continuada 
dos profissionais da 
e na escola.
42
 Planejamento Institucional
Sobre as etapas de implementação do PDE, a preparação 
é o primeiro momento. Esta etapa compreende o conhecimento 
do processo de elaboração e a mobilização para a ação. Grande 
parte das informações necessárias está disposta no Projeto Político 
Pedagógico – PPP e no Planejamento Estratégico da Escola. A 
partir	 daí,	 seguem-se	 as	 etapas	 conforme	 sequência	 cronológica	
elencada	na	figura	anterior.	Observe	que	é	um	processo	circular	de	
retroalimentaçao, que ao concluir o ciclo, retorna ao processo inicial.
Para	 possibilitar	 aos	 profissionais	 da	 educação	 um	 contato	
mais direto com o PDE, foi disponibilizado quites para as escolas 
compostos de 02 manuais do PDE, 01 manual de orientação 
financeira,	01	caderno	de	estudo	de	caso,	01	DVD	instrucional	e	um	
folder.	Verifique	na	escola	este	material	e	tome	conhecimento	do	todo	
para ampliar sua compreensão.
O PDE serve como referencial maior da unidade escolar. Nele está contido 
o conjunto das ações da escola, incluindo o Projeto Político Pedagógico e o 
cálculo	 dos	 recursos	 financeiros	 necessários	 ao	 desenvolvimento	 do	 plano.	
É um processo coordenado pela direçao da escola e conta com 
a	 participaçao	 dos	 profissionais	 que	 atuam	 no	 estabelecimento,	 a	
critério do gestor. A consolidação dos diversos PDEs por delegacias 
regionais de ensino e regiões socioeconômicas dos estados constitui a 
principal base do planejamento estratégico plurianual e do orçamento 
do programa anual das secretarias de educação. O PDE é elaborado 
para um período de cinco anos e aprovado pelo colegiado escolar. 
Este Colegiado deve ser composto pela representatividade do grupo 
de professores, alunos, funcionários, direção, especialistas, técnicos 
e pais.
Para a concretizaçãode muitas medidas do PDE, as escolas 
necessitam	identificar	as	metas	e		ações	que	a	viabilizarão,	indicando	
para cada ação os recursos necessários para a sua execução. Ou seja, 
o	agente	ou	a	 linha	de	crédito	de	que	a	escola	dispõe	para	financiar	
a execução da ação. As metas e ações selecionadas poderão ser 
A consolidação 
dos diversos PDEs 
por delegacias 
regionais de 
ensino e regiões 
socioeconômicas 
dos estados 
constitui a 
principal base 
do planejamento 
estratégico 
plurianual e do 
orçamento do 
programa anual das 
secretarias 
de educação.
43
Planejamento estratégico na educação Capítulo 2 
financiadas	 com	 os	 recursos	 do	 MEC/FNDE.	 	 Mas,	 para	 os	 recursos	 serem	
liberados, faz-se necessário, que os Planos de Aplicação sejam aprovados pelo 
Conselho	Escolar	e	Secretaria;	e,	os	municípios	têm	de	ter	aderido	ao	Programa	
de Dinheiro Direto na Escola – PDDE e estarem cadastrados no Sistema de 
Assistência	à	Educação	-	SAE.	Ações	pedagógicas,	de	gestão	e	de	infra-estrutura,	
propostas	no	PDE,	podem	ser	financiadas	com	recursos	do	MEC/FNDE.
Este	aporte	nos	faz	refletir	sobre	um	importante	segmento	da	escola,	que	fica	
a	mercê	da	vontade	política	dos	governantes,	principalmente	nas	escolas		públicas,	
para que haja cursos de aperfeiçoamento de formação continuada. É possível 
planejar para realizar na escola onde atua, juntamente com outras mais próximas, 
um	curso	para	sanar	deficiências	constatadas	nos	planejamentos	 realizados	na	
escola	–	PPP,	PDE	ou	PE	financiados	com	verbas	federais.	Conheça	de	perto	o	
PDE/Escola	que	está	no	seu	local	de	trabalho	e	“mãos	à	obra”.
É imprescindível, neste momento, que a instituição de ensino tenha 
conhecimento e discuta todas as medidas e ações estabelecidas pelo PDE para 
que ela seja, não apenas objeto, mas, sujeito e agente da mudança. Lançado 
há pouco mais de um ano, o Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE 
impressiona pelos números. É composto de mais de 50 programas, o que torna 
difícil resumir neste capítulo.
Para saber mais sobre o PDE, acesse:
http://portal.mec.gov.br/
http://campconsultoria.com.br/forumcamp/downloads/Forum_Gestao/
CGE%20-%20Estudo%20Dirigido%206/pde_escola-recorte.pdf
Dentre todas as medidas adotadas pelo PDE citamos aqui algumas:
 - PROVA BRASIL.
 
- Programa Mais Educação.
 
- Novo censo escolar (educacenso).
 
- Olimpíada Brasileira da Língua Portuguesa.
 
- Programa caminho da escola.
44
 Planejamento Institucional
 - Provinha Brasil.
 
- Programa Olhar Brasil.
 
- Unidade de professor-equivalente.
 
- Coleção sobre a obra de educadores.
 
- Programa Incluir.
 
- Laboratório de Informática para todas as escolas públicas.
 
-	 Pl		619-	Piso	salarial	para	profissionais	do	Magistério.
 
- Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB).
 
- Programa Saúde da Família.
 
- Pl Lei do Estágio.
 
- Brasil Alfabetizado.
Atividade de Estudos: 
1) Após a leitura deste capítulo, questionamos: quais suas conclusões 
sobre o PDE? Qual sua importância para o desenvolvimento da 
educação? Qual a possibilidade de ser elaborado, na escola, os 
seus	objetivos?	Enfim,	exponha	sua	opinião	com	base	crítica	de	
quem possui conhecimento do assunto.
 ____________________________________________________
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 ____________________________________________________
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45
Planejamento estratégico na educação Capítulo 2 
algumaS conSideraçõeS
Este capítulo abordou enfoques pertinentes ao atual momento em que 
vivemos.	 Período	 de	 turbulência	 devido	 à	 velocidade	 que	 recebemos	 novas	
informações,	 a	 mutação	 de	 procedimentos	 e	 a	 urgência	 do	 que	 fazemos	 nos	
atropelam	provocando,	muitas	vezes,	danos	irreparáveis.	Parece	catastrófica	esta	
conclusão, no entanto, a escrita não tem esta intenção. E sim, de reconhecer no 
Planejamento Estratégico o grande parceiro para conquistarmos o sucesso da 
Instituição Educacional. 
Porém, para que o Planejamento Estratégico produza resultados concretos 
é necessário que haja a integração entre as ações de formulação e as de 
implementação. Prever um plano de ação que inclua o que, o como, o quando 
será realizado e quem dinamizará o processo, o estabelecimento dos prazos de 
execução,	 com	 as	 respectivas	 implicações	 financeiras	 da	 implementação	 e	 a	
definição	de	indicadores,	que	permitirão	o	devido	acompanhamento	e	avaliação.	
Sem esta integração, torna-se difícil a Instituição conviver num ambiente 
competitivo e dinâmico e, ao mesmo tempo, cumprir a missão institucional.
O	ponto	de	partida,	para	uma	mudança	sólida,	é	o	“querer”	do	corpo	diretivo.	
Que, por sua vez, promoverá o engajamento de todos os integrantes da instituição. 
Em última análise, são as pessoas que irão garantir o sucesso da implementação 
de	 novas	 propostas	 e,	 com	 isto,	 a	 permanência	 da	 instituição	 no	 sistema	 e	 o	
devido cumprimento de seu papel na sociedade.
O planejamento estratégico deverá ser paulatinamente, introjetado e 
absorvido	 na	 vida	 das	 escolas.	 Mesmo	 os	 que	 demonstram	 resistência	 na	
aceitabilidade	 do	 PDE,	 confessam	 que	 as	 suas	 exigências	 e	 seu	 controle	
de execução, impostos pela secretaria de educação, fez com que ele fosse 
internalizado pelos gestores das unidades escolares. O PDE conseguiu seu 
intento, que foi introduzir nas escolas brasileiras as práticas do planejamento 
estratégico. Mesmo sendo concebido por instâncias externas à escola (Banco 
Mundial/Fundescola), sem a participação da mesma, o PDE implementou um 
novo modo de ser e de agir na gestão e na organização escolar. 
O PDE, de forma geral, é a trajetória que a escola, com seus mecanismos 
de participação e envolvimento, traça para si mesma, tendo por base a avaliação 
de	sua	 identidade.	O	plano	 tem	por	base	as	finalidades	da	escola,	a	avaliação	
do	 aprendizado	 dos	 alunos,	 suas	 finalidades	 e	 as	 expectativas	 e	 consenso	 da	
comunidade escolar. É uma das formas de a escola exercer sua autonomia. É 
também, o instrumento que credencia todas as demandas da escola referentes à 
sua gestão pedagógica, aos seus recursos humanos, à sua infra-estrutura e aos 
seus	recursos	materiais.	Define	a	situação	em	que	a	escola	deseja	estar	ao	final	
de	 cinco	 anos,	 em	 termos	 de	 eficiência	 e	 rendimento	 dos	 alunos,	 do	 processo	
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 Planejamento Institucional
de ensino-aprendizagem a ser utilizado, das melhorias a serem 
introduzidas na infra-estrutura, dos serviços de apoio aos alunos, e dos 
processos	administrativos	e	financeiros.
As mudanças na educação não acontecem apenas por obra 
de Decretos, mas principalmente, pelo conhecimento e discussão 
do que está sendo oferecido e pelo poder de intervir e interagir no 
seio da Instituição Educacional, por meio do Planejamento de suas 
Ações, conquistando sua autonomia. Acreditamos ser a educação 
“chave	mestre”	da	construção	de	uma	sociedade	mais	solidária,	mais	
organizada,	mais	justa,	e	com	a	consciência	de	seus	direitos	e	deveres.	
No capítulo seguinte, abordaremos outra importante modalidade 
de Planejamento: Projeto Político Pedagógico. Estabeleceremos uma 
relação	reflexiva	entre	os	objetivos,	elaboração,	princípios	que	norteiam	
o Projeto Político Pedagógico - PPP e o que acabamos de apresentar 
neste capítulo sobre o PDE. 
referênciaS 
ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão de. A Gestão Estratégica de Pessoas. In: 
FLEURY, Maria Tereza Leme (Org.). As Pessoas na Organização. São Paulo: 
Gente, 2002.
ANDRADE, Rosamari Calaes (Org.). Introdução: gestão da escola.

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