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Teoria Econômica Efeitos das políticas monetária e fiscal sobre a demanda agregada Introdução De que maneira os instrumentos das políticas monetária e fiscal do governo influenciam a posição da curva de demanda agregada. A política monetária (a oferta de moeda estabelecida pelo banco central) A política fiscal (os níveis de gastos do governo e a tributação estabelecidos pelo presidente e pelo Congresso). Como esses instrumentos de política econômica podem deslocar a curva de demanda agregada e, ao fazê‐lo, afetar as variáveis macroeconômicas no curto prazo? Introdução São muitos os fatores que influenciam a demanda agregada, além das políticas monetária e fiscal. Mais especificamente, a despesa desejada pelas famílias e empresas determina a demanda global por bens e serviços. Quando muda a despesa desejada, a demanda agregada se desloca. Se os formuladores de políticas econômicas deixarem de reagir, esses deslocamentos na demanda agregada causarão flutuações de curto prazo na produção e no emprego. Introdução Na aula de hoje discutiremos a teoria por trás dessas medidas de política econômica e algumas das dificuldades que surgem quando se tenta colocá‐las em prática no mundo real. COMO A POLÍTICA MONETÁRIA INFLUENCIA A DEMANDA AGREGADA? Política Monetária A curva de demanda agregada mostra a quantidade total de bens e serviços demandada na economia para qualquer nível de preços. Demanda Agregada negativamente Inclinada: Riqueza; Taxa de Juros; e Taxa de Câmbio Política Monetária O EFEITO RIQUEZA Um nível de preços menor eleva o valor real das disponibilidades monetárias pelas famílias, que compõem parte de sua riqueza. Maior riqueza estimula as despesas de consumo e, portanto, aumenta a quantidade demandada de bens e serviços. Política Monetária O EFEITO TAXA DE JUROS Um nível de preços menor reduz a taxa de juros na medida em que as pessoas tentam emprestar seu excesso de moeda; A taxa de juros menor estimula os dispêndios de investimento; e Aumenta a quantidade demandada de bens e serviços. Política Monetária O EFEITO TAXA DE CÂMBIO Um nível de preços menor reduz a taxa de juros, os investidores transferem parte de seus fundos para o exterior em busca de maiores retornos; Um movimento de fundos que provoca a queda do valor real da moeda interna no mercado de câmbio. Os bens internos se tornam mais baratos em relação aos externos. Essa mudança na taxa real de câmbio estimula as despesas com exportações líquidas, aumentando, assim, a quantidade demandada de bens e serviços pelo exterior. Política Monetária Os três efeitos ocorrem simultaneamente: Quando o nível de preços cai, aumenta a quantidade demandada de bens e serviços; Quando o nível de preços sobe, diminui a quantidade demandada de bens e serviços. Política Monetária Para entender melhor a demanda agregada, examinaremos com mais detalhes a determinação de curto prazo da taxa de juros. Teoria da preferência pela liquidez, que determina a taxa de juros e ajuda a explicar a inclinação negativa da curva de demanda agregada e como as políticas monetária e fiscal deslocam essa curva? Segundo Keynes a taxa de juros se ajusta para equilibrar a oferta de moeda e a demanda por moeda. Política Monetária Teoria da preferência pela liquidez No livro Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda, John Maynard Keynes propôs a teoria da preferência pela liquidez para explicar os fatores que determinam a taxa de juros da economia. Keynes a taxa de juros se ajusta para equilibrar a oferta de moeda e a demanda por moeda. Política Monetária Teoria da preferência pela liquidez Os economistas estabelecem uma distinção entre duas taxas de juros: • a taxa de juros nominal, que é a taxa de juros tal como normalmente noticiada, e • a taxa de juros real, que é a taxa de juros corrigida pela inflação. Política Monetária Oferta de moeda O BCB altera a oferta de moeda, principalmente, alterando a quantidade de reservas no sistema bancário, pela compra e venda de títulos do governo em operações no mercado aberto. Política Monetária Oferta de moeda Quando o BCB compra títulos do governo, o dinheiro que ele paga pelos títulos são tipicamente depositados nos bancos e, assim, somados aos saldos existentes e as reservas bancárias aumentam. Quando o BCB vende títulos do governo, o dinheiro que ele recebe pelos títulos são retirados do sistema bancário e as reservas bancárias diminuem. Política Monetária Oferta de moeda Essas alterações nas reservas bancárias, por sua vez, levam a mudanças na capacidade de os bancos concederem empréstimos e criarem moeda. Assim, ao comprar e vender títulos em operações de mercado aberto, o BCB altera a quantidade de moeda na economia. Política Monetária Oferta de moeda Além dessas operações no mercado aberto, o BCB pode influenciar a oferta de moeda usando uma variedade de outros instrumentos. Política Monetária Oferta de moeda 1- TAXA DE REDESCONTO Mudança da quantia que o BCB empresta aos bancos. Por exemplo: Uma redução na taxa de redesconto (a taxa de juros com a qual os bancos podem tomar empréstimos do BCB) incentiva mais empréstimos para os bancos, o que aumenta as reservas bancárias e, assim, a oferta de moeda. Política Monetária Oferta de moeda 1- TAXA DE REDESCONTO (Cont.) Mudança da quantia que o BCB empresta aos bancos. Por exemplo: Um aumento na taxa de redesconto desestimula o empréstimo aos bancos, o que diminui as reservas bancárias e a oferta de moeda. Política Monetária Oferta de moeda 2- DEPÓSITO COMPULSÓRIO O BCB também pode alterar a oferta de moeda, alterando o depósito compulsório (o montante de reservas que os bancos devem manter contra os depósitos recebidos) e, ainda, alterando a taxa de juros que paga aos bancos sobre as reservas que eles mantêm. Política Monetária Oferta de moeda O objetivo é examinar como as alterações na oferta de moeda afetam a demanda agregada por bens e serviços. Política Monetária Oferta de moeda A quantidade de moeda ofertada na economia é fixada no nível desejado pelo BCB. Como a quantidade de moeda ofertada é fixada pela política do BCB, ela independe de outras variáveis econômicas. Mais especificamente, independe da taxa de juros. Política Monetária Demanda por moeda Para entender a demanda por moeda, lembre‐se de que a liquidez de um ativo refere‐se à facilidade com a qual esse ativo pode ser convertido no meio de troca da economia. Política Monetária Demanda por moeda A moeda é o meio de troca da economia, de modo que é, por definição, o ativo mais líquido disponível. A liquidez de moeda explica a demanda que há por ela: as pessoas optam por reter moeda, em vez de outros ativos que oferecem taxas de retorno mais elevadas, porque ela pode ser usada para comprar bens e serviços. Política Monetária Demanda por moeda A taxa de juros é o custo de oportunidade de se reter moeda. Quando você mantém riqueza na forma de moeda no bolso, em lugar de um título que rende juros, perde os juros que poderia ter ganho. Política Monetária Demanda por moeda Um aumento na taxa de juros eleva o custo de se reter moeda e, como consequência, reduz a quantidade de moeda demandada. Uma queda na taxa de juros reduz o custo de se reter moeda e aumenta a quantidade demandada. Política Monetária Equilíbrio no mercado monetário A taxa de juros se ajusta para equilibrar a oferta de moeda e a demanda por moeda. Há uma taxa de juros, chamada taxa de juros de equilíbrio, na qual a quantidade de moeda demandada equilibra exatamente a quantidade de moeda ofertada. PolíticaMonetária Equilíbrio no mercado monetário Se a taxa de juros estiver em qualquer outro nível, as pessoas tentarão ajustar suas carteiras de ativos e, como resultado, levarão a taxa de juros em direção ao equilíbrio. Política Monetária Equilíbrio por moeda Suponhamos que a taxa de juros esteja acima do nível de equilíbrio, como em r1 quantidade de moeda que as pessoas desejarão reter, Md. Nesse caso, a 1, é menor que a quantidade de moeda ofertada pelo BCB. As pessoas que mantêm o excesso de oferta de moeda tentarão se livrar dele, comprando títulos que rendem juros ou depositando‐o em contas bancárias que rendem juros. Excesso de Moeda Política Monetária Equilíbrio por moeda As taxas de juros inferiores ao nível de equilíbrio, como r2 moeda que as pessoas desejam reter, Md, a quantidade de 2, é maior que a quantidade ofertada pelo BCB. As pessoas tentam aumentar a quantidade de moeda retida, reduzindo suas posses de títulos e outros ativos que rendem juros. Escassez de Moeda COMO A POLÍTICA FISCAL INFLUENCIA A DEMANDA AGREGADA? Política Fiscal O governo pode influenciar o comportamento da economia não apenas com a política monetária, mas também com a política fiscal. A política fiscal compreende as escolhas do governo quanto ao nível geral de compras governamentais ou aos impostos. No curto prazo o principal efeito da política fiscal se dá sobre a demanda agregada de bens e serviços. Política Fiscal Alterações nas compras do governo Quando o governo altera suas próprias compras de bens e serviços, desloca diretamente a curva de demanda agregada. Política Fiscal Alterações nas compras do governo Uma nação fez um pedido à Embraer, a fabricante de aeronaves, uma encomenda de R$ 20 bilhões em novos aviões de combate. Essa encomenda eleva a demanda pela produção da Embraer, induzindo a empresa a contratar mais empregados e a aumentar a produção. Política Fiscal Alterações nas compras do governo Como a Embraer é parte da economia, o aumento na demanda por seus aviões significa um aumento na quantidade total de bens e serviços demandada a qualquer nível de preços. Como resultado, a curva de demanda agregada desloca‐se para a direita. Política Fiscal Alterações nas compras do governo Há dois efeitos macroeconômicos que fazem a magnitude do deslocamento na demanda agregada diferir da variação nas compras do governo. Efeito Multiplicador Efeito Deslocamento Política Fiscal O Efeito Multiplicador O primeiro o efeito multiplicador – sugere que o deslocamento na demanda agregada poderia ser maior que $ 20 bilhões. Política Fiscal O Efeito Deslocamento O segundo o efeito deslocamento – sugere que o deslocamento na demanda agregada poderia ser menor que $ 20 bilhões. Política Fiscal O Efeito Multiplicador Esse efeito multiplicador continua mesmo depois dessa primeira rodada. Quando as despesas de consumo aumentam, as empresas que produzem esses bens contratam mais pessoas e registram maiores lucros. Política Fiscal O Efeito Multiplicador Os maiores salários e lucros estimulam novamente as despesas de consumo, e assim por diante. Portanto, há uma resposta positiva, na medida em que maior demanda leva a maior renda, que, por sua vez, leva a uma demanda ainda mais elevada. Política Fiscal O Efeito Multiplicador Uma vez somados todos esses efeitos, o impacto total sobre a quantidade de bens e serviços demandada pode ser muito maior que o impulso inicial decorrente das maiores despesas do governo. Política Fiscal Alterações nos impostos Outro instrumento importante da política fiscal, além do nível das compras do governo, é o nível de tributação. Quando o governo reduz o imposto de renda das pessoas físicas, por exemplo, ele aumenta a renda disponível das famílias, que pouparão parte dessa renda adicional, mas também gastarão parte dela em bens de consumo. Política Fiscal Alterações nos impostos Como os cortes dos impostos aumentam as despesas de consumo, deslocam a curva de demanda agregada para a direita. Similarmente, um aumento nos impostos deprime as despesas de consumo e desloca a curva de demanda agregada para a esquerda. O USO DA POLÍTICA ECONÔMICA PARA ESTABILIZAR A ECONOMIA Estabilizar a Economia As políticas monetária e fiscal podem afetar a demanda agregada da economia por bens e serviços. Os formuladores de políticas econômicas devem usar esses instrumentos para controlar a demanda agregada e estabilizar a economia? Em caso positivo, quando devem usá‐los? Em caso negativo, por que não devem usá‐los? Estabilizar a Economia A favor da política ativa de estabilização Quando o governo aumenta os impostos, a demanda agregada cai, deprimindo a produção e o emprego no curto prazo. Se o BCB deseja impedir esse efeito adverso da política fiscal, ele pode agir para expandir a demanda agregada por meio do aumento na oferta de moeda. Estabilizar a Economia A favor da política ativa de estabilização Uma expansão monetária reduziria as taxas de juros; estimulando as despesas de investimento; e expandindo a demanda agregada. Estabilizar a Economia A favor da política ativa de estabilização Se a política monetária reagir de maneira adequada, as alterações combinadas nas políticas fiscal e monetária podem deixar inalterada a demanda agregada por bens e serviços. Estabilizar a Economia A favor da política ativa de estabilização Keynes enfatizou o papel da demanda agregada na explicação das flutuações econômicas de curto prazo. Keynes afirmava que o governo deveria estimular ativamente a demanda agregada quando ela parecesse insuficiente para manter a produção em seu nível de pleno emprego. O CASO CONTRA UMA POLÍTICA ECONÔMICA ATIVA DE ESTABILIZAÇÃO Não Estabilizar a Economia Alguns economistas argumentam que o governo deveria abster‐se do uso ativo das políticas monetária e fiscal para tentar estabilizar a economia. Não Estabilizar a Economia Afirmam que tais instrumentos de política devem ser usados para atingir objetivos de longo prazo, como um rápido crescimento econômico e baixa inflação, e que a economia deve ser deixada livre para lidar por si própria com as flutuações de curto prazo. Não Estabilizar a Economia Embora esses economistas possam admitir que as políticas monetária e fiscal sejam, teoricamente, capazes de estabilizar a economia, duvidam que isso possa ocorrer na prática. Política Econômica Antes de fazer qualquer alteração na política, os formuladores de políticas precisam considerar todos os efeitos de suas decisões. A política fiscal afeta a poupança, o investimento e o crescimento de longo prazo; e A política monetária influencia o nível de preços e a taxa de inflação. Política Econômica Instrumentos de política econômica podem mudar a demanda agregada por bens e serviços e, portanto, alterar a produção e o emprego da economia no curto prazo.
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