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Clínica de Grandes Animais 2 Camilla Teotonio Pereira AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO TÉTANO AGENTE ETIOLÓGICO Clostridium tetani é bactéria anaeróbica que produz toxina tetânica. Transmissão da doença precisa de porta de entrada como ferida perfurocortante. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Tetânia distúrbio caracterizado por espasmos musculares causadas pela toxina tetânica. Alta mortalidade. Prognóstico de reservado a ruim. DIAGNÓSTICO CLÍNICO Histórico como feridas previas e ausência de vacinações. Sintomatologia patognomônica TRATAMENTO SINTOMÁTICO Soro antitetânico tentativa de neutralizar a toxina tetânica na dose 5.000 a 10.000UI. Antibioticoterapia como penicilina pela via intratecal entre as meninges direto no LCR para combater a bactéria Clostridium tetani. Sedativos evitar hiperexcitabilidade. A Hiperexcitabilidade, o equino pode cair no chão e nunca mais se levantar ou começar a ter convulsões (machucar ou parada cardiorrespiratória). Xilazina é α-2 agonista e também atua como relaxante muscular. Outros sedativos Acepromazina (tranquilizante) e Detomidina (não dá tanta ataxia). Relaxantes musculares Xilazina, Tiocolchicosídeo (Coltrax®). A ordem de tratamento depende de cada caso, porém no tratamento os principais soro antitetânico e ATB. PREVENÇÃO SÍNDROME CEREBRAL VÁRIAS AFECÇÕES Traumáticas contusões. Infecciosas raiva, encefalite viral. Degenerativas leucoencefalomaçácea. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RAIVA Doença rara nos equinos. AGENTE ETIOLÓGICO Vírus Rhabdoviridae altamente virulento. Sensível ao desinfetantes. O ciclo terminal da doença, o cavalo morre com o vírus no organismo. TRANSMISSÃO Mais comum morcegos contaminados. Reservatórios os animais selvagens assintomáticos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Três formas clínicas e ampla variedade de sintomas DIAGNÓSTICO Antes da morte difícil diagnóstico. Suspeitar em áreas endêmicas, 100% fatal e progressiva (morre entre 14 a 21 dias). Raiva rural – instituto biológico no post mortem realizar coleta do encéfalo, cerebelo e tronco encefálico para visualização de corpúsculos de Negri nos neurônios. Exames são anticorpos imunofluorescente e inocular em camundongos. TRATAMENTO SINTOMÁTICO Anti-inflamatório DMSO 0,5 a 1mg/Kg – 10%, IV, não é anti-inflamatório, porém tem ação. Anticonvulsivantes benzodiazepínicos como Diazepan 0,05 a 2,2mg/Kg, IV – tirar o animal da crise convulsiva. Terapia de suporte fluidoterapia com suporte de glicose (anorexia), colocar o feno no alto ou triturar (não consegue levantar a cabeça), restringir o local de acesso. Eutanásia suspeita de raiva em área endêmica e animal sem qualidade de vida. PREVENÇÃO Áreas não endêmicas vacina anual. Áreas endêmicas vacina semestral. ENCEFALITE/ ENCEFALOMIELITE VIRAL Zoonose. AGENTE ETIOLÓGICO Vírus Togavírus com cepas leste, oeste (Brasil) e venezuelana. TRANSMISSÃO Vetores como insetos. Reservatórios os animais selvagens assintomáticos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Sinais neurológicos inespecíficos como pressionamento de cabeça, movimentos de pedalagem, incoordenação motora, paralisia. DIAGNÓSTICO Ampla variedade de sintomas. Histórico + sinais clínicos. Sorologia por fixação de complemento ou Elisa. Ex: animal recém vacinado tem difícil diagnóstico ou animal não vacinado com alta titulação de anticorpos, pode suspeitar e confirmar a doença com exame de sorologia. TRATAMENTO SINTOMÁTICO Anti-inflamatório DMSO 0,5 a 1mg/Kg – 10%, IV, não é anti-inflamatório, porém tem ação. Anticonvulsivantes benzodiazepínicos como Diazepan 0,05 a 2,2mg/Kg, IV – tirar o animal da crise convulsiva. Terapia de suporte fluidoterapia com suporte de glicose (anorexia), colocar o feno no alto ou triturar (não consegue levantar a cabeça), restringir o local de acesso. PREVENÇÃO Vacinação Tri-Equi anual. LEUCOENCEFALOMALÁCEA Conhecida como doença do milho. AGENTE ETIOLÓGICO Fungo Fusarium moniliforme causada por micotoxina fumonisina B1. TRANSMISSÃO Alimentação a base de milho pela falha de armazenamento. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Liquefação da substância branca de um ou dois hemisférios cerebrais. DIAGNÓSTICO Clínico histórico + sintomas (alimentação com milho). Teste laboratoriais identificação do fungo no alimento através da cromatografia. TRATAMENTO SINTOMÁTICO Não existe antitoxina para reverter o quadro, só vai depender da resposta do organismo de metabolizar a toxina. Parar de ofertar o milho contaminado de forma mais rápido possível. Avaliar sequelas. Anti-inflamatório DMSO 0,5 a 1mg/Kg – 10%, IV, não é anti-inflamatório, porém tem ação. Anticonvulsivantes benzodiazepínicos como Diazepan 0,05 a 2,2mg/Kg, IV – tirar o animal da crise convulsiva. Terapia de suporte fluidoterapia com suporte de glicose (anorexia), colocar o feno no alto ou triturar (não consegue levantar a cabeça), restringir o local de acesso. PREVENÇÃO Manejo alimentar adequado. SÍNDROME CEREBELAR MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ABIOTROFIA CEREBELAR Doença congênita que causa degeneração prematura dos neurônios. Comum em cavalos árabes e pôneis e acomete animais de até 6 meses a 1 ano de idade. Nascem normais e desenvolvem tremor de cabeça, ataxia e dismetria. TRATAMENTO / PREVENÇÃO Não existe tratamento e eustasia o animal. Prevenção é evitar conhecidos cruzamentos genéticos que predispõem ao aparecimento. SÍNDROME VESTIBULAR OTITE Origem traumática. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Alterações de tronco encefálico ipsilateral e vestibular. DIAGNÓSTICO Histórico + sintomas. TRATAMENTO SINTOMÁTICO Normalmente reversível o quadro sem sequela. Em casos graves de infecção e inflamação as vezes precisa de terapia de suporte com ATB e internação. Corticoterapia dexametasona. Anti-inflamatório DMSO 0,5 a 1mg/Kg – 10%, IV por 3 a 5 dias não é anti-inflamatório, porém tem ação. Anticonvulsivantes benzodiazepínicos como Diazepan 0,05 a 2,2mg/Kg, IV – somente se o animal apresentar convulsão. Terapia de suporte SÍNDROME ESPINHAL Várias afecções infecciosas e traumáticas. Sintomas medulares de incoordenação e ataxia dependendo do local e severidade das lesões. Tipos comuns de traumatismo vertebral MIELOENCEFALITE EQUINA CAUSADA POR PROTOZOÁRIO (MEPE) Também conhecida como Bambeira. AGENTE ETIOLÓGICO Sarcocystis neurona com tropismo por sistema nervoso. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Lesões multifocais e assimétricas do encéfalo ou medula (incordenação motora – ataxia). Déficit proprioceptivo e atrofia muscular unilateral nas regiões de garupa, escapula, peito e bochecha. CICLO BIOLÓGICO SARCOCYSTIS NEURONA Gambá é hospedeiro definitivo que realiza a reprodução sexuada e parte do ciclo fica no ambiente. Equino é hospedeiros aberrantes e ingere no ambiente o Sarcocystis neurona. Gato é hospedeiro intermediário. DIAGNÓSTICO Histórico de estresse recente e sintomas físicos. Exames laboratoriais Western bloot (soro e LCR) e PCR. A coleta de LCR é mais fidedigno. TRATAMENTO Diagnóstico precoce consegue manter qualidade de vida. Tratamento sintomático inclui dexametasona e DMSO somente em casos de crise com sintomas de ataxia, paralisia e convulsão. Corticoterapia dexametasona. Anti-inflamatório DMSO 0,5 a 1mg/Kg – 10%, IV, BID, por 3 a 5 dias até três aplicações. Confirmado o diagnóstico pode fazer tratamento a longo prazo. Escolher tratamento para amenizar os sintomas. Diclazuril 5mg/Kg, VO, SID por 3 a 6 meses. OU Sulfa + trimetoprim 15 a 30mg/Kg, VO, BID por 2 a 3 meses. Piremetamina 5mg/Kg, VO, SID por 2 a 3 meses. PREVENÇÃO Controle de saruês, rato e tatu na propriedade.Armazenamento adequado das rações e capins.
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