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TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Carla Conte Martini 2TÓPICOS AVANÇADOS EM RH SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD) Coordenadora e Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Leonardo Ribeiro Revisora A IMPORTÂNCIA DO RH ESTRATÉGICO NO MERCADO COMPETITIVO 4 As atribuições estratégicas da Gestão de Pessoas 7 A CULTURA ORGANIZACIONAL E A GESTÃO DE PESSOAS 13 O que é Cultura Organizacional? 15 Como a Cultura Organizacional influencia a Gestão das Pessoas 17 PESQUISA E DEBATE NA GESTÃO DE PESSOAS 21 Programa de Preparação para Aposentadoria 22 Gestão Participativa e Empoderamento 23 Gestão dos Processos de Terceirização 26 Banco de Talentos 28 PESQUISA E DEBATE NA GESTÃO DE PESSOAS 32 Programas de Trainee e Estagiários; 33 Plano de Sucessão; 37 Consultoria Externa em RH 39 Consultoria Interna em RH 41 Endomarketing 43 PESQUISA E DEBATE NA GESTÃO DE PESSOAS 46 Pesquisa de Clima Organizacional 47 Expatriação 50 PCD's – Pessoas com Deficiência 52 Programas de Qualidade de Vida 53 Demais temas 56 3TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Apresentação Olá! Este ebook integra a disciplina Tópicos Avançados em RH na modalidade de educação à distância da Ftec. Aqui você irá encontrar a teoria necessária para sua formação, bem como práticas, cases e exercícios que o auxiliarão a atingir seus objetivos. Nossa disciplina está focada nas tendências de práticas de RH, ou seja, vamos estudar as novidades, as inovações, o que há de novo no nosso campo de estudos. Vamos também, ref letir e analisar como estas práticas inovadoras em gestão de pessoas inf luenciam os processos or- ganizacionais. Maravilhoso, não? O conteúdo está dividido em 3 unidades, para melhor entendimen- to e aprendizado. Em cada um deles você irá encontrar um texto, uma sinopse e exercícios ao final. Meu intuito é criar um ambiente favorável ao aprendizado com temas diferenciados e inovadores. E também auxiliá-lo no desenvolvimento das habilidades necessárias para tornar-se um profissional de sucesso na sua res- pectiva área. Conte comigo, questione, participe, aproveite esta oportunidade! Sejam bem vindos e vamos começar? 4TÓPICOS AVANÇADOS EM RH A IMPORTÂNCIA DO RH ESTRATÉGICO NO MERCADO COMPETITIVO As pessoas entendidas como talentos são a chave para enfrentar a competitividade. No mundo globalizado e competitivo em que vivemos, nos deparamos com uma realidade incontestável: são as pessoas que tornam as empresas competitivas. 5TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Se nós pensarmos alguns anos para trás a vantagem com- petitiva de uma organização residia na tecnologia, produtos ou serviços. Hoje a tecnologia, os produtos e/ou serviços são muito fáceis de serem copiados. Mas as pessoas, as pessoas são únicas. São elas que diferenciam cada organização. E são elas, as pessoas, que tornam a empresa competitiva. “Conduzir uma equipe de trabalho motivada, leal, compro- metida, engajada, que ‘veste a camisa’, e que está em contínuo processo de treinamento e desenvolvimento é essencial para as empresas atingirem seus resultados.”Stadler, 2014, p.72. Você concorda com o conceito de que o RH tem papel importante nos objetivos e estratégias empresariais? Se você tem dúvidas sobre a resposta correta, este capítulo irá auxiliá-lo a compreender melhor a conexão RH e Estratégia Organizacional. Atualmente, há diferentes abordagens na gestão de pessoas coexistindo nas diferentes organizações. Há ainda hoje organizações que mantém sua gestão das pessoas com enfoque impessoal e orientado para o controle ainda proveniente do taylorismo e fordismo, o chamado departamento de pessoal, como mostra a Figura1. Estas organizações estão paradas no tempo e me pergunto: Será que estas empresas se mantém competitivas? E por quanto tempo mais? No entanto, existe também uma significativa transformação na área. Segundo Knapik (2012) os profissionais de recursos humanos então revendo seus conceitos, galgando novos espa- Departamento de Pessoal: gestão caracterizada pela burocracia e pelo controle. A organização é centralizadora e o RH fiscaliza. Administração de Recursos Humanos: gestão mais dinâmica, valoriza a motivação e interesses das pessoas. Gestão de Pessoas: foco no gerenciamento com e para as pessoas. Os funcionários são chamados de talentos que levam a empresa ao sucesso. Figura 1 – Evolução da visão e do foco no gerenciamento das pessoas. Fonte: Adaptado de Knapik, 2012 6TÓPICOS AVANÇADOS EM RH ços e participando da elaboração do planejamento estratégico. Assim, a Gestão de Pessoas gerencia as competências técnicas e comportamentais de seus colaboradores, considerando a or- ganização como um sistema vital. Um sistema vital significa que valores, diretrizes, crenças e culturas são inter-relacionados pois são pessoas que definem o rumo da organização e lhe dão alma. Sim, porque uma organização entendida como um sistema vital necessita de uma relação ‘ganha-ganha’ entre empregado e empregador, “os dois devem obter vantagens, tanto a empresa quanto seus colaboradores” (Knapik, 2012). As organizações procuram profissionais comprometidos, participativos e que possam oferecer um trabalho de qualidade; e as pessoas buscam satisfazer seus objetivos pessoais, desafios e de carreira. Na Figura 2, sintetiza como estas mudanças na área de Recursos Humanos demandam do gestor de RH, uma série de novas competências, vejam: Tendências: Os avanços tecnológicos, a natureza do trabalho, globalização e competição, desafios e tendências econômicas. Então as empresas precisam ser: Mais competitivas, mais rápidas e ágeis, mais rentáveis, direcionadas ao capital humano, mais técnica na tomada de decisão. Os gestores da área de RH , portanto, precisam destas novas competências: Mais estratégicos, utilizam novas formas de prestação de serviços de RH, focam na gestão de talentos, buscam o envolvimento dos funcionários, regem ética, medem desempenho e resultado de RH, agregam valor. Figura 2: Tendências de ambiente, das organizações e dos gestores de Recursos Humanos. Fonte: Adaptado de Dessler, 2003. 7TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Vamos estudar agora, de quais maneiras um RH estratégico contribui para o alcance dos objetivos organizacionais e pessoais? As atribuições estratégicas da Gestão de Pessoas É de responsabilidade dos gestores e do RH criar uma relação positiva e construtiva, de parceria, colaboração e inte- ração entre as pessoas. Pois assim, caro leitor, • a gestão de pessoas positiva, construtiva pode ‘erguer’ e dar competitividade a uma organização, • a gestão de pessoas deficitária pode vir a reforçar fragilidades e dificuldades de uma organização, ou seja, ‘derrubar’. De acordo com Knapik (2012), as atribuições estratégicas da gestão de pessoas dependem da política, da visão e das diretrizes da empresa, mas os objetivos são sempre os mesmos ocupar-se dos interesses da empresa: reduzindo custos e aumentando a 8TÓPICOS AVANÇADOS EM RH produtividade e a qualidade, trazendo-lhe resultados compe- titivos e com os interesses dos colaboradores: proporcionando motivação, crescimento e desenvolvimento. Vou elencar agora os principais objetivos da área da Gestão de Pessoas na visão de Knapik (2012): a. Proporcionar aos colaboradores motivação e engajamento, obtidos por meio de reconhecimentos, desafios profissionais e plano de carreira. b. Desenvolver um programa de treinamento e desenvolvimento profissional visando capacitar os colaboradores para uma parceria com foco em resultado, com preocupação com o autodesenvol- vimento e com a missão, visão e valores da organização. c.Assegurar à empresa uma vantagem competitiva por meio dos colaboradores, agentes de mudança e de transformações, para a empresa adequar-se ao mercado. d. Manter a qualidade de vida dos colaboradores com uma boa estrutura, com um ambiente de trabalho adequado, com confiança nos funcionários, com estilos gerenciais que deem suporte e desafios à equipe, segurança, liberdade de atuação e para tomada de decisões entre outras. e. Gerenciar mudanças de mercado a fim de desenvolver fle- xibilidade e disposição para adaptar-se a novas tecnologias, conceitos, tendências demandadas pelos clientes, colabora- dores e pelo próprio contexto de globalização. f. Assegurar uma política ética e de abertura na gestão das pessoas conquistando a confiança dos colaboradores, ser aberta, receptiva ao novo, sempre ética e preocupada com os interesses pessoais e da empresa. g. Desenvolver lideranças através da identificação de talentos e formação de sucessores. 9TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Para finalizar nossa unidade 1, leia o exemplo abaixo. Assim fica mais fácil compreender a aplicabilidade do conteúdo teórico. Estimulando o atendimento ao cliente (Dessler, 2003): Banco 1: O banco 1 instalou um software especial que facilitou o trabalho de seus representantes de atendimento ao cliente. No en- tanto ele não adaptou o trabalho dos representantes. O novo sistema ajudou os representantes a atender mais demandas; por outro lado, esse banco não viu grandes avanços de desempenho. Banco 2: O banco 2 instalou o mesmo software. Contudo, buscando aproveitá-lo melhor ele também melhorou os recursos humanos de sua equipe e atualizou o trabalho dos representantes de atendimento ao cliente. Esse banco lhes ensinou como vender mais serviços, deu-lhes mais autoridade para tomar decisões e elevou seus salários. Aqui, o novo sistema de computador elevou significa- tivamente a venda de produtos e a rentabilidade, graças aos repre- sentantes de atendimento ao cliente recém treinados e capacitados. 10TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Síntese Neste capítulo vimos que nos últimos anos vemos uma aceleração no ritmo das mudanças no ambiente organiza- cional. No mundo globalizado e competitivo em que vi- vemos, nos deparamos com uma realidade incontestá- vel: são as pessoas que tornam as empresas competitivas. Hoje a tecnologia, os produtos e/ou serviços são muito fáceis de serem copiados. Mas as pessoas, as pessoas são úni- cas. São elas que diferenciam cada organização. E são elas, as pessoas, que tornam a empresa competitiva. Segundo Knapik (2012) os profissionais de recursos humanos então reven- do seus conceitos, galgando novos espaços e participando da elaboração do planejamento estratégico. As organizações procuram profissionais comprometidos, participativos e que possam oferecer um trabalho de qualidade; e as pessoas bus- cam satisfazer seus objetivos pessoais, desafios e de carreira, ou seja, uma relação ganha-ganha. Os principais objetivos da área da Gestão de Pessoas na visão de Knapik (2012): Pro- porcionar aos colaboradores motivação e engajamento, de- senvolver um programa de treinamento e desenvolvimento, assegurar à empresa uma vantagem competitiva por meio dos colaboradores, agentes de mudança e de transformações, para a empresa adequar-se ao mercado, manter a qualidade de vida dos colaboradores, gerenciar mudanças de mercado, assegu- rar uma política ética e de abertura na gestão das pessoas, desenvolver lideranças através da identificação de talentos e formação de sucessores. 11TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Exercícios 1. Assinale V (caso a afirmação seja verdadeira) ou F (falsa): ( ) Os profissionais de recursos humanos então revendo seus conceitos, galgando novos espaços e participando da elaboração do planejamento estratégico. ( ) Faz parte dos objetivos da Gestão de Pessoas: de- senvolver lideranças através da identificação de talentos e formação de sucessores. ( ) A relação ganha-ganha significa que os lucros da organização devem ser divididos entre os colaboradores para a realização dos seus objetivos pessoais. ( ) A gestão de pessoas deficitária pode vir a reforçar fragilidades e dificuldades de uma organização. 2. Assinale a alternativa correta: A globalização trouxe uma aceleração nas mudanças onde as empresas precisam ser mais competitivas, mais rápidas e ágeis, mais rentáveis, di- recionadas ao capital humano e mais técnica na tomada de decisão. É correto afirmar que o perfil do novo trabalhador tenha as seguintes características: a. Visão estratégica, preocupação em agregar valor à em- presa, flexibilidade para lidar com as mudanças e postura mais proativa e contributiva. b. Foco no desenvolvimento de habilidades técnicas e com flexibilidade para rever seus pontos de vista diante das autoridades. c. Habilidade de trabalhar com rotinas, ter estabilidade no emprego, preocupação com a assiduidade e pontualidade. d. Desenvolvimento de novas competências voltadas a processos rotineiros, postura mais reativa e adaptativa, revelando-se um bom solucionador de problemas. 12TÓPICOS AVANÇADOS EM RH 3. Quais são objetivos da área de Gestão de Pessoas: I. Proporcionar aos colaboradores motivação e engaja- mento, desenvolver um programa de Treinamento e Desenvolvimento, assegurar à empresa uma vantagem competitiva por meio dos colaboradores. II. Manter a qualidade de vida dos colaboradores, gerenciar mudanças de mercado e manter a confidencialidade das informações do programa de treinamento e desenvol- vimento. III. Assegurar uma política ética e desenvolver lideranças atra- vés da identificação de talentos e formação de sucessores. São verdadeiras: a. I b. II c. III d. I e II e. I e III 4. Complete as lacunas: As atribuições estratégicas da gestão de pessoas dependem da , da e das da empresa. a. Gestão de pessoas, treinamento e visão b. Política, visão, diretrizes. c. Estratégia, política e produtividade. d. Política, visão, missão. 5. Complete a lacuna: A Gestão de Pessoas gerencia as com- petências técnicas e comportamentais de seus colabora- dores, considerando a organização como um sistema vital. Um sistema vital significa que , , e são inter-relacionados pois são pessoas que definem o rumo da organização e lhe dão alma. a. Pessoas, gestores, equipes e culturas b. Valores, crenças, equipes e clima organizacional c. Valores, diretrizes, crenças e culturas d. Equipes, diretrizes, pessoas e valores 13TÓPICOS AVANÇADOS EM RH A CULTURA ORGANIZACIONAL E A GESTÃO DE PESSOAS A cultura organizacional como um fator de atração, desenvolvimento e retenção de talentos. Nesta unidade iremos compreender como a cultura interfere na Gestão das Pessoas. Para isso, inicialmente preparei uma conceituação de cultura organizacional para depois conectarmos os dois temas tão importantes para a área de Recursos Humanos. 14TÓPICOS AVANÇADOS EM RH O tema Cultura Organizacional tem atraído o interesse não apenas da área de Recursos Humanos, mas também de outras áreas como liderança e qualidade dado sua inf luência para obtenção dos resultados. Isso porque a cultura impacta na forma como cada cola- borador pense, aja e sente a organização. Ela define crenças e o que é relevante ou não, adequado ou inadequado, certo ou errado. Cria uma identidade comum entre seus colaboradores. Vamos pensar na prática? Você, que está lendo este ebook, pense nas empresas em que já trabalhou. Lembre que provavelmente em alguma delas o resultado do seu trabalho foi muito inferior à sua capacidade de produzir, criar... Em outra organização, no mesmo tipo de trabalho, você obteve resultados melhores, conseguia criar, trabalhar, você se sentia bem, as coisas f luíam... É claro que existe a parcela individual: seu interesse no momento, sua situação de vida... que interferem no seu de- sempenho profissional, certo?Mas o que te fazia se sentir bem e produtivo ou mal e incompetente tem a ver com a cultura de cada organização. A cultura da organização precisa estar em sintonia (ou simplesmente não estar em conflito) com a sua forma de per- ceber, pensar e sentir. Fica a dica: Procure conhecer a cultura de uma organização quando estiver procurando um trabalho. Ok? 15TÓPICOS AVANÇADOS EM RH O que é Cultura Organizacional? Bem, cultura não é um tema tão simples assim. Mas pen- se bem, oito horas por dia trabalhando, 8 horas dormindo... sobram 8 horas para família, alimentação, alguma atividade física, estudos.... então de fato a vida pulsa nas organizações. Chiavenato (2015) aponta que cultura é a maneira pela qual cada organização aprendeu a lidar com seu ambiente. É uma complexa mistura com estruturas e processos visíveis (e mais fáceis de ver e decifrar); filosofias, estratégias e objetivos compartilhados e crenças (inconscientes), percepções pensa- mentos e sentimentos (bem mais difíceis de ver e decifrar). De acordo com Marchiori (2017), os padrões de compor- tamento são um fenômeno cultural distinto, o resultado da interação social e do discurso. Assim culturas são dificilmente planejadas ou presumíveis; elas são o produto natural da in- teração social. 16TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Ainda de acordo com a mesma autora a maioria das de- finições de cultura organizacional refere-se a “posição dos membros em uma determinada organização quanto a compar- tilharem os sistemas, valores e crenças, transmitindo-os para os novos membros em virtude dos significados estabelecidos.” (p.90) Outras definições enfatizam o aspecto do conhecimento coletivo dos integrantes; outras, as tradições; outras ainda, o exemplo dos heróis, ritos e rituais. Podemos perceber então que a prática social constrói manifestações culturais enquanto os ritos e eventos reproduzem a cultura. Abaixo segue uma tabela com os principais componentes da cultura organizacional, assim vamos compreender melhor cada um deles. Principais Componentes da Cultura Organizacional Premissas: interpretações e avaliações subjetivas, sem base em dados objetivos, que passam a ser aceitas como fatos. Normas, costumes e rotinas: modos de comportamento, interação e trabalho. São vinculadas à premissa, são inúmeras, implícitas e poderosas. Os novos colaboradores são recompensados ou punidos conforme esses padrões de comportamentos. Oferecem vantagem, protegem as premissas básicas e podem ser difíceis de mudar. Poder: capacidade de conseguir que as coisas sejam feitas. O poder é obtido pela dependência, pelo relacionamento ou pelo acesso/controle de recursos. Ritos e rituais: eventos, programas de treinamento, cerimônias... que destacam realizações, marcam momentos decisivos, enfatizam o que é importante para a empresa. Podem se referir a eventos positivos ou negativos, contém historias e podem permanecer muito tempo depois de suas bases funcionais desaparecerem. Papéis e responsabilidades: o que se espera do indivíduo e do grupo e suas tarefas. Histórias e mitos: casos e histórias contados pelos participantes para novos integrantes e para fora da empresa. Estrutura: quadro de referência formal e informal, mostra o funcionamento da organização. Preserva e ref lete as bases de poder e relacionamentos importantes. Símbolos: logomarcas, linguagem, terminologia, título, símbolo de status (salas, carros, estacionamento) que revelam valores e crenças. Sistemas e regras: métodos formais para medir, controlar e recompensar o desempenho. Ref letem os valores e atitudes organizacionais. Determinam explicitamente como a empresa vai motivar, monitorar e reforçar os comportamentos. Valores: crenças essências, profundamente enraizadas da organização, como suas maiores preocupações, independentemente do ambiente externo. São princípios orientadores essenciais. Tabela 1: Principais componentes da Cultura Organizacional Fonte: Chiavenato, 2015. 17TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Certo então caros leitores? Compreendida a conceituação de cultura organizacional? Vamos então para a segunda par- te desta unidade conectando os pontos de estudo propostos: Cultura e Gestão de Pessoas. Como a Cultura Organizacional influencia a Gestão das Pessoas Queridos leitores, já estudamos a importância das organiza- ções mudarem constantemente para manterem-se competitivas no mercado. “Os novos modelos de gestão buscam processos f lexíveis, orientados à missão, à visão e aos valores da empresa, abertos a mudanças de paradigmas e adaptados às demandas provocadas pela globalização para que a organização tenha uma vantagem competitiva no mercado e, ao mesmo tempo, instaure um cultura e um clima organizacional que atraiam e motivem a equipe de trabalho.” (Kanpik, 2012, p. 42) Assim, há organizações que deixaram de lado a velha cul- tura de comando e obediência e a substituíram por uma nova cultura de liderança e compromisso, uma liderança renovadora, participativa e encorajadora. A tabela abaixo traz, sinteticamente, os principais fatores que contribuem para uma cultura de compromisso. Nesta tabela vemos claramente a importância da Gestão de Pessoas para a criação de uma cultura de compromisso. Fatores que contribuem para uma cultura de compromisso Reconhecimento de que o fator humano produz resultados para o negócio da empresa. A cúpula e as pessoas analisam o negócio e produzem mudanças para melhorá-lo. A cúpula e as pessoas analisam conjuntamente as políticas, padrões, descrições de cargos, formação de equipes e condições de trabalho. Os sistemas de recompensa encorajam as pessoas a assumirem riscos e responsabilidades. A eliminação da burocracia desnecessária e de políticas e procedimentos formais facilitam a vida das pessoas na organização. A cultura democrática e participativa encoraja a aprendizagem e a mudança comportamental das pessoas. O treinamento e desenvolvimento geram o aprendizado e a autogestão das pessoas, a colaboração criativa e as redes de relacionamento. O feedback do desempenho é dado circularmente (360º) por todos os parceiros envolvidos e em todos os momentos. Tabela 2: Fatores que contribuem para uma cultura de compromisso. Fonte: Adaptado de Chiavenato 2015. 18TÓPICOS AVANÇADOS EM RH O RH estratégico através da sua ação auxilia de maneira fundamental na mudança tão necessária às nossas organizações, a mudança na forma de gerir pessoas, a Gestão das Pessoas. E a Gestão das Pessoas pode mudar a cultura de acordo com os objetivos estratégicos da organização. Isso me faz lembrar um antigo ditado: é dando que se recebe. A reciprocidade. A reciprocidade é uma forma bem interessante de relacionamento entre pessoas e organizações. A organização oferece incentivos, remunera, oferece segurança, dá condições de trabalho e de crescimento profissional. Reciprocamente, o participante responde com contribuições, trabalho, esforço e desempenhando suas tarefas para buscar metas e objetivos da organização. Esta relação de reciprocidade entre pessoas e organização precisa estar em equilíbrio, ou seja, que ambos os lados sintam-se contemplados em suas demandas. Vamos ler um exemplo prático? O exemplo abaixo (Biazzi, 2017) conta sobre a cultura da empresa Linkedln. Nele percebemos os principais pilares da cultura organizacional e sua relação com a Gestão das Pessoas: Reid Hoffman, uma das fundadoras do Linkedln em 2002, considera crucial que se crie uma ‘aliança’ com seus funcionários alicerçada em confiança, valores compartilhados, respeito às iniciativas pessoais e à individualidade. ‘A Aliança torna os empregados mais valiosos por fazê-los mais adaptativos e capazes, dá aos gerentes diretrizes para que trabalhem com seus subordinados diretos e ensina a empresa a como alavancar e reter efetivamente colaboradores que empreendem.’ O respeito aos indivíduos e à sua individualidade estão presentes desde o processo seletivo, quando todos os candidatos respondem a uma pesquisa de satisfação,até a promoção da diversidade por grupos apoiados diretamente pelo próprio CEO, Jeff Weiner. O Linkedln procura criar um ambiente no qual as pessoas possam ser autênticas, e o exemplo de uma atitude receptiva e não julgadora é cobrado dos gestores. A forma de interagir e trabalhar é colaborativa, no sentido de que todos devem ter ciência de que suas tarefas são interdependentes. Os espaços são pensados para facilitar essa interação. Não há salas exclusivas, há diversos ambientes espalhados para abrigar conversas informais, além de salas de reunião. A integridade e a transparência, de acordo com o diretor de Recursos Humanos, Alexandre Ullmann, são pilares cujos exemplos devem partir de cima e que são ensinados por meio da estrutura hierárquica, iniciando pelo CEO. Um exemplo disso é a política Clean Escalation. De acordo com esta política, se dois colaboradores divergem sobre um tema, eles devem convocar uma reunião com seus respectivos superiores para que seja tomada uma decisão por consenso. Em síntese, a cultura do Linkedln preza pelo desenvolvimento e pela utilização plena dos potenciais dos seus colaboradores, em um ambiente colaborativo agradável, que permite aos indivíduos agirem com transparência e autenticidade em busca dos resultados negociados. 19TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Síntese Neste capítulo vimos como cultura impacta na forma como cada colabora- dor pensa, age e sente a organização. Ela define crenças e o que é relevante ou não, adequado ou inadequado, certo ou errado. Cria uma identidade comum entre seus colaboradores. Chiavenato (2015) aponta que cultura é uma complexa mistura com estruturas e processos (visíveis e mais fáceis de ver e decifrar); filosofias, estratégias e objetivos compartilhados e crenças (inconscientes), percepções pensamentos e sentimentos (bem mais difíceis de ver e decifrar). Vimos também a necessidade das organizações de abandonar a velha cultura de comando e obediência e a substituir por uma nova cultura de lide- rança e compromisso, uma liderança renovadora, participativa e encorajadora. Terminamos esta síntese reforçando a visão de Kanpik (2012) acerca dos novos modelos de gestão: buscam processos f lexíveis, orientados à missão, à visão e aos valores da empresa, abertos a mudanças de paradigmas e adaptados às demandas provocadas pela globalização para que a organização tenha uma vantagem competitiva no mercado e, ao mesmo tempo, instaure um cultura e um clima organizacional que atraiam e motivem a equipe de trabalho. Ou simplesmente, a reciprocidade. 20TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Exercícios 1. Relacione os principais componentes da cultura organiza- cional com sua definição: a. Poder b. Ritos e Rituais c. Premissas d. Valores ( ) Crenças essenciais profundamente enraizadas da organização. ( ) Representado por cerimônias, eventos, programas de treinamento ( ) Interpretações e avaliações subjetivas aceitas coletiva- mente como fatos. ( ) Capacidade de conseguir que as coisas sejam feitas. 2. Assinale com V (se verdadeira) ou F (se falso) para as afir- mações abaixo: ( ) A reciprocidade é importante no relacionamento pes- soas e empresa. ( ) O feedback 360º é uma ferramenta utilizada na for- mação de uma cultura de compromisso. ( ) Sistemas e regras, símbolos, valores e ritos são compo- nentes da cultura organizacional. ( ) A cultura de uma organização é facilmente mutável. 3. Complete a afirmação: a. As culturas são planejadas ou presumíveis; elas são o produto natural da . b. Há organizações que deixaram de lado a de co- mando e obediência e a substituíram por uma nova cultura de e , uma liderança renovadora, parti- cipativa e encorajadora. 21TÓPICOS AVANÇADOS EM RH PESQUISA E DEBATE NA GESTÃO DE PESSOAS Parte 1: Programa de Preparação para Aposentadoria; Gestão Participativa e Empoderamento; Gestão de Projetos de Terceirização e Banco de Talentos. Caros alunos, nossa Unidade 3 possui muitos temas interes- santes. Para nosso melhor entendimento, dividi a unidade em 3 partes para que possamos explorar e compreender bem estes temas. 22TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Temas contemporâneos referem-se a práticas inovadoras, a preocupações recentes, a temas que há pouco tempo atrás não recebiam a atenção devida. Nas organizações onde há uma efetiva gestão das pessoas, estes temas já estão em operação, portanto, além do conheci- mento teórico, trabalharemos também com exemplos. Programa de Preparação para Aposentadoria De acordo com Dessler (2003), a aposentadoria para muitos funcionários é uma situação ambígua: “o funcionário pode estar livre das obrigações diárias do trabalho, mas ao mesmo tempo fica um tanto à deriva por não ter um trabalho a fazer.” (p. 268) Ainda de acordo com o mesmo autor, as práticas pré-apo- sentadoria são praticadas por cerca de 30% das empresas e as ações mais comuns são: • Explicação sobre benefícios da seguridade social; • Aconselhamento sobre o tempo de lazer, sobre saúde, psico- lógico, sobre uma segunda carreira fora da empresa e sobre segunda carreira na própria empresa. A empresa precisa desenvolver seu programa de aposenta- doria de acordo com sua realidade, cultura e contexto. 23TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Um exemplo aqui na nossa região: O programa de prepa- ração da aposentadoria inicia a preparação 3 anos antes da idade usual de aposentadoria, aos 57 anos. O programa tem por objetivo despertar a necessidade de pensar e preparar seu desligamento, buscando construir novos projetos de vida com autonomia e autoconhecimento. Outra tendência é o trabalho em tempo parcial como alter- nativa à aposentadoria completa. Há a opção por empreender um novo negócio, a opção de tornar-se consultor... Os programas de preparação para aposentadoria são uma tendência, e cada vez mais há empresas preocupadas com este tema. Com o envelhecimento da população brasileira, há uma crescente preocupação da sociedade como um todo, com o bem estar desta camada da população. O que se percebe é que, para os trabalha- dores com uma boa qualificação profissional, há um leque muito maior de opções em relação ao que fazer depois da aposentadoria, enquanto que, para trabalhadores braçais, o desafio é bem maior. Gestão Participativa e Empoderamento A gestão participativa representa o estágio da gestão das pessoas onde os funcionários se transformam em parceiros do negócios, participando dos custos e benefícios da atividade empresarial. Uma forte tendência para as organizações é o empodera- mento ou empowerment na gestão participativa. Andam juntas as equipes autodirigidas, os sistemas orgânicos de administração, culturas participativas e abertas e o empoderamento. Empoderamento é uma forma de delegação de autoridade, de compartilhar o poder com todos os seus membros. Tam- bém proporciona a liberdade e a informação para tomarem decisões e participarem ativamente da organização. 24TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Esta participação, de acordo com Chiavenato (2015) a participação refere-se ao envolvimento mental e emocional das pessoas em situações de grupo que as encorajam a contribuir com os objetivos do grupo e assumem a responsabilidade de alcançá-los. Em síntese, a participação exige: Como o próprio nome já diz, a gestão participativa é a forma de gestão onde as pessoas têm reais possibilidades de participar, com liberdade para questionar, discutir, sugerir, modificar, alterar, questionar qualquer ideia ou projeto. Tudo isso de maneira compatível com a hierarquia. Muito diferente do sistema que manda, impõem, coage e fiscaliza, que não ouve nem discute. Portanto, a gestão participativa pressupõe um processo prévio de mudança cultural. Uma organização não passa au- tomaticamente de uma gestão tradicional para uma gestão participativa em um piscar de olhos. É necessário mudanças na estrutura organizacional, com um mínimo de hierarquia,simples e f lexível, a atuação deve ser em equipes transversais e com pouca supervisão direta. As bases da gestão participativa são: a. Todas as pessoas devem ter a mesma visão do negócio, dos objetivos, sem dissonâncias nem distorções. b. Os objetivos individuais estão alinhados aos objetivos e re- sultados do grupo e,estes, aos objetivos organizacionais. O trabalho em equipe é o núcleo da administração participativa. Envolvimento mental e emocional Motivação para contribuir Aceitação da responsabilidade Figura 3: Aspectos da Gestão Participativa Fonte: Elaborado pela Autora partir de Chiavenato, 2015. 25TÓPICOS AVANÇADOS EM RH c. O desenho do trabalho deve ser representado por cargos amplos para permitir contribuições pessoais e do grupo o mais abrangente possível. O ‘isso é meu’ muda para ‘isso é nosso’. d. O grupo deve ter acesso a todas as informações operacionais do negócio, saber claramente o andamento dos números da organização de forma a gerar um sentimento de propriedade e responsabilidade pelas tarefas. e. O sistema de recompensa, quando os requisitos anteriores forem atendidos, permite a oportunidade de participar tam- bém dos ganhos que a empresa obtiver. Deve ser a última a ser implantada. (Chiavenato, 2015) Além dos aspectos organizacionais e culturais envolvi- dos, os executivos também precisam adotar novas manei- ras de trabalhar para liderar essa nova organização. O em- poderamento é o fortalecimento das pessoas através do trabalho em equipe. De acordo com Chiavenato (2014), o empoderamento apresenta quatro bases principais: • Poder: dá poder e liberdade às pessoas, delega autoridade e responsabilidade, confia nas pessoas. • Desenvolvimento: fornece recursos, treina e desenvolve as pessoas. Informa, gera conhecimento, ensina novas técnicas, cria e desenvolve talentos. • Liderança: orienta as pessoas com objetivos e metas, avalia o desempenho, mostra novos horizontes e proporciona a retroação. • Motivação: incentiva as pessoas, reconhece o bom trabalho e resultados, festeja o alcance de metas. De acordo com Chiavenato (2014) para que o empodera- mento funcione melhor, é necessário: 26TÓPICOS AVANÇADOS EM RH O empoderamento é essencial porque libera o potencial e a criatividade dos funcionários, e, como já vimos, a vantagem competitiva está cada vez mais ligada a ideias e na inovação que são atributos humanos e não de máquinas. “Em resumo: participação, responsabilidade, liberdade, equipe e autoavaliação. (...) Apoiar e assessorar intensamente as pessoas, treinar e orientar continuamente, ajudar a tomar decisões corretas, enfim, dar toda a retaguarda necessária para que possam trabalhar com liberdade e autonomia.” (Chiavenato, 2015, p. 105) Gestão dos Processos de Terceirização Pois bem, o setor de recursos humanos precisa, antes de qualquer coisa, ref letir e analisar o que será terceirizado e porquê. Para depois pensar no como e com quem. É importante compreender que a terceirização não pode ser entendida como modismo, porque os concorrentes já fizeram ou porque a empresa quer ser pioneira. É importante ter foco e gerar resultados positivos. De acordo com Carmo (apud Boog, 2013, v.2) existem algumas situações onde a contratação de fornecedores externos é altamente recomendada: • Na realização de projetos que a organização não domina; • Para transferência de conhecimento e tecnologia; • Nos processos de mudança organizacional; • Na implementação de modelo de gestão; As pessoas recebem informações sobre o desempenho da organização: não há informações secretas, nem mesmo o salário dos executivos. As pessoas tem conhecimento e habilidade para contribuir para as metas da organização: para isso são utilizados vários métodos de treinamento. As pessoas tem o poder de tomar decisões importantes. A direção estabelece uma lista de princípios e as equipes tem liberdade para tomar decisões no cotidiano do trabalho. As pessoas são recompensadas com base no desempenho da organização: as formas mais usuais de recompensa são: salário, participação nos lucros e programa de participação acionária. Figura 4: Os quatro elementos do empoderamento. Fonte: Elaborada pela autora a partir de Chiavenato, 2014. 27TÓPICOS AVANÇADOS EM RH • Para atuação com atividades terceirizadas; • Na minimização de custos com processos de RH; • No apoio a processos decisórios; • Para atuar em parceira; • Para atuar nas estratégias da organização. Um exemplo muito comum nas empresas é a terceirização no subsistema de provisão de recursos humanos através de agências de emprego. De acordo com Dessler (2003) as agências de emprego particulares são uma importante fonte de funcionários administra- tivos e de cargos gerenciais, principalmente. As agências cobram uma taxa para cada candidato contratado. O pagamento da taxa pode ser pago pelo candidato ou pelo empregador, sendo que há uma tendência maior de ser paga pelo empregador. Então, voltando a nossa questão inicial: porque terceirizar o serviço? • Se a empresa não tem um setor de recursos humanos pró- prio e/ou não está preparada para realizar o recrutamento e a seleção; • Se há um histórico de dificuldade para conseguir candidatos qualificados; • No caso de uma vaga precisar ser preenchida rapidamente; • Quando há necessidade de atrair um maior número de minorias (PCDs, por exemplo); • Quando há interesse em pessoas atualmente empregadas e que podem ficar mais à vontade procurando agências de emprego do que empresas concorrentes. • Quando a empresa demandar trabalhadores temporários. 28TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Este é apenas um exemplo de terceirização. Você já deve estar familiarizado com outros exemplos como: refeitório, segurança, limpeza, manutenção e outros. A terceirização, até então permitido apenas para atividades- -meio, agora, pela nova legislação trabalhista, também é permitida para atividades-fim, então vamos aguardar e ver como estas mudanças irão funcionar na prática. Banco de Talentos Vamos iniciar este tópico que talvez você já tenha se perguntado: O que eu preciso fazer para me tornar um talento? Obviamente não há uma única resposta mas na tabela abaixo Chowdhury (apud Silva 2016) nos traz uma lista de sete tópicos: Sonho: busque-o O sonho é um objetivo, e este deve trazer-lhe satisfação pessoal. Cada vitória deve ser comemorada e seguida de um novo objetivo a se perseguido. Avalie seus pontos fortes e fracos Saiba exatamente em quais pontos você é forte e em quais ainda você deixa a desejar. O autoconhecimento é fundamental. Procure valorizar seus pontos fortes e desenvolva seus pontos fracos. Cultive a disciplina e a determinação É disso que você precisa para transformar seus sonhos em realidade: disciplina e determinação. O verdadeiro talento não se resume em ter boas ideias e sugestões de processos diferentes. As suas ações devem se basear em escolhas disciplinadas e um acompanhamento determinado dos resultados. Represente as ideias e as ações de forma inseparável Coloque as ideias em ação, não as deixe de lado ou de nada adiantará a criatividade para uma boa ideia. Lembre-se talento = ideia + ação. Envolva a positividade Em qualquer situação, há duas opções: ser positivo ou ser negativo. Situações negativas acontecerão mas não precisamos enxergá-la dessa maneira. Pense no lado positivo e persista. Tome uma atitude de persistência Não desista dos seus objetivos, mesmo que demore muito a alcançá- los. Pessoas de sucesso não costumam desistir. Saliente a mentalidade do ‘próximo’ Tenha sempre um próximo objetivo em mente. Ao atingir um objetivo, busque algo mais desafiador que o anterior e tenha um desempenho cada vez melhor. Tabela 3: Os sete segredos do talento Fonte: Elaborado pela autora a partir de Chowdhury (apud Silva 2016). 29TÓPICOS AVANÇADOS EM RH De acordo com Stadler (2014) existem três fatores que contribuem para uma boa gestão de talentos: a organizaçãode alta performance, o desenvolvimento de competências e a retenção de talentos. • As organizações de alta performance tem equilíbrio entre resultados e inovação, buscam eficiência e eficácia na operação. Possuem pouca hierarquia e muito trabalho em equipe, são fle- xíveis e ágeis, voltada para o cliente e com ampla comunicação. • O desenvolvimento de competências é pautado na orien- tação para os resultados, na inovação, tem foco no cliente, visão sistêmica e busca o desenvolvimento das pessoas. • A retenção de talentos acontece pelo engajamento e com- prometimento das pessoas e melhorando o valor agregado. Você percebeu que a forma como as empresas gerenciam seus talentos (e não recursos humanos) é importante? Atra- vés dos seus talentos as organizações conseguem reinventar a forma de atrair, gerir, estimular, remunerar, capacitar, avaliar e premiar seus funcionários. Os talentos humanos de uma organização são elementos de alto valor estratégico e deve ser agregado, atualizado e protegido. Para as empresas que estão a caminho, construindo sua visão estratégica, a gestão dos talentos é um ponto de alavanca. Melhor ainda se integrado a gestão por competências. Queridos leitores, dica de filme: A animação A Fuga das Galinhas é uma ótima dica para compreender: talentos, trabalho em equipe, competências, liderança.... e é ótimo também para ver em família, com os filhos, sobrinhos....dá para relaxar e aprender! 30TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Síntese Aposentadoria: as práticas pré-aposentadoria mais comuns são: Explicação sobre benefícios da seguridade social; e aconse- lhamentos: sobre o tempo de lazer, sobre saúde, psicológico, sobre uma segunda carreira fora da empresa e sobre segunda carreira na própria empresa. A empresa precisa desenvolver seu programa de aposentadoria de acordo com sua realidade, cultura e contexto. Empoderamento é uma forma de delegação de autoridade, de compartilhar o poder com todos os seus membros. Também proporciona a liberdade e a informação para tomarem decisões e participarem ativamente da organização. Gestão dos processos de terceirização: o setor de recur- sos humanos deve ref letir e analisar o que será terceirizado e porquê. Para depois pensar no como e com quem. Banco de talentos: existem três fatores que contribuem para uma boa gestão de talentos: As organizações de alta per- formance tem equilíbrio entre resultados e inovação, buscam eficiência e eficácia na operação. Possuem pouca hierarquia e muito trabalho em equipe, são f lexíveis e ágeis, voltada para o cliente e com ampla comunicação. O desenvolvimento de competências é pautado na orientação para os resultados, na inovação, tem foco no cliente, visão sistêmica e busca o desen- volvimento das pessoas.A retenção de talentos acontece pelo engajamento e comprometimento das pessoas e melhorando o valor agregado. 31TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Exercícios 1. Assinale a alternativa correta: o empoderamento ou empowerment apresenta quatro bases principais. Quais são elas: a. Poder, desenvolvimento, liderança, motivação. b. Liderança, equipes, comunicação e motivação. c. Poder, equipes, liderança e pessoas. d. Desenvolvimento, equipes, comunicação e poder. 2. Assinale a alternativa correta: Existem três fatores que contribuem para uma gestão de talentos: a. A gestão estratégica, a integração dos talentos e as competências b. A organização de alta performance, o desenvolvimento de competências e a retenção de talentos. c. Captação de talentos, desenvolvimento de competências e cultura orga- nizacional. d. Organização de alta performance, cultura organizacional e poder. e. Nenhuma das anteriores. 3. Associe o conceito com sua definição: Existem três fatores que contribuem para uma boa gestão de talentos. a. As organizações de alta performance b. O desenvolvimento de competências c. A retenção de talentos ( ) Acontece pelo engajamento e comprometimento das pessoas e me- lhorando o valor agregado. ( ) É pautado na orientação para os resultados, na inovação, tem foco no cliente, visão sistêmica e busca o desenvolvimento das pessoas. ( ) Há equilíbrio entre resultados e inovação, buscam eficiência e eficácia na operação. 4. Assinale a alternativa correta: Existem algumas situações onde a contratação de fornecedores externos é altamente recomendada, são elas a. Na realização de projetos que a organização não domina; para transferência de conhecimento e tecnologia; nos processos de mudança organizacional; b. Na implementação de modelo de gestão; para atuação com atividades terceirizadas; c. Na minimização de custos com processos de RH; no apoio a processos decisórios; d. Para atuar em parceira e para atuar nas estratégias da organização. e. Todas as anteriores 32TÓPICOS AVANÇADOS EM RH PESQUISA E DEBATE NA GESTÃO DE PESSOAS Parte 2: Programas de Trainee e Estagiários; Plano de Sucessão, Consultoria Interna de RH; Consultoria Externa de RH e Endomarketing. Nesta parte 2 iremos seguir abordando temas contempo- râneos na gestão de pessoas. Vamos aprender sobre Programas de Trainee e Estagiários; Plano de Sucessão, Consultoria Interna de RH; Consultoria Externa de RH e Endomarketing. 33TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Incluí nesta parte 2 exemplos e práticas para melhor com- preensão dos temas que, embora contemporâneos, já estão sendo implementados com bons resultados em empresas da nossa região. Vamos continuar? Programas de Trainee e Estagiários; Os jovens da geração digital possuem uma forma muito peculiar de ver as coisas e solucionar problemas, pois nasce- ram e foram educados em um meio de rápidas mudanças e um exponencial avanço tecnológico. As empresas, por sua vez, também modificam seus mecanis- mos de sobrevivência, focando em tecnologia e é o componente humano que é capaz de utilizá-la e desenvolvê-la na mesma velocidade. É desta forma que precisamos avaliar a contribuição que o jovem digital pode oferecer ao universo digital. Não é possível uma empresa com planos para futuro abrir mão dos jovens. Precisamos então conhecer bem quem são esses jovens e adotar a melhor equação para investir neles e tê-los como seus profissionais. A questão é: como inserir essa garotada digital no am- biente empresarial existente? Uma pesquisa realizada pela Hay Group em empresas bra- sileiras nos dá algumas pistas sobre as aspirações destes jovens: • Os jovens querem, em primeiro lugar, se desenvolver muito; • Esperam uma excelente relação com a supervisão, incluindo ser ouvidos atentamente; • Buscam um trabalho que seja divertido, com forte identifi- cação com os valores da empresa, com claros critérios para promoções e que sejam bem recompensados financeiramente. (Leal apud Boog 2013, v.2) 34TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Estas aspirações nos dão uma ideia de como estes jovens construíram sua percepção do mundo do trabalho: a. Nos jogos eletrônicos, as etapas (ou fases) são avançadas com certa facilidade e, a cada novo avanço, uma recompensa automática. b. A educação mais flexível em casa dificultando a compreensão que, no mundo real, as regras são mais rígidas e passar de fase seja mais difícil, mais demorado e às vezes, sem critérios claros. (Leal apud Boog 2013, v.2) Em contrapartida, oferecem uma série de atributos com- portamentais interessantes como: empolgação, vitalidade, garra, oxigenação, ideias, agilidade e vontade de trabalhar. A grande dificuldade é encontrar o caminho entre o talen- to do jovem e a realidade empresarial desconhecida por ele, e adequar as expectativas de ambos os lados. Sem esquecer que, estes jovens, se bem desenvolvidos e corretamente explorados em suas potencialidades, serão capazes de dar um jeito novo de realizar seus negócios. O Estágio de Estudantes: Percebemos um aumento contínuo no número de empre- sas que investem em estágios. Isso faz com que os programas de estágio estejam cada vez mais estruturados e organizados. Abaixo, vou listarpráticas já assumidas pelo meio empresarial, que se destacam por sua eficácia: a. Estágio não é emprego e estagiário não é mão de obra: o estagiário deve ser entendido como um jovem em processo de preparação e desenvolvimento e não um quebra-galho ou mão de obra barata. b. Contratando o estagiário para o futuro da empresa: o pro- grama de estágio precisa estar atento ao perfil do jovem. O 35TÓPICOS AVANÇADOS EM RH fato é que os valores e aspirações deste jovem precisa estar alinhado aos objetivos da organização. Assim, a chance de sucesso é bem maior. Um exemplo de Leal (apud Boog, 2013,v.2) antes de pros- seguirmos: Se uma empresa tem por característica incentivar seus colaboradores que busquem, prioritariamente o seu desen- volvimento de carreira, o candidato a estagiário não pode ter como sua vontade principal a busca pela qualidade de vida e de um trabalho slowly.... será que uma parceira entre esta empresa e este candidato tem chances de dar certo? Pouca chance... c. A chave do sucesso: a quem delegar o preparo do estagiá- rio? Se a empresa pretende atender a legislação de estágio vigente, precisará divulgar internamente como enxergar este estagiário. Assim, não é mais o gestor quem solicita, a fim de compor seu quadro, mas a empresa que indicará o gestor incumbido de desenvolver o estagiário, atendendo aos objetivos já estabelecidos pela direção. d. Aspectos operacionais: O estágio não poderá iniciar sem que o instrumento jurídico, o Termo de Compromisso de Estágio esteja formalizando a relação entre escola, estudante e empresa. e. Observar os aspectos legais do estágio: o tempo de estágio, a carga horária semanal, o valor da bolsa estágio, o auxilio transporte...Atentando ao fato de que se a empresa não cumprir o que for acordado no contrato de estágio, o esta- giário será contratado pelo regime CLT retroativamente ao primeiro dia de estágio. f. Aspectos técnicos do estágio: O estagiário precisa estar cons- tantemente em acompanhamento da escola e da supervisão da empresa evitando a ‘fuga’ dos objetivos propostos. Esta ‘fuga’ 36TÓPICOS AVANÇADOS EM RH refere-se ao fato de que o estagiário esta inserido no dia a dia da empresa onde a pressão por resultados, por produção, por metas é constante e pode prejudicar a correta condução do estágio. g. Aspectos sociais do estágio: São aqueles que medem o valor do estágio para o estudante e a importância que a empresa dá ao estagiário. h. Cinco medidas internas essenciais: Estas medidas estão pre- sentes na maioria dos programas de estágio que apresentam melhores resultados. São eles: vontade da empresa; gestor treinado, consciente e interessado; plano de desenvolvimento do estagiário; plano de aproveitamento do estagiário e o RH ‘costurando’ todos estes pontos. i. De estagiário a trainee: um programa de estágios bem sucedido pode dar origem aos futuros trainees da empresa. Vejam que inte- ressante: empresa e estagiário já se conhecem, já há confiança entre as partes, custo zero de processo seletivo... um belo ganha-ganha. j. Os agentes de integração como um articulador entre as partes, fomentando e dando suporte técnico às partes. Os Programas de Trainee: Quando estamos recém-formados ou nos últimos semes- tres, é muito comum vermos anúncios de oportunidades para trainee. É uma boa chance para vivenciar o mercado na prática, aprender bastante e acumular boas experiências. Os processos seletivos para trainee são, em geral, bastante concorridos e as empresas investem seu tempo para contratar os melhores (melhores, claro, no perfil demandado por esta empresa). As empresas dedicam este tempo para a seleção pois é uma excelente forma de atrair grandes talentos que po- dem se desenvolver e agregar resultados. Em geral, os programas de trainee tem duração de 6 meses a 2 anos e, neste período, há orientação, treinamento intensivo e ritmo de progressão salarial. 37TÓPICOS AVANÇADOS EM RH De acordo com Kops (apud Silva, 2016) os programas contam com três fases: • Treinamentos formais: com objetivo de informar sobre di- versas áreas da empresa, o plano estratégico e os aspectos da cultura e dos procedimentos corporativos. • Treinamento on the job (vivencial, na área): nesta fase o trainee pode aplicar seus conhecimentos na prática, de- monstrar suas habilidades e já se integre ao grupo com o qual vai trabalhar. • Projetos: há a elaboração de projetos predeterminados que podem ser aplicados na empresa, dependendo da viabilidade e relevância. Neste tópico podemos concluir que tanto estagiários como trainees são ótimas opções para a organização se renovar. Com acompanhamento, orientação e suporte são fontes de novos talentos para a organização e boa forma de início profissional para os jovens estudantes. Plano de Sucessão; Outra preocupação das organizações que trabalham com visão estratégica, com planejamento, com cenários, é a suces- são das posições executivas chaves da organização. De acordo com Dessler (2003), o plano de sucessão se refere aos planos que a empresa faz para preencher as posições executivas mais importantes. Envolve uma série de passos integrados. Alguns exemplos: • um sucessor potencial pode assumir uma função-chave em uma empresa do grupo para possibilitar o desenvol- vimento de novas habilidades, • o direcionamento para estudos no exterior e • a designação para coordenação de projetos, o que pos- sibilita autonomia de decisão e a observação dos seus resultados. 38TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Assim, o que se pretende é que a organização seja capaz de suprir suas demandas internas de funções chaves, através da preparação de sucessores alinhados com a estratégia organizacional, planejando e gerenciando as necessidades do indivíduo e da organização. Um plano de sucessão (Dessler, 2003) inclui as seguintes atividades: • Análise da demanda de gestores por nível, função e habilidade. • Análise dos perfis dos executivos atuais versus prováveis demandas e possíveis fontes internas e externas. • Planejamento de carreiras individuais com objetividade e apoiadas nas avaliações de desempenho e de potencial. • Aconselhamento de carreira realista. • Promoções aceleradas com desenvolvimento orientado para as necessidades futuras. • Treinamento e desenvolvimento relacionados ao desempenho, preparando as pessoas para as responsabilidades atuais e futuras. • Planejamento estratégico do recrutamento que, além de pre- encher vagas atuais, também busca pessoas com potenciais atender a demandas futuras. Vou exemplificar para você: Em uma empresa, aqui da nossa região, identificou através do seu planejamento estratégico que, devido a previsão de expansão da empresa que aconteceria a partir da instalação de uma nova unidade, não haveria gestores preparados em quantidade suficiente para atender a esta demanda. A previsão de início das atividades da nova unidade era de 3 anos. Este era o prazo que o setor de Recursos Humanos dispunha para encontrar alternativas. Pois bem, com os atuais gestores criou-se um programa de sucessão onde cada gestor, com apoio do setor de recursos humanos, buscou identificar funcionários que poderiam atender a demandas futuras. Para isso utilizou-se de avaliações de desempenho e de potencial. Para esses potenciais sucessores foi desenvolvido um programa de treinamento e desenvolvimento com foco no desenvolvimento de habilidades gerenciais. Também foi feita uma orientação de carreira realística buscando alinhar expectativas. Foi incentivado neste período, a troca temporária de setor de trabalho, a fim de enriquecer a visão sistêmica da organização e do impacto de uma área sobre a outra. Para os atuais gestores, foi desenvolvido um programa com foco em alto escalão, com ações de coaching e mentoring, além de cursos de formação em instituições renomadas. Apesar destas ações, também foi necessário a contratação de pessoas. Optou-se por contratar pessoas com potencial para desenvolvimentoem funções de gestão. Foram contratadas pessoas em último ano de graduação, incentivando que seu trabalho de conclusão tivesse por base a própria empresa. Estes novos funcionários foram inseridos no programa de treinamento e desenvolvimento. 39TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Assim, foi possível, no prazo de 3 anos, ter a quantidade e a qualidade de gestores necessárias para atender a demanda. Isso só foi possível com planejamento e, como vocês podem perceber, diversas, variadas ações. Certo? Consultoria Externa em RH De acordo com Lima (2013, p 12), consultoria organiza- cional “é o serviço prestado por uma empresa ou por um es- pecialista detentor de conhecimentos e capacidades suficientes para orientar outra organização, privada ou pública.” Os objetivos são: aprimorar processos, desenvolver estra- tégias e encaminhar soluções a questões de ordens diversas. E promover mudanças nas organizações clientes, na procura de um melhor posicionamento e de consequentes resultados superiores. Um ponto crítico da atuação de um consultor é que, em sua atuação, não há um controle direto sobre a situação pro- blema. Ou seja, o consultor pode atuar com conscientização, informar, orientar, auxiliar na tomada de decisão, mas não atua diretamente no problema. A consultoria externa em RH caracteriza-se por ser uma consultoria especializada e que portanto, demanda do consultor um domínio do conhecimento na área bem como sua cons- tante atualização e um conhecimento do mercado reforçando a questão da imparcialidade e da ética. Por ser um profissional externo, sua relação com a empre- sa-cliente ocorre por meio de contratos firmados. Nos contratos há as ‘regras do jogo’: objeto da consultoria, prazos de execução, responsabilidades das partes envolvidas. Uma vantagem importante na contratação de um consul- tor externo é a aquisição de novos conhecimentos e práticas, aspecto este que compensa o custo deste tipo de serviço, em geral, mais elevado. 40TÓPICOS AVANÇADOS EM RH O consultor externo em geral contratado por escalões mais altos da organização, tentem a depositar expectativas e transferem credibilidade aos diagnósticos recebidos. Esta credibilidade está embasada pela experiência do consultor (ou da empresa de con- sultoria externa) é determinante para criação da imagem positiva. Por outro lado, ao mesmo tempo em que o distanciamento da organização (pois o consultor não convive com o dia-a-dia da empresa-cliente) permite a imparcialidade nos julgamentos e análises, limita o acesso a organização ‘informal’ , àqueles conhecimentos que só tem acesso quem é funcionário. Há vantagens e desvantagens tanto na contratação de um consultor externo, como de um consultor interno (como vere- mos a seguir). A melhor alternativa depende da avaliação do contexto organizacional, da cultura, da forma de agir dos di- retores, da análise dos custos e da própria oferta de consultores e de empresas de consultoria no mercado. 41TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Consultoria Interna em RH De acordo com Orlickas (apud Boog, 2013) com a evolução no modelo de gestão das pessoas a área de Recursos Humanos mudou, e continua mudando. A área de RH tem se dedicado cada vez mais para a capacitação e desenvolvimento de cola- boradores e para pesquisas de satisfação visando entender o que seu público busca. Outras ações são examinar práticas de melhorias, criar planos de desenvolvimento individuais e ouvir sugestões do colaborador, ações estas voltadas para a estratégia. Ainda de acordo com a mesma autora, a atuação do con- sultor interno é de ser um facilitador que atua de forma mul- tidisciplinar, com crescente rapidez e f lexibilidade diante das demandas. O consultor interno tem como função: • Elaborar diagnósticos voltados para gestão das pessoas; • Buscar soluções inovadoras para problemas de produtos/ serviços ligados a gestão de pessoas; • Sugerir novidades; • Opinar e propor soluções e críticas. Na figura abaixo, vemos quais competências que permeiam o profissional consultor interno de recursos humanos. Competência Definição Visão de Futuro Capacidade de visualizar tendências, analisá-las e incrementá-las com suas próprias opiniões e seus experimentos, tornando-as factíveis, aliada ao fato de exercer pensamentos proativos e sempre à frente dos demais. Comprometimento Demonstrado pelo alto grau de identidade com a cultura e com os valores da organização. Deve acreditar no sucesso da empresa e agir de forma consistente e coerente com os princípios fundamentais que norteiam a organização. Comunicação verbal e escrita Estar atento para que seus interlocutores entendam corretamente sua mensagem e sejam capazes de transmitir e explicitar suas ideias, pensamentos e informações. Negociação Demonstra assertividade e ética, apresenta argumentos persuasivos e age de forma a obter acordos satisfatórios para ambas as partes envolvidas. Empreendedorismo Além de ações eficazes, ter atitudes aliadas à capacidade de gerir o negócio com estratégias inovadoras e criativas, sabendo transformar crises em oportunidades. Foco em resultados Excedendo o cumprimento de suas metas, ter atitudes voltadas para a geração de resultados compromissados, revertendo dificuldades. Senso de relevância Identificar pontos mais relevantes, voltar-se para ações diferenciadas, agregando valor. Planejamento Saber estabelecer prioridades, com estratégias adequadas a fim de predeterminar o curso de uma determinada ação com seus métodos e técnicas. Perfil questionador Saber discutir e expor seus pontos de vista, opiniões, apreciações ou ideias; se divergentes, sem ferir suscetibilidades. Relacionamento intrapessoal e interpessoal Apresenta equilíbrio e amadurecimento emocional, sabe estabelecer contato com as pessoas, de acordo com padrões e normas socioculturais aceitáveis, interagindo com tato e polidez; percebe os sentimentos e necessidade dos outros; é capaz de manter ótimos relacionamentos. Tabela 4 Competências do consultor interno de recursos humanos. Fonte: A autora a partir de Orlickas (apud Boog, 2013). 42TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Para finalizar este tema, um exemplo da atuação de um consultor interno: Pois bem, certo dia, o diretor industrial me procurou e me disse o seguinte: - Nós precisamos melhorar a escolaridade dos funcionários que não concluíram o ensino fundamental. Nós temos ótimos colabo- radores, sem o ensino fundamental. Não quero demiti-los, quero que voltem a estudar. A empresa, cujo produto ainda demandava muita habilidade manual, de fato, possuía ótimos funcionários, com larga experiência, mas com pouco estudo. E isto, com as novas demandas de clientes e do próprio trabalho, havia o risco destes funcionários ficarem para traz, não acompanharem o desenvolvimento da empresa, as normatizações, as instruções de trabalho, os quadros de produção... Eu imediatamente pensei nos planos de incentivo ao estudo, bolsas de estudo... Mas então o diretor me disse: - Sem dinheiro. Não dispomos de recursos financeiros. Então, não vi alternativa imediata. Precisei de vários dias ama- durecendo a ideia, pensando alternativas.... Até que um dia, lembrei de uma aula sobre motivação.... lem- bram, pessoal? A motivação é intrínseca! A partir disso criamos um programa de retorno aos estudos que tinha como características: • Participação voluntária e em horário de trabalho; • Encontros onde, através de dinâmicas de grupo buscou-se res- gatar a importância do estudo para a pessoa, valorizando as individualidades. • Informação sobre opções de escolas, supletivos, eja... • Apoio pedagógico em horário de trabalho. E este programa obteve resultados espetaculares, utilizando apenas os recursos humanos já existentes na organização. Imaginem só a satisfação despertar o desejo de retornar à escola do funcionário ao invés de impor uma condição de ou estuda ou está fora. 43TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Endomarketing O que é Endomarketing? De acordo com Rahme(2017) o en- domarketing tem por objetivo promover relações saudáveis entre os profissionais e a empresa, gerando um ambiente facilitador de boas práticas. A figura abaixo resume o conceito de Endomarketing: Endomarketing = ferramentas do marketing + ferramentas da comunicação + processos de gestão de pessoas. O trabalho do Endomarketing deve estar associado às estratégias e ao planejamento da empresa e envolver, ao me- nos, duas áreas na construção deste processo: o marketing e o recursos humanos. Quando bem estruturado os programas de Endomarketing atuam na: • Melhoria de processos: preparando, envolvendo e otimizando a atuação das pessoas, que, consequentemente, sentem-se mais motivadas para o trabalho. • Integração de líderes e equipes: Todos estão envolvidos e orientados para objetivos comuns. • Incremento de competências: os processos de desenvolvi- mento de melhorias e maior integração dos profissionais geram um incremento no desenvolvimento de competências direcionadas ao foco do negócio. • Melhoria na comunicação interna: gera conhecimento, par- ticipação e melhor relacionamento entre os profissionais. • Melhoria do clima organizacional – as relações mais claras auxiliam na melhora do clima. (Rahme, 2017) Resumindo, o Endomarketing, em sua essência trabalha com a motivação humana. Isto significa que os funcionários dão o melhor de si, para que a empresa possa ser competitiva no mercado. E, em conjunto, proporcionar aos funcionários um significado do seu trabalho, na sua vida. Figura 5: O que é Endomarketing? Fonte: Elaborado pela autora a partir de Rahme, 2017. 44TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Síntese Programas de Estágios e Trainees: Não é possível uma empresa com planos para futuro abrir mão dos jovens. Precisamos então conhecer bem quem são esses jovens e adotar a melhor equação para investir neles e tê-los como seus profissionais. Nos programas de trainee as empresas dedicam um bom tempo para a seleção pois é uma excelente forma de atrair grandes talentos que podem se desenvolver e agregar resultados. Planos de Sucessão: Um plano de sucessão (Dessler, 2003) inclui as seguin- tes atividades: Análise da demanda de gestores por nível, função e habilidade. Análise dos perfis dos executivos atuais versus prováveis demandas e possíveis fontes internas e externas. Planejamento de carreiras individuais com objetivi- dade e apoiadas nas avaliações de desempenho e de potencial. Aconselhamento de carreira realista. Promoções aceleradas com desenvolvimento orientado para as necessidades futuras. Treinamento e desenvolvimento relacionados ao desempenho, preparando as pessoas para as responsabilidades atuais e futuras. Planejamento estratégico do recrutamento que, além de preencher vagas atuais, também busca pessoas com potenciais atender a demandas futuras. Consultoria Externa em RH: A consultoria externa em RH caracteriza-se por ser uma consultoria especializada e que portanto, demanda do consultor um domínio do conhecimento na área bem como sua constante atualização e um conhecimento do mercado reforçando a questão da imparcialidade e da ética. Por ser um profissional externo, sua relação com a empresa-cliente ocorre por meio de contratos firmados. Consultoria Interna em RH: O consultor interno é um facilitador que atua de forma multidisciplinar, com crescente rapidez e flexibilidade diante das deman- das. O consultor interno tem como funções: Elaborar diagnósticos voltados para gestão das pessoas; buscar soluções inovadoras para problemas de produtos/serviços ligados a gestão de pessoas; sugerir novidades; opinar e propor soluções e críticas. Endomarketing: Quando bem estruturado os programas de Endomarke- ting atuam na: melhoria de processos: preparando, envolvendo e otimizando a atuação das pessoas, que, consequentemente, sentem-se mais motivadas para o trabalho. Na integração de líderes e equipes envolvidos e orientados para objetivos comuns. No incremento de competências: os processos de desenvolvimento de melhorias e maior integração dos profissionais geram um incremento no desen- volvimento de competências direcionadas ao foco do negócio. Na melhoria na comunicação interna: gera conhecimento, participação e melhor relacionamento entre os profissionais. Na melhoria do clima organizacional – as relações mais claras auxiliam na melhora do clima. (Rahme, 2017) 45TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Exercícios 1. Complete as frases: Estas aspirações nos dão uma ideia de como estes jovens construíram sua percepção do mundo do trabalho: a. Nos_____________, as etapas (ou fases) são avança- das com certa facilidade e, a cada novo avanço, uma __________automática. b. A educação mais __________ em casa dificultando a compreensão que, no mundo real, as regras são mais ________e passar de fase seja mais difícil, mais demorado e às vezes, sem critérios claros. 2. Assinale a alternativa correta: Quando bem estruturado os programas de Endomarketing atuam na: a. Melhoria de processos, integração de líderes e equipes, b. Incremento de competências, c. Melhoria na comunicação interna, d. Melhoria do clima organizacional. e. Todas as alternativas. 3. Assinale a alternativa correta: A atuação do consultor interno é de ser um facilitador que atua de forma multidisciplinar, com crescente rapidez e flexibilidade diante das demandas. O consultor interno tem como função: a. Elaborar diagnósticos voltados para gestão das pessoas; b. Buscar soluções inovadoras para problemas de produtos/ serviços ligados a gestão de pessoas; c. Sugerir novidades; d. Opinar e propor soluções e críticas. e. Todas as anteriores. 4. Complete a frase: A atuação do consultor _______ é de ser um facilitador que atua de forma __________, com crescente rapidez e flexibilidade diante das________. a. Interno, multidisciplinar, demandas b. Externo, qualificada, necessidades c. Externo, multidisciplinar, mudanças d. Interno, qualificada, demanda e. Interno, multidisciplinar, necessidades 46TÓPICOS AVANÇADOS EM RH PESQUISA E DEBATE NA GESTÃO DE PESSOAS Parte 3: Pesquisa de Clima Organizacional; Expatriação; Qualidade de Vida; PCDs Pessoas com Deficiência e Demais temas. Caros alunos, esta é nossa parte 3, a última parte que trata dos temas contemporâneos na gestão das pessoas. Nesta parte iremos abordar a Pesquisa de Clima Organizacional, a Expatriação, a Qualidade de Vida, os PCDs – pessoas com deficiência e demais temas. 47TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Trata-se também da última unidade da nossa disciplina, assim encerramos todos os conteúdos propostos em nosso plano de ensino. Espero que esteja sendo bem construtivo e proveitoso para todos vocês! Pesquisa de Clima Organizacional Vamos inicialmente compreender o que é clima organizacional? Podemos fazer uma analogia simples com o clima atmosférico: mesmo sem ter visto a previsão do tempo, quando olhamos para o céu e prestamos atenção no ambiente, nos sentimos se está frio, quente, gelado, se vai chover... assim também é o clima organizacional. Clima organizacional é um conceito intangível ou seja, não pode ser tocado ou visualizado mas pode ser percebido psicologicamente. “O termo clima organizacional refere-se especificamente às pro- priedades motivacionais do ambiente interno de uma organização, ou seja, aos aspectos internos da organização que provocam di- ferentes espécies de motivação em seus participantes. (...) Assim o clima organizacional é favorável quando provoca satisfação das necessidades pessoais dos participantes, produzindo elevação do moral interno. É desfavorável quando proporciona frustração daquelas necessidades.” (Chiavenato, 2015) A dificuldade principal reside no fato que pessoas diferen- tes percebem o mesmo clima de maneiras diferentes. O que é positivo para um pode ser negativo para outra pessoa. O clima organizacional portanto, influencia a motivação, o desempenho humano e a satisfação no trabalho. Abaixotemos uma figura 6 que mostra os determinantes do clima organizacional, em uma visão simplificada: 48TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Vamos compreender estas variáveis: as Dependentes formam o clima organizacional. As Variáveis de Entrada (dependem das condições da organização e do executivo) inf luenciam as Variáveis Dependentes e estas geram os resultados. De acordo com Chiavenato (2015), o executivo não tem muitas condições pessoais de intervir na cultura, mas ele tem plenas condições de alterar e melhorar o clima organizacional do seu departamento, atuando nas Variáveis de Entrada que inf luenciam as Variáveis Dependentes e estas produzem resultados para a organização Certo! Agora vamos compreender a Pesquisa de Clima. Muitas empresas já se dedicam a medir o clima periodica- mente. Os principais elementos utilizados para avaliar o clima organizacional são: a. Liderança; b. Comunicação; c. Processos de Interação; d. Participação nas decisões; e. Formulação de objetivos; f. Tipo de atividade; g. Estrutura do Trabalho; h. Forças motivacionais; i. Controle. De acordo com Boog (2013) a pesquisa de clima organiza- cional é a ferramenta utilizada para mensurar as percepções dos colaboradores sobre diversos aspectos importantes da relação empresa/colaborador. Variáveis de Entrada: Estrutura Organizacional Cultura Organizacional, Condições econômicas Ênfase no engajamento Oportunidade de participação Construção de equipe Estilo de Liderança Reconhecimento Incentivos e recompensas Variáveis Dependentes: Motivação Desafios Nível de satisfação Credibilidade Orgulho Respeito Imparcialidade Camaradagem Resultados: O melhor lugar para trabalhar Desempenho excelente Produtividade Qualidade Eficiência Eficácia Competitividade Inovação Figura 6: Determinantes do Clima Organizacional. Fonte: Chiavenato, 2015. 49TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Abaixo uma figura que mostra como implantar uma cultura favorável à pesquisa do clima organizacional. Assim, a pesquisa de clima organizacional é parte essencial do processo de gestão do clima organizacional. Caracteriza-se por ser objetiva, numérica, matemática sobre percepções indi- viduais e subjetivas. A partir dos resultados da pesquisa, a gestão do clima orga- nizacional é iniciada, por meio de ações corretivas ou preventivas. Contudo, antes de se decidir quais ações realizar, é neces- sário ter claro qual é a visão de futuro em termos de clima e cultura organizacional. Este será o direcionamento para o qual as ações decorrentes levarão a organização no rumo correto. O que fizeram as empresas que se tornaram os melhores lugares para se trabalhar? a. Simplificaram sua estrutura organizacional adotando for- matos mais simples, com pouca hierarquia, sem divisões internas, privilegiando o trabalho em equipe. b. Transformaram suas culturas corporativas para proporcionar liberdade, participação, responsabilidade, autonomia e poder às pessoas – atribuíram confiança e responsabilidade às pessoas. c. Investiram na melhoria do clima organizacional visando proporcionar um ambiente agradável de trabalho, em que as pessoas se sentem bem e satisfeitas. d. Reconheceram o trabalho das pessoas e lhes ofereceram recompensas que fazem valer qualquer esforço adicional. Simples? Nem tanto. Está aí um belo desafio. Comprometimento Segurança/Confidencialidade Participação Facultativa Transparência e ética em todo o processo. É fundamental que a alta administração apoie a realização da pesquisa, realizando esforços para que os colaboradores possam se expressar. Sem o apoio legítimo as ações ficam limitadas e/ou comprometidas Cada participante precisa se sentir seguro e confortável para registrar suas opiniões, sem nenhuma censura ou ameaça. A confidencialidade é básica para que haja verdade nas respostas dos participantes. É melhor ter uma adesão mais baixa na pesquisa e respostas verdadeiras do que ter uma alta adesão e respostas não verdadeiras – que geram um falso diagnóstico. Estas, por sua vez, darão origem a ações incongruentes com a realidade. Se é confidencial, que seja mesmo! Se algum colaborador é identificado e/ou punido em função de sua resposta na pesquisa, todo o processo fica comprometido por muitos e muitos anos. Figura 7: Princípios da Pesquisa de Clima Organizacional. Fonte: A autora a partir de Boog (2013) 50TÓPICOS AVANÇADOS EM RH Expatriação Vou iniciar este tópico contando uma experiência de expatriação: Em 2006, Antonio, um profissional da área de engenharia brasileiro, foi expatriado para Angola, na África. O objetivo da empresa era de expandir a atuação da empresa naquele país, bem como prestar assistência técnica para os produtos. O país estava em franco crescimento econômico, o que atraia a atenção de muitos países, não apenas do Brasil. Este crescimento ocorria pois o país havia encerrado um período de quase 30 anos de guerra civil, ou seja, tudo precisava ser reconstruído. Havia a necessidade de estradas, de água, esgoto, de desminar (retirar as minas terrestres enterradas no solo) os campos para que a agricultura fosse possível, rede elétrica, telefônica, escolas, hospitais... enfim toda a estrutura necessária. Angola é um país rico em petróleo e diamantes, portanto, com recursos para subsidiar este crescimento, terminada a guerra. Portanto, de fato, um país de excelentes oportunidades profissionais e comerciais. O resultado desta expatriação para a empresa foi a identificação das oportunidades existentes; das dificuldades estruturais encontradas: portos superlotados, falta de estradas, rede de telefonia limitada; e dos entraves burocráticos e legais que poderiam limitar a instalação da empresa naquele país. Assim a empresa conseguiu informações seguras para apoiar futuras decisões em relação àquele país, em termos comerciais. Quanto a Antonio, a expatriação trouxe um amadurecimento pessoal, um grande aprendizado e uma expectativa não concretizada de crescimento profissional quando retornou ao Brasil. Pois bem, vamos a teoria então: Orsi (2013) nos diz que expatriação é a designação de funcionário da empresa para trabalhar em subsidiária em país diferente da sua origem, por espaço de tempo que o obrigue a residir naquele destino. Por vezes, a mudança envolve a família do executivo e o processo envolve adaptação cultural. Expatriar envolve prós e contras a serem analisados pela empresa. Veja na tabela abaixo: O balanceamento entre custo e satisfação na remuneração do expatriado é outro tema delicado. As empresas brasileiras vêm adequando suas políticas e práticas de gestão dos proces- sos de recompensas aos expatriados. É necessário entender e Prós da expatriação Contras da expatriação Para transferir conhecimento técnico. Empregar cidadãos locais é menos dispendioso do que expatriar. Para proporcionar desenvolvimento gerencial. É comum que governos locais solicitem bons empregos para seus cidadãos o que faz com que os empregadores estrangeiros sejam requeridos a empregar localmente. Mantém uma rede de comunicação entre subsidiária e matriz proporcionando desenvolvimento organizacional. É comum clientes desejarem fazer negócio com empresas (e pessoas) que percebem serem locais e não estrangeiros. Tabela 5: Os prós e contras da Expatriação. Fonte: Elaborado pela autora a partir de Orsi (2013) 51TÓPICOS AVANÇADOS EM RH antecipar as demandas de internacionalização da organização e de como reagir a mudanças nos aspectos legais e econômicos. Na proporção que mais empresas expatriam, é possível um ajustes nas práticas existentes com novas práticas, com cola- boração na gestão internacional de recursos humanos para o alcance dos objetivos empresariais. O resultado disso é que as políticas de recompensas não tem um único modelo, mas se transformam, incluindo ou ex- cluindo recompensas de acordo com a realidade do local para onde o profissional será expatriado. De acordo com Orsi, 2013, para
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