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Livro em Português e Inglês Book in Portuguese and English PI44: UM MODELO DE NEGÓCIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS NO ENTRETENIMENTO PI44: A BUSINESS MODEL FOR PERSONNEL DEVELOPMENT IN ENTERTAINMENT Prof. Cesar Buaes Dal Maso, Ph.D * Autorizada reprodução e distribuição ilimitada pelo autor como cortesia para professores, colaboradores, estudantes e convidados da Florida Christian University e Grupo Ser Educacional. * Authorized unlimited reproduction and distribution by the author as a courtesy for professors, employees, students and guests of the Florida Christian University and Grupo Ser Educacional. Prof. Cesar Buaes Dal Maso, Ph.D Doutor em Administração pela Florida Christian University (FCU) com reconhecimento no Brasil pela Universidade da Amazônia (UNAMA), Mestrado em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), MBA Executivo Internacional em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e The George Washington University (GWU). Administrador pela Universidade de Passo Fundo. Diretor e consultor da CBD Management Consultoria Empresarial, professor de diversas instituições e autor de múltiplas publicações. Ph.D in Business Administration from Florida Christian University (FCU) with recognition in Brazil by the University of Amazonia (UNAMA). Master in Business and Administration from the Pontifical Catholic University of Rio Grande do Sul (PUCRS), International Executive MBA in Project Management from the Getulio Vargas Foundation and The George Washington University (GWU). Administrator at University of Passo Fundo (UPF). Director and Consultant of CBD Management Business Consulting, professor in several institutions and author with multiple publications. Revisão Adam Taylor e Marilice Costi ARte de CApA Daniela Jacinto diAgRAmAção Manoela Dourado ContAto Com o AutoR cesar@cbdmanagement.com.br Copyright© Cesar Buaes Dal Maso 8810/1 – 500 – 220 – 2017 O conteúdo desta obra é de responsabilidade do(s) Autor(es), proprietário(s) do Direito Autoral. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Índices para catálogo sistemático: 1. Gestão de negócios 658 Dal Maso, Cesar Buaes PI44 : um modelo de negócios para o desenvolvimento de pessoas no entretenimento = PI44 : a business model for personnel development in entertainment / Cesar Buaes Dal Maso ; tradutor Adam Jerome Taylor. -- São Paulo : Scortecci, 2017. Edição bilíngue : português/inglês ISBN: 978-85-366-5311-2 1. Ficção brasileira I. Título. 3. Desenvolvimento pessoal 4. Entretenimento 5. Inovação 6. Planejamento estratégico I. Título. II. Título: PI44 : a business model for personnel development in entertainment 17-08164 CDD-658 Rua Deputado Lacerda Franco, 98 São Paulo – SP – CEP 05418-000 Telefone: (11) 3032-1179 www.scortecci.com.br Livraria Asabeça Telefone: (11) 3031-3956 www.asabeca.com.br 5 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Dedicatória pela Sabedoria Dois amigos muito especiais me inspiraram tanto pela sua sabedoria quanto pelo seu conhecimento e por terem contribuído de forma significativa para a minha pesquisa de doutorado, que resultou neste livro. Minha gratidão: a Geraldo Castelli, Diretor da Escola Superior de Hotela- ria de Canela, Rio Grande do Sul/Brasil e a James Cunningham, Diretor Aposentado da Disney University de Orlando, Flórida/EUA. O que me ensinaram, repassarei por onde eu passar. 7 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Agradecimentos à minha família e a meus amigos, à Direção da Florida Christian University, à Confederação Nacional do Turismo (CNTUR), ao meu orientador, aos coordenadores, professores, colaboradores e colegas da FCU, pela atenção e amizade, aos amigos incentivadores: Adam, Marilice, Rafael, Celso, Maria de Fátima, Teresinha, Rossana, Jim, José Claudemir, Geraldo, Felipe, Mara, Luiz Otávio, Alessandra, Margareth, Márcia, Ernani, Norberto, Marlides e Anthony. 9 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Agradecimento especial Prof. Celso dos Santos Silva, Ph.D. – Membro da Confederação Nacional do Turis- mo, São Paulo, SP, Brasil – por ter sido um motivador durante toda a pesquisa. Prof. Rafael Olivieri Neto, Ph.D. – Diretor da Competency do Brasil, São Paulo, SP, Brasil – por abrir caminhos na internacionalização da mi- nha carreira. 11 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Prefácio Uma das coisas mais gratificantes que acontecem na Flo-rida Christian University (FCU), além dos temas acadê- micos, é a interação com pessoas maravilhosas. E foi assim que conheci Cesar Buaes Dal Maso, muito bem referenciado por um amigo em comum, durante o evento realizado pela FCU, no Brasil. Naquele momento, percebi como a educação é prioridade para ele, pois esteve presente em todo o evento e fez networking com muitas pessoas. Fomos presenteados, eu e minha esposa Fernanda, com dois de seus livros: Gestão de Qualidade em Serviços na Hotelaria (2013) e Estratégia em Gerência de Projetos: Teoria, Ferramentas e Portfolio do Imagineering (2015). Poucos meses depois, observei na Universidade que ele já es- tava cursando o doutorado em administração da FCU e vinha obtendo excelentes avaliações dos professores e coordenado- res, sempre sendo destaque pelo foco e assertividade. O tempo passou. Reencontrei Cesar no dia da sua de- fesa: era dezembro de 2016 e estávamos no seminário Interbu- siness em Orlando. Soube, através da coordenação de nossos programas, que o trabalho dele havia obtido nota máxima pela apresentação, pontualidade e, principalmente, pelo con- teúdo e relevância da pesquisa em benefício do turismo para o Brasil. Identifiquei que mais do que toda sua formação em diversas áreas de gestão e negócios, ele vem dedicando a sua vida em projetos de alta performance para as áreas da hospitali- dade corporativa em organizações prestadoras de serviços e atua com afinco como professor em cursos de especializações e MBAs no Brasil, onde tem uma participação muito ativa. 12 Cesar Buaes D al M aso Nesse livro, que você tem o privilégio de ter em suas mãos ou em tela, oriundo da sua tese de doutorado, ele atingiu pleno êxito. Integrou e atualizou os construtos de nosso pro- fessor e amigo Dr. Celso dos Santos Silva com os construtos de Geraldo Castelli e Silvana Castelli e, ainda, com as teorias de Doug Lipp em um modelo de negócios de universidade corporativa para parques temáticos no contexto brasileiro. Sua base foi embasada sob a experiência Disney, na hospitali- dade corporativa e na análise de conteúdo. Nesse seu trabalho, profissionais com relevante expe- riência acadêmica e de mercado foram entrevistados e, pos- teriormente, analisou o conteúdo com a orientação de La- wrence Bardin. Ainda, a partir da visão das categorias de Jim Muehlhausen, a pesquisa resultou em um modelo integrador, chamado PI44, simples e aplicável para a realidade brasileira. Esse novo modelo de negócios – PI44 – traz benefício direto para o desenvolvimento desse tipo de negócio. Importante destacar que não é somente para os parques temáticos, mas muito útil para diversos outros segmentos da área da hospita- lidade, tais como a hotelaria e a gastronomia. Observe que, durante a leitura no livro, que as variáveis cultura organizacional, consistência em detalhes e experiência de aprendizagem lúdica foram destaques no resultado final do livro. Este livro – PI44: Um modelo de negócios para o desenvolvi- mento de pessoas no entretenimento – éum material pontual para executivos e acadêmicos de MBAs, Mestrados e Doutorados de gestão e, para aqueles que preparam para assumir respon- sabilidades mais abrangentes e para a FCU, uma contribuição científica altamente relevante. Ao registrar o grande conheci- mento obtido na sua pesquisa do doutorado, Cesar Buaes Dal Maso atingiu mais um triunfo para sua carreira profissional. Desfrute e tenha boa leitura! Prof. Anthony Portigliatti, Ph.D. Presidente & Chancellor da Florida Christian University, Orlando, Florida, EUA 13 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Apresentação Este livro é de relevância internacional, empresarial, pro-fissional e acadêmica, pois possibilita uma visão sistêmi- ca da área da Hospitalidade para o entretenimento. O Modelo de Negócios PI44 de desenvolvimento de pessoas é uma ferramenta estratégica de aplicação permanen- te e manutenção inteligente para a sustentabilidade empresa- rial e social das empresas nos segmentos de Turismo de Di- versões, Hotelaria Resort, Gastronomia Espetáculo. Direcionado para os detalhes do segmento profissional, o modelo amplia enormemente a atuação de uma empresa de forma exponencial em um mundo globalizado, repleto de novas exigências em um mercado crescente e dinâmico dos serviços de lazer, recreação e diversões do Brasil e do mundo. Excelente leitura para todos. Prof. Celso dos Santos Silva, Ph.D. Colaborador Sumário 1 Introdução .................................................................................. 19 2 Modelo de negócios .................................................................. 27 3 Panorama dos parques temáticos no Brasil ........................... 37 4 Educação e hospitalidade corporativa .................................... 49 5 Análise e apresentação do modelo ........................................ 65 6 O aprendizado ........................................................................... 97 Referências ......................................................................................101 Apêndice ..........................................................................................107 Lista de Abreviaturas ADIBRA – Associação dos Parques de Diversão do Brasil .......................................................37 BMI – Business Model Institute ...........................................................32 °C – Graus Celsius ............................................................................42 CT – Centro de Treinamento .........................................................20 DI – Disney Institute .......................................................................63 DU – Disney University ..................................................................59 m – metros .........................................................................................42 P&D – Pesquisa e desenvolvimento ..............................................31 PI44 – 44 Variáveis de um Modelo de Negócios oriundo das palavras parque e integração ............................87 SCSC – Segurança, Cortesia, Show, Eficiência ............................61 UC – Universidade Corporativa .....................................................20 Lista de Tabelas Tabela 1 – Variáveis de um fluxo lógico de modelo de negócios .....................................................28 Tabela 2 – Tipologias de modelos de negócios ..........................29 Tabela 3 – Descrição para o Canvas ............................................33 Tabela 4 – Princípios de Universidade Corporativa .................51 Tabela 5 – Atributos da Hospitalidade .......................................56 Tabela 6 – Modelo Segurança, Cortesia, Show e Eficiência .....61 Tabela 7 – Novas variáveis ou adaptações para o modelo .......81 Tabela 8 – Variáveis para o Modelo PI44 ...................................88 Tabela 9 – Variáveis do Modelo PI44 ..........................................90 Lista de Figuras Figura 1 – Exemplo de Canvas ....................................................34 Figura 2 – Roda do Business Model Institute .................................. 35 Figura 3 – Brinquedo do Playcenter ............................................38 Figura 4 – Atração do Snowland ..................................................39 Figura 5 – Beto Carrero World .....................................................41 Figura 6 – Beach Park ....................................................................42 Figura 7 – Hot Park ........................................................................42 Figura 8 – EcoPark Arraial D’Ajuda ...........................................43 Figura 9 – Parque Terra Mágica Florybal.................................... 44 Figura 10 – DiRoma Acqua Park .................................................44 Figura 11 – Alpen Park...................................................................45 Figura 12 – Acqua Lokos...............................................................46 Figura 13 – Aldeia do Papai Noel ................................................47 Figura 14 – Parque Aquático Cascanéia ...................................... 47 Figura 15 – Disney University de Orlando ................................. 61 Figura 16 – Modelo de negócios PI44 ......................................... 92 19 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Introdução O presente livro surgiu devido à oportunidade para criar um novo conhecimento para o ce- nário brasileiro. Trato aqui de três temáticas e um campo de pesquisa. As temáticas são modelo de ne- gócio, educação corporativa – com referência na Disney Uni- versity – e gestão da hospitalidade (com foco na hospitalidade corporativa). O campo de pesquisa compreendeu parques te- máticos brasileiros. Por meio da geração de um modelo de negócio para centros de treinamento ou universidades corporativas de parques temáticos brasileiros – modelo necessário no Brasil – que cumpri os objetivos de minha tese de doutorado nos Estados Unidos, tendo Muehlhausen, fundador do Instituto de Modelo de Negócios americano como referência para for- matação do modelo. A escolha desse tema surgiu em outro estudo que fiz sobre filosofia Disney1. Já no doutorado, unifiquei constru- tos: (1) educação corporativa, (2) hospitalidade corporativa e (3) filosofia de treinamento e desenvolvimento Disney. Minha base foi a literatura de Silva (2014) para educação corporativa no contexto brasileiro; Castelli e Castelli (2010) para hospitali- dade corporativa e Lipp (2013), com o a filosofia Disney Uni- versity. Silva tem pós-doutorado em educação e administração pela Florida Christian University e reconhecida experiência em serviços com hospitalidade. Castelli e Castelli dedicou sua trajetória profissional na hospitalidade com ênfase na escola 1 DAL MASO et. al., 2015. 20 Cesar Buaes D al M aso suíça. Lipp ajudou a criar a primeira versão internacional da Disney University, na Califórnia, nos Estados Unidos. Nos construtos, Silva (2014) unifica teorias e práticas da educação na área de serviços e constrói um modelo de educa- ção corporativa na área de gastronomia, de fácil interpretação e utilização, com dezoito princípios. Na hospitalidade corpora- tiva, Castelli e Castelli (2010) integram atributos que compõem variáveis de convivência, respeito, cortesia, tolerância, gene- rosidade, solidariedade, harmonia e espírito de serviço. Lipp (2013) resgata Walt Disney e Prof. Van France, fundador e em- preendedor da Companhia (Disney) e da Universidade (Disney University). Segundo Lipp (2013), ambos os empreendedores tinham a crença de que a diversão é amiga do aprendizado. Eles incluíram a inovação, como pensamento progressista e convivência com o risco; o apoio declarado aos colaboradores, de forma entusiástica e sustentada; a educação,como meio de desenvolvimento do funcionário e componente indispensável da cultura organizacional em todos os níveis e, por último, não menos importante, o entretenimento, para o desenvolvimento de um funcionário cativante, memorável e divertido. Essas variáveis das três referências apresentadas com- preenderam o pilar das variáveis, organizadas para a constru- ção do modelo de negócios de universidade corporativa para parques temáticos no Brasil em minha pesquisa que buscou compreender como pode ser o modelo de negócios em uma universidade corporativa para parques temáticos no Brasil. A escolha da temática “modelo de negócios na educação corporativa e na hospitalidade” deu-se por que compreendo que as empresas têm reconhecido cada vez mais a importância da educação para o desenvolvimento de suas equipes. Isso é feito tanto para fortalecer as habilidades de seus colaboradores quanto para aumentar sua vantagem competitiva. Um vetor importante também foi a inclusão da educação corporativa compreendida como centros de treinamento e desenvolvimen- to (CT) e/ou universidade corporativa (UC). 21 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Consideram-se as UCs uma excelente estratégia para possibilitar a aprendizagem através da consideração dos co- nhecimentos, das habilidades e das atitudes dos colaboradores e/ou dos talentos diretamente envolvidos com a organização2. Para Silva, as UCs têm contribuído “estimulando fortemente o surgimento de novas possibilidades de desenvolvimento organizacional e mercadológico nas instituições brasileiras”3. Outra observação relevante é a de que as organizações com cultura da hospitalidade trazem um novo paradigma ao tocar no emocional das pessoas, sejam colaboradores ou clientes. Para Castelli e Castelli (2010), empresas comerciais existentes no mercado podem se distinguir pelo seu agir hos- pitaleiro e, assim, oportunizar a ampliação da capacidade atra- tiva e a fidelização de seus clientes. A Disney University aparece como força orientadora da temática, em razão de possuir resultado nos seus programas educacionais, com uma cultura voltada para a aprendizagem com entretenimento e hospitalidade, relacionada à temática hospitalidade corporativa. Segundo Lipp (2013), já são décadas de experiências na Disney University, que se apresentam com força de trabalho eficaz. O gerenciamento na educação cor- porativa é primordial na Companhia ao promover variáveis como segurança, limpeza e amizades criativas com os clientes. Lipp registra que, para o fundador da Disney University, Prof. Van France, é preciso uma equipe feliz para produzir um es- petáculo alegre4. Como relevância do estudo, obteve-se uma proposta de modelo que tratou de uma nova cultura, a aprendizagem para parques temáticos no Brasil. A escolha da educação corpora- tiva, da hospitalidade e da Disney University como base do modelo de negócios deu-se pelo fato de que se trata de com- ponentes que, juntos, provocam uma nova identidade cultural 2 CASARINI; BAUMGARTNER, 2012 apud SILVA, 2014. 3 2014, p. 39. 4 LIPP, 2013. 22 Cesar Buaes D al M aso para parques no Brasil, trazendo muitos benefícios tais como equipes de alto desempenho e visitantes mais felizes. Quando o assunto estudado refere-se às competências no aprendizado, é importante lembrar a valiosa contribuição de um modelo na motivação das pessoas, possibilitando a superação de desafios e o aprimoramento de processos no ambiente do trabalho. Assim, em função da integração dos construtos da pesquisa, gerou-se uma solução de natureza multidisciplinar para os parques temáticos que decidirem ado- tar esse modelo no futuro, pois há a tendência de os bene- ficiários, especialmente os colaboradores, serem valorizados profissionalmente com a execução do modelo. Este livro, portanto, contém o resultado de meus estu- dos ao conter um modelo de negócios para universidade corporativa capaz de possibilitar o desenvolvimento corporativo qualitativo dos par- ques temáticos para o Brasil. A seguir, encontram-se os aspectos metodológicos uti- lizados no desenvolvimento do estudo e o alcance dos obje- tivos propostos. Na primeira fase dos procedimentos metodológicos, a análise teórica sobre modelo de negócio e teórico-documental sobre educação corporativa, hospitalidade e filosofia Disney possibilitou a elaboração dos instrumentos de coleta e de aná- lise da fase dois e de orientação na fase três. Nesse sentido, na primeira fase, as teorias de Silva (2014), Castelli e Castelli (2010) e Lipp (2013) foram consideradas o tripé teórico do estudo. Em razão disso, também foram consideradas como fonte de análise documental da pesquisa. Na segunda fase, foram feitas entrevistas em profun- didade ou entrega de formulários com questões abertas para experts em educação, hospitalidade e/ou entretenimento. Nes- sa etapa, os respondentes foram escolhidos em função de sua experiência nas áreas, traçando-se então o perfil dos respon- dentes, que foi: a) Respondente 1 – 75 anos, doutor em psicologia, 46 anos de experiência em educação, hospitalidade e 23 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to entretenimento. Para ele, o treinamento deve acon- tecer antes de qualquer coisa, pois é uma oportuni- dade de se conhecer o colaborador e de presenteá-lo com o melhor da empresa; b) Respondente 2 – 51 anos, doutor em psicologia, 25 anos de experiência em educação, hospitalidade e entreteni- mento, conhece profundamente a filosofia Disney; c) Respondente 3 – 76 anos, especialista na escola suíça de hotelaria, 40 anos de experiência em educação e em hospitalidade, foi criador da primeira escola de estudos turísticos e hoteleiros do Brasil, com mais de 13 livros publicados na área, recebeu o Prêmio Jabuti, a maior premiação literária no Brasil; d) Respondente 4 – 37 anos, mestre em planejamento de destinos turísticos, 20 anos de experiência no en- tretenimento, experiência em práticas Disney e apli- cação dessa filosofia no Natal Luz de Gramado-RS; e) Respondente 5 – 60 anos, especialista em qualidade com hospitalidade, 11 anos de experiência na hospi- talidade, possui reconhecimento nacional em presta- ção de serviços orientados para o cliente; f) Respondente 6 – 48 anos, mestre em gestão empre- sarial com foco na cultura da excelência, 20 anos de experiência em educação e em entretenimento, foi o líder fundador da primeira universidade corporativa para clubes de futebol no Brasil; g) Respondente 7 – 32 anos, especialista em gestão de pes- soas com foco em inteligência social, 11 anos de ex- periência na educação executiva, é líder de equipe que representa uma grande Instituição de ensino no Brasil; h) Respondente 8 – 63 anos, especialista em método de ensino, 34 anos de experiência em educação superior, foi líder de equipe sobre responsabilidade social na área de serviços em Instituição de serviços no Brasil; i) Respondente 9 – 50 anos, doutora em educação, 20 anos de experiência em educação executiva, líder de equipes 24 Cesar Buaes D al M aso e de cursos sobre gerenciamento de pessoas em Insti- tuição de Ensino com grande capilaridade no Brasil; j) Respondente 10 – 48 anos, especialista em gestão de pessoas, 25 anos de experiência em prestação de ser- viços com foco em hospitalidade, líder de equipe, possui a visão de que o trabalho deve levar saúde para as pessoas. Na segunda fase da pesquisa, o registro do conteúdo ocorreu de duas formas: 1) presencialmente (entrevista em profundidade), anotando as informações obtidas com as questões e 2) através de um formulário enviado e recebido por correio eletrônico. Por meio da análise de conteúdo, com técnicas pro- postas por Bardin (1977), foi feita uma análise categorial para obter conteúdo das mensagens nas entrevistas (análise que prioriza o conteúdodos respondentes). Realizou-se uma lei- tura dos resultados para procurar significados que pudessem reafirmar a teoria e permitir a construção do modelo de ne- gócios de universidade corporativa, de acordo com o formato sugerido por Muehlhausen (2015) – fase três. O apêndice A orientou a coleta com os experts e o apên- dice B possibilitou a análise de conteúdos oriunda dos experts. O período de análise dos dados iniciou depois da coleta dos dados dos respondentes da segunda fase da pesquisa. Na ter- ceira fase, foi construído um modelo de universidade corpo- rativa para parques temáticos no Brasil, tendo-se como base o conteúdo coletado das fases anteriormente descritas e a inclu- são dos fatores para a construção do modelo de negócios sus- tentado por Muehlhausen (2015). O apêndice C foi um roteiro para a construção desse modelo. Como recursos de operação da pesquisa, o pesquisador contou com os seguintes: a) Recursos de tempo (prazo) – operação da pesquisa: durou dez meses (de abril a novembro de 2016); 25 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to b) Recursos financeiros (custos) – financiamento: deu- -se com recursos próprios, num total de dez mil reais gastos com deslocamentos e diárias; c) Recursos de qualidade (garantia técnica) – a quali- dade da pesquisa: foi assegurada com validação das categorias e das variáveis dos instrumentos de coleta e análise dos dados com cinco professores com pós- -doutorado da Florida Christian University, quando da qualificação da tese do doutorado, realizada em julho de 2016; d) Recursos científicos (orientação referencial) – base em Vergara (2006), Muehlhausen (2015), Silva (2014), Castelli e Castelli (2010) e Lipp (2013). A pro- posta por Vergara (2006) em “Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração” foi o procedimento que classificou o estudo. A autora apresenta dois cri- térios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa foi qualitativa; quanto aos meios, bibliográfica, documental e de campo. A proposta de Muehlhausen (2015) em “Modelos de Negócio” foi apontada como base para a construção do modelo de negócio estruturado; aliada à propos- ta de Silva (2014), em Universidade Corporativa de Gastronomia Brasileira, foi a referência que o autor teve como base para atingir o objetivo geral da pes- quisa. Castelli e Castelli (2010) sustentou a área de hospitalidade e Lipp (2013), o exemplo Disney. e) Recursos de pessoas (acesso ao campo de pesquisa) – Os dados relativos ao estudo foram teórico-docu- mental quanto às temáticas (na primeira fase) e pri- mários (segunda fase) com experts. A construção do modelo de universidade corporativa para parques te- máticos no Brasil foi realizada pelo pesquisador por meio da construção e da apresentação do modelo. 27 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Modelo de negócios A principal contribuição deste livro é o registro do desenvolvimento de um modelo de negócio para o entretenimento com a finalidade de desen- volver empresas do segmento turístico e tornar- -se, referencial para novas aplicações e estudos. De acordo com Muehlhausen5, um modelo de negócios não se refere diretamente a um plano de negó- cios. Significa um método que se utiliza para adquirir clien- tes, servir a eles e ganhar dinheiro com isso. Geralmente se desmembra em um fluxo lógico de um modelo de negócio. Traz um contexto estratégico para a organização que faz um esboço de regras e imperativos para a empresa. A visão apresentada aqui sobre modelos de negócios acrescenta discussões estratégicas para a empresa quanto ao processo e à estrutura, de forma que os executivos entendam o papel de um modelo. Nesse sentido, possibilita um olhar diferenciado para as empresas. 2.1 Lógica do modelo de negócio e tipologias Oferta, monetização e sustentabilidade, afirma Mueh- lhausen (2015), são os pontos centrais indispensáveis para a construção de um modelo de negócios. No que se refere à oferta de um modelo de negócios, o autor aborda o tratamento da atratividade de mercado e de uma proposta de valor singular. Quanto ao ponto monetização, propõe tratar de uma forma de 5 (2015). 28 Cesar Buaes D al M aso desempenho em vendas e de uma forma de lucro. No que se refere ao ponto sustentabilidade, torna-se imperativo contem- plar a vantagem competitiva, a inovação, os métodos de cui- dar de armadilhas e os métodos de saída elegantes. A tabela 1 apresenta as variáveis que precisam ser analisa- das no fluxo lógico para a construção de um modelo de negócios. Tabela 1 – Variáveis de um fluxo lógico de modelo de negócios FATOR-CHAVE PONTOS A SEREM TRATADOS VARIÁVEIS Oferta Atratividade do mercado Atratividade geral do mercado Atratividade do nicho especifi- co do mercado Melhor segmento de clientes Proposta de valor singular Escopo da proposta de valor singular Especificação da proposta de valor singular Relacionamento da proposta com clientes Monetização Modelo de lucro Como ganhar dinheiro com o produto Modelo de de- sempenho em vendas Relação marketing com ven- das efetivas Sustentabilidade Vantagem com- petitiva vigente Criação de uma vantagem significativa Fator inovação Inovação mais rápida e me-lhor do que a concorrência Evitar armadilhas Riscos que podem afetar o modelo Saída elegante Venda do negócio de maneira significativa Fonte: Muehlhausen (2015). 29 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Compreende-se que a elaboração de um modelo de ne- gócios possui essas características como norteadoras e vitais para a criação de valor na organização. A seguir, na tabela 2, são apresentados alguns tipos de modelos de negócios que são tratados na literatura como exemplos que podem ser se- guidos para a criação de um novo modelo. Tabela 2 – Tipologias de modelos de negócios TIPO DE MODELO DESCRIÇÃO EXEMPLO Bom, bonito e barato Comercializa mercado- rias estilosas, mas ba- ratas. Permite margens altas, porque a mercado- ria passa a impressão de ser cara, mas se apresen- ta barata. Target Franquia Vende o direito de co- mercializar o produto ou serviço em troca de uma percentagem da receita. McDonalds Holiday Inn Modelo Hotel Califórnia Cria um produto indis- pensável que prenda os clientes de modo que eles comprem outros produtos altamente lucrativos. Parques de diversões Cinemas Cobrar por extras Coloca a menor precifica- ção possível no item de maior custo e cobra por extras. Linhas aéreas Premium Oferece produtos so- fisticados com apelo a consumidores ligados em marcas. Tiffany Rolls-Royce 30 Cesar Buaes D al M aso Padronização de serviços Padroniza um conjun- to de serviços que são normalmente comprados juntos e vende por um valor fixo. Consultor cobra US$ 5000 por uma consultoria ao invés de cobrar U$$ 200 por hora. Fonte: Muehlhausen (2015). Os modelos apresentados são exemplos que tiveram sucesso nas empresas citadas. Para a construção do modelo de negócio de uma uni- versidade corporativa para parques temáticos, fez-se uma adaptação do Modelo Hotel Califórnia. 2.2 Variáveis de um modelo de negócio É necessário que o modelo de negócio resulte em um produto que os clientes desejem e que comprem em uma oferta. A intenção na criação da oferta é atrair, como oferta poderosa, direcionada ao mercado certo. Para isso, é necessário combinar indústria, atratividade de nicho e atratividade de cliente. Para Muehlhausen6, uma indústria é a categoria ou a definição mais ampla do negócio. Já o nicho da indústria é um segmento específico de mercado a atender. A atratividade de cliente relaciona-se a atender uma pessoa ou uma organização em específicas. Uma proposta de valor singular advém do conceito deproposta de venda singular, do marketing, que foi proposto inicialmente para atender a um padrão único sobre o negó- cio versus o da concorrência. Posteriormente, já com relação à proposta de valor singular, incluíram-se os benefícios deriva- dos de clientes. Nesse contexto, o mesmo autor acima destaca seis questões para construção de um modelo de negócios: 6 (2015). 31 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to 1ª) para qual mercado a proposta de valor está sendo criada? 2ª) o que o mercado valoriza mais? 3ª) quais produtos estão sendo oferecidos? 4ª) quais benefícios os clientes retirarão do produto? 5ª) quais alternativas existem? 6ª) qual evidência substancia a proposta de valor? Essas questões são significativas para o entendimento da oferta. A monetização está diretamente relacionada com o de- sempenho das vendas, a fim de transformar as necessidades ou os desejos dos clientes em lucro para a empresa. Para isso, precisa-se ter um produto com margem superior que aborde variáveis de acessibilidade, marca, conveniência, desejo, senti- mentos, recursos registrados/patentes, status e cadeia de valor efetiva. As margens de lucro serão determinadas pela eficiên- cia empregada nesses fatores7. Outros fatores também podem ampliar a possibilidade do aumento das margens de lucro, principalmente em merca- dos mais concorridos. Esses fatores estão relacionados, por exemplo, ao controle do canal de distribuição, ser o primeiro a agir, ter foco e coragem, ser inovador, escolher a localização estratégica e a característica própria8. Compreende-se que a monetização em um modelo de negócio deve proporcionar um conjunto de elementos com- provados e replicáveis suficientes para gerar as vendas de fato, proporcionando consequentemente o lucro. Inovar e evitar armadilhas são elementos-chave da sus- tentabilidade, capazes de gerar vantagem competitiva ou uma “saída elegante”. 7 Muehlhausen (2015). 8 Idem 32 Cesar Buaes D al M aso Para modelos de negócios, a inovação não significa, por exemplo, a invenção de uma nova droga ou tecnologia. Qual- quer empresa tem a capacidade de inovar, que elas equilibram com a necessidade de inovar. O fator inovação é este. Nessa ótica, “a inovação é qualquer aprimoramento no modelo de negócio”9 e uma maneira inteligente para trabalhar questões da sustentabilidade com a inovação através de pesquisa e de- senvolvimento (P&D). Ter armadilhas no modelo de negócio não significa que o negócio é ruim. A melhor saída é se antecipar aos proble- mas e tomar as decisões certas. O mesmo autor sugere um planejamento anual do modelo de negócio com pensamento crítico, analisando todas as variáveis. Com olhar sistêmico, o modelo de negócio trabalha com variáveis-chave para conseguir clientes e para vender a eles por um lucro. 2.3 Ferramentas para desenvolver o modelo de negócio Vários modelos de negócio foram criados a partir de boas ideias, com a utilização de métodos tradicionais de de- senvolvimento, sem um processo estruturado, como, por exemplo, o guardanapo e a imitação. No guardanapo, em uma situação eventual, são anotadas histórias ou ideias concebidas naquele instante. O problema desse método é sua simplici- dade. Na imitação, outro método não estruturado, trata-se de copiar um modelo de negócio existente, movendo-o para uma indústria diferente10. Em processos estruturados, temos o modelo de negócio Canvas, de Osterwalder e Pigneur11 e a Roda de modelo de ne- gócio do Business Model Institute (BMI) com sua representação. 9 (2015, p. 160). 10 Muehlhausen (2015). 11 (2013). 33 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Através da ferramenta Canvas, existe inovação para a re- alização de um brainstorming em variáveis e sua interatividade para um modelo de negócios. O Canvas é um mapa visual que descreve o negócio em nove blocos: segmento de clientes, pro- postas de valor, canais, relacionamento com clientes, modelo de receitas, principais recursos, principais atividades, parcerias e estrutura de custos. O preenchimento de cada quadrante no Canvas pode ser realizado conforme a tabela 3 abaixo. Tabela 3 – Descrição para o Canvas BLOCO DESCRIÇÃO/QUESTÕES Segmento de clientes – Para quem está sendo criado valor?– Quais clientes são mais importantes? Proposta de valor – Que valor é entregue para os clientes?– Que necessidades são atendidas? Canais – Através de qual canal o cliente é alcançado? Qual é o melhor canal? Relacionamento com Clientes – Como é o relacionamento com os clien- tes? Esses relacionamentos estão integra- dos com o negócio? Principais recursos – Que recursos-chave a proposta de valor exige? Principais atividades – Que atividades-chave a proposta de valor exige? Parcerias – Quem são ou podem se tornar parceiros-chave? Modelo de receita – Qual valor os clientes estão dispostos a pagar? O que pagam atualmente? – Qual é o tipo de método de pagamento? Estrutura de custos – Quais são os recursos-chave mais caros?– Quais são as atividades caras? Fonte: Osterwalder e Pigneur (2013). 34 Cesar Buaes D al M aso A partir dessas questões e de outras complementares a cada área, pode-se mapear o Canvas. A figura 1 apresenta um exemplo de Canvas. Figura 1 – Exemplo de Canvas Parcerias-chave Atividades-chave Proposta de valor Relacionamentos com o consumidor Segmentos de clientes Recursos-chave Canais Custos Fontes de receita Fonte: Adaptado de Osterwalder e Pigneur (2013). Compreende-se que o Canvas é uma proposta que apre- senta uma visão macro, aprofundando a compreensão da or- ganização, planejando novos modelos ou mapeando modelos de negócios existentes. Traz também uma reflexão sobre o negócio da organização, além dos produtos e dos serviços ofertados, pois envolve também a forma como os produtos são entregues, a sua proposta de valor, as parcerias firmadas para garantir posicionamento estratégico, a obtenção de re- ceitas etc. 35 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to A Roda de modelo de negócio, cuja variáveis se encontram descritas neste capítulo, também representa uma valiosa ferra- menta para desenvolver novos modelos de negócio. A figura 2 ilustra sua estrutura em um círculo – uma Roda, do Business Model Institute. Figura 2 – Roda do Business Model Institute Fonte: Muehlhausen (2015) apud Business Model Institute (2012). Entre as duas ferramentas, a escolhida para nortear a construção de um novo modelo de negócios direcionado para universidades corporativas de parques temáticos brasileiros foi a ferramenta do BMI. 37 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Panorama dos parques temáticos no Brasil 3.1 Evolução dos parques brasileiros e tendência O setor de parques no Brasil é novo se comparado aos encontrados no exterior. Os parques brasileiros correspondem a empreendimentos temá- ticos, aquáticos e itinerantes12. O setor movimenta cerca de 1 bilhão de reais por ano. Com um público-alvo infantil até a adulta, nos últimos anos, os parques têm registrado resultados positivos tanto no número de visitantes quanto na geração de empregos. Nesse sentido, esse setor cumpre um papel re- levante no turismo do Brasil, contribuindo na sua economia. Os parques de diversões preocupam-se com o lúdi- co, com os sonhos, com a alegria proporcionada a quem os visita13. A seguir, apresentam-se alguns parques que se desca- ram no Brasil. O primeiro parque de diversões que se tem notícias é o Playcenter (fig.3), em São Paulo, inaugurado em 1973. Mais tarde, em 1984, surgiu um grande parque aquáti- co, o Beach Park, no Ceará. Em 1991, o Beto Carrero World foi outro empreendimento teve sua implantação na cidadede Penha, praia de Santa Catarina, que foi idealizado na figura de um cowboy, o empresário João Batista Sérgio Murad, seu 12 Adibra (2016). 13 Idem. 38 Cesar Buaes D al M aso próprio dono. Em 1993, o Parque da Mônica, em São Paulo, caracterizou-se como o primeiro parque fechado do Brasil. Em 1997, o apresentador de programas de televisão, Augusto Liberato, inaugurou seu parque temático fechado, o Parque do Gugu. Em 1998, surgiu o parque aquático Wet’n Wild e o Hopi Hari, ambos na cidade de Vinhedo, no Estado de São Paulo. Neste mesmo ano, foi inaugurado outro. Ao lado da Basílica de Nossa Senhora de Aparecida, um parque multi- temático com atrações religiosas, recreativas e culturais. Em 1999, o lançamento do Parque da Mônica no Rio de Janeiro. Em 2003, o Alpen Park, na cidade de Canela, Rio Grande do Sul, um complexo de aventura e entretenimento na Serra Gaúcha14. Figura 3 – Brinquedo do Playcenter Fonte: Adibra (2016). Há outros parques temáticos no Brasil que representam novas tendências para atingir um público que procura emo- ções específicas, como o Snowland, inaugurado em 2013, na 14 Snowland (2016). 39 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to cidade de Gramado, Rio Grande do Sul, que oferece atrações únicas. É o único parque de neve fechado das Américas (fig.4). Figura 4 – Atração do Snowland Fonte: Snowland (2016) O Brasil possui um enorme mercado para desenvolver novos parques temáticos nos próximos anos. Entretanto, o sucesso desses empreendimentos não está garantido, já que múltiplos fatores os influenciam. Sabe-se que pessoas são fa- tores-chave para este setor e que a oferta de um serviço de va- lor depende de seu treinamento e sua capacitação, bem como a relação com fornecedores, clientes, investidores e demais partes interessadas. Essa tendência poderá ser otimizada por um modelo de CT ou UC para esse ramo. 40 Cesar Buaes D al M aso 3.2 Parques com qualidade percebida pelos clientes no Brasil Um panorama dos parques temáticos no Brasil foi, ini- cialmente encontrado através de uma pesquisa no banco de dados virtual do TripAdvisor em 2016, que identifica os me- lhores parques do Brasil por meio de um ranking. Pela divul- gação, pode-se identificar quais são os melhores no ranking, a partir da qualidade percebida pelos clientes. Esse site de via- gens é o mais visitado do mundo, ajuda os internautas a des- cobrirem todo o potencial de sua viagem, com recursos de planejamento, contando com links de ferramentas de reserva que pesquisa centenas de outros sites. No segundo trimestre de 2016, o site atingiu 350 milhões de visitantes por mês15. Para caracterizá-los, utilizou-se o Guia Quatro Rodas 201616, publicação que há mais de 50 anos conta com uma equipe de administradores, profissionais da hospitalidade, jor- nalistas, fotógrafos, cartógrafos, revisores e peritos em hotéis, restaurantes e atrações do Brasil. Assim, pode-se descrever abaixo, os melhores parques do Brasil: 1º) Beto Carrero World – Penha, Estado de Santa Catarina Segundo o Guia Quatro Rodas 2016, o Beto Carrero World é um show a céu aberto. Quando foi inaugurado em 1991, esse investimento colocou Penha, cidade do estado de Santa Catarina, no mapa turístico brasileiro. O desenvolvi- mento do município foi impulsionado pelo crescimento do parque, que ganhou atrações holywoodianas da Universal Stu- dios e da Dreamworks. Várias atrações se destacam ali: uma arena para 4 mil pessoas em “Velozes e Furiosos”, onde pilo- tos experientes fazem manobras com carros, motos e até com 15 TripAdvisor, 2016. 16 GUIA QUATRO RODAS, 2016. 41 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to um caminhão. O zoológico apresenta personagens do filme Madagascar, resultado da parceria com a Universal e também os atrações com os personagens do filme “Sherek” e “Kung Fu Panda”. As atrações clássicas do parque que fazem mui- to sucesso são os duelos medievais do show “Excalibur”, os acrobatas e contorcionistas do espetáculo “Aqua” e a “Fire Ship”, uma das montanhas-russas mais radicais do país. Figura 5 – Beto Carrero World Fonte: TripAdvisor (2016). 2º) Beach Park – Fortaleza, Estado de Ceará O Beach Park, localizado na cidade de Fortaleza, no Ceará, possui uma média de visitantes que ultrapassa 5 mil pessoas por dia nos meses de férias escolares. Nele, há várias atrações, como, por exemplo, o brinquedão “Arrepius”, que possui cinco diferentes toboáguas. Outro brinquedo campeão de filas é o toboágua “Insano”, que ao longo do percurso de 41 metros, equivalente a um prédio de 14 andares, atinge-se a velocidade de 105 km/h. As crianças gostam do “Aqcua Circo”, um playground molhado com dezenas de brinquedos (fig.6). 42 Cesar Buaes D al M aso Figura 6 – Beach Park Fonte: TripAdvisor (2016). 3º) Hot Park – Caldas Novas, Estado de Goiás O Hot Park é uma atração imperdível para o Brasil. Foge do óbvio dos parques aquáticos, com uma praia do cer- rado, areia branca de rocha triturada, água termal a 37ºC, on- das de até 1,20m e três trechos: prainha da marina (com ondas pequenas), praia do biquíni (com shows, vôlei e futebol de areia) e a praia de sonhos (para hóspedes do hotel) (fig.7). Figura 7 – Hot Park Fonte: TripAdvisor (2016). 43 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to 4º) EcoPark Arraial D’Ajuda – Arraial D’Ajuda, Estado da Bahia Esse parque conta com piscinas, toboáguas, rio lento (que pode ser percorrido de boia ou caiaque), arvorismo, tiro- lesa, tudo em uma área com muito verde (fig.8). Figura 8 – EcoPark Arraial D’Ajuda Fonte: TripAdvisor (2016). 5º) Parque Terra Mágica Florybal – Canela, Estado do Rio Grande do Sul O parque conta com circuito de trilhas que passam por personagens folclóricos e míticos, como gigantes, feiticeiras, duendes e dinossauros. Há restaurante em sistema de bufê e sala de jogos com fliperama e outros brinquedos, além de um cinema (fig.9). 44 Cesar Buaes D al M aso Figura 9 – Parque Terra Mágica Florybal Fonte: TripAdvisor (2016). 6º) DiRoma Acqua Park – Caldas Novas, Estado de Goiás Clube termal com piscinas, rio lento e saunas (fig.10). Figura 10 – DiRoma Acqua Park Fonte: TripAdvisor (2016). 45 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to 7º) Alpen Park – Canela, Estado do Rio Grande do Sul Este parque abriga atrações voltadas para a aventura. Conta com a montanha-russa Alpen Blizzard, ex-Windstorm, comprada do Playcenter, antigo parque temático de São Pau- lo. Cada volta dura em torno de dois minutos e atinge a veloci- dade de 55 km/h. Há também o trenó, um tipo de montanha- -russa em que o passageiro controla a velocidade do carrinho num percurso de 900 metros. Outras atividades são a tirolesa, a parede de escalada e o arvorismo (fig.11). Figura 11 – Alpen Park Fonte: TripAdvisor (2016). 8º) Acqua Lokos – Capão da Canoa, Estado do Rio Gran- de do Sul O parque é dividido em duas partes: na leste, estão piscinas cobertas e aquecidas, pedalinho, roda-gigante, bote para família e circuito de kart; na oeste, uma montanha-russa aquática, barco-viking, toboágua de 22m, cavalos e charrete. Possui praça de alimentação e lojinha (fig.12). 46 Cesar Buaes D al M aso Figura 12 – Acqua Lokos Fonte: TripAdvisor (2016). 9º) Aldeia do Papai Noel – Gramado, Estado do Rio Grande do Sul O parque traz o clima e a fantasia do Natal, vivenciada o ano inteiro com a visita à casa do Papai Noel e à fábrica de brinquedos, e com passeio pelo jardim dos elfos. O parque tem bela vista para o Vale do Quilombo, que pode ser apre- ciada de mirante ou monotrilho, um trenzinho suspenso com trajeto de dez minutos (fig.13). 47 PI44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Figura 13 – Aldeia do Papai Noel Fonte: TripAdvisor (2016). 10º) Parque Aquático Cascanéia – Gaspar, Estado de Santa Catarina O parque conta com um complexo de cinco toboáguas, três grandes piscinas. Disponibiliza restaurante, lanchonete e hotel (fig.14). Figura 14 – Parque Aquático Cascanéia Fonte: TripAdvisor (2016). Pode-se observar o quanto esses parques contribuem significativamente para o desenvolvimento turístico do Brasil. 49 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Educação e hospitalidade corporativa A educação corporativa é um instrumento necessário para a qualificação de cola- boradores nas organizações. A educação execu- tiva corresponde à chave que utiliza para conquistar e consolidar uma vantagem competitiva em países como o Brasil, que não será exceção à nova regra da concorrência mundial17. A educação corporativa consiste em grande incentivo para os colaboradores e para as empresas nesse novo cená- rio global. Quando as tarefas são mais complexas, exigem di- versas competências, o trabalho de uma equipe responderá muito melhor que a atuação individual18. Os mesmos autores frisam a importância da interferência organizacional na ge- ração de um ambiente positivo de crescimento e propício a criar um comportamento proativo e determinado em diversas situações. Na área de parques temáticos, esse conceito é vital, uma vez que os parques, como atrativos turísticos, atuam com e para uma diversidade crescente de pessoas. É um desafio trei- nar uma equipe que atenderá a essas pessoas. 17 Eboli (2014). 18 Finamor et. al. (2015). 50 Cesar Buaes D al M aso 4.1 Universidade Corporativa e princípios As Universidades Corporativas (UCs) surgiram com a finalidade de mesclar dois enfoques: desenvolver, em dife- rentes categorias profissionais, componentes conceituais e ideológicos relacionados à aprendizagem conceitual, ou seja, o modo de ser e de pensar, bem como quanto aos operacionais e tecnológicos relacionados à aprendizagem operacional, ou seja, o modo de fazer19. Alguns fatores ou variáveis são importantes para que se entenda o modo de formação de uma UC. Os princípios abaixo atribuem aspectos que são funda- mentais no treinamento e no desenvolvimento das pessoas: 1. promoção de oportunidades de aprendizagem; 2. consideração da UC como processo; 3. treinamento de pessoas de acordo com a cadeia de valor da empresa; 4. migração do modelo “sala de aula” para “múltiplas formas de aprendizagem”; 5. delegação de liderança para as gerências, tornando- -as responsáveis; 6. busca de orçamento próprio; 7. busca de soluções de aprendizagem; 8. criação de sistemas eficazes de avaliação dos inves- timentos e resultados; 9. utilização da UC para gerar vantagem competitiva; 10. utilização da UC para penetração em novos mercados. Se a UC for considerada como um processo, ela possibilita o entendimento de que as pessoas entram para uma quali- ficação e saem com um novo olhar sobre a empresa, e, por outro lado, se a UC possibilitar múltiplas formas de aprendizagem 19 Eboli (2014). 51 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to oportunizam um ambiente mais abrangente no contexto da organização. Outra possibilidade é o que encontramos na tabela 4, que serviu de orientação para a construção de um novo mo- delo para UC, para parques brasileiros. Esta tabela representa a visão de Silva20. Tabela 4 – Princípios de Universidade Corporativa PRINCÍPIOS INTERPRETAÇÃO Missão O grande fundamento diferenciado de surgimen-to da UC Visão Projeção da imagem e cenário futuro da UC Valores Os referenciais de excelência de conduta Escopo Os focos de capacitação contínua Objetivos Ações educacionais dos projetos estratégicos Modelo Referencial regulador dos direcionamentos da UC Educação Prática educacional x entrega de ensino-aprendizagem Sustentabilidade Contribuição para o meio ambiente e a sociedade Parcerias Internas e externas Cidadania Estímulo do exercício da cidadania Competitividade Valorização da educação como desenvolvimento Conectividade Construção do conhecimento por meio de relacionamentos 20 Silva (2014), com sua expertise didático-pedagógica e andragógica, além de suas vivências no âmbito empresarial no Brasil e no exterior – adaptou os princípios oriundos dos pesquisadores Fabiana Casarini, Mar- cos Baumgartner e Marisa Eboli, por meio da obra Universidade Corpo- rativa de Gastronomia Brasileira. 52 Cesar Buaes D al M aso Disponibilidade Oferta de recursos Perpetuidade Transmissão da herança cultural Tecnologia Nível de qualidade da educação à distância Metodologia Oferta de recursos metodológicos Benefícios Diversificação das práticas de programas de benefícios Efetividade Geração de resultados e agregação de valor Fonte: Silva (2014). A visão de Silva21 apresenta-se através de uma maneira estratégica. Ao abordar princípios como, por exemplo, mis- são, visão, valores, objetivos estratégicos, competitividade e perpetuidade, o autor deixa clara a intenção estratégica de uma UC. Sob um olhar sistêmico, pode-se considerar as ques- tões do ambiente externo e interno. Essa posição endereça a um paradigma integrador. Dois exemplos de sucesso foram pesquisados para ilus- trar casos reais de aplicação no cenário brasileiro: a Academia Universidade de Serviços, do grupo Accor, e a Universidade Livre do Brasil, a primeira universidade corporativa do ter- ceiro setor no mundo, organização não governamental, que coordena o programa “Educação sem fronteiras”. O grupo francês Accor, líder em hotelaria no Brasil, criou a primeira UC do segmento de turismo no Brasil, oriun- da do projeto que surgiu na França em 1985, na cidade de Evry, localizada nos arredores de Paris. Fundada em 1992, a UC Academia Universidade de Serviços foi e ainda tem como objetivo estratégico a garantia da difusão da cultura e da prá- tica do grupo Accor. A atribuição dessa UC é fazer os cola- boradores entenderem como praticar o projeto da empresa. 21 (2014). 53 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to O seu método é conhecido por “ensinar a ensinar”, levando os modernos conceitos de hotelaria para os participantes. Os professores são os próprios chefes, que se convertem em lí- deres educadores. O campus brasileiro foi implantado em um terreno de 5.600 metros quadrados, ligado ao Novotel de Campinas, em São Paulo. É um prédio de dois andares, com arquitetura es- pecialmente planejada para a realização de cursos, seminários e palestras. Possui sete salas de aula com suporte multimídia e seis espaços individualizados para trabalho em subgrupos, além de um auditório para 120 pessoas, sua plataforma de aprendizagem pode ser à distância para todo o país22. “Estrutura e layout” são fatores consolidados, sendo re- ferências para a Academia Universidade de Serviços. Na Universidade Livre do Brasil, sediada em João Pes- soa, Estado da Paraíba, as abordagens têm sido relevantes quanto à educação global no desenvolvimento de compe- tências que celebram o respeito mútuo e a compreensão na abertura para novas áreas culturais, e a educação contra o na- cionalismo, na diminuição de comportamentos fundados no preconceito e em estereótipos23. É importante que se considere a inclusão na construção da cidadania, prática já consolidada na Universidade Livre do Brasil. 4.2 Universidade Corporativa com Hospitalidade As UCs resulta de uma evolução no setor de treina- mento e de desenvolvimento de uma organização, que com- preende não só funcionários e gerentes, mas também partes 22 Accor Académie (2016). 23 Monteiro (2016). 54 Cesar BuaesD al M aso interessadas de fora da empresa, como faculdades locais e universidades24. Para integrar a hospitalidade em um modelo de UC, há de se compreender o que engloba um tipo de agir hos- pitaleiro. As organizações que atuam com hospitalidade têm melhor eficiência quando ocorrer treinamento direcionado a clientes25. A hospitalidade consiste em uma ação voluntária, em praticar os atos de receber, hospedar, alimentar, entreter e despedir-se do visitante, mediante a vivência de atitude hospi- taleira e a disponibilização de ambientes apropriados. Considera-se cinco componentes: a hospitalidade como ação voluntária; a hospitalidade como exercício dos atos de receber, hospedar, alimentar, entreter e despedir-se; a hospi- talidade como vivência de atitude hospitaleira; a hospitalidade como a disponibilização de ambientes apropriados e, por fim, a hospitalidade como ocorrência em diferentes espaços26. Dependendo da realidade no ambiente corporativo, re- ceber significa recepcionar bem os visitantes, hospedar signi- fica acolher o visitante (trazendo-o para dentro do estabeleci- mento), alimentar significa oferecer algo para suprir alimentos e bebidas, entreter significa oportunizar momentos de inser- ção e de inclusão e partir significa deixar portas abertas para um próximo encontro. Outra constatação importante são os atributos de hos- pitalidade relacionados como vivência de atitude hospitaleira e que permitem colocar em prática a convivência, o respeito, a cortesia, a tolerância, a generosidade, a solidariedade, a har- monia e o espírito de serviço27. 24 Noi (2015). 25 Ro e Chen (2011). 26 Castelli e Castelli (2010). 27 Castelli e Castelli (2010). 55 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to A hospitalidade também é capaz de agregar valor à plata- forma estratégica das empresas28. Isso é possível se forem ado- tadas técnicas (atitudes e ferramentas) capazes de conduzir a um paradigma da hospitalidade no processo de gestão e na capacita- ção diferenciada dos colaboradores. Por isso, na UC, a hospitali- dade é um fator-chave o modelo de negócio tratado neste livro. O entendimento da oferta da hospitalidade é importante para a contextualização na dimensão comercial ou corporativa. Para Castelli e Castelli29, as modalidades de ofertas em hospitalidade podem ser doméstica, pública, virtual e comer- cial. A doméstica vincula-se ao ambiente dos lares, valoriza o espaço privativo do lar e os convidados integrantes de relacio- namento familiar. A pública, quando praticada em domínio público, está relacionada à cidadania, à sociabilidade e à pro- teção, com prerrogativas universais da convivência humana. A virtual vincula-se ao relacionamento nas redes sociais e a todas as conexões que podem gerar um resultado no estilo de vida, no fomento de novos relacionamentos, no jeito de trabalhar, no consumo e no entretenimento. A hospitalidade comercial ou corporativa relaciona-se à convivência humana nos espaços comerciais e profissionais, com dimensões em decorrência da expansão dos negócios. O processo da oferta da hospitalidade, no domínio co- mercial, implica aplicar o conceito de hospitalidade corporati- va (anteriormente descrito de maneira ampla), ou seja: 1º) receber: todas as atividades que visam a recepcio- nar os clientes; 2º) hospedar: todas as atividades que visam a aco- lher os clientes no âmbito e no entorno dos estabelecimentos; 3º) alimentar: todas as atividades que visam disponi- bilizar aos clientes as informações e, se for o caso, a oferta de bens e serviços solicitados; 28 Castelli e Castelli (2010, p. 15). 29 (2010). 56 Cesar Buaes D al M aso 4º) entreter: todas as atividades que visam oportuni- zar aos clientes momentos prazerosos e encanta- dores de atendimento e atenção contínua; 5º) partir: todas as atividades que visam despedir-se dos clientes com cortesia, deixando as portas abertas para um próximo encontro. Para um modelo de negócios com hospitalidade, é o do- mínio comercial que possibilita identificar atividades específicas que possibilitarão realizar iniciativas na UC junto às partes in- teressadas, oferecendo alternativas na prática de treinamentos. 4.3 Atributos da hospitalidade Para um modelo de UC, que considera a hospitalida- de como um dos pilares de gestão, ressalta-se a compreen- são de características que existem para fazer essa construção. São oito atributos, destacados na tabela abaixo, que serviram como orientação para a construção do novo modelo para UC em parques brasileiros que resultou no PI-44. Tabela 5 – Atributos da Hospitalidade ATRIBUTO COMPREENSÃO E RESULTADO Convivência Marca o início dos processos de aproximação e de conhecimento do outro e do diferente. São duas as relações: 1) ao tempo de permanência: sendo temporária, sazonal ou permanente; b) à intensidade: sendo participativa (com sim- ples envolvimento), em comunhão (com com- prometimento, engajamento) ou em celebra- ção (com forte emoção, com coração falando mais alto que a razão). 57 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to ATRIBUTO COMPREENSÃO E RESULTADO Respeito Atenção ao respeito com o outro, com redução de diferenças causadoras de conflitos. Forma significativa para a convivência, com atenção ao respeito da cultura, tradição, convicções re- ligiosas e políticas divergentes. Cortesia Delicadeza, atenção, cuidados, entretenimen- to, urbanidade e reverência. Esse conjunto de gestos precisa ser exercido na prática da hospitalidade. Tolerância As pessoas possuem pontos de vista diferen- tes (por mais afinadas que estejam). Por isso, o exercício da tolerância é fundamental para a convivência. E, diante de uma gama de diver- gências, agregar valores singulares e ao proces- so da hospitalidade. Generosidade As pessoas precisam atuar com hospitalidade. Esse atributo, na sua grandeza material e es- piritual, tem dimensões de prodigalidade con- tribuindo na convivência. A generosidade pode ocorrer em vários momentos, principalmente em pequenos gestos do cotidiano. Solidariedade Compreensão das adversidades oportuniza união de interesses, empatias e objetivos de um grupo, proporcionando-lhe uma unidade sólida. Compõe a moral do apoio mútuo. Harmonia Inclusão de ambientes harmoniosos e amisto- sos independente de credos e culturas. Carac- teriza-se pela condição da paz, imprescindível para a consolidação do processo de hospita- lidade. Essa paz geralmente é resultante da trégua, redução ou eliminação dos conflitos e deve ser incentivada em todos os momentos. 58 Cesar Buaes D al M aso Espírito do serviço Ser atendido por alguém com disposição de lhe servir. Essa doação deve ser como doação, não com subserviência. Um dos principais aspectos para se obter o espírito de serviço é gostar-se do que se faz, é um pressuposto para se fazer um trabalho bem feito, que resultará em satisfação e realização pessoal. A pessoa se sente honrada e orgulhosa diante da grandeza de servir. Fonte: Adaptado de Castelli e Castelli (2010). Os atributos apresentados na tabela 5 podem ser pensa- dos através de princípios que norteiam suas ações. Esses prin- cípios podem ser incorporados nas práticas dos processos de gestão. São princípios da hospitalidade a segurança, a cortesia, a atenção contínua e a coerência30. A segurança refere-se à segurança física e psicológica para todos nas dependências da organização. A cortesia refe- re-se ao tratamento afável por parte dos colaboradores para com os clientes (por exemplo, um simples sorriso ou sauda- ção). A atenção contínua refere-se a cuidar bem dos clientes para repercutir em seu encantamento e no processo de fide- lização. A coerência chama atenção para a harmonização que deve haver em todos os serviços ofertados ou disponibiliza- dos (contraste ou discrepâncias nas ofertas evidenciamfalta de coerência). Em um modelo de UC, sob a perspectiva da hospitali- dade, os atributos e os princípios regem um dos parâmetros da cultura hospitaleira para a empresa e pode ser medido atra- vés do modo como as pessoas se relacionam. Outros atributos podem vir a ser incluídos ao final do modelo proposto, como, por exemplo, a questão da humani- zação na hospitalidade, fundamentada por Lisboa31, que ga- rante, por meio do conforto humano, um atendimento com dignidade e respeito. Outro atributo relevante é o apresentado 30 Castelli e Castelli (2010). 31 (2010). 59 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to por Li, Kung e Wang32 quanto à emoção na hospitalidade, manifestado em um sentimento durante a comunicação entre as pessoas, uma vez que a hospitalidade não é algo tangível como um objeto, mas sentido na manifestação de um servi- ço. Esse atributo também tem sido aprofundado em diversos segmentos organizacionais e proporcionando um melhor de- sempenho para as empresas, por meio do tratamento pessoal para as pessoas33. 4.4 Disney University: referência em educação e hospitalidade Uma das principais referências que podem ser considera- das como exemplo para a construção de um modelo de UC para parques temáticos é a Disney University (DU), fundada e liderada por Van France, a pedido de Walter Elias Disney. Lipp34 abordou algumas estratégias utilizadas pela DU que foram importantes para a contribuição e a construção do modelo no próximo ca- pítulo. Vale destacar que, segundo Halling (2013), o modelo de gestão de serviços Disney transformou-se em uma solução para empresas do mundo todo, como uma verdadeira biblioteca aber- ta, respeitável e líder nessa área. As organizações têm contratado a Disney para muitos treinamentos na área de serviços35 Segundo Lipp (2013), o sonho de Walt era criar o lugar mais alegre da Terra, por intermédio de oferecer uma experiência única de entretenimento para a família. Do outro lado estava Van, com a incumbência de criar a mesma ambiência de Walt através de uma experiência de treinamento para funcionários: a DU. Próximo da inauguração da Disneyland, ocorrida em 17 de julho de 1955, Walt procurava alguém que fosse tão bom 32 (2012). 33 Cury (2015). 34 (2013). 35 Halling (2013). 60 Cesar Buaes D al M aso quanto seus arquitetos de construção e de projetos paisagísti- cos: pensava em um “arquiteto humano”. Com 42 anos, Van foi chamado por Walt para desenvolver os funcionários capa- zes de criar alegria. Van tinha experiência de realizar treina- mentos para o exército dos Estados Unidos. A ideia de criar a DU, como instituição reconhecida até hoje, surgiu em 196236, que Van fundou em 1963. Caminhar pelo parque era uma atividade que Van realiza- va para reforçar os elementos necessários para dar consistência à DU. Sob supervisão de Van, os professores da DU tinham que ter experiência na linha de frente e o conteúdo tinha que refletir a realidade do ambiente de trabalho com os valores, pa- drões e expectativas da empresa, ou seja, transformar seus fun- cionários em especialistas Disney, com quatro pilares: liderança, qualificação pessoal (saber lidar com pessoas), qualificação pro- fissional, história e tradições (manter o legado de Walt). Na DU, o treinamento é uma experiência educacional que sobrevive além das paredes de sala de aula ou das pági- nas de manuais de treinamento. Até mesmo o programa mais elementar, com a tecnologia e o orçamento mais limitados, devem dar conta do recado e refletir os valores e a saúde da empresa. Na sequência, apresenta-se a figura 15, representa- tiva da Disney University, no Campus de Orlando, Estado da Flórida, nos Estados Unidos. 36 Lipp (2013). 61 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Figura 15 – Disney University de Orlando Fonte: Alton (2014). Para a Disney, para criar um ambiente mágico, há valores- -chave: segurança, cortesia, show e eficiência37. Esses valores são o modelo SCSE (tab. 6) e devem ser cumpridos em ordem38. Tabela 6 – Modelo Segurança, Cortesia, Show e Eficiência VALORES APLICAÇÃO 1º Segurança (S) Diretriz aplicada tanto aos convidados quanto aos membros do elenco. Os membros do elenco geralmente precisam proteger os convidados de si mesmos. Um convidado que atravessa a rua principal pode estar completamente alheio ao imenso cavalo, que surge do nada e até mesmo os distraídos com a belíssima arquitetura dos parques podem-se chocar com postes de luz. 2º Cortesia (C) A cortesia significa que cada membro do elenco sabe o valor do sorriso em seu rosto e o tom de sua voz para cativar os convidados. Jamais apontar o dedo com fisionomia carrancuda. 37 Cunningham e Souki (2010); Lipp (2013); Cockrell (2013); Nader (2014), Oliveira (2016). 38 Lipp (2013). 62 Cesar Buaes D al M aso 3º Show (S) Compreende brinquedos bem conservados e instalações com membros do elenco bem apre- sentáveis para garantir um bom espetáculo. 4º Eficiência (E) Refere-se ao número de convidados que fre- quentam as atrações, os restaurantes e as lojas. O cumprimento das três primeiras diretrizes ga- rante a sustentabilidade desse valor (4º). Fonte: adaptado de Lipp (2013). Na sequência, Lipp39 exemplifica um treinamento em uma loja Disney de Shopping, na Califórnia, baseado no mo- delo SCSE: a) Conhecimento da loja Disney pelos Professores da DU – Criar uma estratégia para avaliar a qualidade do atendimento ao cliente na loja Disney. Como avaliação de necessidades, funcionários da DU, disfarçados de clientes, visitam a loja e prestam atenção à interação dos membros do elenco com os convidados. Depois, comparam a experiência vivenciada na Loja Disney com os níveis de servi- ço que eles haviam recebido como compradores disfarçados em outras lojas do mesmo shopping; b) Início do treinamento com funcionários da Loja Disney – Fechar a loja por um dia e orientá-los uma pequena viagem de campo no shopping. Dar a cada membro do elenco uma lista de verificação contendo itens que eles devem procurar e as per- guntas a serem feitas ou observadas em outras lo- jas do shopping, como compradores secretos. Por exemplo, se os clientes são cumprimentados ao entrar na loja, se a loja está limpa, se os funcioná- rios interagem com os clientes etc. c) Reunião das constatações – Após a pequena via- gem, os membros do elenco voltam à Loja Disney 39 (2013). 63 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to e fazem uma análise dos “momentos de flagra” reportando suas constatações sobre as lojas do shopping. Os alunos, funcionários da Disney, en- traram na loja como compradores secretos. De- pois, os professores da DU, apresentam a análise da loja da Disney e avaliam a experiência da loja Disney no shopping. É isso que propicia ao mem- bro do elenco uma visão singular, uma maneira diferente de aprendizado40. No ambiente descontraído da DU há música, diversão, cartazes do Mickey, banheiros impecáveis. Qualquer aula lá tem por objetivo usar toda experiência como uma introdução ao espetáculo Disney. A ideia é reproduzir o mesmo ambien- te que deve ser oferecido em todos os parques temáticos e resorts, com ênfase na simpatia, na limpeza e na segurança41. Com tanta popularidade e empresas de todo mundo querendo aprender como a Disney tem eficiência em gestão nas mais diversas áreas, a DU extrapolou para atuação no am- biente externo e criou o Disney Institute (DI) em 1986. Seus programas ensinam estratégias da DU com a filosofia Disney para organizações e pessoas dispostas a transformar sonhos em realidade. Diferente da DU, com treinamentos exclusivos para colaboradores, o DI é somente para o público externo42. Obrigatoriamente, é na aplicação dos conceitos de hospi- talidadeque ocorre a experiência de encantamento internacio- nal Disney43. Além de possibilitar esse entendimento, a Disney tem-se mostrado adaptável em outros lugares do mundo, fator importantíssimo para justificar a sua aplicabilidade no mundo todo, seja através dos parques ou de outros negócios que pesso- as ou empresas tenham interesse em adaptar e aprimorar. 40 Lipp (2013). 41 Lipp (2013). 42 Disney Institute (2011). 43 Silva (2013). 64 Cesar Buaes D al M aso Os pesquisadores Matusitz44,– que comprovou o suces- so da adaptação do parque Disney de Hong Kong, atendendo a uma perspectiva cultural diferente da americana e Nader45, que também apresenta a internacionalização da Disney para Paris, Tokio e Shangai registram como a filosofia Disney pode compor uma variedade de atuações em diversos modelos de negócios, em diferentes países. O reflexo do sucesso dos membros do elenco nos par- ques da Walt Disney Company é possível graças à DU. A em- presa entende que, para criar e manter o seu bom espetáculo e elevados níveis de hospitalidade, um processo longo de re- crutamento e seleção acontece antes de qualquer contato com a DU. Nesse processo, em um ambiente divertido e educativo é que ocorre o reflexo da ambiência e da cultura da empresa. 44 (2011). 45 (2014). 65 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to Análise e apresentação do modelo 5.1 Análise dos experts Uma das principais tarefas dos pesquisa- dores em administração é converter dados em conhecimento. É necessário que se organize os conjuntos de dados em um resumo, onde devem constar a síntese e a descrição. Com as categorias apresentadas, faz-se uma interpretação para verificar a coerência dos dados coletados. É quando o conteúdo advin- dos da opinião dos entrevistados se tornarão compreensíveis46. Inicialmente, foi realizada uma interpretação obtida através de análise do conteúdo por operações de divisão do texto, em categorias segundo reagrupamentos analógicos. Essa investigação dos temas entre as diferentes possibilidades de categorização foi rápida e eficaz na aplicabilidade de dis- cursos, técnica proposta por Bardin47. Na segunda fase na pesquisa, os experts em educação, hospitalidade e/ou entretenimento fundamentaram com pro- fundidade as categorias solicitadas. Respondentes não têm a obrigação de responder a todas as questões. No entanto, eles responderam quase à totalidade das questões do formulário (apêndice A). Na sequência, encontra-se a análise de conteú- do, orientada pelo apêndice B. 46 Hair (2003). 47 (1977, p. 147). 66 Cesar Buaes D al M aso Quanto às questões da categoria educação, os experts deram as seguintes respostas às questões: Categoria educação 1) O que deve ser incluído como fundamental em um modelo negócios de universidade corporativa com base na hospitalidade e no entretenimento? “Acredito, honestamente, na inclusão de valores como humildade, justiça, assim como compaixão. Essas são as cha- ves para qualquer esforço de negócios, independentemente do foco do negócio”. (Respondente 1) “Penso que todas as empresas deveriam incluir os valo- res que norteiam a empresa através de treinamento corporati- vo. Também, que as empresas façam treinamentos específicos para o serviço ao cliente, como faz, por exemplo, Zappos e Starbucks. Eu não penso que a empresa tenha que evitar o aprendizado através de seus concorrentes”. (Respondente 2) “O fomento da cultura da hospitalidade é uma sinaliza- ção para a questão formulada. Acredito que a grande revolução dos serviços se dará na medida em que a organização incorpo- rar o paradigma da hospitalidade em sua gestão. Um paradig- ma ousado e inovador. Um paradigma que fomente a cultura da hospitalidade na organização, levando os colaboradores a agirem com atitude hospitaleira. Atitude de grande energia e base para a excelência do clima organizacional e das vivências e experiências únicas por parte dos clientes”. (Respondente 3) “Acolhimento técnico, desenvolvimento pessoal volta- do para a sensibilidade e inovação”. (Respondente 5) “O conceito da corporação (cultura estabelecida). As expectativas e a percepção do cliente como protagonista de uma proposta de valor”. (Respondente 6) “Fundamental são a qualidade dos serviços e qualidade do atendimento”. (Respondente 7) 67 PI 44 : U m mo de lo de n egó cio s p ar a o d ese nv olv im en to de p ess oa s n o e nt ret en im en to “Tem que ser focada, para que o profissional que traba- lhe nessa área tenha empatia e, essa empatia, tenha comunica- ção com as pessoas”. (Respondente 8) “Deve-se incluir o treinamento e a capacitação das pes- soas que irão atuar nesse processo”. (Respondente 9) “Conhecimento de como cuidar das pessoas. Quem vai aos parques precisa estar despreocupado, para isso, o par- que precisa oferecer segurança através de seus funcionários”. (Respondente 10) – Análise de conteúdo da questão 1, bloco educação: va- lores, treinamentos específicos para o cuidado com as pesso- as, fomento da cultura da hospitalidade, inovação e qualidade nos serviços são elementos-chave que devem ser incluídos e fundamentais em um modelo negócios de UC com base na hospitalidade e no entretenimento. 2) Como uma universidade corporativa pode ser susten- tável nas variáveis sociais, econômicas e ambientais? “Pode ser sustentável no entendimento em que a cultu- ra de qualquer organização e sua consequente preservação são chaves para o sucesso e sustentabilidade”. (Respondente 1) “Há apenas um caminho, que está no topo da pirâmide: é compreender a importância da educação. Sempre lembro uma mensagem do Reitor da Universidade de Harvard. Per- guntaram-lhe se os cursos da universidade não estavam muito caros e ele respondeu que se a educação estava cara, que ima- ginassem o preço da ignorância”. (Respondente 3) “Na questão econômica, destinar menos valor para o marketing e mais valor para a formação dos funcionários. Na sustentabilidade, é importante abrir os cursos para os de fora, para que tragam um rendimento extra”. (Respondente 5) “Sociais: integrar públicos de diferentes classes eco- nômicas e oferecer oportunidades para pessoas carentes e traduzir os interesses das partes interessadas. Econômicas: redução de custos com certificação de qualidade. Ambiental: 68 Cesar Buaes D al M aso preocupação com a infraestrutura, cuidado com o uso de re- cursos, como o ar condicionado, por exemplo, que pode ser diminuído”. (Respondente 6) “Sociais: ética, relacionamento com as outras Institui- ções e a sociedade; Econômicas: rentável, continuidade de re- compra, não pode ser um projeto, tem que ser algo contínuo; Ambientais: estar de acordo com os preceitos ambientais mais evoluídos”. (Respondente 7) “Social: com responsabilidade social empresarial, com investimento no voluntariado dos colaboradores, como, por exemplo, oferecer o entretenimento para escolas infantis, por- que lazer também é saúde. Econômica e ambiental: consumo consciente, onde você pode substituir o copo de plástico pelo copo de vidro. Uso de reciclagem, dentro de um parque é fun- damental, porque o parque vai gerar muito lixo e o lixo gera dinheiro”. (Respondente 8) “Quando 100% dos projetos desenvolvidos na empresa envolverem a comunidade onde a organização atua”. (Res- pondente 9) “Social: Através de trabalhos desenvolvidos junto a outras instituições, incluindo escolas da região ou, também, instituições de caridade. Econômica: Controle de gastos com pessoas treinadas. Ambiental: Cuidado com água, energia e lixo”. (Respondente 10) – Análise de conteúdo, questão 2 do bloco educação: aqui, as variáveis sociais, econômicas e ambientais são ele- mentos-chave: nas variáveis sociais, a preservação da cultura, integração de públicos, o relacionamento com outras institui- ções, a responsabilidade social empresarial e o envolvimento pleno na comunidade onde
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