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Introdução Qualquer agente que agrida a célula, seja esse agente físico, químico ou biológico ele sempre leva a lesão da célula. Essa lesão pode ser reversível ou não. Quando a lesão é reversível a célula pode voltar a sua normalidade, mas essa reversibilidade apresenta limites. A reversibilidade depende do tipo de agente, sua patogenicidade, intensidade e tempo de ação desse agente. Uma célula reversível vai apresentar dois padrões de resposta. Lesões reversíveis TUMEFAÇÃO CELULAR (DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA) – quando o agente agir sobre a célula vai afetar a membrana plasmática, então aquela bomba de íons ela vai ser alterada, tendo acumulo de alguns íons intracelulares e nisso vão impedir que a célula fique em homeostase com o ambiente. Então teremos o acumulo de agua por isso essa segunda nomenclatura. A tumefação celular é a lesão mais precoce e a que ocorre em qualquer tipo de agressão. DEGENERAÇÃO GORDUROSA (METAMORFOSE GORDUROSA, ESTEATOSE) – representa o acumulo de gordura intracelular, pelo próprio metabolismo da célula ou por oferta excessiva de gordura que não consegue ser degenerada. O exemplo mais comum que nós temos é o alcoolismo, sendo essa esteatose comum no coração e no fígado. Existem outras áreas com essa alteração sendo reversível desde que você cesse aquela agressão. Porém se a agressão for continua e intensa pode gerar uma morte celular, não sendo mais possível voltar à normalidade. Representação do fígado como exemplo: OBERVAÇÃO: O fígado é uma célula que é lesada quase que constantemente, porque tudo que a pessoa come é metabolizado em grande parte no fígado. 80% do álcool ingerido é metabolizado no fígado. - Ocorre pelo álcool, mas principalmente nas hepatites virais. Todos os tipos de vírus da hepatite no início da infecção formam esse mesmo padrão tumefeito. Inicialmente vamos ter uma lesão de tumefação ou degeneração hidrópica, com isso as células ficam balonizadas (também chamada de degeneração baloniforme), assim apresenta excesso de líquido acumulado no citoplasma e os elementos citoplasmáticos vão para a periferia. Destruição dos sinusoides Representação da tumefação hepática: Célula completamente edemaciada, com acúmulo de água e citoplasma condensado (tumefação). Imagem microscópica de um fígado de paciente alcoólatra. Hepatócito balonizado, com alteração hialina de mallory, que é uma lesão típica de alcoolismo. - Esses grandes vacúolos claros, são vacúolos de gordura. - Esse fígado tem as duas lesões. Representação de uma biopsia hepática: Lesão e morte celular Patologia – aula 2 Panorâmica de biópsia hepática. A região central é o espaço porta biliar com a periferia do lóbulo hepático. Grande quantidade de metamorfose gordurosa. A metamorfose gordurosa pode ser reversível desde que o paciente pare de ingerir álcool. OBSERVAÇÃO: Existe a degeneração gordurosa metabólica causada por algumas doenças como a diabetes mellitus tipo 2. Ou também a obesidade pode gerar metamorfose gordurosa. Lesões irreversíveis Necrose – representa a morte celular por fragmentação da célula após agressão. Não é programada geneticamente. Características da necrose: Morte celular por agressão extrínseca; Morte por fragmentação após agressão; Membrana plasmática rompida; Digestão de conteúdos celulares; Pró inflamatória; Tamanho celular aumentado; Sempre patológica. Apoptose (morte celular programada) – existe em uma indução genética e patológica. No caso do câncer, com a proliferação celular exacerbada, ela bloqueia os genes que induzem o processo de apoptose. Característica do apoptose: Morte celular programada; Tamanho celular reduzido; Membrana plasmática não rompe; Não é pró inflamatória; Ocorre fragmentação; Pode ser em condições normais ou patológicas Comparação da necrose x apoptose: Padrões de Necrose: ● Necrose de coagulação (isquêmica): é a forma de necrose tecidual na qual a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada por um intervalo de alguns dias. Os tecidos afetados também exibem uma consistência firme. As células necróticas são removidas por fagocitose dos restos celulares por leucócitos infiltrados e pela digestão das células mortas através da ação das enzimas lisossômicas dos leucócitos. A isquemia causada por obstrução de um vaso provoca necrose de coagulação dos tecidos em todos os órgãos, exceto no cérebro. ● Necrose liquefativa: ao contrário da necrose de coagulação, é caracterizada pela digestão das células portas, resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. É observada em infecções bacterianas focais ou, ocasionalmente, nas infecções fúngicas, porque os micróbios estimulam o acúmulo de leucócitos e a liberação de suas enzimas. O material necrótico é frequentemente amarelo-cremoso devido à presença de leucócitos mortos e é chamado de pus. A morte por hipóxia de células dentro do sistema nervoso central com frequência se manifesta como necrose liquefativa. ● Necrose fibrinóide: forma especial de necrose geralmente observada nas reações imunes que envolvem os vasos sanguíneos. Esse padrão de necrose ocorre tipicamente quando complexos de antígenos e anticorpos são depositados nas paredes das artérias. ● Necrose gangrenosa: não é um padrão específico de morte celular, mas o termo é usado comumente na parte clínica. Em geral é aplicado a um membro, geralmente a perna, que tenha perdido seu suprimento sanguíneo e que tenha sofrido necrose (tipicamente necrose de coagulação). Quando uma infecção bacteriana se superpõe, ocorre ainda necrose liquefativa devido à ação de enzimas degradativas das bactérias e dos leucócitos atraídos (originando a chamada gangrena úmida. ●Necrose caseosa: é encontrada mais frequentemente em focos de infecção tuberculosa. O termo "caseoso" (semelhante a queijo) é derivado da aparência friável esbranquiçada da área de necrose. Ao exame microscópico, a área necrótica exibe uma coleção de células rompidas ou fragmentadas e restos granulares amorfos delimitados por uma borda inflamatória distinta; essa aparência é característica de um foco de inflamação conhecido como granuloma. ● Necrose gordurosa: não denota padrão específico de necrose. Se refere a áreas focais de destruição adiposa, tipicamente resultantes da liberação de lipases pancreáticas ativadas na intimidade do pâncreas e na cavidade peritoneal. Ao exame histológico, os focos de necrose exibem contornos indistintos de adipócitos necróticos, com depósitos de cálcio basófilos, circundados por uma reação inflamatória.
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