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Lesão e Morte Celular Quando se tem um estímulo para neoplasia maligna, este é excessivo. Sofre hipertrofia e hiperplasia. Tumor invasivo – aumento rompe a lâmina basal e ele acaba sendo um tumor proliferativo. úlcera pode ser uma lesão maligna. Célula cresce, evolui muito e acaba morrendo. Recapitulando... A lesão celular ocorre quando as células são estimuladas tão intensamente que não são mais capazes de se adaptar ou quando são expostas a agentes naturalmente nocivos ou são prejudicadas devido a anormalidades intrínsecas. Quando o estímulo é muito intenso, ela não consegue se adaptar. Quando a lesão é reversível, ela tem uma função celular alta, mas a lesão é baixa. Porque a célula alterou, mas como o estímulo foi retirado não houve mais duração. A lesão irreversível o efeito começa baixo e depois aumenta a duração. Uma vez a célula estimulada, ela não para mais. Quando tem-se um estímulo muito acentuado, a célula pode ir se dividindo e não parar mais (somente a radioterapia para). Lesão muito intensa – capta mais oxigênio – mais radiação – para o tumor. Lesão Celular Reversível Dois aspectos da lesão celular reversível podem ser reconhecidos à microscopia óptica: • Tumefação celular • Degeneração gordurosa Tumefação celular Primeira manifestação em quase todas as formas de agressão às células. Também é conhecida como alteração hidrópica ou degeneração vacuolar. Surge quando as células se tornam incapazes de manter a homeostase hidroeletrolítica e é resultado da falência das bombas de íons dependentes de energia na membrana plasmática. Pode ser mais evidente examinando-se o órgão inteiro. A célula vai ter a capacidade de ajudar a expulsar o liquido, mas quando há uma falta da bomba de sódio o liquido fica acumulado – edema. Exemplo: Insuficiência renal – edema de membro inferior. Câimbra – na alça de Henle, no túbulo contornado distal, ao invés do potássio ficar ali dentro, ele sai junto com a urina. Se tirar o que está estimulando o tecido volta a ser o que era. Alteração hidrópica: alteração na circulação sanguínea – leva ao acúmulo de líquido. Hidropsia: acúmulo de líquido e inchaço no corpo todo. Degeneração gordurosa Ocorre na lesão hipóxica e em várias formas de lesão metabólica ou tóxica. Manifestada pelo aparecimento de vacúolos lipídicos no citoplasma. Observada principalmente em células envolvidas e dependentes do metabolismo da gordura, como os hepatócitos e as células miocárdicas. Acúmulo de gordura nas células. Existem 2 tipos de esteatose no fígado (micro e macro) – micro: gorduras pequenas no fígado. macro: gorduras maiores no fígado. Características ultraestruturais da lesão celular reversível • Alterações da membrana plasmática: formação de bolhas e perda de microvilosidades. • Alterações mitocondriais: tumefação e aparecimento de pequenas densidades amorfas. • Dilatação do retículo endoplasmático: destacamento dos polissomas. • Alterações nucleares: desagregação dos elementos granulares e fibrilares. Se parar o estímulo ele volta ao normal. Se não parar ele evolui para necrose e apoptose. Necrose A necrose é a manifestação final de uma célula que sofreu lesões irreversíveis. É a morte celular ou tecidual acidental em um organismo ainda vivo, ou seja, que ainda conserva suas funções orgânicas. A aparência morfológica é resultado da desnaturação de proteínas intracelulares e da digestão enzimática da célula lesada letalmente. Alterações nucleares da necrose Aparecem em três padrões devido à destruição inespecífica do DNA: 1) Cariólise: esmaecimento da basofilia da cromatina. 2) Picnose: retração nuclear e aumento da basofilia. 3) Cariorexe: fragmentação do núcleo picnótico. Com o tempo o núcleo da célula necrótica desaparece totalmente. Padrões de necrose tecidual A necrose dos tecidos possui vários padrões morfológicos distintos, cujo reconhecimento é importante porque eles fornecem pistas sobre a sua causa básica: Necrose Coagulativa Forma de necrose tecidual na qual a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada por um intervalo de alguns dias devido a permanência de proteínas coaguladas no citoplasma. Os tecidos afetados exibem consistência firme. Persistência de células anucleadas e eosinófilas por dias ou semanas. A isquemia causada por obstrução de um vaso provoca necrose de coagulação em todos os órgãos, exceto o cérebro. Necrose coagulativa – infarto renal. Necrose liquefativa Caracterizada pela digestão de células mortas, resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. observada em infecções bacterianas focais ou em infecções fúngicas. O material necrótico é frequentemente amarelo-cremoso devido à presença de neutrófilos mortos (pus). A morte por hipoxia de células do SNC com frequência se manifesta como necrose liquefativa. Necrose gangrenosa Não é um padrão específico de morte celular, mas o termo é usado comumente na prática clínica. Aplicado a um membro, geralmente perna, que tenha perdido seu suprimento sanguíneo e que tenha sofrido necrose (tipicamente de coagulação), envolvendo os diversos planos teciduais. Quando uma infecção bacteriana se superpõe, ocorre ainda a necrose liquefativa, originando a gangrena úmida. ** Gangrena úmida – odor fétido. Bactéria produz a putrecina. Geralmente em pacientes diabéticos. ** Desbridamento – retirada do tecido morto. Necrose caseosa Encontrada frequentemente em focos de infecção tuberculosa. O termo “caseoso” (semelhante a queijo é derivado da aparência friável esbranquiçada da área de necrose. Na microscopia, a área necrótica exibe uma coleção de células rompidas ou fragmentadas e restos granulares amorfos delimitados por uma borda inflamatória distinta; característico de granuloma. Na sífilis, por ter consistência borrachóide, é denominada necrose gomosa. Aparência friável, que desmancha. Necrose gordurosa É um termo bem estabelecido no vocabulário medico, mas que, na verdade, não denota padrão específico de necrose. Refere a áreas focais de destruição adiposa, tipicamente resultantes da liberação de lipases pancreáticas ativadas na intimidade do pâncreas e na cavidade peritoneal. Acontece na emergência abdominal calamitosa, conhecida como pancreatite aguda. Microscopicamente, a necrose gordurosa consiste de esteatócitos irregulares com núcleos não periféricos e material necrótico amorfo rosa interposto e células inflamatórias, incluindo células gigantes de corpo estranho respondendo a células necróticas de gordura. Geralmente ocorre no pâncreas porque tem liberação de lipase. Liberação de lipase – agressão de tecido no pâncreas. Necrose fibrinoide Forma especial de necrose observada nas reações imunes que envolvem os vasos sanguíneos. Ocorre tipicamente quando complexos de antígenos e anticorpos (imunocomplexos) são depositados nas paredes das artérias. Esses depósitos em combinação com a fibrina que extravasa, resultam em aparência amorfa róseo-brilhante, na coloração HE, conhecida pelos patologistas como “fibrinoide” (semelhante à fibrina). No paciente vivo, ao final, a maioria das células necróticas e seus conteúdos desaparece por fagocitose e digestão enzimática pelos leucócitos. Se as células necróticas e os restos celulares não forem prontamente destruídos e reabsorvidos, eles atuam como um nicho para deposição de sais de cálcio e outros minerais e se tornam calcificadas; fenômeno conhecido como calcificação distrófica. Apoptose A morte por apoptose é um fenômeno normal que visa eliminar as células que não são mais necessárias e manter um número constante das diversas populações celulares nos tecidos. Ocorre normalmente durante o desenvolvimento e por toda a vida, e serve para eliminar células indesejáveis, velhas ou potencialmente prejudiciais. É tambémum evento patológico quando as células doentes se tornam irreparavelmente danificadas e são eliminadas. A apoptose é importante nas seguintes situações fisiológicas: A destruição programada das células durante a embriogênese. Involução de tecidos hormônio-dependentes sob privação do hormônio. Exemplo: colapso das células endometriais na menstruação, atresia folicular ovariana na menopausa, regressão da mama da lactação após desmame e atrofia prostática após castração. Perda celular em populações celulares proliferativas. Exemplo: células epiteliais das criptas intestinais – sofrem apoptose de 5 em 5 dias. Eliminação de linfócitos autorreativos potencialmente nocivos impedindo reações autoimunes. Morte de células normais após cumprir atividade funcional. Exemplo: neutrófilos e linfócitos após o processo inflamatório. Apoptose em condições patológicas: Dano ao DNA Exemplo: radiação, medicamentos antineoplásicos citotóxicos e a hipoxia lesando o DNA diretamente ou pela produção de radicais livres. Acúmulo de proteínas mal dobradas Exemplo: surgem de mutações genéticas e são a base de várias doenças degenerativas do SNC e outros órgãos. Morte celular em certas infecções Exemplo: apoptose induzida por adenovírus e HIV ou resposta imune como na hepatite viral. Atrofia patológica no parênquima de órgãos após obstrução de ducto. Exemplo: pâncreas, parótida e rim. • A apoptose vai acontecer quando o tecido começar a ser agredido. Necroptose Forma de morte celular que compartilha aspectos de necrose e apoptose. Exemplo: associada com a morte celular na esteato-hepatite, pancreatite aguda, lesão de reperfusão e doenças neurodegenerativas como a Doença de Parkinson. Piroptose Morte celular programada que ocorre em células infectadas por micróbios. É assim chamada por haver liberação de interleucina 1 e consequentemente, febre. Autofagia Processo no qual a célula digere seu próprio conteúdo. É uma resposta adaptativa que é reforçada durante a provação de nutrientes, permitindo que a célula se cannibalize para sobreviver. Há evidencias de que desempenha um papel em diversas doenças, como: • Câncer. • Doenças neurodegenerativas (aceleração na doença de Alzheimer). • Doenças infecciosas. • Doença inflamatória intestinal (doença de Chron e colite ulcerativa). A célula não quer morrer, ela quer viver. Ela se auto canibaliza. Degeneração Hialina O termo hialina geralmente refere-se a uma alteração dentro das células ou no espaço extracelular, que confere uma aparência rósea, vítrea e homogênea, em cortes histológicos de rotina corados pela hematoxilina e eosina. Amplamente utilizada como descritivo histológico, e não como indicador de lesão celular. Causada por uma variedade de alterações. Calcificação Patológica É a deposição anormal de sais de cálcio nos tecidos, junto com quantidades menores de ferro, magnésio e outros sais minerais. • Calcificação distrófica: ocorre em tecidos mortos (necrose). • Calcificação metastásica: ocorre em tecidos normais sempre que há hipercalemia. Calcificação irreversível em ambos os casos.
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