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Rose Anne | Medicina 1 Neoplasias Crescimento irregular e descontrolado Há a presença de algum fator para a multiplicação celular Forma um conjunto de células diferenciadas → neoplasma Neoplasma → massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo e não coordenado com aquele de tecidos normais • Persiste da mesma maneira excessiva após a interrupção do estimulo que originou as alterações Origem Fatores epigenéticos (fatores ambientais que influenciam na expressão de alguns genes) Alterações genéticas Originam proliferação clonal independente do estímulo fisiológico do crescimento Oncologia – área de estudo dos tumores ou neoplasmas Diferenças entre neoplasias benignas e malignas Neoplasia benigna Neoplasia maligna (câncer): Malignidade = invasão das células nos tecidos • Formação de vias que permitem a nutrição da massa tumoral • Infiltração progressiva, invasão e destruição dos tecidos circunjacentes • Pode ou não desenvolver uma cápsula fibrosa • Ressecção cirúrgica difícil ou impossível Observações Todos os tumores (benignos ou malignos) apresentam dois componentes básicos: Parênquima • Células neoplásicas clonais com Colágeno Rose Anne | Medicina 2 • Desmoplasia – células desunidas com capacidade de destacamento causada pela pressão de grande proliferação (desmossomos – união entre as células) • Tecido conjuntivo fibroso Estroma • Células com intensa capacidade de crescimento e proliferação • Tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e quantidade variável de macrófagos e linfócitos Exemplo Papiloma • Neoplasia epitelial benigna • Produzem micro e macroscopicamente projeções semelhantes a dedos ou verrugas • Massas císticas Tumores mistos • Quando ocorre uma diferenciação de um único clone neoplásico com duas linhagens de células cancerosas • Adenoma pleomórfico Teratoma • Pode ser benigno ou maligno • Origem em células totipotentes • Várias linhagens de células germinativas Maduras → benigno Imaturas → maligno Epônimos Tumores malignos que receberam os nomes daqueles que os descreverem pela primeira vez • Linfoma de Brukitt • Doença de Hodgkin • Sarcoma de Ewing • Sarcoma de Kaposi • Tumor de Wilms (nefroblastoma) • Tumor de Krukemberg (adenocarcinoma mucinoso metastático para ovário) Diferenciação do tumor benigno x anaplasia Tumor benigno • Células parenquimatosas semelhantes as “normais” morfológica e funcionalmente • Mitoses reduzidas • Crescimento e expansão localizada • Formam uma cápsula de tecido conjuntivo → capsula fibrosa (separação do tecido “normal”) → atrofia de células parenquimatosas (dificuldade de suprimento de nutrientes) • Palpável • Enucleada cirurgicamente Anaplasia • Falta de diferenciação celular • Característica de malignidade • Pleomorfismo no tamanho e forma das células • Altas taxas de mitoses (fusos tripolares) • Morfologia nuclear anormal → hipercromático, volumoso e irregular Rose Anne | Medicina 3 • Perda de polaridade celular → disposição/direcionamento entre as células • Sem organização estrutural celular • Células gigantes Metaplasia • Substituição de um tecido por outro mais resistente • Associado ao dano/reparo/regeneração Displasia • Crescimento desordenado e perda da uniformidade e da polaridade celular • Pleomorfismos • Núcleos hipercromáticos → intensa atividade metabólica, síntese proteica • Muitas mitoses • Pré-neoplasia • Razão núcleo/citoplasma Crescimento tumoral Fatores • Tempo de duplicação • Fração de células • Taxa de morte celular (evolução clínica) Indução para a célula entrar na fase de G0 (não se multiplica) → alvo da quimioterapia Terapia antineoplásica para permitir a ressecção cirúrgica Terapêutica do câncer → marcadores Metástase • Disseminação • Células que se destacam • Implantes descontínuos com tumor primário • Malignidade do tumor • Proporcional a % de crescimento (exceto gliomas e no SNC) Vias • Implantes diretos em cavidades • Linfático • Hematológico Disseminação hematogênica • Fígado e pulmão são os órgãos mais afetados • As células produzidas pelo sangue seguem o fluxo venoso de drenagem do sitio do neoplasma e as células tumorais frequentemente se detem no primeiro leito capilar que encontram Carcinogênese • Determinado fator ativa os mecanismos de proliferação celular • Também existem fatores que impedem a proliferação Rose Anne | Medicina 4 Bases moleculares do câncer • Processo complexo, multifásico e dependente de processos genéticos e epigenéticos • Surgimento de clones de células imortalizadas • Clones celulares que apresentam algum dano genético → seleção clonal para proliferação e sobrevivência • Multiplicação autônoma → aumento da taxa • Invasão a tecidos vizinhos → metástases • Heterogeneidade morfológica (variedade de linhagens de células) → mutações aleatórias • Células tronco → células progenitoras/totipotentes (capacidade limitada de proliferação e metástase) Alterações essenciais para a transformação maligna • Cada um dos genes (p53, ABL1, RB → supressão de tumores – impede a progressão da neoplasia) associados ao câncer apresenta uma função especifica cuja desregulação contribui para a origem ou progressão da malignidade Alterações fundamentais (fenótipos malignos) • Sinais de crescimento → autossuficiência ativação de oncogenes → autocontrole sob o próprio crescimento celular • Tolerância aos inibidores de crescimento • Evasão da apoptose (inativação da p53) → não permite a apoptose • Replicação ilimitada • Angiogênese • Metástase • Defeitos no reparo do DNA → instabilidade genômica e mutações proto-oncogenes ou genes supressores de tumor Obs: Oncogenes • Genes que promovem o crescimento celular/proliferação de forma autônoma → autossuficiência no crescimento • Produto da expressão → oncoproteínas Proto-oncogenes • Oncogenes não mutados que possuem um mecanismo de controle ativo do ciclo celular • Produção ou hiperexpressão de fatores de crescimento não é suficiente por si só para a transformação neoplásica Características que levam ao desenvolvimento de tumores Telomerase → ação de reduzir o tamanho do telômero (porção final do cromossomo) → telômero muito curto ativa apoptose Rose Anne | Medicina 5 Inibição de genes supressores de tumor Mutação no gene RB → não ocorre a formação do complexo RBE2F Mutação no gene p53 → bloqueia a mitose → Correção do DNA ou apoptose Gene p53 – guardiã do genoma Aproximadamente 50% dos tumores malignos possuem mutações nesse gene em células somáticas A p53 determina danos no DNA, encurtamento do telômero e hipóxia Interrompe o ciclo celular em G1 ou induz à apoptose P53 ativa a transcrição de RNAmi → impede a transcrição RNAmi →Transcrição de genes proliferativos como ciclinas-CDK e BCL2 (antiapoptose) Papel da p53 na manutenção da integridade do genoma Via da RAS • Mutação na RAS → proteína ligadora de GTP – maior proliferação • Angiogênese → Formação de novos vasos para o aumento da captação de O2 e nutrientes → Invasão a tecidos adjacentes → Penetram a via de disseminação → Transportados novas colônias • Escape da resposta imunológica • Diminuição da expressão de MHC 1 (sinalizam antígenos) • Diminuição das respostas imunológicas → favorece a invasão • Aumento da expressão de proteínas antiapoptóticas • Diminuição das proteínas Rose Anne | Medicina 6 • Regulam a permeabilidade da membrana mitocondrial • Aumento dos transportadores de glicose • Hiperexpressão de GLUT 4 (aumenta a sensibilidade à insulina) • Hiperatividade da telomerase • Repõeo telômero (imortalidade da célula) • Menor senescência e apoptose • Menos mitoses Gene RAS • Proteínas de ligação ao GTP • Oncogene RAS (15-20% das mutações tumorais) • Estimula a mitogênese → ativa a cascata da MAP (proteína ativada por mitógeno) • Maior proliferação • GAP (proteína ativadora de GTPase) → inativa a RAS • Ativam a via da RAS → fatores de crescimento associados à progressão do ciclo celular Ciclinas CDK e CDKI • Proteínas que regulam o ciclo celular • Mutações nos genes que controlam o ciclo celular → câncer/transformação neoplásica • CDK estão relacionadas às proteínas p53 – ativação da p21 – ativação/inativação das CDK – fosforilação da proteína RB – não se liga à E2F Inibidores das CDK → P21, P27 E P57 → controle negativo do ciclo celular CD Kinase → fosforilação – adicionar Fosfato – ativa ou inativa determinada proteína Genes supressores de tumor Expressam (transcrição) proteínas que suprimem ou retardam a proliferação celular Evitam o crescimento/proliferação tumoral Principais proteínas • RB (Reconhecem o estresse genotóxico e respondem por meio da finalização do ciclo celular, interrompendo os pontos de checagem) → pode ativar a apoptose • P53 (ativação da p21 – controla a atividade das CDK) Proteína RB (RetinoBastoma) Rose Anne | Medicina 7 Regula o ponto de checagem G1-S → conferir se as proteínas envolvidas na replicação do DNA foram sintetizadas adequadamente Proteína RB hipofosforilada → interage com a E2F, o que impede a ativação do sítio no DNA, impedindo a transcrição de alguns genes (ciclo é interrompido) Proteína RB hiperfosforilada → inativa E2F estimula a replicação celular e a proliferação Mutações na proteína RB → estimula o ciclo celular (E2F livre, crescendo e proliferando-se de forma descontrolada) Papel da APC APC → gene da polipose adenomatosa colonica → supressor de tumor Mutação na APC → ativa a B-catenina Regula a B-catenina – estimula a proliferação mediante a presença de WNT Reduz a sinalização por fatores de crescimento Sinalização da WNT (adesão e polaridade celular) B-catenina → forma um complexo com o TCF (maior proliferação) Polipose adenomatosa familiar • Tumor benigno podendo evoluir para um carcinoma • Mutação nas linhagens germinativas no locus do APC (5q21) – deleção no cromossomo 21 Apoptose e CD95 A apoptose representa uma barreira que deve ser sobreposta para que o câncer ocorra Proteína somente BH3 pró-apoptose (BAD/BID/PUMA) → neutralizam a ação de proteínas antiapoptóticas (BCL1 e XL) → Aumento da permeabilidade da mitocôndria → Liberação do citocromo C e da caspase 9 Drogas BH3 miméticas – induz a apoptose na célula cancerosa IAP → inibidores de proteínas da apoptose → inibição das caspases Rose Anne | Medicina 8 Papel da telomerase • Encurtamento do telômero – mecanismos de reparo no DNA – interrupção do ciclo (p53 e RB) • Telomerase – repor o telômero (célula imortal) • Mutações na p53 e RB – expressão da telomerase, evitando a morte celular Angiogênese • Formação de novos vasos favorece o suprimento de nutrientes • A célula libera fatores de crescimento endotelial e vascular que permitem a angiogênese • Característica de malignidade Células cancerosas • Neoangiogênese – a partir de capilares • Vasculogênese – células endoteliais da medula óssea (a partir de um vaso pré- existente) Hipóxia ou baixa perfusão sanguínea estimulam a angiogênese Invasão e metástase • Principal causa de morbimortalidade do câncer • Invasão e degradação da MEC • Dissociação das células • Proteases • Interação célula tumoral e proteína • Ativação do citoesqueleto celular • Disseminação vascular
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