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QUESTÕES EMPRESARIAL

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AeA Confecções Ltda. foi dissolvida em razão do falecimento do sócio Fulano de tal, ocorrido em 2019, com fundamento no Art. 1.035 do Código Civil. A sociedade foi constituída, em 2000, para atuar na comercialização de roupas e sempre atuou nesta atividade.
Para manter a clientela do estabelecimento, mesmo após a dissolução da sociedade, Sicrana, única sócia de Fulano de tal, requereu a modificação do registro para EIRELI, e, com o deferimento, prosseguiu, agora com o nome AeA Confecções EIRELI, a empresa antes exercida pela sociedade.
O estabelecimento onde foi instalada a sociedade está situado na cidade de xxx-xx. O imóvel é alugado desde a constituição da sociedade, sendo locadora a Imobiliária Dois Irmãos Ltda. A vigência inicial do contrato foi de 03 anos, tendo sido celebrados contratos posteriores por igual prazo, sucessiva e ininterruptamente. Durante a vigência do último contrato, que expirará em setembro de 2021, a sociedade limitada foi dissolvida. Diante da continuidade da empresa posterior à dissolução da sociedade limitada, por Sicrana, como única pessoa natural da EIRELI, esta procurou o locador e lhe apresentou proposta de novo aluguel, que foi rejeitada sem justificativa plausível.
Em janeiro de 2021, temendo o prejuízo ao estabelecimento empresarial já consolidado, a perda considerável de clientela e os efeitos nefastos da transferência para outra localidade, Sicrana procurou sua advogada para que esta propusesse a medida judicial que assegurasse sua permanência no imóvel, informando que o valor atual do aluguel mensal é de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Elabore a medida judicial apta a solucionar o problema de Sicrana. 
RESPOSTA:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA COMARCA DE XXXX -XX
AeA Confecções EIRELI, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° xxxxxxx, com endereço eletrônico xxxx, com sede localizada à Rua xxx, n° xx, bairro xx, na cidade de xxx- xx, CEP xxxx, representada por Fulana, brasileira, solteira, empresária, inscrita no CPF sob o n° xxxxxxxxx, com endereço eletrônico xxx, residente e domiciliada à Rua xxxx, n° xx, Bairro xx, na cidade de xxxx- xx, CEP xxx, vem à presença de Vossa Excelência, por meio de sua advogada que esta subscreve, com escritório profissional localizado à Rua xxx, n° xxx, Bairro xxx, na cidade de xxx - xx, CEP xxxx, propor a presente 
AÇÃO RENOVATÓRIA DE ALUGUEL NÃO RESIDENCIAL
em face da Imobiliária Dois Irmãos Ltda, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° xxxxxxxx, endereço eletrônico xxxx, com sede à Rua xxxx, n° xxx, Bairro xxxx, xxx - xx, CEP xxxx, pelos motivos e fatos que passo a expor.
I. DOS FATOS:
Trata-se de contrato de aluguel não residencial, com vigência inicial de 03 anos, tendo sido celebrados contratos posteriores por igual prazo, sucessiva e ininterruptamente, sendo que a vigência do último contrato expirará em setembro de 2021, para fins de que a autora, juntamente com seu antigo sócio (falecido) estabelecesse o seu negócio no ramo de confecções.
A sociedade limitada da empresa a qual a autora era sócia foi dissolvida no ano de 2017, em razão do falecimento do sócio Fulano de tal, contudo, a autora requereu imediatamente a modificação do registro da empresa para EIRELI, com o intuito de não prejudicar o funcionamento da empresa e, principalmente, manter a clientela do estabelecimento, uma vez que se trata de uma empresa consolidada no ramo de comercialização de roupas, e desde sua fundação, sempre atuou nesta área, sendo referência no ramo.
Ademais, o encerramento da vigência do contrato em questão está previsto para ocorrer setembro de 2021, não havendo que se falar, portanto, na decadência prevista no art. 51, §5° da lei 8.245/91, haja vista a tempestividade da propositura da presente ação.
No entanto Excelência, mesmo diante do bom inquilinato prestado pela parte autora durante todos esses anos, o locatário, ao receber a proposta de renovação do aluguel, a rejeitou sem apresentar nenhuma justificativa plausível.
II. DO DIREITO:
A lei 8.245/91, que disciplina as locações dos imóveis urbanos, prevê expressamente o direito à Ação Renovatória, dispondo em seu art. 51 os requisitos necessários à renovação, os quais estão nitidamente observados pela parte autora, conforme documentos comprobatórios especificados e anexados.
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - O contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
II - O prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos;
III - O locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos.
No que diz respeito a legitimidade da autora para a propositura da presente ação cumpre destacar que a autora não é a locatária originária, mas tem legitimidade ativa ad causam, pois é sub-rogatária do direito à renovação porque permaneceu exercendo o mesmo ramo de atividade após a dissolução da sociedade empresária, com fundamento no Art. 51, § 3º, da Lei nº 8.245/91, o qual traz a seguinte garantia:
§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub-rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo.
Ademais, conforme assinala Ricardo Negrão em uma de suas obras doutrinárias: “O ponto empresarial — o local onde o empresário fixa seu estabelecimento para ali exercer sua atividade — é um dos elementos incorpóreos do estabelecimento empresarial” (NEGRÃO, 2012, p. 123), dado o fato de que o ponto comercial onde a empresa fixa suas atividades é a referência tomada pelos clientes quando visam obter seus produtos ou serviços, de modo que, uma mudança para local diverso, pode gerar grandes perdas financeiras, a curto e longo prazo.
Neste mesmo sentido, o doutrinador André Santa Cruz também assinala:
“Ora, quando o empresário se estabelece num ponto alugado e permanece naquele local um determinado tempo, ele faz investimentos para ganhar o respeito dos consumidores passar a ser conhecido e a para ganhar o respeito dos consumidores, passar a ser conhecido e a adquirir, consequentemente, uma clientela fiel.” Por essa razão, o regime jurídico-empresarial reconhece a esse empresário o chamado direito de inerência ao ponto, consubstanciado na prerrogativa de permanecer naquele local mesmo na hipótese de o locador não pretender mais a renovação do contrato locatício.” (CRUZ, 2018, p. 168)
Dessa forma ante a ausência dos pressupostos contidos no art. 52 da lei 8.245/91, é forçoso reconhecer que não há plausibilidade na recusa pela renovação por parte do locador, requerendo assim, a procedência do presente feito.
Cumpre esclarecer ainda que conforme dispõe a orientação na jurisprudência pátria a renovação do contrato de locação não residencial não excederá a 5 anos, mesmo que a soma dos contratos anteriores seja superior a esse tempo, seja na vigência do Decreto nº 24.150/1934 (STF, Súmula nº 178: “Não excederá de cinco anos a renovação judicial de contrato de locação fundada no Dec. 24.150, de 20.04.1934”; STJ, RESP 7653 e RESP 11640) seja na vigência da Lei nº 8.245/91 (RESP 1323410/MG; RESP AR 4.220/MG; REsp. 693.729/MG; REsp. 267.129/RJ; REsp. 170.589/SP; REsp. 202.180/RJ; REsp. 195.971/MG).
Ademais, cumpre ressaltar que a presente ação é tempestiva, haja vista que foi proposta dentro do prazo previsto no Art. 51, § 5º, da Lei nº 8.245/91 o qual estabelece o prazo de um ano a seis meses anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor para a propositura da presente ação.
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.
III. DAS CONDIÇÕES DA RENOVAÇÃO:
Atendendo ao disposto no Art. 71, inciso IV da Lei nº 8.245/91, o contrato objeto da presente ação deve serrenovado nos mesmos termos e condições anteriormente convencionadas, principalmente, levando em consideração, os termos abaixo transcritos:
- Local: Rua xxx, n° xx, Bairro xx, na cidade de Juazeiro do Norte - CE, CEP xxx;
- Valor do aluguel: R$ 10.000,00 (dez mil reais);
IV. DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, passo a requerer o que segue:
a) A total procedência dos pedidos para que seja declarada procedente a presente ação, com a RENOVAÇÃO DO CONTRATO pelo prazo de 05 (cinco) anos.
b) A condenação do requerido ao pagamento de custas e honorários advocatícios, nos termos do art.
85, § 2° do CPC.
c) A citação do promovido para que, querendo, apresente resposta no prazo legal estabelecido.
d) Por fim, manifesta interesse em audiência conciliatória, nos termos do art. 319, VII do CPC.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o documental
e o testemunhal.
Termos em que pede deferimento.
Dá-se a causa o valor de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais).
xxx – xx, xx de xx de 20xx.
Estudo de Caso 1
Pablo, 30 anos, exerce o comércio de venda de grãos de milho na cidade de Juazeiro do Norte-CE. Em razão do atraso de 40 dias na entrega de uma encomenda de 100 toneladas de milho, o cliente prejudicado ajuizou demanda em face de Pablo para cobrar a multa de R$ 100.000,00 por dia de atraso na entrega do produto. Ao informar a seu advogado que fora citado na mencionada ação, Pablo foi surpreendido com a constatação de que, por um lapso, o estagiário responsável pelo arquivamento do registro perante a Junta Comercial deixou de fazê-lo.
Posteriormente, Pablo é acometido de uma forte doença o que ocasiona na sua interdição, sendo declarado incapaz, mediante sentença judicial transitada em julgado.
Com base no cenário acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Pablo poderá permanecer atuando na atividade empresarial? Em caso positivo, quais condições devem ser respeitadas? (0,5 ponto)
Pablo, mesmo interditado, pode permanecer na sociedade, desde que seja devidamente representado ou assistido, conforme a causa de sua interdição. Por se tratar de sócio de sociedade empresária, e não de empresário individual, são inaplicáveis ao caso proposto o caput e os parágrafos 1º e 2º do art. 974. O caput prevê a continuidade da empresa pelo incapaz e João não irá continuar empresa porque é sócio e não empresário. Os parágrafos 1º e 2º do art. 974, da mesma forma, estabelecem regras que se aplicam exclusivamente ao empresário individual. 
b) Há validade dos negócios jurídicos de compra e venda realizados por Pablo no curso de sua atividade empresarial sem o registro? (0,5 ponto)
os negócios jurídicos realizados por Pablo dentro deste período em que esteve irregular são considerados válidos, já que, nos termos dos arts. 966 e 967 do Código Civil embora seja obrigatório o registro da atividade empresarial, a ausência desta não desconfigura a condição de empresário.
c) Poderia Pablo deixar de ser empresário individual e constituir uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI, mesmo sendo considerado incapaz? (1,0 ponto)
Sim, cumpre destacar que enquanto o incapaz não pode ser empresário individual, somente podendo continuar empresa que já era antes exercida (art. 974 do Código Civil), esse mesmo incapaz pode constituir EIRELI, desde que preencha os pressupostos legais, além de ser nomeado terceiro capaz como seu administrador (§ 3º do art. 974 c/c §6º do art. 980-A do Código Civil).
d) Os bens pessoais de Pablo poderão ser atingidos no possível caso de execução da multa pelo cliente? (1,0 ponto)
Sim, haja vista que a responsabilidade do empresário individual é ilimitada, podendo seus bens pessoais serem atingidos por qualquer ato da firma individual.
 
Estudo de Caso 2
“O site Reclame Aqui noticiou essa semana que, após o rompimento das barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG), comerciantes da cidade de Governador Valadares, uma das atingidas pela lama contendo rejeitos de mineração, estão comercializando o galão de 20L de água mineral ao preço de R$20,00 (vinte reais), enquanto antes do acidente o mesmo galão custava R$8,00 (oito reais). Ou seja, houve um aumento de 150% sobre o preço originalmente praticado em relação ao produto.”
“Três meses depois da catástrofe que abalou Brumadinho e chocou o Brasil e o mundo, o sofrimento de quem vive na cidade da Grande BH que já contabiliza 233 mortos e 37 pessoas ainda desaparecidas parece uma história sem fim. As famílias ainda se recuperam da dor pela perda de parentes, vizinhos e amigos após o rompimento das barragens 1, 4 e 4A, da Mina Córrego do Feijão, operada pela mineradora Vale.
Passados 90 dias da tragédia, ninguém está preso, as indenizações às vítimas ainda são alvo de polêmica que promete se estender, mas a comunidade já enfrentou o medo de novos rompimentos, se viu isolada, assistiu ao fechamento de postos de trabalho e teve de abandonar suas moradias. Agora, experimenta a exploração econômica, representada por uma escalada de preços sem precedentes, com ágio sobre produtos que chega a atingir 80% de um mês para o outro (veja tabela), no caso de gêneros de cesta básica, e mais de 6% nos combustíveis, com preços uniformizados entre postos e gasolina que já passa dos R$ 5 o litro. [...]
Pouco depois de a Vale informar que iria injetar recursos na economia de Brumadinho, moradores dizem ter testemunhado um abrupto aumento de preços. Não é um fenômeno novo: depois do rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, em 2015, o preço da água mineral na região de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce chegou a sofrer ágio de 150%.
Pelas lojas em Brumadinho é fácil perceber movimento parecido. Em uma rede de supermercados da cidade, por exemplo, o preço do feijão carioquinha de uma determinada marca e do tomate longa vida passaram de R$ 4,98, em março, para R$ 8,98, em abril, aumento de 80,3%. Em uma mercearia, o grão saltou de R$ 6,35 para R$ 9,85 (alta de 55,11%).”
A respeite dos pequenos trechos das reportagens, disserte brevemente (Mínimo 15 linhas, Fonte Arial e Tamanho 11) sobre o aumento do preço dos produtos nas cidades atingidas pelas tragédias sob a perspectiva dos princípios da Função Social da Empresa e da Liberdade de Iniciativa.
RESPOSTA:
Tendo em vista que o conceito de função social da empresa parte da ideia de que esta não deve visar somente o lucro, mas também preocupar-se com os reflexos que suas decisões têm perante a sociedade, a qual juntamente com a livre iniciativa que diz respeito a possibilidade de um cidadão comum participar do mercado sem a necessidade de autorização ou aprovação do Estado, tendo este princípio como fundamento o art. 170, da Constituição Federal, estabelece que: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.” Pelo qual o texto constitucional assegura aos brasileiros e residentes no país o direito de se estabelecer como empresário é necessário destacar que o consumidor é o sujeito presumidamente vulnerável na relação de consumo, razão pela qual para que cumpra sua função social, a livre iniciativa deve ser exercida observando-se preceitos éticos e morais e, principalmente a dignidade da pessoa humana, sendo que a defesa do consumidor é, por expressa previsão constitucional, um dos princípios a serem observados (art. 170, V), o aumento abusivo de preços diante de grandes tragédias, como a que ocorreu em Brumadinho geram grandes consequências a possibilidade de viver bem da população local, haja vista que muitas vezes a um grande aumento no desemprego na região bem como grande queda na renda das pessoas, frente a isso a dificuldade de locomoção muitas vezes, desabastece o comércio local, razão pela qual essa pratica abusiva prejudica os pequenos comércios.

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