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CARCINOMA BASOCELULAR O carcinoma basocelular (CBC) é um tumor constituído por células que se assemelham às células basais da epiderme. CONCEITO - Apresentam malignidade local, podendo invadir estruturas e destruir tecidos adjacentes, inclusive ossos, metástases são exceções. - 25% dos pacientes com história de carcinoma basocelular desenvolvem um novo CBC em 5 anos do carcinoma original, devendo ser examinados anualmente. CONCEITO - O CBC é o mais comum dos tumores cutâneos não melanoma, representando 8 em cada 10 tumores malignos de pele. Acomete 30% mais homens que mulheres. - Embora possa ocorrer em qualquer idade, mais de 75% dos pacientes afetados têm mais do que 40 anos. EPIDEMIOLOGIA FATORES DE RISCO Pele clara, efélides Grande número de nevos Elastose solar Cabelos loiros ou ruivos - Pacientes imunossuprimidos - surgimento mais precoce e caráter agressivo. - Episódios agudos de exposição solar intensa na infância (com história de queimadura) aumentam a propensão a desenvolver CBC na vida adulta. - Pode surgir em cicatrizes de queimaduras ou vacinação. Risco de desenvolvimento de CBC em nevo sebáceo e outros hamartomas anexiais é bem reconhecido. FATORES DE RISCO - Outros fatores de risco: exposição crônica à arsênico, frutos do mar ou medicações contaminados e radiação ionizante. - Doenças genéticas que aumentam o risco de desenvolvimento de CBC: síndrome do nevo basocelular, epidermólise bolhosa (subtipo Dowling-Meara simplex), xeroderma pigmentoso, síndrome de Muir-Torre e síndrome de Bazex-Dupre-Christol. FATORES DE RISCO - As características que conferem maior agressividade ao CBC são: - Idade menor que 40 anos. - Subtipos Esclerodermiforme e metatípico - Localização sobre sítios de fusão embrionária como sulco nasogeniano - Recidiva local FATORES DE RISCO - O fator mais importante é a radiação ultravioleta (RUV), o tipo B (290 a 320nm), o que explica a maior incidência do tumor nas áreas fotoexpostas. - A RUV induz mutação em genes supressores de tumor aumentando a predisposição ao surgimento de neoplasias. Exs: p53 para CBC e CEC e PTCH para CBC esporádico (30 a 40%) e para pacientes com xeroderma pigmentoso e síndrome do nevo basocelular. ETIOLOGIA - Também conhecida como Síndrome do Nevo basocelular e Síndrome do CBC nevoide - Acomete a pele com múltiplos CBCs e depressões palmoplantares. SINDROME DE GORLIN GOLTZ ❏ Acomete principalmente áreas expostas ao sol MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ❏ Recidiva Zona H: região frontal lateral, temporais, periauriculares, orelha, perioculares, nariz e lábios superiores MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS TIPOS CBC Nodular Morfeiforme Superficial Fibroepitelial ❏ Subtipo mais comum ❏ 50% de todos os CBCs ❏ Pápula perolada brilhante ❏ Superfície lisa ❏ Presença de telangiectasias arboriformes ❏ Consistência firme ❏ Com o tempo, pode haver ulceração, normalmente com borda elevada Locais de predileção: ● face (região malar, prega nasolabial, fronte e pálpebras) ● áreas pilosas CBC Nodular ❏ É o subtipo mais comum em grupos etários mais jovens ❏ Pápula bem circunscrita e eritematosa ❏ Placa ou pápula fina escamosa Locais de predileção: ● tronco ● extremidades CBC Superficial ❏ Bordas rosa claro a esbranquiçadas mal definidas ❏ Área ligeiramente elevada ou deprimida ❏ Endurecimento local ❏ Superfície normalmente lisa ❏ Pode haver presença de telangiectasias ❏ Atrofia CBC Morfeiforme/Esclerosante ❏ Variante rara ❏ Geralmente ocorre em indivíduos com múltiplos CBCs superficiais ❏ Placa séssil cor de pele ou rosa ❏ Placa papulonodular pedunculada com superfície lisa Local de predileção: ● tronco (especialmente o dorso inferior) CBC Fibroepitelial/Fibroepitelioma de Pinkus ❏ Quantidades variáveis de melanina podem estar presentes nesses tumores, mas CBCs pigmentados são observados com mais frequência em pessoas de fototipo mais alto ❏ Pode ser marrom a azulado ou preto ❏ Superfície lisa e brilhante, de consistência dura e firme CBC Pigmentado ❏ O diagnóstico é clínico e confirmado pela histopatologia. DIAGNÓSTICO ❏ A Dermatoscopia possibilita identificar critérios que auxiliam no diagnóstico. DIAGNÓSTICO ❏ Os achados dermatoscópicos mais frequentes são: ➢ Ulceração; ➢ Grandes ninhos ovóides azul-acinzentados; ➢ Áreas em “folha”; ➢ Áreas em “raio de roda”; ➢ Pontos e glóbulos; ➢ Vasos arboriformes e telangiectasias. DERMATOSCOPIA DERMATOSCOPIA Áreas em folha Ulceração Manchas azul acinzentadas DERMATOSCOPIA Glóbulos azul-acinzentados Ninhos ovóides ❏ Ninhos de células basalóides que se dispõem na periferia conformando uma paliçada. HISTOPATOLOGIA BLOCOS TUMORAIS ❏ Carcinoma espinocelular (CEC); ❏ Queratoacantoma; ❏ Verruga vulgar; ❏ Molusco contagioso; ❏ Queratose seborreica; ❏ Melanoma; ❏ Hiperplasia sebácea. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS ❏ Deve ser individualizado e varia com o tamanho e a morfologia da lesão, sua localização e idade do paciente. ❏ O tratamento ideal é a remoção completa do tumor com margens livres de comprometimento neoplásico; porém, em casos excepcionais, tratamentos menos agressivos podem ser considerados. TRATAMENTO ❏ É a pedra angular do tratamento. ➢ Excisão padrão; ➢ Cirurgia De Mohs; ➢ Curetagem e Eletrodissecação. TRATAMENTO CIRÚRGICO ❏ É a técnica terapêutica mais indicada para a maioria dos CBCs. EXCISÃO PADRÃO ❏ Consiste na retirada camada por camada, e do exame de cada uma delas ao microscópio, até que se obtenha margem livre. CIRURGIA MICROGRÁFICA DE MOHS ❏ Recomendada para: 1) Todos tumores recorrentes ou mal definidos; 2) CBC esclerodermiforme; 3) Todos os carcinomas cutâneos primários em áreas de recorrência. CIRURGIA MICROGRÁFICA DE MOHS ❏ O tratamento ideal é a remoção completa do tumor com margens livres de comprometimento neoplásico; ❏ Deve ser individualizado e varia com o tamanho e a morfologia da lesão, sua localização e idade do paciente. TRATAMENTO CIRÚRGICO ❏ Utilizadas em lesões de baixo risco (CBC in situ). CURETAGEM E ELETRODISSECAÇÃO ❏ Criocirurgia; ❏ Terapia Tópica; ❏ Outros: Terapia fotodinâmica e radioterapia (pouco utilizadas). TRATAMENTO NÃO CIRÚRGICO ❏ Destrói as células dos tumores por ciclos de congelamento e descongelamento; ❏ Pacientes com alto risco cirúrgico. CRIOCIRURGIA ❏ É mais apropriado para CBC pequeno e de baixo risco, eficaz em CBCs superficiais. ➢ Imiquimod Rotina de Tratamento: uma vez ao Dia, 5 vezes por semana, em média por 8 semanas. ➢ 5- fluoracil (menos estudos) Rotina de Tratamento: 2 vezes ao dia por 3 a 6 semanas. TRATAMENTO COM TERAPIA TÓPICA ❏ AZULAY, R.D; AZULAY, D.R. Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. ❏ BELDA JUNIOR, W.; DI CHIACCHIO, N.; CRIADO, P. R. Tratado de Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018. ❏ BICHAKJIAN, C. et. al.Guidelines of care for the management of basal cell carcinoma. J Am Acad Dermatol 2018;78:540-59. ❏ BOLOGNIA, J. L.; JORIZZO, J. L.; SCHAFFER, J. V. Dermatologia. Rio de Janeiro. Editora Elsevier, 3ª ed. 2015. ❏ INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Visitado em 07/08/2020. Site: sbd.org.br ❏ SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA (SBD), Visitado em 07/08/2020. Site: sbd.org.br ❏ WOLFF, K. et al. Dermatologia deFitzpatrick. Editora AMGH, 8ª ed. 2019. REFERÊNCIAS OBRIGADA!