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1 -HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

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História da 
Educação
Mário Fernandes Ramires
Ebook 1
Neste Tópico:
Educação tribal e pré-história ��������������� 3
Sociedades tribais e pré-história ���������� 5
Da chamada "pré-história às 
sociedades fluviais" ����������������������������������� 8
Antiguidade Oriental ������������������������������ 14
Fenícios, persas e hebreus ������������������� 23
Fenícios �������������������������������������������������������24
Persas �����������������������������������������������������������26
Hebreus �������������������������������������������������������28
Considerações Finais �������������������������������31
Síntese ��������������������������������������������������������� 33
História da Educação
E-book 
1
2
EDUCAÇÃO TRIBAL E 
PRÉ-HISTÓRIA
A disciplina História da Educação possui como ob-
jetivo abordar as relações de construção, aquisição 
e transmissão de conhecimentos e saberes nas 
mais diversas sociedades e grupos humanos, desde 
quando éramos nômades até os dias atuais. Nesse 
sentido, iremos estudar as vivências e formas de 
convívio entre os seres humanos, da época na qual 
não possuíamos moradia fixa e vagávamos em bus-
ca de alimento até os dias atuais, onde a tecnologia 
prevalece em nossa sociedade.
Para tanto, levaremos em conta que:
O ato pedagógico pode, então, ser definido como uma 
atividade sistemática de interação entre seres sociais, 
tanto no nível do intrapessoal como no nível da influên-
cia do meio, interação essa que se configura numa ação 
sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar 
neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos 
ativos desta própria ação exercida. 
(ARANHA, 1996a, p. 50).
3
A partir desses pressupostos, além da importância 
dos conhecimentos relacionados à história, é neces-
sário ressaltar o merecido destaque que recebe a 
Filosofia, pois o pensamento filosófico se configura 
como base para refletirmos sobre as mais diversas 
características da educação em sociedades que vi-
veram em outros tempos e espaços.
4
SOCIEDADES TRIBAIS 
E PRÉ-HISTÓRIA
Antes do surgimento dos grandes conglomerados 
humanos na Mesopotâmia e no Egito, ao Norte da 
África, durante milhões de anos o ser humano viveu 
e, em muitos lugares ainda vive, de maneira nôma-
de, seminômade ou reunidos em tribos. O convívio 
na forma tribal traz especificidades na educação e 
transmissão de conhecimentos bem distintas dos 
modelos tradicionais que estamos habituados a ver 
em nossa sociedade. Se tomarmos como exemplo 
os indígenas que habitam o Brasil, podemos perce-
ber que o conhecimento não representa uma forma 
de exercer poder sobre algum outro membro da co-
munidade. Os saberes são transmitidos entre gera-
ções por meio da repetição e estão ligados ao dia a 
dia dessas pessoas, que exige habilidades de caça, 
pesca, artesanato, manuseio de armas, agricultura, 
construção de suas casas, conhecimentos acerca 
da natureza, entre outros.
Analisando a educação tribal de forma geral, Maria 
Lúcia Aranha destaca que:
5
A cuidadosa adaptação aos usos e valores da tribo 
geralmente é levada a efeito sem castigos. Os adultos 
demonstram muita paciência com os enganos infantis 
e respeitam seu ritmo próprio. Por meio da educação 
difusa, de que todos participam, a criança toma co-
nhecimento dos mitos ancestrais, desenvolve aguda 
percepção do mundo e aperfeiçoa suas habilidades 
(ARANHA, 1996b, p. 27).
Dessa forma, a educação das crianças que vivem 
em tribos está a cargo de todos os adultos daquela 
sociedade e é transmitida por meio da oralidade e 
de rituais sagrados. Ainda devemos levar em conta 
que, por conta da divisão do trabalho existente entre 
esses povos, é bastante comum que a educação 
perpasse essa característica, sendo que as pessoas 
do sexo masculino, desde a infância, desenvolvem 
habilidades como a caça, a guerra e a construção 
de casas. Por outro lado, as mulheres se dedicam 
a tarefas como a agricultura, coleta de frutos e ar-
tesanato e, em ambos os casos, as crianças vão se 
incluindo na sociedade e aprendem por observação 
e repetição, o que não quer dizer que não haja mu-
danças de percepções e ações entre as gerações.
O desenvolvimento da criança indígena, por exemplo, 
é marcado por brincadeiras e exploração da natureza, 
jogos como a peteca fazem parte desse desenvol-
vimento. A arte, por ser tão marcante nas culturas 
indígenas, também faz parte do desenvolvimento 
de seus conhecimentos mais marcantes: a dança, a 
6
música, a pintura corporal e os adornos são partes 
importantes dessa formação pessoal. De forma ge-
ral, os membros mais velhos dessas comunidades 
são bastante respeitados, sendo responsáveis por 
manter suas tradições vivas, educando e ensinando 
aos mais novos.
7
DA CHAMADA 
"PRÉ-HISTÓRIA 
ÀS SOCIEDADES 
FLUVIAIS"
Após analisarmos as características da educação 
em sociedades tribais, que existem há milhares de 
anos até os dias atuais, vamos estudar os mode-
los de construção e transmissão de conhecimento 
desde as primeiras grandes civilizações. Esses gran-
des centros populacionais deram origem a cidades, 
reinos e impérios que ocuparam grandes porções 
de terras e possuíam uma organização social já 
complexa, com desigualdades sociais e divisão 
do trabalho.
Podcast 1 
Por muitos anos, antes do surgimento das primeiras 
grandes civilizações na Mesopotâmia, na África ou 
na China, o ser humano não possuía moradia fixa 
e se deslocava em busca de alimento durante toda 
sua vida. Era necessário o domínio de habilidades 
que lhes garantisse a própria sobrevivência, ou seja, 
8
se a pessoa não soubesse caçar ou coletar, não de-
senvolvesse as habilidades de seguir os rastros dos 
animais por vestígios ou não desenvolvesse a prática 
da pesca, por exemplo, dificilmente sobreviveria.
Figura 1: Animais pintados na Gruta de Lascaux, um dos sítios de 
arte rupestre mais famosos do mundo. | Fonte: https://pt.wikipedia.
org/wiki/Arte_rupestre
O período que compreende esse momento de noma-
dismo é denominado paleolítico, ou “pedra lascada”, 
no qual durante milhões de anos o ser humano lite-
ralmente utilizou lascas de pedra como instrumen-
tos rústicos que eram utilizados para caçar e como 
ferramentas simples. Esse momento da história hu-
9
mana também foi caracterizado pelas chamadas 
pinturas rupestres, talvez as primeiras formas de 
representação artística humana, quando foram fei-
tas pinturas nas paredes de cavernas em diversas 
regiões do mundo. Essas pinturas, de forma geral, 
mostram cenas do cotidiano, principalmente caças, 
pois se acredita que essas pessoas pensavam que ao 
representar a caça nas paredes, isso evocaria aquele 
acontecimento representado em suas vidas. Ou seja, 
a pintura também era uma forma de conhecimento 
e representação do cotidiano.
Há cerca de oito mil anos, nota-se o desenvolvimento 
de técnicas que iriam ser uma verdadeira revolução 
na história da humanidade e nos levariam a um novo 
período, chamado neolítico. Essas técnicas são a 
agricultura e a criação de animais, além de, no final 
do período paleolítico, o ser humano ter dominado o 
fogo, o que possibilitou segurança, aquecimento e o 
preparo de alimentos, que não mais eram comidos 
de forma crua.
10
Figura 2: Armas e utensílios do período paleolítico. | Fonte: https://
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/73/1872%2C_Museo_
Espa%C3%B1ol_de_Antig%C3%BCedades%2C_Armas_y_utensilios_
del_periodo_Paleol%C3%ADtico%2C_Letre.jpg
11
Processo de descascar
Fusayola (peça de 
cerâmica) de afiar
(Peso para o uso)
Resto de tecido pré-histórico
Tear
Fusayola de te-
celagem (peso 
de cedo para 
apertar os saltos 
do tear)
Uso de afiar
Cena de pastoreio: carneiros, cabras e touros.
Cortadores neolíti-cos esculpidos em 
sllex (um deles 
mantém o cabo)
A matança de animais 
para o consumo de 
carne
Recipiente
Filtro, funil e 
recipiente
Ordenhando uma vaca
Filtrando o leite
CERÂMICA 
NEOLÍTICA 
PROCEDENCIA DE LAS ILUSTRACIONES: Escenas costumbristas mesópotamicas del 2.500 a. C.: escena de pastoreo, Estandarte de Ur (cara de la paz); escena de ordeño y filtrado de la 
leche, Friso de la lechería; escena de sacrificio de carnero y de hilado, Estandarte de Mari; cuchillos de silex: el que carece de mango es de la época predinástica egipica, el que tiene mango 
produce de Çatalhöyük (Turqía); reconstrucción de telar y huso y fusayolas de diferentes yacimientos valencianos; resto de tejido predinástico egipcio; cerámica neolítica mesopotámica. 
A REVOLUÇÃO DO NEOLÍTICO: O GADO
Figura 3: Atividades que passaram a ser desenvolvidas no período 
Neolítico. | Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Neolitico-
ganaderia.svg
12
A partir de então, não era mais necessário ficar dias 
a fio perseguindo animais ou buscando frutos para 
coletar, nesse momento já era possível criar os ani-
mais e cultivar diversos gêneros alimentícios, o que 
possibilitou tempo para desenvolver inúmeras técni-
cas e habilidades, como a tecelagem, a metalurgia, 
a construção de casas e o surgimento das primeiras 
grandes civilizações.
Esses novos conhecimentos que vão surgindo, tam-
bém mudam as formas de ensino e aprendizagem, 
uma vez que vão se diversificando as possibilidades 
de atuação e da própria existência, ocorrendo o de-
senvolvimento de diversas áreas do conhecimento, o 
que acaba por originar uma divisão do trabalho mais 
complexa e diversificada. Estudos matemáticos e do 
meio, assim como a observação de animais e plantas 
se tornam indispensáveis para essas sociedades que 
surgiram então.
As primeiras aldeias de pastores e agricultores sur-
gem nas proximidades de grandes rios, como o Nilo, 
na África, e Tigres e Eufrates, na Mesopotâmia. As 
cheias desses rios que, em um primeiro momento 
causavam mais mortes do que proporcionavam a 
vida, se tornaram fundamental para a prática da agri-
cultura, da pecuária e do pastoreio. A lama fértil que 
ficava por quilômetros ao redor de suas extensões 
proporcionava o milagre de grandes áreas de plantio 
em pleno deserto.
13
ANTIGUIDADE 
ORIENTAL
Após o desenvolvimento de técnicas da agricultu-
ra, pecuária e metalurgia, conforme verificamos no 
tópico anterior, diversos grupos civilizatórios se de-
senvolveram nas margens de grandes rios. Esses 
agrupamentos deram origem às chamadas socie-
dades fluviais, que dependiam das águas desses 
rios para o transporte, higiene pessoal, criação de 
animais, consumo e cultivo de alimentos.
Vamos começar nossos estudos pela região conhe-
cida como Mesopotâmia, palavra de origem grega 
que pode ser traduzida como “Terra entre rios”, sendo 
eles os rios Tigres e Eufrates. Localizada no Oriente 
Médio, esse território presencia guerras e disputas 
territoriais há milênios e deu origem a grandes civili-
zações como: Sumérios, Acádio, Amoritas, Caldeus, 
Assírios, entre outros.
14
Gútio
Susa
100milhas
Quilômetros
Meturna
(Me-Turnu)
Lugares na
Mesopotâmia
mencionados pelo
Cilindro de Ciro
Der
Assur
Zambam?
(Zabam)
Acádia?
(Ágade)
Ur
Babilônia
(Suana/ Tintir)
Suméria
Esnuna
Babilônia
Assíria
Tigre
Eufrates
Elam
Figura 4: Mapa antigo da Mesopotâmia. | Fonte: https://pt.wikipedia.
org/wiki/Ficheiro:Cyrus_cylinder_Mesopotamia-pt.svg
No que diz respeito à organização social dos povos 
que se desenvolveram na Mesopotâmia, de forma 
geral, a propriedade da terra deixa de ser coletiva 
e passa a existir como Estado, mas ainda não é o 
Estado nacional que surgiu na Era Moderna. Nesse 
sentido, cabe destacar que:
A administração burocrática do Estado controla a pro-
dução agrícola, arrecada impostos, recruta mão de 
obra para a construção de grandes templos, túmulos, 
palácios, diques. Ao se tornar Estado cada vez mais 
centralizado e poderoso, cresce também a importância 
dos dirigentes, como altos funcionários do governo, 
sacerdotes e escribas. (ARANHA, 1996b, p. 32). 
15
No entanto, povos como os sumérios, por exemplo, 
tinham uma administração política descentralizada e 
suas cidades possuíam certa autonomia de comércio 
Ainda sobre os sumérios, cabe destacar a importân-
cia dessa civilização para o surgimento da escrita, 
fundamental para a educação, tornando mais con-
cretas a assimilação e a transmissão de conteúdos.
Podcast 2 
A forma de escrita desenvolvida pelos sumérios é 
denominada cuneiforme, por ser realizada com esti-
letes e seus caracteres serem em formas de cunhas, 
escritos sobre tábuas de argila. Esse acontecimento 
possibilitou a intensificação de trocas comerciais e 
culturais entre esses povos, pois a escrita cuneifor-
me foi adotada em várias regiões da Mesopotâmia. 
Figura 5: Tábua de argila com escrita cuneiforme | Fonte: http://
historiaecoisaetal.blogspot.com/2011/07/traducao-do-alfabeto-
-cuneiforme.html
16
Os assírios, povo guerreiro que se originou no Norte 
da Mesopotâmia, que e se tratava de uma região 
árida, desenvolveram a habilidade das guerras de 
conquistas e estenderam seu poder por toda região. 
Nesse processo de expansão, tomaram contado com 
o alfabeto cuneiforme, desenvolvido pelos Sumérios 
e, assim como os demais povos da Mesopotâmia, 
passaram a utilizar essa forma de escrita. Os assírios 
possuíam uma biblioteca na cidade de Nínive com 
mais de cinco mil tábuas de argila, contendo infor-
mações sobre os mais diversos temas: astronomia, 
matemática, história, religião, arquitetura, guerra, 
entre outros.
No que diz respeito ao ensino nessas sociedades, se 
tratava de um modelo denominado tradicionalista, 
onde os valores tradicionais eram transmitidos de 
uma geração para a outra. Eram valorizados os cos-
tumes voltados para a religião e a cultura dos povos 
e, tendo em vista que se tratavam de sociedades com 
rígida divisão entre os grupos sociais, aprender a ler 
e a escrever era para poucas pessoas.
Saiba mais
Sobre a organização política, social e econômica 
dos povos da Mesopotâmia, sugerimos a seguin-
te leitura:
ROSSI, Luiz Alexandre S. Cultura militar e de vio-
lência no mundo antigo: Israel, Assíria, Babilônia, 
Pérsia e Grécia. São Paulo: Annablume, 2008.
17
Os grupos sociais que desenvolviam o papel de 
educadores, além da família, eram os escribas e 
sacerdotes. Os primeiros sendo responsáveis por 
registrar as colheitas, impostos e demais conteúdos 
referentes à administração pública. Já os sacerdotes 
eram responsáveis por todo o universo espiritual e 
religioso, sendo muito respeitados pelos seus conhe-
cimentos, que iam além do mundo dos vivos. Uma 
das únicas formas de possibilidade de ascensão 
social era se tornar escriba, por exemplo. 
Outra grande civilização que se desenvolveu no 
mundo antigo foi a egípcia, que se desenvolveu nas 
margens do Rio Nilo, que possui mais de cinco mil 
quilômetros de extensão e praticamente atravessa 
todo o Egito.
Amônio
Náucratis
Canopo
Saís
Tânis Pelúsio
Heliópolis
MÊNFIS
Gaza
Cades
Berneia
Eziongabar
Jerusalém
Jericó
Damasco
Sídon
Tiro
Elim
El-Amarna
(Aquetáton)
Heracleópolis
Abidos
Tinis
Coptos
TEBAS
Luxor Carnaque
Porto
Leuco
Siene
Berenice
Primeira
Catarata
L. Moéris
Jo
rd
ão
NI
LO
Figura 6: Mapa Egito Antigo. | Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Egito_pt.svg
18
Figura 7: Mapa da África com o Egito em destaque. | Fonte: http://web.
ccead.puc-rio.br/condigital/mvsl/linha%20tempo/Metodo_Cientifico/
mapa_africa.html
Assim como na Mesopotâmia, o Egito se caracteri-
zava por uma sociedade com rígidadivisão social e 
enorme valorização do universo mágico e espiritual. 
A sociedade egípcia se caracterizou pela construção 
das maiores obras do mundo antigo, majoritariamen-
te religiosas, como templos e pirâmides, além de 
diques, aquedutos e palácios. A medicina também 
foi bastante desenvolvida, principalmente por conta 
do processo de mumificação pelo qual passavam 
seus mortos, especialmente os faraós. Outras áreas 
como a matemática, astronomia, arquitetura, enge-
nharia, metalurgia, entre outras, foram desenvolvidas 
e aprimoradas pelos egípcios.
No Egito também não havia instituições escolares tal 
qual conhecemos hoje. De forma geral, prevalecia a 
19
perpetuação da tradição, principalmente religiosa e 
as aulas ocorriam nas casas dos membros dos es-
cribas mais notáveis. Além do que, o castigo corporal 
era comum nessas aulas, que não previam qualquer 
reflexão acerca dos conteúdos, apenas exercícios 
sobre cálculos matemáticos, botânica, agricultura, 
entre outros.
Podcast 3 
Em relação à escrita, o Egito apresentou um desen-
volvimento muito interessante, pois desenvolveu três 
formas de registros escritos: hieróglifo, hierático e 
demótico. Dessas, a principal e mais famosa entre 
nós se trata do hieróglifo, que não se trata de uma es-
crita fonética igual ao português, pois os caracteres 
são desenhos que representam determinadas ideias. 
Proveniente do grego, a palavra hieróglifo significa 
“entalhe sagrado”, pois está presente em templos e 
pirâmides (túmulos dos faraós), além do Livro dos 
Mortos, que se trata de uma espécie de biografia da 
vida de alguns faraós. As escritas hierática e demó-
tica eram mais simples e utilizadas no dia a dia, para 
registros mais rápidos e precisos.
20
Figura 8: Hieróglifos e egípicios. | Fonte: https://pt.depositphotos.
com/127162952/stock-photo-mystery-egyptian-hieroglyphs.htmlM
No que diz respeito ao ensino e à educação, a socie-
dade egípcia, por possuir uma rígida divisão social, 
não oferecia ensino para todas as pessoas. De forma 
geral, os que estudavam eram aqueles que, muitas 
vezes, seguiam o ofício de seus pais. Nesse sentido, 
os filhos dos escribas aprenderiam a ler e a escrever, 
assim como muitos sacerdotes. Médicos, arquitetos, 
militares e educadores, também possuíam o privilé-
gio da educação, sendo poucas as pessoas capazes 
de exercer essas profissões. Contudo, mesmo não 
sendo membro de uma família de elite, se tornar um 
escriba era, talvez, a única maneira de algum cam-
ponês ter ascensão social.
As escolas egípcias possuíam métodos rígidos em 
seu modelo educacional e os alunos estavam sujei-
tos a castigos corporais constantemente. De forma 
21
geral, essa educação prezava por transmitir valores 
e costumes entre as gerações, buscando manter 
aquela estrutura social e era aplicada em templos 
e casas, com cerca de 20 alunos em cada turma. 
Em relação aos conteúdos estudados nessas aulas, 
temos as seguintes informações:
Apesar do forte teor religioso da cultura egípcia as in-
formações são muito práticas, como o cálculo da ração 
das tropas em campanha, o número de tijolos necessá-
rios para uma construção e complicados problemas de 
geometria destinados à agrimensura. Extensas listas 
de plantas e animais indicam grande conhecimento de 
botânica, zoologia, mineralogia e geografia. (ARANHA, 
2000, p. 34a). 
Dessa maneira, quando pensamos nas sociedades na 
Antiguidade Oriental, podemos perceber a existência 
de modelos educacionais pautados pela rigidez no 
ensino, com propósito de resolver questões práticas 
e cotidianas. Outra característica marcante desses 
modelos de ensino era o não questionamento da or-
dem social; pelo contrário, a intenção era manter as 
tradições, pautadas por forte pensamento religioso.
22
FENÍCIOS, PERSAS E 
HEBREUS
No mundo antigo, assim como ocorreu no Egito e 
na Mesopotâmia, surgiram diversas outras socie-
dades que ocuparam territórios que iam do mar 
Mediterrâneo até fronteira com o continente asiático. 
Vamos nos atentar especificamente para três dessas 
civilizações: fenícios, persas e hebreus.
Figura 9: Fenícios, persas e hebreus. | https://pt.slideshare.net/
SilmaraNogueira1/fencioshebreus-e-persas
23
FENÍCIOS
Ocupando a parte Leste do mar Mediterrâneo, a ci-
vilização fenícia iniciou seu desenvolvimento por 
volta do ano 3000 a.C. e perdurou, ao que tudo indi-
ca, até o século IX a.C. No decorrer desse período, 
os fenícios formaram uma civilização próspera que 
praticava intenso comércio com povos de diversas 
partes do Mediterrâneo. Sua área de ocupação cor-
respondia à parte da região da Palestina, equivalendo 
aos territórios do Líbano, paste da Síria e de Israel. 
No que diz respeito à organização política, as cidades 
da Fenícia possuíam bastante autonomia entre si e 
constantemente entravam em conflito para disputar 
a hegemonia da região. Entre essas cidades desta-
cam-se Tiro, Biblos e Sidón. Esses grandes centros 
urbanos eram governados, por ricos mercadores que 
atuavam no comércio marítimo, em regiões costeiras, 
estabelecendo relações de compra, troca, guerras e 
conquistas com diversos povos do mar Mediterrâneo. 
Os principais produtos que comercializavam eram a 
madeira, o vidro e a púrpura, que se tratava de uma 
tinta vermelha extraída de um molusco, o Murex.
Ao realizarem essas relações e trocas culturais com 
outras sociedades, os fenícios desenvolveram im-
portantes áreas do conhecimento, como a mate-
mática, a astronomia, a navegação, entre outras, o 
que mostra a existência de um eficiente sistema de 
ensino-aprendizagem.
24
No entanto, a grande contribuição dos fenícios para 
nossa sociedade foi a criação do alfabeto, na cida-
de de Biblos, onde consta o primeiro registro dessa 
forma de escrita. Contendo vinte e dois caracteres, 
a escrita alfabética surgiu por conta de necessida-
des, principalmente comerciais, e trouxe grandes 
transformações para as formas de registro e trans-
missão de conhecimento. O alfabeto foi aprimorado 
pelos gregos e romanos, que incluíram as vogais e 
deixaram muito próximo ao modelo que utilizamos 
atualmente. Você já pensou nossa sociedade sem 
o alfabeto? Como seria nossa forma de aprender e 
ensinar sem sermos alfabetizados?
Figura 10: Imagem representando a escrita fenícia. | Fonte: http://
cambarcultura-pontodasletras.blogspot.com/2009/07/o-alfabeto-
-semitico.html
25
PERSAS
Os persas foram um dos maiores impérios do mun-
do antigo. Após surgir e se estabilizar na região que 
hoje corresponde ao Irã, o Império Persa partiu para 
grandes conquistas, incluindo a Fenícia, a Síria, a 
Palestina e colônias gregas da Ásia Menor. Grandes 
imperadores como Ciro, Dário e Xerxes se tornaram 
nomes memoráveis nessas conquistas e contatos 
com povos e culturas tão distantes.
Em sua organização política e administrativa, se tra-
tava de um Estado com poder centralizado na figu-
ra do imperador, ou seja, as cidades não possuíam 
autonomia, como no caso dos Fenícios e Sumérios. 
O imperador contava com funcionários reais que 
se estabeleciam nas diversas partes do império e 
atuavam como os “olhos e ouvidos do rei”.
Nesse processo de expansão, conquistas e desenvol-
vimento social, a educação merece destaque entre os 
persas, pois havia um sistema estruturado, que mis-
turava o tradicionalismo teocrático de outros povos 
antigos, como o Egito e a Mesopotâmia, por exemplo, 
com questões referentes à existência humana, como 
a valorização do trabalho.
Ainda assim, o tradicional era marcante e a educação 
se fazia severa, desde a infância, com o ensinamen-
to dos princípios morais e religiosos. Não havia a 
ideia de escola ou colégio que temos hoje, por isso 
26
o ensino ocorria sobremaneira no seio familiar, onde 
os valores morais eram ensinados e reforçados atéos sete anos de idade. O modelo de escrita utilizado 
era a cuneiforme, que, conforme verificamos ante-
riormente, foi desenvolvido pelos sumérios.
Após os primeiros sete anos, as crianças aprendiam 
com os mais velhos as habilidades básicas que se-
riam necessárias para sua vida naquela sociedade, 
principalmente voltadas à guerra e aos campos de 
batalha. Aos 15 anos, ingressavam na educação mi-
litar, de fato; algo parecido com o serviço militar obri-
gatório no Brasil, só que no caso persa durava dez 
anos, ou seja, lá os jovens permaneciam até os 25 
anos. A partir de então, tornavam-se guerreiros, iam 
para as campanhas militares, colocavam em prática 
toda a teoria que haviam recebido de seus mestres, 
que eram os guerreiros mais virtuosos, geralmente 
aposentados aos 50 anos de idade.
Contudo, temos que levar em conta que esse modelo 
de educação estava reservado a determinados gru-
pos sociais. É provável que as pessoas mais pobres 
possuíssem uma educação mais básica. No caso das 
mulheres, tendo em vista que muitas ocuparam im-
portantes cargos na administração do Estado, algu-
mas podem ter recebido uma educação semelhante 
à dos homens pertencentes às classes dominantes.
27
HEBREUS
Dentre esses povos da chamada Antiguidade Oriental, 
os hebreus também merecem destaque, tanto por 
trazerem uma nova perspectiva religiosa, que per-
meou todo aquele povo, como por utilizarem uma 
forma de escrita diferente daquela que predominava 
então, que se trata do hebraico, utilizado até hoje 
entre essa comunidade.
Originários da região da Palestina, os hebreus passa-
ram por diversos momentos de migração, estabele-
cendo relações com outros povos do Oriente antigo, 
tendo sido escravizados pelo Egito e pela Babilônia, 
assimilando diversos valores culturais e religiosos 
desses povos.
No que diz respeito ao pensamento religioso, tão 
presente nessas sociedades que estamos estudando, 
os hebreus são os primeiros a trazer, de forma clara 
e explícita, a ideia do monoteísmo, ou seja, a crença 
em um único Deus. Sua sociedade se desenvolveu, 
primeiramente, em torno do patriarcado, momento 
no qual o ensino estava a cargo dos homens mais 
velhos, que exerciam o poder naquela sociedade. 
Esse pensamento tradicionalista e voltado aos valo-
res religiosos se mantém no período da monarquia.
28
Entre os hebreus, os costumes e tradições passaram 
a ser registrados de forma escrita, dando origem 
ao antigo Testamento da Bíblia e também ao livro 
conhecido como Torá, sagrado entre os judeus até 
os dias atuais. O registro em forma escrita garantiu 
a permanência dos costumes e valores desse povo 
por milênios, sendo que até os dias atuais tanto as 
famílias quanto as escolas judaicas reforçam suas 
crenças, costumes e tradições em seu cotidiano.
Entre outras características da educação hebraica, 
Maria Lúcia Arruda Aranha destaca que:
Outro aspecto do judaísmo é a importância dada ao 
ofício e todo o reconhecimento do valor da educação 
manual, o que atestam as seguintes citações ‘A mesma 
obrigação tens de ensinar a teu filho um ofício como de 
instruí-lo na Lei’ e ‘É bom acrescentar a teus estudos o 
aprendizado de um ofício, isso te ajudará a livrar-te do 
pecado’. (ARANHA, 1996, p.36).
Dessa forma, podemos perceber que nas socieda-
des do Oriente antigo, notadamente nas regiões 
do Egito (e outras partes da África), Mesopotâmia, 
Mediterrâneo e Palestina, de forma geral, surgiram 
as primeiras grandes civilizações da humanidade. As 
formas de ensino e transmissão de conhecimento es-
tavam pautadas em tradições e costumes vinculados 
29
ao estabelecimento do poder e de perpetuações de 
seus costumes e tradições, principalmente religiosas. 
Formas de escrita foram desenvolvidas para registrar 
relações comerciais, culturais e livros sagrados.
No tópico seguinte, iremos ver os povos que rompe-
ram com essas tradições na educação e em diversas 
formas de pensamento e organização da sociedade, 
estamos falando de gregos e romanos.
30
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
Você acaba de aprender dois dos três períodos da 
Pré-história: Paleolítico, ou conhecido também como 
Pedra Lascada, e o Neolítico, além de ver também 
sobre a Educação Tribal. 
No Paleolítico, o nomadismo foi uma das principais 
características do homem, que caminhava grande 
parte de sua vida em busca de abrigo e comida. 
Nesse período foram desenvolvidas as primeiras 
ferramentas de caça, para coleta de frutas e constru-
ção de pequenos abrigos. A educação nessa época 
era baseada na sobrevivência e os registros eram 
feitos por meio de desenhos e atividades cotidianas, 
ainda sem registros escritos. 
A Educação Tribal traz especificidades na educação 
e transmissão de conhecimentos bem distintas dos 
modelos tradicionais que estamos habituados a ver 
em nossa sociedade. As crianças aprendem imitan-
do os gestos dos adultos nas atividades diárias e 
nas cerimônias dos rituais. Não há apropriação do 
ensino com fins de poder ou lucro entre os demais 
membros da aldeia, mas há divisão social e de gê-
nero do trabalho. 
Já no período Neolítico, o homem surge desenvol-
vendo atividades de agricultura, pecuária, pastoreio 
31
e metalurgia. Há conglomerados urbanos e grandes 
civilizações e as atividades e conhecimentos eram 
mais complexos. A educação era voltada para man-
ter a ordem social e religiosa, e para práticas milita-
res. Nessa época houve desenvolvimento da escrita 
cuneiforme e do alfabeto pelos fenícios.
32
Síntese
Parabéns! Chegamos ao final do primeiro tópico 
do nosso curso. 
��������
•Nomadismo
•Caça, pesca e coleta
•Educação baseada na
sobrevivência 
•Registros, por meio de 
desenhos, de atividades 
cotidianas
•Sem registros escritos
Paleolítico
Educação
Tribal
• Existente entre tribos 
desde o paleolítico.
• Muitas etnias indígenas 
ainda se valem desse modelo.
• O ensino da criança não é 
de responsabilidade única 
dos pais.
• Não há apropriação do 
ensino com fins de poder 
ou lucro entre os demais 
membros da aldeia.
• Divisão social e de gênero 
do trabalho.
• Agricultura, pecuária, 
pastoreio e metalurgia
• Moradia fixa(sedentarismo)
• Conglomerados urbanos e 
grandes civilizações.
• Atividades e conhecimen-
to mais complexos.
• Sociedades do Egito, da 
Mesopotâmia e demais 
regiões do Oriente Médio.
• Educação voltada para manter ordem social e 
religiosa e para práticas militares.
• Desenvolvimento da escrita cuneiforme na 
Suméria e do alfabeto pelos fenícios.
Neolítico/
Idade de
Ouro
Referências
ARANHA, Maria Lúcia Arruda. História da Educação 
e da Pedagogia. São Paulo: Moderna, 2006.
________ História da Educação. 2 ed. São Paulo: 
Editora Moderna, 2000.
FARIA FILHO. Luciano Mendes de. Pensadores so-
ciais e História da Educação. 3ed. Belo Horizonte: 
Autêntica Editora, 2011.
HILSDORF, Maria Lucia S. História da Educação: lei-
turas. São Paulo: Cengage Lerning, 2003.
MORAIS, Christianni C., PORTES, Écio A., ARRUDA, 
Maria Ap. (orgs.). História da Educação: ensino e 
pesquisa. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2006. 
	Educação tribal e pré-história
	Sociedades tribais e pré-história
	Da chamada "pré-história às sociedades fluviais"
	Antiguidade Oriental
	Fenícios, persas e hebreus
	Fenícios
	Persas
	Hebreus
	Considerações Finais
	Síntese

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