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Infectologia Medicina 1 Raiva Introducao • Também conhecida como En- cefalite rábica e hidrofobia. • Consiste em uma antropozoo- nose. • Transmitida pela inoculação do vírus presente em saliva e secreções de animais infecta- dos. • Principais vias de inoculação: mordedura e lambedura. • Ocasiona um quadro de ence- falite de caráter progressivo e agudo. • Manifesta letalidade de quase 100%. • Acomete apenas mamíferos. • Principais reservatórios no Bra- sil, em área urbana: caninos e felinos. • Todos os mamíferos são sus- ceptíveis. • Imunidade por vacinação, com ou sem soro. • Cadeia silvestre: o Morcegos (quirópteros) o Canídeos silvestres (raposas e cachorro do mato). o Felídeos silvestres (gatos do mato). o Carnívoros silvestres. o Marsupiais (gambás, sauês). o Primatas (saguis). o Animais de produção (bovi- nos, equinos, outros). Etiologia • Vírus da família Rhabdoviridae e gênero Lyssavirus. • Genoma de RNA. • Possui 8 genótipos. • Genótipo 1 é o único presente na América Latina e no Brasil. • Apresenta 12 variantes antigê- nicas. Fisiopatologia • Via de inoculação principal: mordedura. Infectologia Medicina 2 • Via de inoculação secundária: arranhadura e lambedura de mucosas. • Vírus presente na saliva do ani- mal penetra pelo ferimento. ↓ • Atinge Sistema Nervoso Perifé- rico → Sistema nervoso central. • Disseminação para vários ór- gãos e glândulas salivares → replicação e eliminação. • A • Período de incubação: o Muito variável. o Média de 45 dias no ser hu- mano. o Tende a ser menor em crian- ças. o Depende da localização, extensão, profundidade, lambedura, distância da le- são ao cérebro e troncos nervosos. o Também depende da con- centração de partículas ino- culadas e da cepa viral. • Período de transmissibilidade: o Os animais atingidos elimi- nam o vírus na saliva de 2-5 dias antes dos sintomas até o final da evolução da do- ença. • Morte do animal → 5-7 dias após início dos sintomas, Quadro clínico • Pródomo: o Duram cerca de 2-10 dias. o Sinais inespecíficos. o Mal-estar, anorexia, cefa- leia, náuseas, dor de gar- ganta, entorpecimento. o Irritabilidade, inquietude, sensação de angústia, leve ↑ da temperatura. o Linfadenopatia dolorosa, hi- perestesia, parestesia pró- ximo ao local do ferimento. o Alteração de comporta- mento. • Progressão: o Ansiedade, hiperexcitabili- dade, febre, delírios, espa- mos, convulsões. o Espasmos de faringe, laringe e língua à visualização ou in- gestão de líquidos. o Sialorreia. o Paralisia → problemas car- diorrespiratórios, retenção urinária, obstipação intesti- nal. Infectologia Medicina 3 Obs.: Quando transmitida por morcegos hematófagos, a raiva humana é predominan- temente paralítica. o Disfagia, aerofobia, hipera- cusia, fotofobia. o Alucinações. o Coma. o Óbito: 2-7 dias. Diagnostico • Anamnese, junto com acom- panhante: o Sintomas prodômicos. o Antecedentes espidemioló- gicos e vacinais. • Exame físico: o Observar fáscies. o Hiperacusia, Hiperosmia, Fo- tofobia, Hidrofobia, Aerofo- bia e alterações de compor- tamento. • Imunofluorescência direta (IFD): amostras de tecido bul- bar de folículos pilosos. Sensibi- lidade limitada. • Prova biológica (PB): isola- mento viral, mediante inocula- ção em camundongos ou cul- tura de células. • Detecção de anticorpos espe- cíficos no soro ou LCR (paci- ente não vacinado). • PCR: detecção do RNA viral. Diagnostico diferencial • Quando forma paralítica pre- dominante: o Tétano, pasteurelose. o Infecção por vírus B, por mor- dedura de macaco; o Botulismo, febre por mordida de rato (Sodóku). o Febre por arranhadura de gato (linforreticulose be- nigna de inoculação). o Encefalie pós-vacinal. o Quadros psiquiátrico. • Outras encefalites virais. • Intoxicação por mercúrio. Tratamento • 1ª registro de cura: 2004, Proto- colo de Milwaukee. • No Brasil: adotar Protocolo de Recife: o Indução de coma. o Uso de antivirais e reposição de enzimas. o Manutenção de sinais vitais. Infectologia Medicina 4 • Instaurar tratamento o mais precocemente possível. Referencias • Brasil. Ministério da Saúde. Se- cretaria de Vigilância em Sa- úde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemi- ologia em Serviços. Guia de Vi- gilância em Saúde: volume único [recurso eletrônico]. 3ª ed. – Brasília: Ministério da Sa- úde, 2019. 740 p.
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