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Doença do Refluxo Gastroesofágico

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Doença do Refluxo Gastroesofágico 
Esse resumo é referente a disciplina de clínica médica (6° Período – caso 6) e aborda 
sintomatologia, causas, diagnóstico, sinais de alarme, tratamento e complicações. Espero que 
goste! 
 
O que é a DRGE? 
Segundo a definição sugerida pelo I Consenso Brasileiro sobre Doença do Refluxo Gastroesofágico 
é a afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para 
o esôfago e/ou órgãos adjacentes, acarretando variável espectro de sintomas (esofágicos ou 
extra-esofágicos), associados ou não a lesões teciduais. 
Fatores de Risco: 
Obesidade, fatores genéticos, tabagismo, etilismo, alterações estruturais como hipotonia do 
esfíncter esofagiano inferior (EEI), presença de hérnia hiatal, entre outros, gravidez, motilidade 
esofágica ineficaz, etc. Resumindo, fatores que de alguma forma causam desequilíbrio entre 
mecanismos de proteção e agressão à mucosa esofágica. 
Fisiopatologia: 
A fisiopatologia tem causa multifatorial e é relacionada com desequilíbrio entre proteção e 
agressão como já dito. Um importante fator a ser citado é o relaxamento transitório do EEI que 
pode estar relacionado com hipotensão desse esfíncter e até mesmo com a distensão gástrica e 
aumento da pressão intra-abdominal. Outra causa facilitadora para o desenvolvimento da DRGE 
é a hérnia de hiato, principalmente quando grande e também a motilidade esofágica ineficiente. 
Todos esses mecanismos podem permitir o refluxo do conteúdo gastroduodenal promovendo 
danos (erosões), inflamação ou hipersensibilidade na mucosa esofágica. 
 Fatores protetores anatômicos: 
Entrada oblíqua do esôfago no estômago, EEI, Esfíncter externo (abertura do diafragma), 
elementos de fixação do estômago, etc. 
 Fatores protetores fisiológicos: 
Pressão do EEI, saliva, mecanismo de clareamento esofágico, volume e tempo do esvaziamento 
gástrico. 
Manifestações Típicas: 
Pirose e regurgitação 
Manifestações Atípicas: 
Dor retroesternal sem evidencia de doença coronariana, asma, TOSSE, rouquidão, bronquite, 
pneumonias de repetição, pigarro, laringite posterior crônica, otalgia, sinusite, desgaste do esmalte 
dentário, halitose, aftas. 
Possíveis consequências: 
Úlceras esofagianas, hemorragia, esofagite, estenose esofagiana, esôfago de Barrett e câncer. 
Diagnóstico: 
Segundo critérios recentes o diagnóstico de DRGE pode ser feito na presença de esofagite grau 
C ou D de Los Angeles, estenose péptica ou esôfago de Barrett, mas a evidencia indiscutível é 
através da pHmetria (se o pH for inferior a 4 por mais de 4% do tempo de realização do exame). 
- Anamnese 
- Quadro clínico 
- Exame físico 
- Teste terapêutico: Quando o paciente não tem sintomas atípicos e não tem sinais de alerta, 
pode-se tentar o tratamento medicamentoso com inibidor da bomba de prótons e observar o 
resultado. Se houver melhora de 75% dos sintomas em 1 semana, podemos considerar o 
diagnóstico de DRGE. 
- Métodos diagnósticos: 
 Endoscopia e Biópsia: Os critérios endoscópicos conclusivos para DRGE são esofagite grau 
C ou D de Los Angeles, esôfago de Barrett confirmado pela biopsia e estenose péptica. A 
biopsia pode auxiliar tbm na diferenciação entre DRGE com erosiva com hipersensibilidade 
ao refluxo e pirose funcional. 
 Manometria Esofágica de Alta Resolução: é utilizada para avaliar adequado local para 
cateteres da pHmetria, para avaliação da peristalse esofágica, correta localização do EEI, 
etc. Não é útil para diagnóstico, mas pode dar informações importantes. 
 pHmetria: padrão-ouro para diagnóstico da DRGE. Indicada para pacientes sugestivos de 
refluxo e sem esofagite, pacientes com manifestações atípicas e para avaliação pré e pós 
cirúrgica das cirurgias anti-refluxo. 
Sinais de Alarme: 
Disfagia, odinofagia, anemia, hemorragia digestiva, perda ponderal, história familiar de câncer, 
náuseas e vômitos, sintomas de grande intensidade e sintomas predominantemente noturnos. 
Tratamento: 
 Farmacológico: 
Utilização de Inibidor da Bomba de Prótons e pró-cinético de escolha. Em alguns casos 
pode ser necessária a utilização de inibidores do receptor H2. 
Ex: Lansoprazol 30mg 1x/dia 6-12 semanas E domperidona 10mg 3x/dia (8/8h) por 6-12 
semanas. Tratar por 1 semana, se tiver melhora usar por 6-12 semanas. Se não tiver melhora 
na primeira semana, avaliar outro tratamento e medidas. 
 Não farmacológico: 
Mudança de hábitos alimentares, medidas comportamentais, etc 
Complicações: 
Esôfago de Barrett e adenocarcinoma de esôfago (explicados no resumo sobre DRGE em 
patologia I) 
 
 
Não esqueça de curtir e salvar se tiver gostado :D Muito obrigada!!

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