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llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll FATORES E FORÇAS QUE DETERMINAM A POSIÇÃO DO DENTE O alinhamento da dentição nas arcadas dentais ocorre como resultado de forças multidirecionais complexas atuando nos dentes durante e após a erupção. Quando erupcionam, os dentes são direcionados a uma posição em que forças opostas estão em equilíbrio. As principais forças opostas que influenciam a posição dentária originam-se da musculatura circundante. Vestibularmente aos dentes, estão os lábios e as bochechas, que proporcionam forças linguais relativamente leves, mas constantes. Do lado oposto das arcadas dentais, está a língua, responsável por forças vestibulares sobre a superfície lingual dos dentes. Ambas as forças, aplicadas na face vestibular pelos lábios e bochechas e na face lingual pela língua, são leves, porém constantes. Esses são os tipos de força que, com o tempo, podem mover os dentes dentro das arcadas dentais. Há uma posição dentária na cavidade oral na qual as forças vestibulolinguais se igualam. É a chamada posição ou zona neutra (posição do dente quando as forças linguais estão em equilíbrio com as forças vestibulares (lábios e bochechas). Existe para os dentes anteriores e posteriores), onde a estabilidade dentária é alcançada. Se, durante a erupção, um dente estiver posicionado exageradamente para a posição lingual ou vestibular, a força dominante (língua, se em linguoversão; lábios e bochechas, se em vestibuloversão) forçará aquele dente para a zona neutra. Isso normalmente ocorre quando há espaço suficiente para o dente dentro da arcada. AUSÊNCIA DE ESPAÇO NO ARCO DENTÁRIO Se não houver bastante espaço, as forças musculares circundantes geralmente não serão suficientes para posicionar o dente em seu alinhamento correto na arcada. Nesse caso, o dente permanecerá fora da posição normal na arcada e será observado o apinhamento. Tal apinhamento permanecerá até que forças externas adicionais venham a corrigir a discrepância entre o tamanho do dente e o comprimento da arcada (i. e., a ortodontia). CONTATO PROXIMAL ENTRE DENTES ADJACENTES As superfícies proximais dos dentes também estão sujeitas a uma variedade de forças. O contato proximal entre os dentes adjacentes ajuda a mantê- los no alinhamento normal. Uma resposta funcional do osso alveolar e das fibras gengivais que envolvem os dentes parece resultar em um deslocamento mesial dos dentes em direção à linha média. Durante a mastigação, um ligeiro movimento vestibulolingual dos dentes, bem como vertical, também resultará ao longo do tempo no desgaste das superfícies de contato proximais. À medida que essas áreas se desgastam, o deslocamento mesial ajuda a manter o contato entre os dentes adjacentes e, dessa forma, estabiliza a arcada. O deslocamento mesial torna-se mais evidente quando a superfície de um dente posterior é destruída por cáries ou quando um dente é extraído. Com a perda do contato proximal, o dente distal ao local da extração desloca-se mesialmente para o espaço, o que (especialmente na área de molar), em geral, leva o dente a se inclinar em direção ao espaço. CONTATO OCLUSAL Outro fator importante que ajuda a estabilizar o alinhamento dental é o contato oclusal, que impede a extrusão ou a sobre-erupção dos dentes e, assim, mantém a estabilidade da arcada. Cada vez que a mandíbula se fecha, o padrão único de contato oclusal reforça e mantém a posição dentária. Se uma porção da superfície oclusal do dente for perdida ou alterada, a dinâmica das estruturas de suporte periodontais permitirá um movimento do dente. Dentes antagonistas provavelmente erupcionarão além do normal até que o contato oclusal seja restabelecido. Dessa forma, quando um dente for perdido, não somente o dente distal poderá se mover mesialmente, como o dente antagonista poderá erupcionar à procura de contato oclusal. Fica evidente, portanto, que os contatos proximais e oclusais são importantes para manter o alinhamento dental e a integridade das arcadas. O efeito de um dente perdido pode ser de grandes proporções no que diz respeito à perda da estabilidade das arcadas dentais. Contato oclusal constante → Reforça a posicionamento dentário através das fibras nociceptivas do ligamento periodontal. PLANO OCLUSAL Delimitação: ✔ Posterior: Ponta de cúspide vestibular de molares de um lado até o lado oposto; ✔ Anterior: Faces incisais de incisivos e caninos. O plano oclusal é aquele que seria estabelecido se uma linha fosse traçada em todas as pontas das cúspides bucais e bordas incisais dos dentes inferiores; em seguida, seria ampliado para incluir as pontas das cúspides linguais e prosseguiria por toda a arcada para incluir também as pontas das cúspides vestibular e lingual do lado oposto. As duas articulações temporomandibulares, que raramente funcionam com movimentos simultâneos e idênticos, determinam a maior parte do movimento detectável. Como a maioria dos movimentos mandibulares é complexa, com os centros de rotação deslocando-se constantemente, um plano oclusal reto não permitiria contato funcional simultâneo em mais de uma área da arcada dental. Assim, os planos oclusais das arcadas dentais são curvados de maneira a permitir a máxima utilização dos contatos dentais durante a função. A curvatura do plano oclusal é basicamente o resultado do fato de os dentes estarem posicionados nas arcadas com variados graus de inclinação. Não se apresenta como uma superfície plana As curvaturas oclusais permitem um maior embricamento oclusal durante a mastigação → Aumentando a eficiência mastigatória. Se houver um desajuste interfere na mastigação e digestão dos pacientes. CURVA DE SPEE ✔ Curvatura vista por uma visão lateral; ✔ Linha que passa pelas pontas de cúspides de molares e pré-molares; ✔ Sentido Mésio-distal; ✔ Arco Superior: Curva convexa; ✔ Arco Inferior: Curva côncava. CURVA DE WILSON ✔ Curvatura vista por uma visão frontal; ✔ Linha que passa pelas pontas de cúspides vestibulares linguais até a hemi-arcada oposta; ✔ Sentido vestíbulo-lingual; ✔ Arcada superior: Inclinação dos dentes posteriores para vestibular; ✔ Arcada inferior: Inclinação dos dentes posteriores para lingual. É necessário conhecer essas curvas, pois os pacientes perdem a noção da mastigação, assim ele vai ter que se adaptar, mesmo de forma errada. Quando há a reabilitação desses pacientes, colocando os dentes nas posições corretas, esses irão ter dificuldade de se alimenta. O conhecimento dessas curvas compreende-se as queixas do paciente. ANATOMIA OCLUSAL MESA OCLUSAL: Delimitação: Bordas de cúspides vestibulares e linguais e cristas marginais. Área do dente entre as pontas das cúspides vestibular e lingual dos dentes posteriores. É nessa área que a maioria das forças de mastigação é aplicada. A mesa oclusal está posicionada sobre o longo eixo da estrutura radicular. É considerado o aspecto interno do dente, uma vez que se situa entre as pontas das cúspides. Essas facilitam a contenção dos alimentos. 1. MESA OCLUSAL 2. VERTENTES INTERNAS 3. FOSSA CENTRAL 4. VERTENTES EXTERNAS Os aspectos interno e externo do dente são compostos de vertentes que se estendem desde a ponta da cúspide até a fossa central ou até a altura do contorno das superfícies vestibular e lingual dos dentes. Assim, essas vertentes são denominadas vertentes internas e externas. Ajudam a manter o alimento na mesa oclusal, para eficiência da mastigação. ALINHAMENTO DENTÁRIO NORMAL ENTRE AS ARCADAS A largura da arcada inferior é ligeiramente menor que a da arcada superior; assim, quandoas arcadas ocluem, cada dente superior está posicionado mais vestibularmente que os dentes inferiores correspondentes. Uma vez que os dentes superiores estão posicionados mais para a vestibular (ou, pelo menos, apresentam maior inclinação vestibular), a relação oclusal normal dos dentes posteriores permite que as cúspides vestibulares inferiores ocluam nas áreas da fossa central dos dentes superiores. Do mesmo modo, as cúspides palatinas superiores ocluem nas áreas da fossa central dos dentes inferiores. Essa relação oclusal protege os tecidos moles circundantes. As cúspides vestibulares dos dentes superiores evitam que a mucosa vestibular da bochecha e os lábios se interponham entre a superfície oclusal dos dentes durante a função. De igual maneira, as cúspides linguais dos dentes inferiores ajudam a evitar que a língua se coloque entre os dentes superiores e inferiores. Cúspides cêntricas: As cúspides vestibulares dos dentes posteriores inferiores e as cúspides linguais dos dentes posteriores superiores (VIPS) ocluem com a fossa central oposta. Essas cúspides são chamadas de cúspides de suporte ou funcionais e são responsáveis, principalmente, por manterem a distância entre a maxila e a mandíbula. Tal distância sustenta a altura vertical da face e é conhecida como dimensão vertical de oclusão. As cúspides referidas também desempenham um importante papel na mastigação, uma vez que o contato ocorre tanto em seu aspecto interno quanto externo. Cúspides não cêntricas (Guias): As cúspides vestibulares dos dentes posteriores superiores e as cúspides linguais dos dentes posteriores inferiores são denominadas cúspides- guia ou cúspides de balanceio. A função principal das cúspides de balanceio é minimizar a entrada dos tecidos moles na região de mastigação, como já mencionado, e manter o bolo alimentar na mesa oclusal para mastigação e também dão estabilidade mandibular, de maneira que, quando os dentes estão totalmente ocluídos, ocorre uma relação oclusal estreita e definida. Essa relação dos dentes em sua máxima intercuspidação é chamada de posição de máxima intercuspidação ou apenas de posição de intercuspidação (PIC). Se a mandíbula se mover lateralmente em relação a esta posição, o contato de balanceio ocorrerá e guiará a mandíbula. Do mesmo modo, se a boca for aberta e depois fechada, as cúspides de balanceio ajudarão a guiar a mandíbula de volta à PIC. Além disso, durante a mastigação essas cúspides terminam os contatos de guia que fornecem informações ao sistema neuromuscular, o qual controla o movimento da mastigação. DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO (DVO) ✔ Altura estabelecida entre a base do nariz e região inferior do mento; ✔ Os dentes devem estar em Máxima Intercuspidação Habitual (MIH); ✔ Não relacionado aos côndilos, porém, os côndilos mandibulares em região central de cavidade articular. DIMENSÃO VERTICAL DE REPOUSO (DVR) ✔ Altura estabelecida entre a base do nariz e região inferior do mento; ✔ Mandíbula em posição habitual de repouso, relacionado a posição do côndilo; ✔ Espaço livre funcional (EFL) inter-arcadas: 2 a 4mm; ✔ Espaço fonético. MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA DVR Método de Lytle modificado por Tamaki: ✔ Associação da deglutição com fonema “M”. ✔ Essa medida consegue deixar o côndilo mais confortável na cavidade; ✔ Mede a distância da base do nariz à base do mento. Método de Pleasure: ✔ Paciente em repouso; ✔ Ausência de contato dentário; ✔ Mensuração do vértice nasal à base do mento. Método de Willis: Base do nariz à base do mento deve ser igual a base da comissura do olho à comissura bucal. Para se obter a DVO, deve-se diminuir de 2 a 4 mm (EFL) da DVR para se obter melhor adequação bucal desse paciente. ✔ Mais utilizado. Método Estético - método de verificação: ✔ Medir base do nariz à base do mento sem prótese e com prótese, para analisar o tamanho. Método fonético - método de verificação: ✔ Possibilita a verificação do espaço funcional de pronúncia. Caso o paciente não consigo pronuncia- las o EFL não está correto; ✔ Realizado através da pronúncia dos fonemas: (S, F, V e P). DIMINUIÇÃO DA DVO Consequências: ✔ Mudança na aparência facial; ✔ Diminuindo função mastigatória; ✔ Queilite angular; ✔ Alteração fonética; ✔ Adaptações dentro das articulações temporomandibulares. Aspectos faciais: ✔ Intrusão dos lábios; ✔ Queda do nariz. MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA DVO DVO= DVR - EFL POSICIONAMENTO INTER-OCLUSAL NORMAL Relação um-dente-para-dois-dentes: ✔ Cada dente oclui com dois dentes da arcada oposta. Exceção: Incisivos centrais inferiores e terceiros molares superiores ✔ Permite melhor distribuição de forças oclusais; ✔ Mantém a integridade da arcada quando há perda dentária. RELAÇÃO OCLUSAL POSTERIOR Classe I. A relação molar de Classe I de Angle é a mais comumente encontrada na dentição natural. Ela se caracteriza por: 1. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar inferior oclui na área da ameia entre o segundo pré- molar superior e o primeiro molar 2. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior alinha-se diretamente sobre o sulco vestibular do primeiro molar inferior 3. A cúspide mesiolingual do primeiro molar superior está situada na área da fossa central do primeiro molar inferior. Nessa relação, cada dente inferior oclui com seu antagonista e com o dente mesial adjacente. (Por exemplo, o segundo pré-molar inferior entra em contato tanto com o segundo pré-molar superior quanto com o primeiro pré-molar superior.) O contato entre molares ocorre nas pontas das cúspides e nas fossas, bem como nas cristas marginais. Classe II. Em alguns pacientes, a arcada superior é maior ou se projeta anteriormente ou, então, a arcada inferior é pequena ou posicionada posteriormente. Essas condições resultarão em um posicionamento do primeiro molar inferior distal à relação molar de Classe I, descrita como relação molar de Classe II. Geralmente, apresenta as seguintes características: 1. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar inferior oclui na área da fossa central do primeiro molar superior. 2. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar inferior alinha-se com o sulco vestibular do primeiro molar superior 3.A cúspide distolingual do primeiro molar superior oclui na área da fossa central do primeiro molar inferior. Quando comparada com a relação de Classe I, cada par de contato oclusal situa-se na posição distal, a uma distância que corresponde, aproximadamente, à largura mesiodistal de um pré-molar. Classe III. Um terceiro tipo de relação molar, geralmente correspondente a um crescimento predominante da mandíbula, é denominado Classe III. Nela, o crescimento posiciona os molares inferiores mesialmente em relação aos molares superiores comparados à Classe I. As características da Classe III são as seguintes: 1. A cúspide distovestibular do primeiro molar inferior está situada na ameia, entre o segundo pré- molar e o primeiro molar superior 2. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior está situada sobre a ameia, entre o primeiro e o segundo molar inferior 3. A cúspide mesiolingual do primeiro molar superior está situada na fossa mesial do segundo molar inferior. Novamente, cada par de contato oclusal está situado em uma posição bastante mesial em relação ao par de contato na relação de Classe I, a uma distância próxima da largura de um pré-molar. RELAÇÃO OCLUSAL ANTERIOR Função: ✔ Guia os movimentos laterais mandibulares – Guia Anterior; ✔ Não interferem na Dimensão Vertical de Oclusão (DVO); ✔ Os incisivos superiores ultrapassam anteriormente os incisivos inferiores; ✔ Os incisivos superiores cobrem de 3 a 5 mm dos incisivos inferiores;✔ Ausência de contato ou contatos leves em posição de Máxima Intercuspidação Habitual (MIH). Overjet ou Sobressaliência: Distância horizontal pela qual os dentes anteriores maxilares sobrepõem os dentes anteriores mandibulares, conhecida como trespasse horizontal, é a distância entre a borda incisal vestibular dos incisivos superiores e a superfície vestibular dos incisivos inferiores na posição de intercuspidação. Overjet excessivo: Protusão maxilar (Classe II de Angle) OVERBITE O V ER JET Overjet negativo: Mordida cruzada anterior / Protusão mandibular (Classe III de Angle) Overjet positivo normal Overbite ou Sobremordida: Guia de desoclusão anterior também pode ser examinada no plano vertical, conhecido como trespasse vertical. Overbite negativo: Mordida aberta anterior Overbite excessivo: Sobremordida MOVIMENTOS EXCÊNTRICOS DA MANDÍBULA Protrusivo: Ocorre quando a mandíbula se move para a frente a partir da posição de intercuspidação. Qualquer área de um dente que entre em contato com um dente oposto durante o movimento protrusivo representa um contato protrusivo. Em uma relação normal de oclusão, os contatos protrusivos predominantes ocorrem nos dentes anteriores, entre as bordas incisais e vestibular dos incisivos inferiores contra as áreas da fossa palatina e bordas incisais dos incisivos superiores. Estes últimos são considerados as vertentes-guia dos dentes anteriores. Nos dentes posteriores, o movimento protrusivo leva as cúspides funcionais inferiores (vestibulares) a cruzar anteriormente as superfícies oclusais dos dentes superiores. Os contatos protrusivos posteriores ocorrem entre as vertentes distais das cúspides palatinas superiores e as vertentes mesiais das fossas e cristas marginais opostas. O contato protrusivo posterior também pode ocorrer entre as vertentes mesiais das cúspides vestibulares inferiores e as vertentes distais das fossas e cristas marginais opostas. Contatos: ✔ Presença de contatos anteriores; ✔ Ausência de contatos posteriores. Laterotrusivo (lateralidade): Durante um movimento mandibular de lateralidade, os dentes posteriores inferiores direitos e esquerdos cruzam seus antagonistas em direções diferentes. Se, por exemplo, a mandíbula se move lateralmente para a esquerda, os dentes posteriores inferiores esquerdos se movimentarão lateralmente através de seus dentes antagonistas. No entanto, os dentes posteriores inferiores direitos se movimentarão medialmente em relação aos seus antagonistas. As áreas potenciais de contato desses dentes estão em diferentes regiões e, dessa forma, são designados por nomes diferentes. Em um olhar mais atento aos dentes posteriores do lado esquerdo, durante um movimento lateral esquerdo, observa-se que os contatos podem ocorrer em duas áreas de vertente. Os contatos podem se dar entre as vertentes internas das cúspides vestibulares superiores e as vertentes externas das cúspides vestibulares inferiores ou, ainda, entre as vertentes externas das cúspides palatinas e as vertentes internas das cúspides linguais inferiores. Ambos os contatos são chamados de laterotrusivos. Para diferenciar os contatos entre cúspides linguais antagonistas daqueles que ocorrem entre cúspides vestibulares antagonistas, o termo contato laterotrusivo lingual para lingual é usado para descrever os primeiros. A expressão contato de trabalho, ou do lado de trabalho, também é comumente usada para ambos os contatos laterotrusivos. Uma vez que a maioria das funções ocorre no lado para o qual a mandíbula se desloca, o termo contato de trabalho é muito apropriado. Retrusivo: Ocorre quando a mandíbula se desloca posteriormente a partir da posição de intercuspidação. Comparado a outros movimentos, o retrusivo é bem pequeno (1 a 2 mm). Durante um movimento retrusivo, as cúspides vestibulares inferiores se movem para distal sob a superfície oclusal dos dentes superiores antagonistas. As áreas de possível contato ocorrem entre as vertentes distais das cúspides vestibulares inferiores (funcionais) e as vertentes mesiais das fossas e cristas marginais antagonistas. Na arcada superior, os contatos retrusivos ocorrem entre as vertentes mesiais da fossa central e as cristas marginais antagonistas. Os contatos retrusivos ocorrem nas vertentes opostas dos contatos protrusivos, uma vez que o movimento é exatamente o oposto. ARTICULADORES O articulador odontológico é um instrumento que reproduz certos movimentos importantes de diagnóstico e bordejantes da mandíbula. Existem vários tipos diferentes de articuladores e cada um é projetado para satisfazer às necessidades que o inventor acreditava serem as mais relevantes para um uso particular. O instrumento é, com certeza, uma ajuda valiosa na terapia oclusal; entretanto, deve ser considerado meramente um auxiliar e não, de maneira alguma, uma forma de tratamento. USO PARA DIAGNÓSTICO O estabelecimento de um diagnóstico preciso pode ser difícil por causa das complexas inter-relações entre as várias estruturas do sistema mastigatório. Para se chegar ao diagnóstico preciso, é essencial que toda informação necessária seja coletada e analisada. Há momentos, durante um exame oclusal, em que pode ser necessário avaliar a condição oclusal de forma mais criteriosa. Isto é especialmente apropriado quando existe uma forte suspeita de que a oclusão possa estar contribuindo significativamente para o distúrbio ou quando a condição da dentição sugerir fortemente a necessidade de terapia oclusal. Quando essas condições estiverem presentes, modelos diagnósticos ou de estudo devem ser cuidadosamente montados em articulador para auxiliar na avaliação da condição oclusal. Os modelos são montados na posição musculoesqueleticamente estável (relação cêntrica [RC]), de modo que toda a amplitude de movimentos bordejantes possa ser avaliada. Se eles forem montados na posição de máxima intercuspidação e o paciente tiver um deslize de RC à posição de intercuspidação (PIC), a posição mais superoposterior dos côndilos não poderá ser localizada no articulador e as condições oclusais nessa posição não poderão ser apropriadamente avaliadas. Relação Cêntrica: ✔ Uma posição condilar; ✔ Não há relação com posicionamento dentário; ✔ Posição músculo-esqueletal mais estável. Posição: ✔ Côndilo em posição mais ântero superior na cavidade articular; ✔ Contato entre a região anterior do côndilo com vertente posterior da eminência articular; ✔ Disco articular devidamente interposto. Modelos montados em articulador oferecem duas vantagens principais para o diagnóstico: ✔ Melhoram a visualização das inter-relações estáticas e funcionais dos dentes. Isso é especialmente útil na região dos segundos molares, em que os tecidos moles da bochecha e da língua geralmente impedem uma boa visibilidade. Eles também permitem o exame lingual da oclusão do paciente, o que não pode ser visto clinicamente. Geralmente, isto é essencial para o exame das relações dentárias funcionais dinâmicas e estáticas. ✔ Fácil movimentação mandibular. No articulador, os movimentos mandibulares do paciente e os contatos oclusais resultantes podem ser observados sem influência do sistema neuromuscular. Em geral, quando um paciente é examinado clinicamente, os reflexos protetores do sistema neuromuscular evitam contatos deletérios. Como resultado, as interferências podem permanecer despercebidas e, consequentemente, não diagnosticadas. Quando os modelos diagnósticos montados em articulador são ocluídos, esses contatos se tornam evidentes. Assim, os modelos podem auxiliar em um exame oclusal mais preciso. USO NO PLANEJAMENTO DO TRATAMENTO ✔ Planejamento dos passos operatórios antes de executá-los;✔ Traçar as etapas lógicas do tratamento (ex.: reabilitação maior); ✔ Obter uma previsibilidade do resultado final do tratamento; ✔ Reajuste oclusal (ex.: ortodontia); ✔ Enceramento diagnóstico (evita faltas expectativas); ✔ Planejamento de prótese. TIPOS DE ARTICULADORES ✔ Não-ajustável; ✔ Semi-ajustável; ✔ Totalmente ajustável. ARTICULADOR NÃO-AJUSTÁVEL O articulador não ajustável é o tipo mais simples disponível. Não é possível qualquer ajuste para adaptá-lo mais próximo dos movimentos condilares específicos do paciente. Muitos desses articuladores permitem movimentos excêntricos (abertura e fechamento), mas apenas dentro dos valores médios. A única posição precisa e reproduzível que pode ser alcançada em um articulador não ajustável é uma posição específica de contato oclusal (MIH). Não permite análises diagnósticas (abertura, protrusão, lateralidade). Indicação: Confecção de aparelhos protéticos. Vantagens: ✔ Baixo custo; ✔ Menor tempo de montagem. Desvantagem: ✔ Não possibilita a reprodução de movimentos Excêntricos; ✔ Maior tempo de ajuste oclusal em boca. ARTICULADOR SEMI-AJUSTÁVEL O articulador semiajustável permite maior variabilidade na reprodução dos movimentos condilares que o articulador não ajustável. Geralmente, esse tipo de articulador possui três tipos de ajustes que permitem a reprodução dos movimentos condilares de qualquer paciente. Portanto, não apenas uma posição de contato oclusal pode ser reproduzida com precisão, mas, quando os dentes são movimentados excentricamente (lateralidade e protusão) a partir desta posição, o padrão de contato resultante irá quase reproduzir o padrão de contato encontrado na boca do paciente. Como resultado, mais informação a respeito dos movimentos específicos do paciente pode ser armazenada no articulador, quando restaurações subsequentes estiverem sendo confeccionadas. Vantagens: ✔ Possibilita a execução de alguns movimentos condilares; ✔ Possibilita o diagnóstico de alterações na oclusão habitual; ✔ Possibilita a montagem de modelos em RC; ✔ Reduz o tempo clínico de ajustes oclusais. Desvantagens: ✔ Tempo de transferência das informações do paciente para o articulador; ✔ Alto custo. Os ajustes mais comuns encontrados nos articuladores semiajustáveis são: (1) inclinação da guia condilar; (2) movimento de translação lateral (ou balanceio ou ângulo de Bennett); (3) distância intercondilar. Inclinação da guia condilar: ✔ O ângulo entre o côndilo e a eminência articular no movimento de translação; ✔ Interfere na altura das cúspides dos dentes posteriores; ✔ Interfere na profundidade das fossas oclusais; ✔ Padronizada para pacientes brasileiros como 30º. Ângulo de Bennett: ✔ O ângulo formado quando o côndilo faz um movimento para dentro da cavidade articular; ✔ Ângulo formado no movimento de lateralidade; ✔ Interfere na largura da fossa central dos dentes posteriores; ✔ Padronizado para brasileiros como 15º. Em um movimento de lateralidade, o ângulo no qual o côndilo de balanceio se move para dentro (observado no plano horizontal) pode ter um efeito significativo na largura da fossa central dos dentes posteriores. O ângulo descrito pelo movimento do côndilo para dentro é conhecido como ângulo de Bennett. Seus ajustes apropriados podem ajudar a confeccionar restaurações mais adequadas à condição oclusal do paciente. Distância intercondilar: A distância entre os centros de rotação dos côndilos pode ter efeito nas trajetórias laterotrusivas e mediotrusivas das cúspides cêntricas posteriores sobre suas superfícies oclusais opostas (no plano horizontal). O articulador semiajustável possibilita ajustes que permitem a reprodução da distância intercondilar muito próxima àquela do paciente. O ajuste apropriado irá ajudar na confecção de restaurações com anatomia oclusal que estejam em estreita harmonia com as trajetórias excêntricas das cúspides cêntricas na boca do paciente. ARCO FACIAL ✔ Montagem adequada do modelo superior no articulador; ✔ Transferir as medidas craniofaciais do paciente para o componente maxilar do articulador. Tem como referência: ✔ 2 eixos posteriores: relacionado aos eixos rotacionais condilares; ✔ 1 ponto anterior: glabela. GARFO DE MORDIDA ✔ Responsável pelo registo do plano oclusal maxilar; ✔ Responsável por transferir o plano oclusal maxilar para o componente maxilar do articulador; ✔ Necessário para montagem de modelo superior em articulador. ✔ Utiliza-se a godiva para registrar 3 pontos. Critérios: ✔ Cabo deve ser centralizado com a linha média facial; ✔ Registo oclusal de um ponto incisal e dois pontos posteriores (direito e esquerdo); ✔ Evitar que o dente perfure o material de registro. Registro interoclusal: ✔ Necessário para a montagem de modelo inferior no articulador; ✔ Registra a relação entre o arco inferior e superior. Tomada da posição mandibular: ✔ Relação cêntrica (diagnóstico de desvios mandibulares); ✔ MIH (registro da posição mandibular habitual) EX.: paciente tem todos os dentes, ele tem ajuste oclusal, sem desvio, nesse caso coloca em MIH; ✔ Utiliza-se uma lâmina de cera 7 ou silicona. Critérios para obtenção do registro: ✔ Copiar nitidamente a edentação oclusal; ✔ Ser o mais fino possível, evitando interferências oclusais; ✔ Ausência de básculas (estabilidade); ✔ Registrar o máximo de contatos oclusais possíveis; ✔ Ser perfurado em região de pontas de cúspides e fundo de fossas (melhor estabilidade do modelo). ARTICULADOR TOTALMENTE AJUSTÁVEL ✔ Articulador mais moderno da odontologia; ✔ Reproduz precisamente todos os movimentos condilares na articulação. Ajustes: ✔ Inclinação condilar; ✔ Ângulo de Bennet; ✔ Movimento de rotação condilar; ✔ Distância intercondilar. Vantagens: ✔ Possibilita total capacidade de reprodução de movimentos mandibulares; ✔ Mínima necessidade de ajuste oclusais de peças protéticas; ✔ Possibilita um relacionamento oclusal estável e confortável para pacientes reabilitados. Desvantagens: ✔ Alto custo > ASA; ✔ Maior tempo gasto para transferência de informações; ✔ Indicado para caso de reabilitações extensas. Inclinação da guia condilar: Enquanto o articulador semiajustável só pode geralmente fornecer um movimento condilar apenas em uma trajetória reta, o articulador totalmente ajustável é capaz de ajustar a trajetória condilar para reproduzir o ângulo e a curvatura específica do movimento condilar do paciente. Ângulo de Bennett (movimento de translação lateral): O articulador totalmente ajustável tem ajustes que permitem a reprodução tanto do ângulo de Bennett do paciente quanto do movimento de translação lateral imediato do côndilo de balanceio. Movimento de rotação condilar: Durante um movimento laterotrusivo, o côndilo que rotaciona (de trabalho) não gira puramente ao redor de um ponto fixo, mas pode se mover levemente para lateral. O movimento condilar de rotação afeta tanto o lado de trabalho quanto o de balanceio, mas tem seus maiores efeitos no lado de trabalho. Os articuladores totalmente ajustáveis podem ser configurados de tal forma que a trajetória do côndilo de rotação no articulador reproduza a do paciente. Distância intercondilar: Com o articulador totalmente ajustável, um intervalo grande de distâncias intercondilares pode ser selecionado. Consequentemente, o ajuste intercondilar é feito dentro da distância em milímetros determinada com base no paciente. Isso, então, permite uma reprodução mais precisa dessa distância e minimiza erros nas trajetórias excêntricas das cúspides cêntricas. COMO SELECIONAR UM ARTICULADOR? Critérios de seleção: ✔ Identificar as características oclusais do paciente; ✔Avaliar a extensão do tratamento reabilitador; ✔ Conhecer o articulador; ✔ Habilidade clínica. ✔ Restabelecimento de guias posteriores (pequena interferência condilar): Articuladores mais simples ✔ Restabelecimento de guias anteriores (grande interferência condilar): Articuladores mais sofisticados
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