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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
UNIDADE PEDAGÓGICA DE SALVADOR-BA
BACHARELADO DE DIREITO
2021.1
ATIVIDADE COMPLEMENTAR – I BIMESTRE
ANA PAULA DO VALE MARRA
SALVADOR
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC SALVADOR 
DISCIPLINA: História do Direito
DOCENTE: Alexandre Montanha
DISCENTE: Ana Paula do Vale Marra TURNO: Noturno (1º semestre)
HORÁRIO: Segunda-feira 18:50 - 20:30h
ATIVIDADE COMPLEMENTAR – I BIMESTRE
1. De que forma a música “Luta de Classes” se relaciona com a disciplina História do Direito? Destaque ao menos um trecho da canção para fundamentar sua resposta.
A letra da música “Luta de Classes” contém referência à teoria marxista, que vislumbra a História como um conjunto de lutas de classes, em que uma classe oprime a outra, submetendo-a sua vontade. É possível perceber tal disposição no seguinte trecho da canção: “Desde a antiguidade. As coisas estão assim, assim. Os homens não são iguais, não são.” O que se assemelha a um trecho do Manifesto do Partido Comunista, ao dispor que “A história de toda a sociedade até aqui é a história de lutas de classes.” (MARX, Karl; ENGELS, Friedrich, 1998, p. 9).
Com o fim do feudalismo, estratificado nos estamentos nobreza, clero e servos, houve o surgimento de uma nova classe, a classe burguesa e a ascensão do sistema capitalista, pautado nos meios de produção e na propriedade privada, quando então os grupos sociais foram se dividindo.
Assim, na visão marxista, o Direito atua como uma superestrutura para controle e perpetuação da classe opressora, sendo tal estratagema conseguido na Revolução Francesa, com a promessa de “igualdade e liberdade”, mas só no sentido formal, contribuindo com a manutenção da desigualdade social.
Quando a revolução se encontrava em plena ascensão e a classe proletária vinha enfrentando momentos difíceis, devido aos baixos salários, carga horária extenuante e a falta de segurança no trabalho, alguns pensadores passaram a defender o ideário de uma sociedade igualitária. 
Entre eles, Karl Marx, que por meio de suas pesquisas, teorizou uma sociedade sem divisão de classes, que, em primeiro lugar, o Estado teria o domínio sobre todas as propriedades (socialismo) e, no final, em que todas as riquezas produzidas seriam dirigidas e partilhadas por todos (comunismo). 
Desta forma, estaria superada a exploração das forças produtivas que ocorre desde os sistemas sociais pré-capitalistas até os dias atuais, estando de um lado o opressor e do outro o oprimido, o “homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, chefe de corporação e assalariado” , com interesses antagônicos, em constante oposição (MARX, Karl; ENGELS, Friedrich, 1998, p. 9).
Mas, de fato, “Do antigo Egito à Grécia e Roma” a “E no Brasil?”, “Escravo, pária, servo” e “Trabalhador no Brasil” não conseguiram se libertar dessa situação de exploração. A Revolução Industrial definitivamente estabeleceu a supremacia burguesa e consolidou o processo de formação do capitalismo.
2. De que modo as canções “Juvenília” e “Nos Barracos da Cidade” se relacionam com o Brasil, seja na atualidade, seja no passado? Justifique sua resposta com trechos das canções. 
Ambas as canções foram lançadas em 1985 e retratam um período marcante na história política brasileira, que ficou conhecido como Nova República. O primeiro ano da democracia pós-ditadura militar, chegava então ao fim a ditadura. Contudo, possuem estilos próprios e perspectivas diferentes. 
Nos anos 80, quando o Brasil ainda vivia a ditadura militar, um movimento denominado “Diretas Já”, mobilizou a população em defesa das eleições presenciais diretas, vislumbrando o processo de redemocratização do país. Todavia, não conseguiu o que ambicionava, devido a resistência do governo e somente em 1985 foi eleito no parlamento um presidente civil de forma indireta, Tancredo Neves.
Entretanto, Tancredo morreu antes mesmo de tomar posse, assumindo seu vice, José Sarney, que fora ligado a ditadura, gerando um certo temor popular diante de um possível retorno ao regime militar, restando-lhes a incerteza democrática.
Neste período, a economia foi marcada por grande instabilidade e estagnação econômica, por altos índices inflacionários, por planos e mudanças de moeda, que fracassaram em manter a estabilidade econômica, ocasionando uma crise, que acendeu uma grande insatisfação popular, ocasionando diversas mobilizações pelo país, reprimidas por Sarney. 
A política, por sua vez, foi marcada pela relação clientelística do presidente com parlamentares, tendo conseguido, inclusive, aprovar a extensão de seu mandato por mais um ano e o Congresso Nacional foi transformado em Assembléia Constituinte. Somente em 1986 que a nova Constituição foi elaborada, por meio de um processo democrático, trazendo uma série de mudanças importantes e finalmente materializando o fim da ditadura. 
A canção “Juvenília” retrata um inconformismo com a realidade, com a situação política da época, com o descobrimento do Brasil, a reforma protestante e todo o processo de opressão sofrido pela nação e suas consequências permanentes, apresentando uma abordagem repleta de críticas: “Sinto um imenso vazio e o Brasil. Que herda o costume servil. Não serviu pra mim. Juventude. Aventura e medo. Desde cedo. Encerrado em grades de aço. E um pedaço do meu coração é teu. Destroçado com as mãos. Pelas mãos de Deus. E as imagens. Transmissões divinas. E o cinismo. E o protestantismo europeu. (...). Terra linda. Sofre ainda a vinda de piratas. Mercenários sem direção”. 
A canção “Nos Barracos da Cidade”, de Gilberto Gil, também aborda fatos que se perpetuaram, ainda hoje presentes na nossa realidade. Retrata a desigualdade social, a desesperança do povo, a desilusão daqueles que vivem em condições precárias, a descrença nas promessas dos políticos, que nunca são cumpridas e que não inspiram mais confiança: “Nos barracos da cidade. Ninguém mais tem ilusão. No poder da autoridade. De tomar a decisão”. 
Retrata a corrupção, o papel do Estado por meio de políticas distributivas, o clientelismo, o paternalismo, o momento político que viviam naquela época, quando ocorreu o processo de redemocratização no país, questionando o poder e o sistema que levava à desigualdade social: “E o poder da autoridade. Se pode, não faz questão. Se faz questão, não consegue. Enfrentar o tubarão. O governador promete. Mas o sistema diz não. Os lucros são muito grandes. Mas ninguém quer abrir mão, não. Mesmo uma pequena parte. Já seria a solução. Mas a usura dessa gente. Já virou um aleijão. Gente estúpida. Gente hipócrita”.
Atualmente o contexto social, político e econômico brasileiro permanece o retratado nas duas canções. Um país que se enquadra como um dos mais desiguais do mundo, com uma política de distribuição de renda que não satisfaz as necessidades básicas dos seus cidadãos. Mergulhado em graves problemas, em uma crescente aceleração da fome, da educação e da saúde precárias, do desemprego, da miséria, da violência, da criminalidade, entre tantas outras mazelas sociais. Prevalece a desesperança, o abandono do povo que vive em condições precárias e de forma desumana, a descrença da população diante de sucessivas frustrações que levaram a toda essa desesperança e descrédito na política, que se tornou sinônimo de mentira e corrupção, marcada pelo clientelismo, paternalismo e pela exploração capitalista de outrora.
Escreva um texto dissertativo (máximo de 20 linhas), relacionando as três canções elencadas com a História do Direito. 
A música “Luta de Classes” faz referências as lutas que ocorram desde o surgimento da propriedade privada, quando passou há haver um confronto entre uma classe social dominante, a burguesia dentro da sociedade capitalista, que detém os meios de produção; e, uma classe proletária, trabalhadora, que fornecia a mão de obra para a produção. No entanto, no momento atual, percebe-se o enfraquecimento dos movimentos de classe tradicionais e o processo de retomada de manifestações sob novos movimentos sociais, marcadamenteinseridos na luta de classes.
 As canções “Juvenília” e “Nos Barracos da Cidade”, por sua vez, foram lançadas em um momento histórico da política brasileira, marcado por um cenário de decadência do regime militar, abertura política, novas eleições indiretas no parlamento, o início da Nova República, a redemocratização no país. Trazem a historicidade com uma concepção crítica e retratam a realidade diante dos acontecimentos políticos que marcaram o rumo da nossa história, que desencadearam um impacto significado na vida em sociedade e que ainda hoje interferem nos dias atuais. “Juvenília” traz ainda, o inconformismo com a realidade, diante do processo de expropriação do Brasil, mediante o seu descobrimento, o movimento protestante e a herança das práticas coloniais e suas consequências permanentes.

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