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Giardia duodenalis

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Infecta seres humanos e outros animais (cão, gato, rato,
bovinos)
Via de transmissão: Ingestão de cistos em alimentos e
bebidas contaminadas.
Complexo de espécies morfologicamente idênticos, porém
geneticamente distintos (7 agrupamentos: A-G):
Nutrição: Pinocitose
pH ideal: entre 6,4 e 7.
Reprodução: Assexuada - por divisão binária longitudinal
Habitat: Os trofozoítas vivem no duodeno e início do
jejuno, aderidos à mucosa em tal número que interferem
com a absorção dos alimentos, além de desenvolverem
efeito tóxico.
Na água os cistos podem durar 2 meses ou mais.
A e B – homem, animais domésticos e silvestres
C e D – cães
E – bovinos, suínos e equinos
F – gatos
G - ratos
A Giardíase é uma doença infecciosa parasitária de altíssima
prevalência e incidência mundial, contando com mais de 200
milhões de pessoas acometidas em países em desenvolvimento.
Presente principalmente em regiões de climas tropicais e
subtropicais está relacionada a condições socioeconômicas
precárias e falta de saneamento básico. Seu agente causador é
o protozoário flagelado Giardia duodenalis, também conhecido
como Giardia lamblia e Giardia intestinalis. A taxonomia é
complexa e ainda controversa, mas considera-se do filo
Diplomonadida e que existem diversas espécies dentro do
gênero Giardia. No entanto, apenas a Giardia lamblia causa
infecções humanas. Em geral, a infecção é assintomática, mas
pode causar síndrome diarreica, sobretudo em crianças e
pessoas com imunodeficiências (primárias e HIV).
G I A R D I A D U O D E N A L I S 
C L A S S I F I C A Ç Ã O
Filo Sarcomastigophora; 
Subfilo Mastigophora;
Ordem Diplomonadida; 
Família Hexamitidae
Supergrupo Excavata; 
Grupo Fornicata;
Subgrupo Eopharyngia
C A R A C T E R I S T I C A S
I N T R O D U Ç Ã O
M O R F O L O G I A
O protozoário apresenta duas formas em seu ciclo biológico:
trofozoíto e cisto.
T R O F O Z O Í T O
A forma trofozoítica habita o duodeno e a porção inicial do
jejuno. Morfologicamente apresenta-se em formato piriforme ou
cônico, arredondado anteriormente e delgado posteriormente,
com simetria bilateral, emitindo quatro pares de flagelos e com
um disco adesivo na face ventral.
@RITADECASSIASF_
O ciclo biológico inicia-se pela ingestão de cistos ou
trofozoítas por via fecal-oral (água ou comida contaminadas,
sexo oralanal ou outros fômites). As alterações de pH e
temperatura no trato gastrointestinal e a ação das enzimas
digestivas, fazem com o que ocorra o desincestamento dos
cistos, gerando a forma trofozoítica. Essa forma é responsável
pelo parasitismo intestinal, por meio da fixação à luz intestinal
utilizando o disco adesivo na face ventral ou disco suctorial.
Nessa fase, as trofozoítos se reproduzem por fissão binária e
grande quantidade de parasitos é gerada. Ocorre então o
processo de encistamento de parte desses trofozoítos, que são
eliminados nas fezes para o ambientecontaminando recursos
hídricos e iniciando um novo ciclo. Nas fezes pastosas ou
formadas, em geral, encontram-se apenas cistos e nas
diarreicas, trofozoítos (que sobrevivem pouco tempo no
ambiente externo).
G I A R D I A D U O D E N A L I S 
C I S T O
O cisto é a forma infectante e possui estrutura menos complexa,
ovoide, com flagelos invaginados e membrana resistente
(composta de quitina), o que permite a sobrevivência por longos
períodos no meio exterior (até dois meses) e resistência a
cloração da água e temperaturas até 60°C. O metabolismo dos
parasitos é anaeróbio e os nutrientes são absorvidos por
pinocitose de partículas na luz intestinal. Quando o protozoário
se adere à mucosa intestianal, a absorção de nutrientes fica
comprometida, sobretudo de gorduras e vitaminas lipossolúveis.
C I C L O D E V I D A
M O N O X Ê N I C O
Estima-se que de 300 milhões a 14 bilhões de cistos sejam
eliminados nas fezes por dia, tornando a doença de alta
transmissibilidade. 
@RITADECASSIASF_
G I A R D I A D U O D E N A L I S 
Q U A D R O C L Í N I C O
A maioria dos portadores é assintomática, porém em uma parcela
de indivíduos ocorre sintomatologia – em média, 2 semanas após
a infecção, porém podendo levar meses. Fatores que influenciam
esse processo são a linhagem e quantidade ingerida do parasito,
imunidade do hospedeiro, idade, estado nutricional, dentre
outros. A imunidade por IgA é relacionada como um importante
fator protetor. A fisiopatologia da infecção ainda é mal
compreendida, mas acredita-se que a abundância de trofozoítos
cobrindo a mucosa duodenal e impedindo a absorção do conteúdo
luminal (sobretudo os componentes lipídicos) gere uma síndrome
disabsortiva, levando à diarreia. Essa diarreia pode ser líquida,
pastosa ou mesmo com conteúdo majoritariamente gorduroso
(esteatorreia), porém raramente apresenta sangue. Em sua fase
aguda, predominam os sintomas diarreicos associados a mal-
estar, dor abdominal, flatulência, náusea, desidratação, vômitos
e febre (Enterite Aguda – até 4 semanas após o contato com os
cistos). A infecção pode cronificar ou pode surgir com um curso
mais indolente, apresentando fezes amolecidas (porém não
diarreicas), perda de peso, desnutrição (sobretudo deficiência
de vitaminas lipossolúveis, B9 e B12), fadiga e dor abdominal
(Enterite Crônica – diarreias recidivantes que podem gerar
úlceras entéricas). O tempo médio de duração dos sintomas de
Giardíase é de 4 a 6 semanas, sendo que na maioria dos
indivíduos há remissão espontânea. Ao contrário da amebíase,
não há risco de invasão com formas extraintestinais.
Desde quadros assintomáticos até um conjunto de sintomas
(evacuações líquidas ou pastosas, cólicas abdominais, perda
de peso, diminuição do apetite, náuseas, vômitos)
50% dos indivíduos a infecção é resolvida de forma
espontânea
Casos mais graves – esteatorréia
Má absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis (A, D, E,
K). Má absorção de vitamina B12, ferro, lactose, etc –
Relacionadas a redução da atividade de diversas enzimas da
mucosa e luz intestinal
Quadros de subnutrição podem ser bem graves em crianças
P O S S Í V E I S M E C A N I S M O S D E A Ç Ã O
P A T O G Ê N I C A D A G I A R D I A
D U O D E N A L I S – D I A R R É I A E M Á A B S O R Ç Ã O
HIPÓTESES PARA A ALTERAÇÃO MORFOLÓGICA DA MUCOSA DO
INTESTINO E A OCORRÊNCIA DE DIARRÉIA:
Ação mecânica dos discos ventrais nas vilosidades
(quantidade pode causar atapetamento). Menos aceita.
Ação química – com a liberação de proteases.
Atrofia de vilosidades
Reação imunológica – processos inflamatórios. Mais
aceita.
Afeta maturação de enterócitos
D I A G N Ó S T I C O
T R A T A M E N T O
O diagnóstico de Giardíase depende da suspeita clínica e é
confirmado por meio de métodos microbiológicos. O Exame
Parasitológico de Fezes é o principal recurso disponível, com
uma sensibilidade de 74% e uma especificidade de 100%. Dessa
forma, falsos negativos são possíveis. Nas fezes formadas,
utiliza-se a técnica de Faust para pesquisar cistos, enquanto
que nas diarreicas utilizam-se métodos de coloração para
buscar trofozoítos. Mais recentemente, a pesquisa de antígenos
de Giárdia nas fezes apresenta boas perspectivas, com
sensibilidade semelhante ao exame microscópico. Outro exame
menos disponível é o PCR das fezes. Vale lembrar que como o
parasita fica localizado no duodeno, na giardíase não se
costuma encontrar a presença de leucócitos fecais (assim
como nas infecções intestinais virais).
O objetivo do tratamento é reduzir o período sintomático,
impedir complicações e evitar maior transmissão da doença. A
terapia antimicrobiana de escolha e eficaz é com Nitazoxanida
500mg, 2x por dia, durante 3 dias. Alternativamente, pode-se
usar Metronidazol 15 a 20mg/kg/dia, 2x por dia, durante 5
dias ou Tinidazol 50mg/kg/dia, por 3 dias (dose única de 2g)
ou em dose única.
@RITADECASSIASF_
� Higiene pessoal / Educação sanitária
� Lavar as mãos – trocar fraldas, banheiro
� Contato com animais (pets ou criação)
� Higiene ao preparar alimentos
� Saneamentobásico – tratamento água, tratamento de esgoto
� Isolamento - Pessoas com giardíase devem ser afastadas do
cuidado de crianças.
� Tratamento das pessoas infectadas
Outras literaturas
PREVENÇÃO E CONTROLE:
� 
G I A R D I A D U O D E N A L I S 
Para prevenir a doença, é necessária garantia de saneamento
básico e água potável – ferver e filtrar a água são métodos
eficientes. Além disso, boa higiene alimentar, lavagem das
mãos e dos alimentos e tratamento de indivíduos parasitados
contribuem para a prevenção.
Tratamento dejeto animais (evitar contaminação solo,
água, hortas)
�Evitar doença nos animais: Limpeza instalações animais,
vacinação de cães e gatos,
cuidado com água de consumo animal 
� AÇÃO MÉDICO VETERINÁRIO.
� DIAGNÓSTICO E CONTROLE NOS ANIMAIS.
� MEDIDAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE (ZOONOSE).
� PROBLEMA SOCIOECONÔMICO – SANEAMENTO.
� PREVENIR É MAIS FÁCIL (E BARATO) QUE REMEDIAR. 
CONCLUSÕES:
O tratamento de suporte envolve hidratação, correção de
distúrbios hidroeletrolíticos, controle de sintomas e adequado
suporte nutricional.
P R O F I L A X I A
Outras literaturas
TRATAMENTO EM HUMANO: (MS, 2010)
�Medicamentoso – antiparasitário
�Paliativo e sintomático
�Fluidoterapia (mulheres grávidas e crianças) 
TRATAMENTO NOS ANIMAIS:
Metronidazol
Mebendazol e albendazol � Quinacrina �
Furazolidona � Ipronidazol � Benzimidazóis �
Vacinação (?) – Justifica-se no caso de um
canil ! 
T R O F O Z O Í T O
C I S T O
@RITADECASSIASF_

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