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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIDÁTICA
SUMÁRIO
DIDÁTICA
2
DIDÁTICA
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com 
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino 
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram 
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos 
de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência cida-
dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, visando 
à satisfação dos clientes e colaboradores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
GRUPO
MULTIVIX
3
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIDÁTICA
SUMÁRIO
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
EDITORIAL
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
Abreu, Fernanda da Mata.
 Fernanda da Mata Abreu / Juliane Escola (revisora). – Serra : Multivix, 2017.
 
 
 
 
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do
Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Felix Soares
Multivix Educação à Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EAD
4
DIDÁTICA
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte 
do maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-
ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, 
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, 
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de 
cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprova-
da pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência no 
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade 
de qualidade mas que precisam superar alguns 
obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO 
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
Diretor Executivo do Grupo Multivix
5
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIDÁTICA
SUMÁRIO
SUMÁRIO
2UNIDADE
1UNIDADE 1 O CONTEXTO HISTÓRICO DA DIDÁTICA 101.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 10
2 A DIDÁTICA E SEUS CAMPOS DE ATUAÇÃO 19
2.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 19
3 DIDÁTICA CONTRIBUINDO COM A APRENDIZAGEM 33
3.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 33
4 AVALIAÇÃO DO ENSINO APRENDIZAGEM 38
4.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 38
4.2 ANALISES SOBRE A PRÁTICA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR 39
4.3 A AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZA-
GEM EDUCACIONAL ESCOLAR 41
4.4 A QUESTÃO DO ERRO NA AVALIAÇÃO ESCOLAR 44
4.5 A PROGRESSÃO CONTINUADA – COMO AVALIAR? 51
5 PLANEJAMENTO DO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM 59
5.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 59
5.2 MITOS DO PLANEJAMENTO 60
5.3 COMO ATRIBUIR SENTIDO PARA O CONCEITO DE PLANEJAMENTO? 61
5.4 PLANEJAMENTO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS 63
5.5 OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O PLANEJAMENTO 
EDUCACIONAL 66
5.6 QUANDO DEVE SER ACONTECER A REUNIÃO PARA 
PLANEJAMENTO E REPLANEJAMENTO? 67
5.7 CONSTRUÇÃO DO PLANEJAMENTO GLOBAL DA ESCOLA 68
3UNIDADE
4UNIDADE
5UNIDADE
6
DIDÁTICA
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
6UNIDADE
5.8 QUEM PODE PARTICIPAR DA ELABORAÇÃO DO PLANO ESCOLAR? 69
5.9 DO PLANEJAMENTO GLOBAL PARA OS OUTROS PLANOS: PARTINDO 
DO GERAL PARA O PARTICULAR 71
5.9.1 O PLANO DE ENSINO 71
5.10 O PLANEJAMENTO PARA A SALA DE AULA 73
5.11 OS PROJETOS PEDAGÓGICOS E SUA VALIOSA CONTRIBUIÇÃO 
NA QUALIDADE DA APRENDIZAGEM 76
6 A DIDÁTICA ATUAL E REAL 79
6.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 79
6.2 
ABORDAGEM SISTÊMICA 82
6.3 ABORDAGEM PROGRESSISTA 83
6.4 ENSINO COM PESQUISA 84
REFERÊNCIAS 86
7
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIDÁTICA
SUMÁRIO
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
8
DIDÁTICA
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Reconhecer as 
diferentes concepções 
didáticas nos diversos 
tempos históricos.
> Apresentar 
as principais 
características do 
método didático 
tradicional.
UNIDADE 1
9
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIDÁTICA
SUMÁRIO
1 O CONTEXTO HISTÓRICO DA 
DIDÁTICA
1.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, analisamos asdiferentes concepções didáticas por meio da história 
da educação. Nosso intuito foi demonstrar que as transformações sociais ocorridas ao 
longo do tempo, exigem da escola uma nova postura, com diferentes concepções de 
ensino, e com novos objetivos a serem alcançados por estudantes e docentes.Novas 
formas de organização capitalista surgem com a presença do capitalismo financeiro, 
com as seguintes características:
Prezado estudante, essa disciplina é de extrema importância para a formação docente, 
pois é nela que vamos refletir sobre a prática pedagógica, permitindo conhecer 
as terias que regem o ensino e a aprendizagem. Aquele docente que desconhece 
os saberes fundamentais que cercam os princípios da aprendizagem, como pode 
oferecer um ensino de qualidade que dê oportunidades de construção e produção 
do conhecimento . Assim, começaremos contextualizando historicamente sobre a 
didática, afirmando que ela sempre existiu na história da humanidade, uma vez que 
o homem sempre ensinou e aprendeu. Entretanto a escola enquanto instituição 
para todos foi instituída socialmente a pouco mais de 200 anos, com o objetivo de 
transmitir o legado cultural construído pela humanidade.
 Podemos citar como os grandes pensadores da antiguidade Sócrates, Platão e 
Aristóteles. Na Idade Média Santo Agostinho e Tomás de Aquino viam o homem 
como ser desenvolvido, e estavam aptos a receber uma educação voltada para o ideal 
moral, com formação de caráter, de hábitos, da justiça, etc.
 A educação formal possui um caráter reprodutivista, qualidade exclusiva da espécie 
humana, ou seja, sempre conservar o que já existe. Porém, sabemos que o homem é 
capaz de pensar, analisar e compreender a realidade e ainda interferir e transformar 
essa mesma realidade, verificando as contradições geradas diariamente no seu 
cotidiano.
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DIDÁTICA
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
 Considerando o exposto, a história da humanidade nos confirma quando fazemos 
a relação de produção feudal com o trabalho conservador desenvolvido, onde a 
baixa produtividade e o uso de técnicas rudimentares foram substituídos por um 
novo sistema econômico, ação essa, motivada pela nobreza com o objetivo de 
ampliar seus negócios através do desenvolvimento do comércio e das cidades, onde 
acabou surgindo uma nova classe social: a burguesia. Esse marco na economia foi 
denominado capitalismo e por consequência a individualidade, a igualdade e a 
liberdade do homem foram impactadas pelas novas necessidades, novas concepções 
e novos valores.
 Todas essas mudanças substanciais impactaram na educação formal, que se viu 
obrigada a alterar seu foco para atender esse novo momento, ampliando-a como um 
direito de todos e de responsabilidade do Estado. Assim, nasce a compreensão de 
que tanto o docente quanto a escola deveriam alterar a prática em sala de aula. Essa 
prática não deveria estar voltada para ligar o homem a sua verdadeira pátria que era 
a celeste, e sim ultrapassar a transmissão de conteúdo através de um ensino atraente 
que propiciasse a transformação da realidade. 
 Contudo, podemos conceituar a didática sob duas perspectivas: como um saber, 
conhecimento, uma ciência com seu próprio objeto, e como uma disciplina nos 
cursos de licenciatura. Pode-se dizer que a didática é uma disciplina integradora, que 
ordena e estrutura a ligação entre a teoria e a prática em função do ensino. O docente 
que se apropria do processo de ensino-aprendizagem, não desassocia a teoria da 
prática para dar o seu suporte pedagógico consciente.
 O corpo teórico da didática está embasado e fundamentado nas contribuições 
da psicologia, da filosofia e da sociologia, áreas do conhecimento que impactam 
diretamente sobre a complexidade da prática pedagógica.
 Considerando, os principais objetivos da didática são: refletir sobre o papel sócio-
político da educação, da escola e do ensino; compreender o processo de ensino e suas 
múltiplas determinações; instrumentalizar teórica e praticamente, o futuro docente 
para captar e resolver os problemas postos pela prática pedagógica; redimensionar a 
prática pedagógica através da elaboração da proposta de ensino numa perspectiva 
crítica de educação (OLIVEIRA, 1995).
 Considerado o maior pensador da didática, João Amós Comênio elaborou em pleno 
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIDÁTICA
SUMÁRIO
século XVII, uma proposta pedagógica que atinge tanto uma reforma da escola, quanto 
a maneira de ensinar. Para ele o ensino se baseava na apreensão das contradições e 
das novas necessidades humanas advindas das transformações profundas da nova 
sociedade capitalista. Neste tempo, a natureza e o saber eram considerados como 
dons de Deus.
 Foi um tempo em que a Igreja e o Estado lutavam pelo controle do ensino. Com a 
reforma deu ao Estado o direito de controlar o ensino, porém, durou pouco tempo 
com o surgimento da Contra-Reforma comandada pelos intelectuais católicos, em 
especial os jesuítas, que indiretamente retomou a teoria assumindo o monopólio do 
ensino.
 Comênio priorizava a melhoria da vida social do homem, a partir da educação. 
Acreditava-se que quanto maior o crescimento e o desenvolvimento de autocrítica 
aumentavam a sua solidez moral. No entanto, a didática era considerada o ato de 
ensinar e também a uma arte de ensinar aquilo que a natureza social indicava com 
relação a instrução, à moral e à religião. O objetivo era que o indivíduo enxergasse a 
sua vida além das limitações do tempo.
 Através dos pensamentos de Comênio, podemos identificar uma proposta pedagógica 
sólida, de como ensinar tudo a todos, contrapondo a época em que o ensino era para 
os poucos privilegiados da burguesia. A evolução do ensino e o desenvolvimento do 
homem foram os responsáveis pelo comércio em grande escala, as novas invenções, 
os avanços da ciência e a produção visando a compra e venda.
 Em 1627 Comênio começou a escrever o Livro Didática Magna, concluído 5 anos 
depois, ainda quando estava exilado em outro país por conta das perseguições 
religiosas. Apesar do original manuscrito ter sido encontrado 200 anos depois de 
sua morte e pública quase 10 anos depois o livro possui uma concepção educativa 
baseada numa perspectiva religiosa.
 O livro é composto de 4 partes, onde a primeira mostra o homem como a criatura 
mais perfeita, incluindo também os fundamentos teológicos e filosóficos da educação. 
A segunda aborda de maneira geral os princípios da didática baseados nas leis da 
natureza. Na terceira a didática especial é destaque, apresentando os métodos para 
ensinar letras, ciências, artes mecânicas, moral e piedade. A última apresenta um 
plano de estudo para os quatro graus da escola de acordo com as especificidades do 
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DIDÁTICA
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
desenvolvimento de cada jovem e de cada criança.
 Comênio foi visionário ao propor uma reflexão na arte de ensinar no âmbito da escola, 
colocando a arte de ensinar atrelada tanto com a transmissão de conhecimento 
quanto ao método empregado. Para ele ensinar fundamentava-se em marcar, fazer 
sinais, gravar, etc. Indicava a ação de uma pessoa sobre a outra, onde o papel do 
docente é fazer marcas sobre o estudante, na sua inteligência, vontade, memória e 
emoções, tornando-o diferente das outras pessoas que não frequentam a escola. A 
partir desse momento é desenhada uma nova arte de ensinar, alguns determinantes 
pela disciplina a ser ensinada e alguns de caráter coercitivo, como os castigos, a 
palmatória que se fizeram presentes até meados do século XX.
 As principais características do método de ensino comeniano eram totalmente 
diferentes dos métodos da época, uma vez que baseava-seem ministrar um ensino 
que apresentasse bons resultados, que fossem dinâmicos e prazeroso tanto para 
estudantes quanto para docentes. Isso veio como um resposta ao novo método de 
produção, de comercialização da época. Era introduzido um novo método onde a 
escola ensinava tudo a todos.
 Conclui-se que nos escritos de Comênio estende a arte de ensinar até o ponto mais 
extremo de formação do ser humano, seja qual for a aprendizagem, indicando que 
tanto o docente quando o estudante são partes integrantes de um mesmo processo 
de ensino.
 Cabe ressaltar que além de Comênio, tiveram outros pensadores e teóricos que 
apresentaram outras metodologias de ensino que serviram de oposição à pedagogia 
escolástica vigente. Nesse caso, citamos Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) que 
em seu livro Emílio ou Da Educação expressou suas ideias sobre esse assunto, que 
contrapunha todo pensamento vigente sobre a natureza humana, ele dizia que o 
homem é de natureza má necessitando que a educação o transforme, defendendo 
a ideia de que o homem é bom e a sociedade que o corrompe (ROUSSEAU, 1995).
 Um ponto curioso é que Rousseau não recebeu a educação formal completa na 
escola, nem ao menos pisou em uma Universidade, seu conhecimento advinha das 
leituras que fazia em livros da sua mãe e de seu avô. Teve vários relacionamentos 
amorosos, porém apenas com uma mulher tece 5 filhos que acabaram indo para 
o orfanato. Mas o mais curioso é que na obra de Emílio, é exposto um caráter de 
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIDÁTICA
SUMÁRIO
redenção por ter abandonado todos seus filhos, e por isso tinha o direito de ajudar 
outros pais a criar seus filhos.
 Rousseau divide o conteúdo do livro pelo período da escolaridade, começando pelas 
crianças de 1 a 5 anos, depois de 5 a 12 anos, em seguida de 12 a 15 anos e por 
último de 15 a 20 anos. 
 No primeiro considera a criança como um ser em formação baseados nas fases do 
seu desenvolvimento e jamais como um adulto em miniatura, o que era considerado 
um absurdo para a época. Condenava a forma como que as crianças eram tratadas, 
defendendo que era de forma natural que ela se desenvolvia e aprendia. 
 Na segunda fase defendia que ainda não era momento de uma educação impositiva, 
transmitindo um ensino fechado estipulado por antecipação, mas deveria acontecer 
somente um acompanhamento natural.
 Durante a terceira fase é que o conhecimento formal aconteceria, mas respeitando a 
curiosidade e o interesse natural, priorizando conhecimentos que tivessem aplicação 
prática. 
 Para a quarta fase e para ele a mais importante priorizou os aspectos sociais, 
relacionais, ou seja, a vida em comum com as outras pessoas, além da educação 
religiosa. 
 Ademais, para Rousseau as metas da educação fundamentavam-se na crença da 
bondade natural do indivíduo e na ideia de que todo mal tinha origem na sociedade. 
Assim, educar uma criança era acolher a sua bondade natural e protege-la do mal e 
de toda corrupção presente na sociedade. A sua metodologia de ensino se embasava 
na ação do docente, que tinha a função de preparar o estudante para ser um cidadão 
a partir do seu desenvolvimento natural, mas exigindo sempre um ambiente favorável 
para isso, ou seja, um ambiente organizado.
 Outro aspecto relevante no modelo de educação formal proposto por Rousseau, era 
que ele não via a necessidade de adiantar/apressar o desenvolvimento intelectual, 
deixando que cada criança desenvolvesse no seu tempo, externando interesse sobre 
determinado assunto e somente a partir daí que o docente iria respondendo suas 
curiosidades. Só a partir da adolescência que deveria existir o ensino formal.
14
DIDÁTICA
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
 Rousseau foi um filósofo que defendia que cada fase da vida tem sua existência própria, 
que contribui para compreensão de que o método da natureza vale por todas as 
coisas. Ele foi severo e crítico da escola naquele tempo, que cobrava exageradamente 
a memorização do que era ensinado, ele defendia uma educação que priorizava a 
experiência pessoal da criança, onde aprendiam os instrumentos de ofício dos seus 
pais, a partir dai uniam a teoria de sala de aula com a prática.
 Pode-se considerar que a maior contribuição de Rousseau para educação foi olhar 
a criança como um ser completo em termos de sentimentos, interesses e desejos 
próprios, gerando um avanço da psicologia do desenvolvimento, uma vez que deu 
atenção as diversas fases do desenvolvimento das crianças e por sugerir uma educação 
diferenciada e adequada para cada uma dessas fases.
 Heinrich Pestalozzi (1746-1827) também representou um pensamento, uma 
necessidade e um momento histórico. Apesar de seguir e vivenciar as teorias de 
Rousseau , uma vez que era docente, teve a chance de divulgar suas ideias e teorias 
embasadas no princípio que toda criança deveria ter acesso a educação, independente 
da sua classe social, inclusive as pessoas com deficiência. 
 Dentre as suas maiores contribuições foi a elaboração de um método que foi base 
para sua prática pedagógica: o primeiro apresentava o conhecimento de forma mais 
simples e mais prática, em seguida utilizava a observação através dos sentidos e por 
ultimo, exercitava o conhecimento de forma gradual para fixa-lo. Para Pestalozzi a 
criança desenvolve de dentro para fora, sendo necessário o docente ter conhecimento 
do nível de conhecimento do estudante com o objetivo de oferecer uma educação 
direcionada de acorda com as particularidades da criança, tendo como método 
pedagógico a natureza. Cabe ressaltar, sua teoria dava ênfase ao desenvolvimento do 
indivíduo, através de leis definidas advindas da natureza. 
 Importante salientar que Rousseau e Pestalozzi acreditavam que o homem foi muito 
influenciado pelo meio, o que prejudicava o seu crescimento natural. Para eles a 
organização escolar era baseada nas seguintes características:
• As turmas eram formadas com os menores de oito anos, com os estudantes 
entre oito e onze anos e outra turma com idades de onze a dezoito anos;
• As atividades escolares duravam das 8:00 as 17:00 horas e eram desenvolvidas 
de modo flexível; os estudantes rezavam, tomavam banho, faziam o desjejum, 
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIDÁTICA
SUMÁRIO
faziam as primeiras lições, havendo um curto intervalo entre elas; 
• Duas tardes por semana eram livres, e os estudantes realizavam excursões;
• Os problemas disciplinares eram discutidos à noite; ele condenava a coerção, 
as recompensas e punições.
• Ademais, Pestalozzi elaborou princípios educacionais, concedendo uma 
valiosa contribuição para a prática pedagógica:
• O desenvolvimento é orgânico, sendo que a criança se desenvolve por leis 
definidas; a gradação deve ser respeitada; o método deve seguir a natureza; 
a impressão sensorial é fundamental e os sentidos devem estar em contato 
direto com os objetos; a mente é ativa; o docente é comparado ao jardineiro 
que providência as condições propícias para o crescimento das plantas; 
• Crença na educação como o meio supremo para o aperfeiçoamento individual 
e social; 
• Fundamentação da educação no desenvolvimento orgânico mais que na 
transmissão de ideias memorizáveis; 
• A educação começa com a percepção de objetos concretos e consequentemente 
com a realização de ações concretas e a experimentação de respostas 
emocionais reais; 
• O desenvolvimento é uma aquisição gradativa, cada forma de instrução deve 
progredir de modo lento e gradativo; 
• Conceituação de disciplina baseada na boa vontade recíproca e na cooperação 
entre estudante e docente; 
• Introdução de novos recursos metodológicos;
• Deu impulso à formação de docentese ao estudo da educação como uma 
ciência.
 Foi apresentada uma unidade orgânica no seu conjunto de pensamentos sobre a 
educação, a partir de uma ação educativa, inspirada no seu espírito humanitário, com 
o objetivo de melhorar a vida do povo.
 Pestalozzi colocou em prática os pensamentos de Rousseau na criação do seu 
primeiro filho, e posteriormente ao ser gestor de uma escola profissionalizante para 
crianças pobre e ainda durante a sua prática como docente durante 20 anos da sua 
vida. Johann Friederich Herbart (1776-1841) também atuava no ensino universitário, 
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DIDÁTICA
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
porém expandiu a teoria de Pestalozzi criando um seminário pedagógico com uma 
escola de aplicação com o objetivo de experimentação universitária.
 Para ela a educação era como uma ciência, diante disso trazia para o docente 
um rigor metodológico, como procedimentos de controle do comportamento do 
estudante, o ensino através da instrução que deveria atender ao desenvolvimento de 
interesses. Esse rigor e essa disciplina favorecia a formação de caráter que até então 
foram impostos pela sociedade.
 Com o objetivo de dar ênfase ao aspecto metodológico do ensino, Herbart elencou 
uma série de passos, sempre voltados para o interesse das crianças:
• A preparação consiste em trazer a mente ideias anteriores que tem relação 
com as novas para interliga-las;
• A apresentação de ideias novas para serem assimiladas;
• A associação que consiste na combinação do novo com o velho;
• A sistematização que consiste na elaboração teórica do novo conceito;
• A aplicação que é a utilização pelo estudante do que foi aprendido em suas 
atividades.
 Assim, cada estudante pode ser impactado com o pensamento desses teóricos, 
mesmo com o passar dos anos, eles concorreram para que a escola fosse colocada 
no centro das atenções e das mudanças, visando atender a forma mais adequada 
para aquele tempo e às novas realidades marcadas pelas inovações tecnológicas, que 
impactaram em todos os aspectos a vida humana.
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DIDÁTICA
SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Identificar a didática 
em seus campos de 
atuação
> Analisar a didática e os 
processos de ensino
UNIDADE 2
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2 A DIDÁTICA E SEUS CAMPOS 
DE ATUAÇÃO
2.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, analisamos o campo de atuação da didática e pudemos notar que ela 
é uma disciplina pedagógica que se preocupa principalmente com os processos de 
ensino e aprendizagem. Pudemos notar também que as pessoas aprendem dentro 
e fora da escola. 
Aliás, aprendemos o tempo todo, com nossas experiências, com nossas observações 
e convivência com os outros. Todo esse conhecimento pode e deve ser utilizado pela 
escola na aquisição de saberes científicos.
A construção de novos conhecimentos e de conceitos científicos é função própria da 
escola. Mas essa não é uma tarefa simples. Ela precisa ser organizada, sistematizada 
e competente. Para dar conta dessa função é que a instituição escolar conta com o 
auxílio da didática.
Seu papel nessa tarefa é estudar e organizar os objetivos, os conteúdos e os processos 
de ensino e aprendizagem. Ela se ocupa ainda com o contexto educacional, verificando 
para que fins se educa e em que realidade se deseja educar. 
Dessa forma, a didática procura abranger a educação em seus aspectos políticos, 
sociais, econômicos e psicológicos.
 É sabido que didática é o ramo dos conhecimentos pedagógicos que estuda os 
processos de ensino-aprendizagem. Contudo, devemos ter consciência que esses 
processos não são uma atividade específica da instituição escolar, uma vez que existe 
muito aprendizado que é adquirido fora da escola. 
 Na prática educativa, uma das modalidades de ensino é o trabalho docente, 
porém existem mais algumas que não podem ser ignoradas, pois fazem parte dos 
conhecimentos e do cotidiano dos estudantes. Conforme aborda Libâneo (2008, p. 
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DIDÁTICA
SUMÁRIO
16), “a ciência que investiga a teoria e a prática da educação nos seus vínculos com 
a prática social e global é a Pedagogia”. Assim, toda prática educativa é considerada 
um campo de estudo da Pedagogia, tendo a didática como uma disciplina que 
contempla os objetivos, os conteúdos, as formas e os processos de ensino, tudo de 
acordo com a finalidade educacional. 
 Ademais todas essas finalidades educativas são sempre sociais, tendo como objetivo, 
encontrar o contexto de atuação, levando a Didática se fundamentar na Pedagogia. 
A partir disso, dos momentos que refletimos sobre a educação voltada para seus 
aspectos políticos, sociais, econômicos e psicológicos, buscamos descrever e explicar 
os fenômenos educativos. Entretanto, a pedagogia conta com o auxílio de outras 
áreas, e essa junção acaba convergindo na didática em si, que reúne no seu campo 
de conhecimento, objetivos e ações pedagógicas. 
 A didática, em suma, compreende que educação acontece muito além da escola, 
ocorrendo também em diversas instituições e até mesmo nas atividades humanas 
como família, trabalho, organizações políticas, nos meios de comunicação de massa 
e outras.
 Ao refletirmos sobre essas questões entendemos o quão é extenso o conteúdo da 
didática, porém apesar do conteúdo extenso, este tem que ser organizado, focado 
em um objetivo, ou seja, em um objeto de estudo. Assim, o objeto de estudo dessa 
ciência é o ensino, englobando todos seus processos e amplitudes. 
 Remetemos novamente a Libâneo (2008, p.16) onde cita que a atividade principal 
do docente é sempre o ensino. Essa tarefa consiste ainda em orientar, organizar e 
estimular a aprendizagem escolar dos estudantes. Todo esse contexto foi exposto 
para demonstrar como a educação é formada de múltiplos aspectos com a vida 
cotidiana e com a relação entre docente e estudante, sendo que esses aspectos estão 
dotados de significados sociais, que forma e transformam as relações humanas, que 
em suma dão significado para as coisas, formando ideologias e opiniões. 
 Compreender esse contexto é fundamental para execução da prática educativa, pois 
de acordo com Libâneo (2008, p.22):
Quem lida com a educação tendo em vista a formação humana dos 
indivíduos vivendo em contextos sociais determinados, é imprescindível que 
se desenvolva a capacidade de descobrir as relações sociais reais implicadas 
em cada acontecimento, em cada situação real da sua vida e da sua profissão, 
em cada matéria que ensina, como também nos discursos, nos meios de 
comunicação, nas relações cotidianas, na família e no trabalho (2008, p. 22).
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 O autor mais uma vez é assertivo, pois a nossa capacidade de descobrir as relações 
reais dentro das instituições, acaba sendo uma função da didática. Esse é o principal 
contexto dessa disciplina, as relações humanas, conforme demonstramos no esquema 
PEDAGOGIA
ESCOLA ENSINO/APRENDIZAGEM
DIDÁTICA
 Como já vimos o objeto da didática é o processo de ensino, que, considerado no 
seu conjunto, inclui: os conteúdos, os métodos e formas organizativas do ensino, 
as atividades do docente e dos estudantes e as diretrizes que regulam e orientam 
esse processo. 
 Portanto cabe ressaltar que a finalidade do processo de ensino é proporcionar 
aos estudantes os meios para que assimilem ativamente os conhecimentos, pois a 
natureza do trabalho docente é a mediação da relação cognoscitivaentre o estudante 
e as matérias de ensino. 
 Em suma, o ensino não é só transmissão de informações, mas também o meio de 
organizar a atividade de estudo dos estudantes. O ensino somente é bem-sucedido 
quando os objetivos do docente coincidem com os objetivos de estudo do estudante 
e é praticado tendo em vista o desenvolvimento das suas forças intelectuais. Ensinar 
e aprender, pois, são duas facetas do mesmo processo, e que se realizam em torno 
das matérias de ensino, sob a direção do docente.
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DIDÁTICA
SUMÁRIO
 Ademais, são considerados componentes da ação didática: o conteúdo, o docente e 
os estudantes. Pode-se combinar estes componentes, exaltando-se mais um que o 
outro, mas a ideia corrente é a de que o docente transmite a matéria ao estudante. 
 Entretanto, o ensino, por mais simples que possa parecer à primeira vista, é e sempre 
será uma atividade complexa: envolve tanto condições externas como condições 
internas das situações didáticas. Ao conhecer essas condições e lidar assertivamente 
com elas é uma das tarefas básicas do docente para a condução do trabalho em sala 
de aula.
 Quando acontece internamente, a ação didática refere-se à relação entre o estudante 
e o conteúdo, com o objetivo de apropriar-se dele com a mediação do docente. 
Entre o conteúdo, o docente e o estudante ocorrem relações recíprocas. O docente 
tem propósitos definidos no sentido de assegurar o encontro direto do estudante 
com o conteúdo, mas essa atuação depende das condições internas dos estudantes, 
alterando o modo de lidar com a matéria. 
 A partir disso, cada situação didática, porém, vincula-se a determinantes econômico-
sociais, socioculturais, a objetivos e normas estabelecidos conforme interesses da 
sociedade e seus grupos, e que afetam as decisões didáticas. Assim, a inter-relação 
entre docente e estudantes não se reduz à sala de aula, implicando relações bem 
mais abrangentes (instituição, docente, estudante, as teorias da educação, práticas 
pedagógicas, objetivos educativos da instituição e dos docentes, os conteúdos, as 
modalidades de comunicação docente) inseridas em um contexto econômico, social 
e cultural mais amplo e que afetam as condições reais em que se realizam o ensino 
e a aprendizagem. 
 Assim, o processo didático está centrado na relação fundamental entre o ensino e 
a aprendizagem, orientado para a confrontação ativa do estudante com o conteúdo 
sob a mediação do docente. Esse processo desenvolve-se mediante a ação recíproca 
dos componentes fundamentais do ensino: os objetivos, os conteúdos, o ensino, a 
aprendizagem, os métodos, as formas e meios de organização das condições da 
situação didática, a avaliação.
 Sendo assim, a didática enquanto disciplina pedagógica, é uma disciplina fundamental 
na formação de docentes e um meio de trabalho que os docentes se apropriam para 
conduzir uma atividade de ensino, tendo como resultado a aprendizagem.
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 É uma disciplina de mediação entre os objetivos e os conteúdos de ensino, onde 
a sua principal função é investigar as condições e as formas reais de ensino. Para 
determinar as condições reais de ensino na escola, é necessário investigar acerca dos 
objetivos políticos e sociais de ensino. 
 Por conseguinte, os objetivos de ensino são embasados no conjunto de atividades 
de ensino, que visam o desenvolvimento físico e intelectual dos estudantes, 
preparando-os para a vida social. O processo didático de transmissão e assimilação 
de conhecimentos e habilidades tem como culminância o desenvolvimento 
das capacidades cognoscitivas dos estudantes, de modo que assimilem ativa e 
independentemente os conteúdos sistematizados (LIBÂNEO, 2008, p.53).
 Contudo, elaborar situações de aprendizagem não é fácil e deve ser orientado por 
métodos, técnicas e currículos. Para ter o que ensinar, é necessário um conteúdo, 
que é o núcleo de ensino, porém qual a melhor forma de transmitir aos estudantes? 
Inicialmente um bom planejamento pode ajudar nessa tarefa, organizando os temas, 
definindo as direções e avaliando as atividades pedagógicas. Porém, ao longo da 
atividade docente, o ensino pode se modificar, baseados em vários fatores: ritmo de 
trabalho dos estudantes, interesse específico por um determinado tema, necessidade 
de aprofundamento maior de algum aspecto do conteúdo, dentre outros. Para não 
nos perdemos nesse processo, contamos com um currículo bem elaborado.
 O currículo escolar se apresenta como o agente principal na construção do saber e na 
liberdade a ser alcançada através do conhecimento. A utilização do termo currículo 
foi encontrada em registros do século XVII, sempre atrelado a um projeto de controle 
do ensino e da aprendizagem, isto é, da atividade prática da escola. Desde os seus 
primórdios, currículo envolvia uma associação entre o conceito de ordem e método, 
caracterizando-se como um instrumento facilitador da administração escolar (CEAE, 
2007).
O CEAE (2007) apresenta duas grandes vertentes do campo do currículo neste 
século: sendo a primeira, com preocupação central sobre a construção de modelos 
de desenvolvimento curricular; e a segunda, toda a ênfase recai na compreensão do 
currículo escolar como espaço conflitivo de interesses e culturas diversos.
O currículo deve ser entendido como a cultura real que surge de uma série de 
processos, e não como um objeto delimitado e estático que se pode planejar e depois 
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SUMÁRIO
implantar. Jamais devemos pensar que as decisões já vêm prontas. Ao realizar as 
atividades acadêmicas em sala de aula, os conteúdo devem sempre se remeterem 
ao mundo exterior, as relações grupais, o uso e o aproveitamento de materiais, as 
práticas de avaliação, entre outros, tudo isso é dinâmico e muda de acordo com 
cada realidade.
De acordo com Forquin (1996) citado pelo CEAE (2007) currículo é o conjunto 
daquilo que se ensina e daquilo que se aprende, tendo como base um dado ciclo 
de estudos. Portanto, o currículo é um programa de estudos ou um programa de 
formação, com coerência didática e com continuidade temporal, ou seja, de acordo 
com a organização sequencial das situações e das atividades de aprendizagem às 
quais dá lugar.
Devemos ter consciência que o currículo vai muito além do que um simples programa 
de estudos, um texto em sala de aula ou o vocabulário de um curso. Currículo é 
muito mais, é uma forma de representar a introdução de uma forma particular de 
vida; ele serve, em parte, para preparar os estudantes para posições dominantes 
ou subordinadas na sociedade existente. O currículo favorece certas formas de 
conhecimento sobre outras e afirma os sonhos, desejos e valores de grupos seletos de 
estudantes sobre outros grupos, com frequência discriminando certos grupos raciais, 
de classe ou gênero (MCLAREN, 1977, p. 216, apud CEAE, 2007).
De acordo com Ferreira (2000 apud Costa, 2006, p.82), o currículo tornou-se 
fundamental quando se tratar de conteúdos e práticas voltadas à solidariedade, 
representatividade social e formação da cidadania. O planejamento de cursos, de 
disciplinas, de planos de estudo, do elenco disciplinar e seus respectivos conteúdos, 
são fundamentais para sua elaboração sobre a atividade de docentes e estudantes. 
Ambientes de aprendizagem, recursos humanos, físicos, financeiros, os tipos e 
modos de avaliação além do tempo para sua realização também são importantes 
na elaboração de um currículo. A participação da comunidade escolar e local em 
conselhos escolares ou equivalentes é fundamental no sentido de delegar aos 
sistemas de ensino a definiçãodas normas de gestão democrática.
Quando se tratar da gestão da escola pública, ao pensar nesses princípios pensa-se em 
uma nova escola, onde novos processos de participação devem ser implementados, 
envolvendo comunidade, docentes, coordenadores, supervisores, orientadores 
educacionais, pais e estudantes na definição das políticas e na orientação para a 
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gestão do sistema com autonomia para a escola (DOURADO; AGUIAR, 2002, p.153).
De forma ampla podemos conceituar o currículo como um plano pedagógico e 
institucional para orientar a aprendizagem dos estudantes de forma sistemática. 
Porém, cabe observar que esta ampla definição pode adotar variantes com diferentes 
concepções de aprendizagem que orientam o currículo. De forma mais clara para o 
entendimento é se ter consciência sobre o processo de aprender e ensinar, onde o 
conceito de currículo varia, como também varia a estrutura sob a qual é organizado 
(DAVINI, 1989).
Sacristán (2000, p. 15-6), afirma:
Que o currículo é uma práxis antes que um objeto estático emanado de um 
modelo coerente de pensar a educação ou as aprendizagens necessárias das 
crianças e dos jovens, que tampouco se esgota na parte explícita do projeto 
de socialização cultural nas escolas. É uma prática, expressão, da função 
socializadora e cultural que determinada instituição tem, que reagrupa em 
torno dele uma série de subsistemas ou práticas diversas, entre as quais se 
encontra a prática pedagógica desenvolvida em instituições escolares que 
comumente chamamos de ensino. 
O currículo propicia o diálogo entre agentes sociais, elementos técnicos, estudantes 
que reagem frente a ele e docentes que o modelam. Assim, julgamos importante 
apresentar alguns tipos de currículos.
Para definir o currículo formal temos como principal característica a transmissão de 
conhecimento, divididos em disciplinas. É feito um estudo isolado dos problemas e 
processos concretos do contexto social em que se dão; aprendizagem por acumulação 
de informações obtidas em livros ou processadas por outros; o convencionalismo e a 
rigidez (DAVINI, 1983).
Portanto, cabe ressaltar que currículo tradicional tem uma estrutura interna baseada 
no tipo teórico-dedutiva onde se parte das premissas gerais da ciência, formalizadas 
em disciplinas (nível abstrato) para depois abordar as situações práticas. Supõe-se que 
os estudantes informados da teoria realizarão uma aplicação automática e adequada 
diante de casos concretos.
Um passo importante para superar o currículo formal foi dado pelas experiências do 
currículo por assuntos ou problemas. Neste, parte-se da identificação e da definição 
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DIDÁTICA
SUMÁRIO
de problemas ou objetos da realidade (por exemplo: a alimentação, as condições de 
saneamento básico, entre outros) elaborando-se unidades de ensino-aprendizagem 
em torno destes assuntos (DAVINI, 1993).
Em uma estrutura interna de outro exemplo de currículo é indutivo-teórica, onde 
implica a seleção e ordenação de objetos ou assuntos extraídos da realidade, próprias 
da prática social de uma determinada profissão. Diante disso, procuram-se os dados 
e teorias, contendo tanto componentes científicos quanto técnicos, pertinentes ao 
contexto social onde acontecem tais problemas.
Assim, os estudantes não são estimulados através da memorização passiva de dados e 
sim a partir da investigação e compreensão dos problemas, ou seja, a sua participação 
ativa no processo contribui na construção de seu próprio conhecimento.
O currículo integrado no que lhe concerne, é determinando como um plano 
pedagógico que articula dinamicamente trabalho e ensino, prática e teoria, ensino e 
comunidade. Contudo, as relações entre trabalho e ensino, entre os problemas e suas 
hipóteses de solução devem ter sempre, como base, as características socioculturais 
do meio que se desenvolve o processo.
Este Currículo Integrado é uma opção educativa que concede:
 > Uma efetiva integração entre ensino e prática profissional;
 > A real integração entre prática e teoria e o imediato teste da prática;
 > Um avanço na construção de teorias a partir do anterior;
 > A busca de soluções específicas e originais para diferentes situações;
 > A integração ensino-trabalho-comunidade.
 > A integração docente-estudante na investigação e na busca de esclarecimentos;
 > A adaptação a cada realidade local e aos padrões culturais próprios de uma 
determinada estrutura social.
Ao apresentar esses currículos, pretendemos demonstrar uma pedagogia que 
prepara o estudante para atuar como sujeito ativo, reflexivo, criativo e solidário, porém 
para que isso aconteça, os processos de memorização de informações e a execução 
mecânica de certos comportamentos deverão ser abolidos. O importante é criar 
condições para que estudante construa ativamente o seu próprio conhecimento. 
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Portanto, a aprendizagem se dará como resultado da assimilação ativa a partir da 
própria prática do sujeito e das sucessivas mudanças provocadas pela informação 
gradativamente assimilada.
 Em se tratando de método, podemos afirmar que é formado por um conjunto de 
técnicas, com a instrução de estudo, aplicação, desenvolvimento e aprendizagem. 
 Cabe ressaltar que existe distinção entre o método (o procedimento para alcançar 
objetivos) e a metodologia (o estudo do método). Não cabe ao metodólogo analisar 
e verificar conhecimento previamente obtido e assentido pela ciência: a sua tarefa 
consiste em procurar estratégias válidas para aumentar o dito conhecimento.
 Ao definir Metodologia abordamos a sua etimologia, onde é uma palavra composta 
por três vocábulos gregos: metà (“para além de”), odòs (“caminho”) e logos (“estudo”). 
O conceito faz alusão aos métodos de investigação que permitem obter certos 
objetivos numa ciência. A metodologia também pode ser aplicada à arte, quando se 
efetua uma observação rigorosa. Como tal, a metodologia é o conjunto de métodos 
que regem uma investigação científica ou numa exposição doutrinal.
 Assim, a metodologia é parte do processo de investigação (método científico) que 
vem na sequência da propedêutica e que possibilita a sistematização dos métodos e 
das técnicas necessárias para a levar a cabo. A título de esclarecimento, a propedêutica 
é o conjunto de saberes e disciplinas que são necessários para preparar o estudo de 
uma matéria. O termo provém do grego pró (“antes”) e paideutikós (“referente ao 
ensino”).
 Melhor dizendo, a metodologia é uma etapa específica que procede de uma posição 
teórica e epistemológica, para a seleção de técnicas concretas de investigação. Assim, 
a metodologia depende dos postulados que o investigador acredita serem válidos, já 
que a ação metodológica será a sua ferramenta para analisar a realidade estudada.
 Voltando ao método, que tem como conceito as ações do docente no sentido de 
organizar as atividades de ensino, a fim de que os estudantes possam atingir os 
objetivos em relação a um conteúdo específico, tendo como resultado a assimilação 
dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognitivas e operativas dos 
estudantes.
 Os métodos de ensino utilizados pelo docente devem ser claros e estimular os 
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DIDÁTICA
SUMÁRIO
estudantes à atividade mental, melhor dizendo, o método de ensino deve fazer 
com que o estudante utilize suas habilidades para construir o conhecimento e não 
simplesmente “Aprender fazendo”. O docente deve esclarecer sobre os objetivos da 
aula e sobrea importância dos novos conhecimentos na sequência dos estudos, ou 
para atender a necessidades futuras.
Para saber mais...
CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ENSINO
Em função das características de cada matéria, o professor organiza e seleciona 
os métodos de ensino e vários procedimentos didáticos.
Os métodos de ensino podem ser classificados de acordo com um critério 
básico, segundo os seus aspectos externos (os conteúdos de ensino):
1. Método de exposição pelo professor
Nesse método, a atividade dos alunos é receptiva, embora, não necessariamente 
passiva, cabendo ao professor a apresentação dos conhecimentos e habilidades, 
que podem ser expostos das seguintes formas:
• Exposição verbal - como não há relação direta do aluno com o material 
de estudo, o professor explica o assunto de modo sistematizado, 
estimulando nos alunos motivação para o assunto em questão.
• Demonstração – o professor utiliza instrumentos que possam representar 
fenômenos e processos, que podem ser, por exemplo: visitas técnicas, 
projeção de slides.
• Ilustração - é utilizada pelo professor, tal como na demonstração, a 
apresentação de gráficos, sequências históricas, mapas, gravuras, de 
forma que os alunos desenvolvam sua capacidade de concentração e 
de observação.
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• Exemplificação - nesse processo, o professor faz uma leitura em voz 
alta, quando escreve ou fala uma palavra, para que o aluno observe e 
depois repita. A finalidade é ensinar ao aluno o modo correto de realizar 
uma tarefa.
2. Método de trabalho independente
Esse método consiste na aplicação de tarefas para serem resolvidas de forma 
independente pelos alunos, porém dirigidas e orientadas pelo professor. A maior 
importância do trabalho independente é a atividade mental dos alunos, para 
que isso ocorra de forma adequada é necessário que as tarefas sejam claras, 
compreensíveis e à altura dos conhecimentos e da capacidade de raciocínio 
dos alunos, tendo o professor que assegurar condições para que o trabalho seja 
realizado e acompanhar de perto a sua realização.
3. Método de elaboração conjunta
A forma mais típica desse método é a conversação didática, onde o professor 
através dos conhecimentos e experiências que possui, leva os alunos a se 
aproximar gradativamente da organização lógica dos conhecimentos e a 
dominar métodos de elaboração das ideias independentes.
A forma mais usual de aplicação da conversação didática é a pergunta, tanto do 
professor quanto dos alunos. Para que o método tenha validade e aplicabilidade 
é necessário que a preparação da pergunta seja feita com bastante cuidado, 
para que seja compreendida pelo aluno. Por isso, esse método é reconhecido 
como um excelente procedimento para promover a assimilação ativa dos 
conteúdos, suscitando a atividade mental, através da obtenção de respostas 
pensadas sobre a causa de determinados fenômenos, avaliação crítica de uma 
situação, busca de novos caminhos para soluções de problemas.
4. Método de trabalho em grupo
Esse método consiste, basicamente, em distribuir temas de estudo iguais ou 
diferentes a grupos fixos ou variáveis, compostos de três a cinco alunos, e que 
para serem bem sucedidos é fundamental que haja uma ligação orgânica 
entre a fase de preparação, a organização dos conteúdos (planejamento) e a 
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SUMÁRIO
comunicação dos seus resultados para a turma.
Entre as várias formas de organização de grupos, destacamos as seguintes:
• Debate - consiste em indicar alguns alunos para discutir um tema polê-
mico perante a turma.
• Philips 66 - para se conhecer de forma rápida o nível de conhecimento 
de uma classe sobre um determinado tema, o professor organiza seis 
grupos de seis alunos que discutirão a questão em poucos minutos (seis 
minutos) para apresentarem suas conclusões. Pode ser organizado tam-
bém em cinco grupos de cinco alunos, ou ainda em dupla de alunos.
• Tempestade Mental - esse método é utilizado de forma a ser dado um 
tema, os alunos dizem o que lhes vem à cabeça, sem preocupação com 
censura. As idéias são anotadas no quadro-negro e finalmente só é sele-
cionado o que for relevante para o prosseguimento da aula.
• Grupo de Verbalização – Grupo de Observação (GV–GO) - nesse método, 
parte da classe forma um círculo central (GV) para discutir um tema, en-
quanto os demais formam um círculo em volta para observar (GO). O GO 
deve observar, se os conceitos empregados na discussão são corretos, se 
os colegas estão lidando bem com a matéria, se estão todos participan-
do, etc.
• Seminário - Um aluno ou um grupo de alunos prepara um tema para 
apresentá-lo à classe.
REFERÊNCIA
LIBÂNEO, JOSE CARLOS. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
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 Assim, percebe-se que o ensino não é apenas uma mera transmissão de informações. 
É um trabalho de mediação desenvolvido pelo docente, que organiza os estudos do 
estudante, tornando o processo bem eficaz.
 Cabe ressaltar que o ensino só é bem-sucedido quando os objetivos elencados 
pelo docente coincidem com os objetivos de estudo e aprendizagem do estudante. 
Entretanto, para isso acontecer, docentes e estudantes precisam construir entre si 
uma relação recíproca de confiança e autonomia. Nesse campo, também podemos 
contar com as contribuições da didática que é capaz de construir um elo entre 
estudantes, docentes e os conhecimentos.
 Apresentamos algumas das ações docentes capazes de construir esse elo. Libâneo 
(2008, p.71) nos indica três caminhos:
• Assegurar aos estudantes o domínio mais seguro e duradouro possível dos 
conhecimentos científicos;
• Criar as condições e os meios para que os estudantes desenvolvam capaci-
dades e habilidades intelectuais de modo que dominem métodos de estudo 
e trabalho intelectual visando a autonomia no processo de aprendizagem e 
independência de pensamento;
• Orientar as tarefas de ensino para objetivos educativos de formação de per-
sonalidade, isto é, ajudar os estudantes a escolherem um caminho na vida, a 
terem atitudes e convicções que norteiem suas opções diante dos problemas 
e situações da vida real.
 Ao refletirmos as ações de Libâneo, encontramos que o sentido do ensino está 
na aprendizagem significativa, nos saberes úteis à vida do estudante. Esses 
conhecimentos ganham sentido quando são capazes de orientar além da atividade 
escolar, mas também a vida cotidiana dos estudantes. Este é o caráter educativo do 
ensino. Por fim, acabamos de compreender os processos de ensino, agora focaremos 
na aprendizagem.
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SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Identificar os tipos de 
aprendizagem
• Apresentar a didática 
como facilitadora da 
aprendizagem
UNIDADE 3
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3 DIDÁTICA CONTRIBUINDO 
COM A APRENDIZAGEM
3.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, identificamos que a aprendizagem se efetiva realmente quando o 
estudante é capaz de utilizar seus conhecimentos casuais para fundamentar novos 
conhecimentos científicos. Esse processo ocorre por meio da mediação do docente. 
Essa mediação pode ser feita mediante comparações e generalizações que tornam o 
uso dos conceitos cotidianos conscientes e voluntários.
Assim, torna-se evidente que a construção de novos conhecimentos exige 
corresponsabilidade entre docentes e estudantes no processo de aprendizagem
Pensar na importânciada didática, nós voltamos para a forte relação entre os 
conceitos que se empregam no ensinar e aprender. Sabemos que vários são os fatores 
que afetam o processo de ensino-aprendizagem, porém aprender é o processo de 
assimilação de qualquer forma de conhecimento, desde as formas mais simples até 
as mais complexas. 
Entretanto, para que se possa haver aprendizagem é necessário que haja todo um 
processo de assimilação onde o estudante com a orientação do docente passa 
a compreender, refletir e aplicar os conhecimentos que foram obtidos, assim à 
aprendizagem é observada com a colocação em prática por parte do estudante dos 
conhecimentos que foram transmitidos durante uma aula ou atividade.
É necessário um processo de assimilação ativa que para ser efetivo necessita de 
atividades práticas em várias modalidades e exercícios, nos quais se pode verificar a 
consolidação e aplicação prática de conhecimentos e habilidades (LIBÂNEO, 1994). 
Porém, tal prática não anula as outras, mas que o processo de assimilação ativo é 
composto de diversos componentes como os objetivos, conteúdos, métodos e formas 
organizativas.
A motivação é um fator importante para que se aconteça a aprendizagem, porém 
pode acontecer de duas formas: intrínseca e extrínseca, conforme afirma Libâneo 
(1994, p.88): 
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DIDÁTICA
SUMÁRIO
A motivação é intrínseca quando se trata de objetivos internos, como a satis-
fação de necessidades orgânicas ou sociais, a curiosidade, a aspiração pelo 
conhecimento; é extrínseca, quando a ação da criança é estimulada de fora, 
como as exigências da escola, a expectativa de benefícios sociais que o estu-
do pode trazer, a estimulação da família, do docente ou dos demais colegas. 
(LIBÂNEO, 1994, p. 88)
Assim, para que a aprendizagem seja efetivada é preciso que o docente organize 
o conteúdo de uma maneira a atender as necessidades do estudante para que ele 
descubra suas possibilidades.
Entretanto, devemos ter consciência que aprender de forma alguma pode 
ser comparado ou relacionado com apenas decorar conteúdos que em nada 
acrescenta nos pensamentos e habilidades do estudante. A aprendizagem é algo 
que transforma o pensamento, não se trata de uma estagnação onde os conteúdos 
em nada influenciam na forma do individuo agir, porém para que se possa haver a 
aprendizagem o estudante necessita ser estimulado com conteúdos de seu alcance, 
textos que tratem de sua realidade. Somente quando o estudante demonstra através 
de ações alguma forma de mudança crítica podemos dizer que realmente existiu a 
aprendizagem.
Não é de agora que pesquisadores se empenham em compreender os processos 
de aprendizagem. Algumas teorias psicológicas tentam explicar como acontece o 
momento da aquisição do conhecimento, porém, divergem em alguns pontos, mas 
são unânimes em alguns princípios, quais sejam: a) as aprendizagens dependem 
das características singulares de cada um dos estudantes; b) na maioria das vezes, 
correspondem às experiências de cada um desde o nascimento; c) a forma e o ritmo 
de como se aprende depende das capacidades, motivações e interesses de cada 
um; e d) a forma como se produz a aprendizagem é resultado de processos que são 
singulares e pessoais. 
Em conformidade com o exposto, os conteúdos de aprendizagem são tudo aquilo 
que se tem que aprender para alcançar objetivos que favoreçam o desenvolvimento 
das outras capacidades: física, afetiva, de relação interpessoal, de inserção social, ética 
e estética. 
Assim, estes conteúdos de aprendizagem podem ser do tipo conceitual, procedimental 
e atitudinal. Os conceitos são fatos, objetos ou símbolos que têm características comuns 
e que precisam ser compreendidos, o que se dará quando souber utilizá-los para a 
interpretação, compreensão ou exposição de um fenômeno, ou seja, compreender 
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vai muito além da reprodução, da cópia, dos enunciados: provoca um processo de 
elaboração e construção pessoal do conceito, com a finalidade de construir outras 
ideias. As atividades devem ser complexas, que favoreçam os novos conteúdos a se 
relacionarem com os conhecimentos prévios; atividades que favoreçam estas relações; 
que suponham um desafio, enfim, essas atividades devem favorecer a compreensão 
do conceito, a fim de utilizá-lo para a interpretação ou o conhecimento de situações. 
Em se tratando dos conteúdos procedimentais, definimos como regras, técnicas, 
métodos, habilidades: ler, escrever, desenhar, calcular, traduzir, pular, correr etc. A 
aprendizagem de um conteúdo procedimental implica na realização de ações 
ordenadas e com um fim, em exercitações, na reflexão sobre a própria atividade, 
e na aplicação em contextos diferentes (ZABALA, 1998). Os conteúdos atitudinais 
se referem a valores, normas e atitudes. Os valores são princípios que permitem às 
pessoas emitir um juízo sobre as condutas. São valores: a solidariedade, o respeito, 
a responsabilidade. As normas são padrões de comportamento determinados pela 
coletividade, indicando o que pode e o que não pode fazer. 
Portanto, para ensinar conteúdos procedimentais, as atividades devem partir de 
situações significativas e funcionais, a fim de que o conteúdo possa ser aprendido junto 
com a capacidade de poder utilizá-lo quando for conveniente. A maior característica 
desse tipo de conteúdo, é a exigência dos estudantes realizarem suas tarefas, primeiro 
com ajuda e depois de forma independente, mostrando sua competência no domínio 
do conteúdo aprendido.
Já as atitudes são tendências estáveis das pessoas para atuar de certa maneira: 
cooperar com os outros, ajudar as pessoas, respeitar o meio ambiente etc. Baseado 
nesses tipos de conteúdos, o docente irá ensinar tendo como referencial a capacidade 
que o estudante deverá desenvolver. 
Assim sendo, quanto aos conteúdos atitudinais, é importante sensibilizar os estudantes 
sobre as normas da escola e da sala de aula envolvendo-os nas decisões, fugindo das 
imposições e promovendo o intercâmbio entre eles para debater opiniões e ideias 
sobre tudo o que vai acontecer no âmbito tanto da escola quanto da sala, solicitando 
o compromisso de acatar e obedecer ao que ficou estabelecido. 
A aprendizagem de atitudes pressupõe um indicativo e uma reflexão sobre a 
possibilidade de encontrar modelos, de analisar e avaliar normas, de propor temas, 
que possibilite a análise de pontos positivos e negativos. Também os conteúdos de 
aprendizagem atitudinais propicia oportunidade de uma tomada de decisão. Ao 
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SUMÁRIO
planejar a aula, o docente deve adaptar os conteúdos atitudinais às necessidades e à 
realidade dos estudantes e, por isso, deve partir de seus conhecimentos prévios. 
Posteriormente devemos nos apropriar dos conflitos da realidade, isto é, aproveitar 
as experiências de cada um para promover o debate e a reflexão sobre os valores que 
decorrem dos diferentes pontos de vista. Diante do conhecimento pelo docente da 
existência destes três tipos de conteúdos de aprendizagem, cabe a ele decidir o que 
vai selecionar como maneira apropriada de administrar a aula, para que atenda de 
forma positiva o alcance dos objetivos propostos. 
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OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Conceituar e 
reconhecer a 
importância da 
avaliação escolar.
> Analisar diferentes 
formas de avaliação.
> Conhecer as principais 
características da 
avaliação escolar.
UNIDADE 4
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SUMÁRIO
4 AVALIAÇÃO DO ENSINO 
APRENDIZAGEM
4.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nessa unidade teremos a oportunidade de reconhecer a avaliação como o instrumento 
que o docente detecta os níveis de aprendizagem atingidos pelos estudantes e serve 
de base para se trabalhar e conseguir a qualidade necessária para um ensino eficaz.
Refletiremos agora sobre um assunto muito importante que é o processo de avaliação 
no espaço educacional escolar. Porém, cabe ressaltar que existem diversos dilemas 
que envolvem esse assunto, sendo que o maior deles se refere a dificuldade que 
os docentes ainda encontram na concepção e desenvolvimento do processo de 
avaliação. 
Nos dias atuais, com as mudanças ocorridas no campo educacional, devemos elaborar 
e repensar uma nova maneira de conceber e aplicar a avaliação em sala de aula. Na 
escola do século XXI, não podemos conviver com métodos e estratégias avaliativas 
tradicionais, uma vez que o ensino atual requer uma nova visão do ato de avaliar 
a aprendizagem. É retrógada a ideia de o docente usar somente um instrumento 
avaliativo, para ter a certeza de que o estudante aprendeu. Porém, ainda existem 
educadores com posturas resistentes a uma avaliação mais dialógica, qualitativa no 
sentido de valorizar o que o estudante aprendeu. Hoffmann (2003, p. 116), salienta:
Que a avaliação, enquanto relação dialógica vai conceber o conhecimento. 
Como apropriação do saber pelo estudante e pelo docente como ação 
reflexão-ação que se passa na sala de aula em direção a um saber aprimorado, 
enriquecido, carregado de significados, de compreensão.
Assim, julgamos importante, diante do exposto, reconhecer um significado inovador 
do processo de avaliação na escola. Portanto, esse assunto vem sendo abordado 
constantemente, com discussões para criação de um novo paradigma, porém, 
compreender e executar este processo na prática, ainda, se constitui num desafio 
para muitos educadores.
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De acordo com os maiores pesquisadores brasileiros, a avaliação escolar ainda tem 
uma função de caráter classificatório ou somativa o que representa uma realidade 
muito próxima de 50 anos atrás. Na realidade em que vivemos não é mais admissível 
a ideia de punir através da avaliação escolar. É preciso pensar que esse processo tem 
uma dimensão muito mais abrangente do que verificar o que o estudante aprendeu 
em determinado conteúdo.
Diante disso, trazemos algumas reflexões sobre a prática da avaliação, a questão do 
erro no processo de construção do conhecimento pelo estudante e como este é 
tratado e corrigido pelo docente em diferentes formas de avaliação. 
Outro ponto importante é sobre como avaliar o estudante no sistema de progressão 
continuada da aprendizagem, ressaltando algumas práticas avaliativas pertinentes à 
realização desse sistema contínuo de aprendizagem. A analise de várias concepções 
referente a avaliação se torna necessária, pois permite interpretar, valorizar e ampliar 
a visão sobre a ação avaliativa na escola.
4.2 ANALISES SOBRE A PRÁTICA DA 
AVALIAÇÃO ESCOLAR
De acordo com o dicionário Hoaiss, a palavra avaliação quer dizer: apreciar ou estimar 
o merecimento de; determinar a valia ou o valor, o preço, o merecimento, calcular, 
fazer a apreciação; ajuizar; ato ou efeito de avaliar; valor determinado pelos avaliadores. 
Considerando este significado, podemos perceber que a forma como a avaliação foi 
aí concebida, ela se apresenta como um conceito limitado ao caráter quantitativo, ou 
seja, expressa como uma atividade sem processo, sem reflexão.
Porém, a avaliação que cabe nossa reflexão, se refere a uma concepção mais 
abrangente e complexa, sendo concebida como um processo contínuo e permanente 
no ambiente educativo escolar.
Assim, faremos uma reflexão inicial: Para que serve a avaliação? Antes de tecermos 
algumas considerações, recorreremos a alguns doutrinadores que pesquisaram a 
avaliação educacional e que contribuíram no sentido de inovar o real significado da 
avaliação educacional escolar, transformando a concepção de simples ato de avaliar 
para uma concepção de processo contínuo de aprendizagem.
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SUMÁRIO
Segundo Perrenoud (2002), a avaliação serve para ajudar o estudante a aprender e a 
progredir rumo aos objetivos propostos. Serve para regular o trabalho do estudante 
orientando-o na realização das atividades. Serve para monitorar os percursos e 
progressões de aprendizagem do estudante de forma global. Serve para a resolução 
de problemas e falhas durante o processo de aprendizagem. Serve para contribuir 
para o desenvolvimento das capacidades dos estudantes e como ferramenta para 
melhorar a aprendizagem dos estudantes. 
Ao analisar as reflexões de Perrenoud vale chamar a atenção para a finalidade da 
avaliação como atividade reguladora do próprio estudante no seu processo de 
aprendizagem. A tarefa de regular a progressão das aprendizagens favorece a ele 
o desenvolvimento da sua autonomia, fazendo com que o estudante assuma a 
responsabilidade de aprender a aprender, continuamente.
Demo (2001) salienta que a avaliação serve para favorecer ao estudante a possibilidade 
de argumentar e contra-argumento e tentar achar a solução dos desafios dos 
conteúdos por diferentes percursos. Serve para favorecer ao estudante o aprendizado 
da crítica ao outro e da aceitação da mesma, bem como, o desenvolvimento da 
autonomia. 
Assim, é importante possibilitar ao estudante a oportunidade de buscar vários 
caminhos para aprender os conteúdos. Nessa perspectiva, interpretamos que nesse 
modelo de avaliação o estudante não vai temer o erro e vai construindo uma imagem 
positiva de si mesmo devido à Independência adquirida durante o processo de 
construção de sua aprendizagem.
De acordo com Hoffmann (2003), a avaliação serve para oportunizar o estudante a 
expressar suas ideias e retomar dificuldades inerentes aos conteúdos introduzidos e 
desenvolvidos. Serve para garantir ao docente o acompanhamento de cada estudante 
durante todas as etapas do processo de aprendizagem. Serve para a tomada de 
decisão do docente com base nos registros feitos sobre a evolução dos estudantes 
nas diferentes etapas do processo, tornando o estudante comprometido com tal 
processo. Serve para aproximar quem educa de quem é educado em benefício ao 
educando para que este descubra a si próprio e conheça as possibilidades do vir a 
ser. Serve para oferecer ao educando inúmera oportunidade de viverem muitas e 
desafiadoras situações de vida.
Diante do exposto, vale registrar a ideia da importância da aproximação do docente 
e do estudante no momento dos desafios da aprendizagem, pois essa interação se 
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torna fundamental para que o estudante tenha compromisso com sua tarefa de 
aprender e que conheça que há muitas possibilidades de vir a ser mais. 
De acordo com Luckesi (2000), a avaliação serve para integrar e incluir, no sentido de 
que cada um tenha desenvolvimento satisfatório na aprendizagem. Serve para avaliar 
uma situação, para promover a mudança, se necessário. Serve para diagnosticar a 
aprendizagem, direcionando e redirecionando aquilo ou aquele que precisa de ajuda. 
Serve para encaminhar os educandos para passos subsequentes da aprendizagem, 
à medida que, atingirem um nível satisfatório no que estava sendo trabalhado. 
Serve para reorientar a aprendizagem, caso se mostre insatisfatória. Serve como 
instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o 
estudante, tendo em vista,tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa 
avançar no seu processo de aprendizagem.
Assim, essas conclusões remetem-nos à ideia de que a avaliação serve como 
diagnóstico do estágio de aprendizagem em que o estudante se encontra. É bom 
notar que nesse modelo de avaliar o docente tem conhecimento do percurso do 
estudante, do estágio em que o estudante se encontra diante dos conteúdos que 
foram propostos. 
Por fim, devemos ter consciência de que a avaliação como um processo de construção 
do conhecimento pelo estudante com a mediação do docente e deve servir para 
acompanhar toda trajetória do estudante, no sentido de favorecer a regulação da sua 
aprendizagem, contribuindo para a sua autonomia e para aprendê-lo a aprender de 
maneira permanente. 
4.3 A AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA E 
SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM 
EDUCACIONAL ESCOLAR
Atualmente os temas relacionados a avaliação tem sido amplamente discutidos entre 
os pesquisadores da área, uma vez que já demonstra ser um assunto inesgotável. Não 
há dúvida de que a problemática do processo de avaliar o estudante é um desafio 
complexo para se resolver. Infelizmente, percebe-se que o discurso sobre a avaliação 
através de provas ainda impera no contexto escolar, como se esse instrumento, não 
pudesse ser substituído por outro. Uma demonstração disso é que grande parte das 
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SUMÁRIO
escolas no Brasil segue, ainda, parâmetros avaliativos tradicionais numa realidade 
cultural diferente da época em que esse modelo era o ideal. Valendo-se dessa ideia, 
vale a pena pensar: E quais são esses parâmetros avaliativos tradicionais? Eles seriam 
adequados na educação escolar de hoje?
A grande questão referente ao processo de avaliação tradicional é que classifica 
os estudantes em apenas dois grupos: o daquele que sabe e o daquele que não 
sabe. Não havia presente aí o conceito de estudante que aprende. Não se faziam 
interpretações de quando e como o estudante aprende. Nessa perspectiva o que 
interessava somente eram os resultados obtidos nas notas das provas.
Você deve estar se perguntando, onde pretendemos chegar com essas reflexões? À 
seguinte discussão: Esse modelo de avaliação é o retrato da seleção e classificação 
excludente. Hoffmann (2003, p.22), ilustra essa ideia quando afirma:
A verdade é que tal sistema classificatório é tremendamente vago no sentido 
de apontar falhas do processo. Não aponta as reais dificuldades dos estudantes 
e dos docentes. Não sugere qualquer encaminhamento, por que discrimina 
e seleciona antes de tudo. Apenas reforça a manutenção de uma escola para 
poucos.
Essas considerações de Hoffmann reforçam a ideia de que a forma como alguns 
docentes tratam e elaboram os instrumentos de avaliação, funcionam como algo 
engessado contra qualquer iniciativa de inovação ou novas maneiras de conceber o 
processo de avaliação contínua. 
Esse pensamento docente por muitas vezes foi influenciado através de uma cultura 
de que a avaliação é um instrumento usado, exclusivamente, para comprovar a 
promoção ou retenção dos estudantes. Não têm uma interpretação mais entendida 
do processo em sua amplitude. Hoffmann (2003) confirma essa ideia quando 
ressalta que no momento em que se questiona sobre a possibilidade de eliminar a 
avaliação da escola, há inúmeros docentes que é adeptos a essa ideia e até se sentem 
entusiasmados por ela. Porém observa que os mesmos não estão se referindo ao 
amplo processo que é a avaliação, mas à obrigatoriedade de elaboração, aplicação, 
correção e atribuição de notas.
Porém, cabe ressaltar que até o momento apresentamos somente consequências 
de uma avaliação classificatória, ou seja, um paradigma avaliativo que verifica, 
registra e seleciona os educandos como bons ou fracos. Esse modelo de avaliação 
foi denominado, por alguns educadores, de avaliação somativa, ou seja, consiste em 
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listar os estudantes pela quantidade de conhecimentos que eles dominam, como no 
caso, nas provas em finais de períodos, do vestibular ou de outros concursos.
Assim, levataremos algumas características da avaliação classificatória, tendo em vista 
ampliar a visão sobre um modelo de avaliar que não é adequado a uma educação 
escolar de qualidade. Entretanto, uma avaliação classificatória:
• Não oferece ao estudante a oportunidade de expressar suas ideias 
e aprendizagens;
• Tem como único instrumento de avaliação as provas e testes;
• Não favorece espaço de discussão e troca de culturas entre os estudantes;
• Prioriza a avaliação individual, exigindo respostas rígidas e sem abertura para 
outras reflexões; 
• Imprime certo e errado nas respostas;
• Não possibilita abertura para questionamento do estudante quanto 
ao resultado;
• Intimida a espontaneidade e as expressões das experiências.
Como percebem-se as características mencionadas, abordam princípios autoritários 
e excludentes. Atribui ao estudante à tarefa de obedecer aos critérios estabelecidos, 
sem o direito de emitir opiniões ou sugestões de qualquer natureza. 
De acordo com Luckesi (2000), a avaliação tem a função de classificar se constitui 
num instrumento frenado e estático do processo de crescimento. Subtrai da prática 
avaliativa aquilo que lhe é constitutivo: a tomada de decisão quanto à ação. Com a 
função classificatória, a avaliação não favorece o avanço e nem o desenvolvimento 
dos estudantes. 
Cabe ressaltar que não esgotaremos as discussões sobre esse modelo de avaliação 
que coloca o estudante em evidência sobre o seu desempenho, principalmente, 
quando este não é bem sucedido no processo de aprendizagem. Então, a partir 
das ideias, aqui colocadas, acreditamos ser possível concluir que o sistema de 
avaliação classificatória é uma forma vaga de avaliar, pois parte apenas de situações 
programadas. Seu principal objetivo é medir quantitativamente o conhecimento do 
estudante.
Entretanto, percebe-se a necessidade urgente de mudança nessa forma de avaliar na 
escola. É preciso que os educadores encontrem o verdadeiro significado da avaliação 
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para que se acabe de vez com a seleção, repetência e exclusão na escola. 
4.4 A QUESTÃO DO ERRO NA AVALIAÇÃO ESCOLAR
Como sabemos, é recorrente a ideia de que a escola concebe o erro como fonte de 
condenação e castigo. Culturalmente era tão forte esse pensamento que castigava-
se fisicamente ou atribuía outras formas violentas para mostrar ao estudante sua 
conduta, considerada errada pelos padrões da escola. Segundo Luckesi (2000), os 
castigos mais comuns eram: a utilização da régua escolar para bater no estudante 
quando este respondesse inadequadamente às perguntas do docente; outra prática 
era por meio da palmatória, instrumento com o qual o docente batia na palma da 
mão dos estudantes. Uma prática muito usada era a de colocar os estudantes de 
“joelhos” sobre grãos de milho ou feijão, ou, também, manda lós à frente da sala de 
aula e ficar de pé olhando para a parede.
Atualmente, acredita-se que os castigos físicos mais violentos são cada vez mais raros. 
Contudo, alguns castigos mais tênues, ainda acontecem na realidade de algumas 
escolas. 
Uma forma de castigar um pouco mais sutil que as anteriores, que existiu 
no passado e ainda existe, é a prática pela qual o docente cria um clima de 
medo, tensão e ansiedade entre os estudantes: faz uma pergunta a um deles, 
passando-a para um segundo, terceiro, quarto, e assim por diante, gerando 
tensão nos estudantes que podem vir a serem os subsequentes na chamada. 
Desde modo, a classe fica toda tensa, já que cada um espera ser o próximo.

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