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Psicologia Positiva parte II Conteúdo abordado 3. Valores humanos e sentido da vida 4. Otimismo Valores Humanos e Sentido da vida Alguns estudiosos trouxeram importantes contribuições para o estudo dos Valores Humanos, entre eles pode-se ressaltar: - Rokeach: foi pioneiro na medição dos valores humanos, a partir da década de 80; afirmava que todos têm os mesmos valores o que diferencia é a intensidade; criou uma classificação de valores instrumentais (modos de conduta) e valores terminais; - Inglehart: traz uma perspectiva cultural dos valores humanos e compreende a variação cultural em dois polos: materialista e pós-materialista; - Schwartz: estuda os valores com base em uma perspectiva cultural e outra individual e toma como base os dois outros autores supracitados; - Gouveia: criou a Teoria Funcionalista dos Valores Humanos, amplamente difundida pelo mundo; Os valores têm como função guiar os comportamentos e atitudes e expressar necessidades humanas básicas. Adentrando no tópico sobre Sentido da Vida, logo vem à mente um dos principais estudiosos que dissertaram sobre esse tema, Viktor Frankl, fundando uma abordagem psicoterapêutica centrada no sentido, a logoterapia. Essa perspectiva se baseia em três princípios: - liberdade de vontade: assume a condição humana de poder escolher e influenciar o rumo de sua própria vida, afastando a ideia de que somos totalmente determinados pelo ambiente; - vontade de sentido: “simplesmente aquilo que é frustrado no homem sempre que ele é tomado pelo sentimento de falta de sentido e de vazio” (Frankl, 1991, p. 25); - sentido da vida: se há uma busca por um sentido, é porque há um sentido a ser encontrado (Frankl, 2008); A busca por sentido é um processo constante e é necessário que existam desafios na vida, algo que nos mobilize. O sentido nos direciona e tem uma importante participação na promoção da saúde mental. Como esses dois temas se relacionam? Percebe-se que os valores se constituem como caminho para que o ser humano encontre sentido e significado em sua vida, a realização do sentido corresponde à realização dos valores. Na teoria de Frankl, os valores e o sentido produzem uma relação evidente entre si. Otimismo Compreende-se o otimismo como uma expectativa de que coisas positivas acontecerão no futuro (Carver & Scheier, 2014). Considera-se que um comportamento otimista influencia em maiores níveis de bem-estar, motivação para alcançar objetivos e capacidade de lidar com os acontecimentos negativos (Segerstrom, Carver, & Scheier, 2017). Há três teorias principais que explicam o otimismo, as quais explico brevemente abaixo: - Teoria do estilo explicativo: (Seligman et al., 1984) refere-se a como a pessoa explica para si mesma a causa do acontecimento, compreendendo os eventos negativos como temporários e/ou crendo que os eventos positivos são mais frequentes; - Otimismo disposicional: (Carver & Scheier, 2002) consiste na expectativa relativamente estável de que os eventos futuros terão um resultado positivo, para essa teoria o comportamento da pessoa está orientado para os objetivos a serem alcançados; - Otimismo fundado: (Palenzuela, 1987) é baseado em uma perspectiva realista dos acontecimentos futuros positivos e negativos, assim conseguem enfrentar as dificuldades da vida; Fazendo um comparativo entre otimismo e pessimismo, observa-se que a mesma pessoa pode ter ambos os comportamentos diante de diferentes situações, entretanto, uma perspectiva mais otimista está melhor relacionada com maiores níveis de bem-estar e o pessimismo se relaciona com maiores níveis de desistência e nível de saúde mais baixo. Referências básicas Aquino, A., Véras, A. S., Braga, D. O., Vasconcelos, S. X. P., & Silva, L. (2015). Logoterapia no contexto da psicologia: Reflexões acerca da análise existencial de Viktor Frankl como uma modalidade de psicoterapia. Logos e Existência: revista da Associação Brasileira de Logoterapia e Análise Existencial, 4(1), 45-65. Gouveia, Valdiney V., et al. "Teoria funcionalista dos valores humanos: aplicações para organizações." RAM. Revista de Administração Mackenzie 10.3 (2009): 34-59. Gouveia, V. V., Martínez, E., Meira, M., & Lemos, T. M. (2001). A estrutura e o conteúdo universais dos valores humanos: análise fatorial confirmatória da tipologia de Schwartz. Estudos de psicologia, 6(2), 133-142. Na continuação da Parte III 5. Esperança 6. Procrastinação por Maria Teresa S. C. Cornélio graduanda em Psicologia Junho de 2021
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