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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO 
BRASIL
2019
Profª. Andréa Oliveira Hopf Diaz
Profª. Josélia Elvira Teixeira
GABARITO DAS 
AUTOATIVIDADES
2
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
UNIDADE 1
TÓPICO 1 
1 Explique por que Portugal foi o primeiro país a dar início às Grandes 
Navegações.
R.: Portugal aparecerá como o primeiro país a se lançar aos mares por causa 
da sua posição geográfica favorável, o comércio pesqueiro, a ideia de divulgar 
o cristianismo, a conquista de novas terras e metais preciosos, que estavam 
escassos na Europa, são os principais fatores que impulsionam o pioneirismo 
português nas grandes navegações e colonização.
2 Qual foi o interesse dos europeus nas Índias? E por quê?
R.: Portugal e Espanha buscavam novas rotas de comércio para o Oriente em busca 
das especiarias, tais como cravo, noz-moscada, pimenta, gengibre, canela, açafrão, 
produtos esses que eram utilizados para que os alimentos não estragassem, assim 
como artigos de luxo como porcelanas, tecidos de seda marfim, ouro e outros para 
vender na Europa que eram fonte de muita riqueza na época. 
3 Explique por que Portugal não aceitou a Bula Inter Coetera e foi 
estabelecido um novo acordo conhecido como Tratado de Tordesilhas.
R.: Bula Inter Coetera assinado pelo papa Alexandre VI, no qual ficou 
estabelecida a divisão de 100 léguas oeste das Ilhas de Cabo Verde para a 
Espanha e a leste para Portugal. No entanto, esse acordo não foi firmado, 
porque a Espanha teria muitas vantagens em relação a Portugal. Então, em 
1494, Portugal e Espanha passaram a disputar a posse das terras e acordaram 
um novo acordo conhecido como Tratado de Tordesilhas que determinava 
a divisão das terras sendo pertencente a Espanha 370 léguas oeste, e para 
Portugal 370 léguas a leste da ilha de Cabo Verde.
4 Explique por que as especiarias eram tão importantes para o mercado 
europeu no século XV. 
R.: Eram importantes para conservar e melhorar o sabor dos alimentos, 
inclusive utilizadas como perfume, afrodisíaco, incenso etc. Portugal assumiu 
o comércio da pimenta que era monopólio de Veneza, considerada na época 
a especiaria mais cara da Índia, produto que passou a dar muito lucro para 
os portugueses.
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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
5 O que levou a Espanha, no século XV, a entrar na corrida das Grandes 
Navegações Marítimas?
R.: O objetivo foi pensando na procura de uma rota acessível ao comércio 
das especiarias que, até então, pertenceu e enriqueceu os venezianos. Os 
projetos de Colombo visavam encontrar novas rotas para chegar ao Oriente, 
acreditava que navegando sempre em direção ao Ocidente baseando-se no 
princípio da esfericidade da Terra chegaria às Índias. 
6 Descreva como os espanhóis chegaram ao novo mundo.
R.: Os reis espanhóis Fernando e Isabel investiram na viagem de Colombo 
com o objetivo de encontrar uma nova rota contornando o périplo africano 
para chegar às Índias em busca das especiarias. No entanto, com apoio de 
Pinzón, Colombo partiu no dia 3 de agosto de 1492 do Porto de Palos, com três 
caravelas Santa Maria, a Pinta e a Nina. Em 12 de outubro de 1492 chegou 
às terras que somente mais tarde descobriram que era um novo continente 
que posteriormente se chamaria América, terras essas que ele denominou 
de San Salvador e era chamada pelos indígenas de Guanaani.
7 Elabore um texto sobre as principais características das grandes 
navegações portuguesas no século XV, seguindo o mapa conceitual.
R.: Resposta pessoal. Exemplo: Com a ascendência ao capitalismo e com a 
queda do feudalismo, o poder passou a ser centralizado nas mãos dos reis. 
O absolutismo substituiu os senhores feudais. As descobertas de novas terras 
em busca de metais preciosos e o domínio de novos continentes como Ásia, 
África e as Américas também serão fundamentais para as transformações 
que estavam ocorrendo no sistema de economia do mundo. A Igreja Católica 
tinha interesse em difundir o Cristianismo entre os povos das novas terras 
descobertas. Portugal também fundou a Escola de Sagres a qual buscava 
apropriar-se de progressos técnicos, com o desenvolvimento dos estudos da 
Astronomia, e a descoberta de novos instrumentos de navegação (bússola 
e astrolábio), a construção de embarcações apropriadas para as longas 
viagens e a fabricação de armas de fogo, que facilitavam a dominação dos 
povos primitivos. 
8 Leia o trecho do diário de Colombo e em seguida analise como ele 
viu os povos ao chegar no novo continente.
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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
Trechos do diário da descoberta da América por
Cristóvão Colombo ao encontrar outros povos.
“O que se segue são palavras textuais do Almirante, em seu livro sobre 
a primeira viagem e descobrimento dessas Índias: Eu – diz ele –, porque 
nos demonstraram grande amizade, pois percebi que eram pessoas que 
melhor se entregariam e converteriam à nossa fé pelo amor e não pela 
força, dei a algumas delas uns gorros coloridos e umas miçangas que 
puseram no pescoço, além de outras coisas de pouco valor, o que lhes 
causou grande prazer e ficaram tão nossos amigos que era uma maravi-
lha. Depois vieram nadando até os barcos dos navios onde estávamos, 
trazendo papagaios e fio de algodão em novelos e lanças e muitas outras 
coisas, que trocamos por coisas que tínhamos conosco, como miçangas 
e guizos. Enfim, tudo aceitavam e davam do que tinham com a maior boa 
vontade. Mas me pareceu que era gente que não possuía praticamente 
nada. Andavam nus como a mãe lhes deu à luz; inclusive as mulheres, 
embora só tenha visto uma robusta rapariga. E todos os que vi eram 
jovens, nenhum com mais de trinta anos de idade: muito bem-feitos, de 
corpos muito bonitos e cara muito boa; os cabelos grossos, quase como 
o pelo do rabo de cavalos, e curtos, caem por cima das sobrancelhas, 
menos uns fios na nuca que mantêm longos, sem nunca cortar. Eles se 
pintam de preto, e são da cor dos canários, nem negros nem brancos, 
e se pintam de branco, e de encarnado, e do que bem entendem, e 
pintam a cara, o corpo todo, e alguns somente os olhos ou o nariz. Não 
andam com armas, que nem conhecem, pois lhes mostrei espadas, que 
pegaram pelo fio e se cortaram por ignorância. Não tem nenhum ferro: 
as suas lanças são varas sem ferro, sendo que algumas têm no cabo um 
dente de peixe e outras uma variedade de coisas. Todos, sem exceção, 
são de boa estatura, e fazem gesto bonito, elegantes. Vi alguns com 
marcas de ferida no corpo e, por gestos, perguntei o que era aquilo e 
eles, da mesma maneira, demonstraram que ali aparecia gente de outras 
ilhas das imediações com a intenção de capturá-los e então se defen-
diam. E eu achei e acho que aqui vêm procedentes da terra firme para 
levá-los para o cativeiro. Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois 
noto que repetem logo o que a gente diz e creio que depressa se fariam 
cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu, comprazen-
do a Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis 
deles para Vossas Majestades, para que aprendam a falar. Não vi nesta 
ilha nenhum animal de espécie alguma, a não ser papagaios”. Todas as 
palavras que acabo de transcrever são do Almirante e nelas se refletem 
as impressões que colheu no primeiro contato com os índios”. 
FONTE: COLOMBO, Cristóvão. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e 
o testamento. Disponível em: <http://www.lpm.com.br/livros/Imagens/diarios_da_descober-
ta_da_america.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2018.
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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
R.: Ao chegar no novo continente achando que eram as Índias Cristóvão 
Colombo encontrou pessoas diferentes que foram amigáveis. Portanto, 
segundo o relato essas pessoas poderiam ser bons serviçais e habilidosos. 
TÓPICO 2 
1 Descreva as principais motivações que trouxeram os primeiros 
colonos para o Brasil.
R.: O colono será um colono branco que busca recursos para a produção 
de bens e produtos de valor comercial e o trabalho era recrutado por meio 
da escravidão, seja do negro africano ou dos nativos indígenas. O perfil dos 
colonizadoresque desbravaram as terras brasileiras não valorizava o trabalho 
manual. Os poucos artesãos que vieram para a colônia não se mantinham por 
muito tempo em seu ofício. Esse desprezo pelas atividades manuais somado 
com as crenças da Igreja Católica para manter a ordem feudal em Portugal, 
resultaram na fraca instalação da indústria de manufaturas em Portugal e se 
estendeu essa condição para a colônia. A falta de sucessão nos negócios 
impedia o aumento da produtividade e desenvolvimento produtivo. A falta 
de interesse pelos trabalhos manuais e a percepção católica são fatores 
apontados como impeditivos ao progresso econômico e desenvolvimento 
da indústria manufatureira no Brasil. O espírito aventureiro do português e 
a ânsia dele por prosperidade material rápida o traria às terras brasileiras.
2 Explique como foi a estratégia de ocupação das terras brasileiras e 
quais os principais produtos que tornaram-se alvo para o comércio 
externo.
R.: As buscas por ouro e prata pelos portugueses no início da colonização 
foram frustradas e a primeira atividade econômica que gerou rentabilidade 
para os portugueses foi a extração do pau-brasil, que era usado no tingimento 
de tecidos. No entanto, a rentabilidade da mercadoria pau-brasil era baixa se 
comparada com os outros produtos comercializados do Oriente. O interesse 
em comercializar o produto começou a diminuir quando o pau-brasil começou 
a extinguir-se na costa e aumentou seu custo de exploração. No entanto, 
existiam outras riquezas vegetais que poderiam ganhar aceitação no mercado 
europeu, e Portugal não podia deixar essas terras abandonadas com seus 
arrendatários e sem defesa. Assim, decorreram as feitorias, o que se fala 
de colonização nada mais é do que a instalação das feitorias comerciais, 
estabelecendo um povoamento. A produção de cana-de-açúcar começou 
a ampliar-se no litoral do Brasil. Devido o valor dele no mercado europeu, 
6
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
cresce o interesse na produção de açúcar na costa brasileira, voltada para 
o mercado externo.
3 Por que a Coroa portuguesa estabeleceu as donatarias na colônia? 
Como foram organizadas?
R.: Como a Coroa portuguesa neste momento não tinha como fazer grandes 
investimentos na colonização de tão extensas terras e uma ampla costa 
marítima, surgem as donatarias. Os portugueses também tinham medo da 
invasão dos franceses, então a a ocupação da colônia por meio de doações 
de terra seria uma solução para o povoamento. Os territórios foram doados 
e divididos entre a iniciativa privada. A Coroa portuguesa dividiu em lotes as 
terras e doou para 12 donatários ou capitães. Assim, a Coroa assegurava-se 
do apoio da iniciativa privada para iniciar o processo de colonização, com 
pouco investimento e além de tudo, conseguiria estabelecer novas receitas.
4 Por que o cultivo da cana-de-açúcar cresceu na colônia e o engenho 
transformou a economia colonial?
R.: Com a alta geral dos preços das mercadorias, devido ao fluxo de ouro e 
prata encontrado pelos espanhóis, o preço do açúcar também acompanhou o 
mercado internacional. Portugal, desde meados do século XV, já apresentava 
supremacia na produção do açúcar no mercado internacional. Com o 
estabelecimento do governo geral, Portugal estimulou a ascenção da indústria 
açucareira no Brasil. Portugal tomou medidas de estímulo como: na Capitania 
Real de São Salvador, isentou de impostos por 10 anos os novos engenhos e 
também concediam a eles privilégios de nobreza aos senhores de engenho. 
O engenho era a fábrica, compreendendo as instalações para o manuseio e 
fabricação do açúcar. O nome de engenho foi utilizado posteriormente também 
para designar a propriedade, suas terras e plantações, assim, engenho e 
propriedade canavieira tornaram-se sinônimos.
5 Discorra sobre a importância da mineração no Brasil colônia para 
as rendas da Coroa Portuguesa e como as descobertas de ouro 
evoluíram no período colonial?
R.: A mineração contribuiu para povoar o interior do país. O número que 
trabalhadores que se exigia para tal indústria, criava aglomerações e assim 
foram fundadas várias cidades e vilas. No entanto, as minas de ouro somente 
começaram a ser encontradas no Brasil e tomar importância econômica 
para Portugal no início do século XVII. Portugal, após várias guerras, estava 
refazendo-se e recém tinha conseguido sua independência do domínio do 
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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
Reino de Castela e incentivava que se encontrasse o metal precioso nas 
terras da África e do Brasil. Os primeiros achados massivos de produção de 
ouro foram em São Paulo e Minas Gerais, a produção foi aumentando com 
a participação de Mato Grosso e Goiás, a partir de 1720 a 1726. Ademais 
do ouro, também na mesma época foram encontrados diamantes, sendo o 
Brasil o primeiro grande produtor moderno, tornando monopólio brasileiro 
no século XVIII. Os rendimentos da Coroa portuguesa foram garantidos no 
século XVIII pelos quintos do ouro e também pelas jazidas de diamantes, 
que tornaram-se monopólio do Estado.
6 Quais foram os motivos que levaram ao declínio da exploração da 
mineração no Brasil?
R.: O Brasil obteve as suas fontes de riqueza desde o início da colonização 
do extrativismo e também da produção da cana-de-açúcar. Depois passou 
à mineração e com seu esgotamento passou a investir em outros cultivos, 
como o café que estava valorizado no mercado internacional. A decadência 
do ciclo da exploração da mineiração, observou-se já em meados do século 
XVIII e deu-se, fundamentalmente, porque o ouro encontrado nas jazidas 
começou a extinguir-se, devido às próprias características geológicas do ouro 
brasileiro que é de aluvião e se encontrava nos leitos dos rios ou próximo 
as suas margens. Outro motivo era a técnica problemática de exploração e 
retirada do ouro das rochas matrizes, faltava conhecimento técnico.
TÓPICO 3 
1 Quais foram os impactos da mudança da família real para o Brasil?
R.: A vinda do Regente D. João e da corte portuguesa para o Brasil marca 
profundamente a história e encerramento da colônia e propicia a sua 
independência da metrópole. Tão logo de desembarcar no Brasil, o regente 
assina o decreto que abriu os portos da colônia para todas as nações. O 
Brasil passaria por uma série de mudanças econômicas e administrativas 
com a corte portuguesa instalada aqui. O Rio de Janeiro tornou-se sede 
política, administrativa, econômica e financeira da monarquia. A continuidade 
do modelo econômico primário exportador se mantém após 1808, mas agora 
com o cultivo do café.
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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
2 Por que mesmo com a independência da metrópole, o Brasil não teve 
uma ruptura das estruturas estabelecidas na fase colonial?
R.: Em 1822 a Independência da metrópole foi proclamada, entretanto, os 
laços com a metropóle não permitiria uma mudança transformadora do cenário 
brasileiro. As oligarquias produziam para o mercado externo, tornando-se 
a Inglaterra o principal parceiro comercial do Brasil. A condução do Brasil 
passa às mãos do Regente D. Pedro I, ora o Brasil estava mais submetido 
à metrópole portuguesa ora estava mais dependente do comércio com os 
britânicos.
3 Como explicaria a permanência do trabalho escravo no Brasil mesmo 
com a pressão da Grã-Bretanha?
R.: Os fazendeiros escravocrátas brasileiros reclamavam que as imposições 
da Inglaterra abalavam a soberania do país, e consideravam a utilização 
da mão de obra escrava um assunto da política interna do Brasil. Sob a 
perspectiva dos fazendeiros do café, que possuiam uma cultura escravocrata, 
os negros escravizados nada mais eram que um investimento em capital fixo, 
que lhe confereriam lucros por meio do trabalho deles.
4 Construa argumentos favoráveis ou contrários sobre a utilização da 
mão de obra escrava no sistema capitalista.
R.: Argumentos favoráveis: D. Pedro II reinaria mantendo por mais meio 
século a escravidão e conservando o modelo agrárioexportador; este modelo 
previlegiava o cultivo de cana-de-açúcar e produção de açúcar,que era uma 
mercadoria altamente valorizada no mercado europeu, assim os fazendeiros 
obtinham alta lucratividade com o comércio internacional. A manutenção da 
mão de obra escrava era vista como necessária para a manutenção desse 
modelo agoroexportador.
Argumentos contrários: os ingleses passaram a tentar impedir o tráfico de 
escravos e a vigiar e impor limites para outros países, inclusive ao Brasil, 
isso encareceu os escravos que eram tratados como mercadorias. O trabalho 
escravo e servil, reduzia a potencialidade do mercado interno de consumo, 
impedindo a propagação e evolução do sistema capitalista no Brasil. O sistema 
capitalista precisa de mão de obra assalariada para aumentar a potencialidade 
de consumo no mercado. Portanto, alguns historiadores consideram o modelo 
adotado no Brasil colonial um sistema pré-capitalismo.
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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
5	 Por	que	a	Inglaterra	se	beneficiou	do	comércio	com	o	Brasil	após	a	
vinda da família real para o Brasil?
R.: A Inglaterra acaba tornando-se a grande beneficiária dessa mudança do 
Regente português ao Brasil. Pois um comandante inglês liderará a retomada 
de Portugal libertado das tropas francesas em 1809. Basicamente a Inglaterra 
(que estava em pleno desenvolvimento industrial) exportava para o Brasil 
artigos de algodão e lã, porcelanas, metais em bruto e trabalhados, produtos 
alimentícios e instrumentos náuticos. E também a Inglaterra comercializava 
diretamente os produtos primários brasileiros, como o algodão em rama, 
tabaco, charque, couros, peles, baunilha, cachaça, anil, cacau, madeiras, 
café, arroz, azeite de baleia, entre outros.
6 Como se explica o crescimento do cultivo do café do Brasil?
R.: A elevação do preço do café no mercado internacional tornou o café o 
novo ciclo produtivo brasileiro. O Brasil tornou-se, em meados do século XIX, 
monopolista da exportação de café. As lavouras de café no Brasil cresceram 
com a utilização do trabalho escravo e após a abolição, a imigração dos 
europeus substituiu o trabalho escravo. O declínio do ciclo do café só ocorreu 
após 1929, com a grande crise.
7 Quais são os fatores que levaram o Brasil a manter uma economia 
agroexportadora?
R.:O Brasil constituiu-se de oligarquias de grandes proprietários que 
praticavam a monocultura para obter lucros por meio dos preços das 
mercadorias no mercado internacional (ciclos produtivos de acordo com 
a demanda do mercado externo), e sustentavam sua lucratividade com 
a produção em escala. O modelo agroexportador consolidou-se como a 
estrutura de manutenção de uma elite e, assim, definiu-se a forma de inserção 
do Brasil no comércio internacional.
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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
UNIDADE 2
1 Já nos primeiros anos de República no Brasil foi possível constatar 
uma	diversidade	e	predominância	de	interesses	que	influenciaram	
os rumos dos governos desse período. Comente essa constatação.
R.: Havia nesse período, uma forte efervescência política e social já em 
destaque. Desde defensores do Império, do Republicanismo, defensores 
do fim da escravidão, oposicionistas, classes de oligarquias agrícolas e 
comerciantes, aqueles que buscavam ampliar seus interesses comerciais, 
intelectuais que influenciavam opiniões, militares que ampliariam seu desejo 
pelo poder, além das pressões externas, na busca de manter seus benefícios 
decorrentes de várias atividades. Enfim, coube à República a difícil tarefa de 
administrar os conflitos e ampliar o bem-estar de todos os agentes envolvidos 
no processo de conformação de uma sociedade com múltiplos desafios. 
2	 Em	final	do	século	XIX,	a	coincidência	de	problemas	relacionados	
à	área	monetária	e	cambial	com	os	desafios	de	ampliar	a	oferta	dos	
bens e serviços na economia, dado o desenvolvimento do mercado 
interno, embora ainda em fase inicial, já promoveria a adoção de 
medidas de política econômicas mais diretivas.
Diante dessa afirmação e as medidas adotadas, classifique V para as 
sentenças verdadeiras, e F para as sentenças falsas:
( ) A necessidade de monetização da economia, decorrente, inclusive do 
crescimento da mão de obra assalariada, contribuiu para a adoção de 
políticas expansionistas, com o aumento da emissão de moeda, a partir 
da base monetária (MO).
( ) Por outro lado, essa monetização da economia se deu sob um processo 
de saneamento interno e externo, no tocante às dívidas públicas. Para 
isso, a medida do Funding Loan atuou favoravelmente, via negociações 
e a promoção de maior liquidez.
( ) O Padrão Ouro chegou a ser cogitado como medida de segurança, em 
meados de 1900, afins de propiciar ajustes cambiais internos. Porém, 
diante de um inesperado crescimento econômico anterior à primeira 
Guerra, a medida não chegou a ser aplicada.
11
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V. 
b) ( x ) V – V – F. 
c) ( ) F – V – F. 
d) ( ) F – F – V. 
3 Explique em que consistiam as funções da Caixa de Conversão (1906) 
e da Caixa de Estabilização (1926), enquanto medidas econômicas 
na primeira República.
R.: Enquanto medidas econômicas na primeira República, essas ações 
representavam um esforço, no campo das políticas monetárias e cambiais, 
em ampliar a oferta monetária na economia Brasileira, frente a sua escassez, 
num contexto de crescimento de demanda interna e forte entesouramento. Na 
prática, resumidamente, esses instrumentos regulavam a emissão de títulos 
e possibilitavam a conversão desses e de ouro em barra, em moeda papel. 
4 A partir de meados de 1890, a expansão da produção cafeeira na 
região de São Paulo passa a frente da produção do Rio de Janeiro, 
“essa inversão se daria não só pelo caráter dinâmico dessa cultura 
[...] mas também, por outras razões de ordem histórica” (Unidade 2, 
Tópico	1	em:	A	base	econômica	cafeeira).	Justifique	essa	afirmação:
R.: O destaque da Região de São Paulo na atividade Cafeeira originou-se, 
primeiramente, do caráter dinâmico da produção, isto é, da caraterística 
itinerante da própria cultura, relacionada à necessidade de fertilidade das 
terras e conformação física das lavouras, condições estas que a região de 
São Paulo apresentava fortemente. Aliado a isso, a disponibilidade de mão de 
obra a um custo acessível, consequência da forte atratividade de imigrantes, 
dado a conjuntura de oferta de serviços, urbanização e transporte, entre outros 
fatores, favoreceu rapidamente a lucratividade desse negócio nessa região. 
5 Apresente, de forma sintetizada, em que consistia a política de 
valorização do café a partir de 1929.
R.: A política de valorização do café consistiu, basicamente, na principal 
motivação do Estado para elaboração e aplicação de medidas econômicas, 
durante todo o período de supremacia da economia cafeeira frente a outros 
produtos. Especialmente, a partir de 1929, que frente a uma crise de demanda 
externa, o Estado afetou diretamente nos preços desse bem.
12
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
Assim, todas as ações ou instrumentos de políticas monetárias e cambiais 
visavam manter e proteger a lucratividade do setor, que ademais as pressões 
das oligarquias cafeeiras, a produção Brasileira e sua exportação elevada 
contribuíam para destacar o país frente ao mercado internacional. 
TÓPICO 2
1 Ademais as necessidades internas de mão de obra, diante dos 
desafios	de	suprir	a	economia	e	mercado	internamente,	atribui-se	
que a adoção da política imigratória representava também, a inserção 
de	nossa	economia	em	fluxos	monetários	e	comerciais	da	economia	
global.	Explique	essa	afirmação:
R.: A questão da busca por suprir o mercado interno com mão de obra livre, 
e com certa qualificação ou experiência, superava objetivos unicamente 
internos, sob um projeto de governo ou fase precedente de crescimento 
econômico. Representava sim, uma projeção da economia brasileira, para 
os mesmos níveis de países, cuja Revolução Industrial já havia transformado 
as estruturas de trabalho, geração de renda e possibilidades de aumentosde 
escala em especializações produtivas e nível de produção, isto é, inserção 
ou ampliação de participação econômica no contexto internacional.
2 É possível identificar, no processo de imigração brasileiro, 
características que se assemelham, às vezes, a um modo de produção 
medieval,	 e	 outras	 características,	 as	quais	 o	 identificam	com	o	
capitalismo, diante de seus elementos de reprodução e sistema. 
Diante	dessa	constatação,	marque	a	alternativa	que	melhor	qualifica	
essa modalidade de mão de obra no contexto brasileiro:
( ) Não encontraram suporte ou apoio por parte dos governantes ou 
empresários em sua chegada no início do século XX. Geralmente, não 
possuíam habilidades na atividade agrícola.
( x ) Era uma mão de obra livre, com custos baratos. Acomodavam-se 
em Regimes de Colonatos, e muitos deles destacaram-se, trazendo 
a essência do empreendedorismo em suas culturas.
( ) O maior fluxo de imigrantes foram os espanhóis, destinando-se a região 
sul do país. Não possuíam habilidade alguma, além daquelas voltadas 
para as atividades agrícolas.
( ) A imigração não contribuiu para a ampliação do mercado interno, na 
medida em que seus salários eram apenas de subsistência, e substituíram 
os gastos ocasionados com a escravidão.
13
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
3 No início do século XX, impactados e entusiasmados com os 
resultados da grande Revolução Industrial, era necessário elevar 
o	papel	da	 indústria	 internamente,	porém,	 sempre	com	o	desafio	
de conciliação dos interesses de grupos e classes. Diante disso, 
“coube ao Estado Novo em 1927, a nova atribuição de associar ao 
nacionalismo vigente uma nova rota de desenvolvimento, focada 
no pensamento desenvolvimentista aplicada na industrialização” 
(Unidade 2 – Tópico 2 em: Desenvolvimentismo e nacionalismo 
econômico). 
Considerando essa afirmação, apresente exemplos dessa nova 
atribuição do Estado a partir desse período.
R.: Foram inúmeras oportunidades de realizações, referente à ampliação da 
ação ou interferência do Estado na economia, com os objetivos de promover 
o desenvolvimento nesse período.
Com a propagação de um Estado Paternalista, incumbido de uma missão 
maior, e promovendo a articulação de interesses a seu favor, o Governo 
buscou, no campo político, desenvolver ações autoritárias, como a criação 
de inúmeras agências reguladoras, ampliando sua presença e submetendo 
decisões e representatividades sociais a sua tutela ou alcance. Para isso, 
ampliou as normatizações, regulamentações via Constituições e reformas.
No campo econômico por exemplo, interviu diretamente no mercado via 
políticas de desvalorizações e valorizações cambiais, inúmeras vezes, 
instituindo mecanismo legais para esse fim. Também investiu fortemente 
em infraestrutura, indústrias de base, financiando e subsidiando setores e 
projetos diretamente alinhados com a meta Desenvolvimentista. Esses e 
outros exemplos, comprovam o comprometimento do Estado com um projeto 
maior, além de seus mandatos políticos ou objetivos temporais.
4 Umas das grandes estratégias de poder, utilizada na promoção 
do projeto Desenvolvimentista no Brasil e pelo Governo Getulista, 
foi	 o	populismo.	Explique	o	que	significa	governar,	 com	base	no	
populismo. 
R.: O populismo consiste em exercer uma política ou atuar em algum cargo 
político, com uma forte apelação pelo apoio da maioria, neste caso, o povo 
ou as massas. Governar com base no populismo consiste, então, em captar 
as necessidades ou anseios gerais, e traduzi-los em ações políticas, ou, 
ao menos, passar o entendimento de que seus anseios gerais estão sendo 
promovidos. Existe grande divulgação das ações e propagandas do governo. 
A imagem e a permanente presença aparente do governo em proximidade 
ao povo são vitais, para criar confiança, simpatia e votos.
14
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
TÓPICO 3
1	 Muitas	das	dificuldades	que	contribuíram	para	os	episódios	de	crises	na	
economia brasileira no período de 1930 a 1950 estavam relacionadas em 
nível de capital internacional e a um certo reordenamento político externo, 
em relação à condução das questões econômicas pelos Estados. 
Diante dessa constatação, apresente em que se basearam nossos 
principais problemas econômicos nesse período.
R.: Nossos principais problemas econômicos enfrentados no período acima, 
referiram-se principalmente, 1) aos elevados gastos públicos, diante da 
difícil disponibilidade de capitais externos, e da necessidade do projeto 
desenvolvimentista, em investir nas indústrias de base. 2) aos desequilíbrios 
na Balança Comercial, resultante às dificuldades dinâmicas do café, e de 
elevadas importações em alguns produtos com baixo dinamismo interno 
de produção, e 3) ao consequente processo inflacionário, diante desses 
problemas. Existia um reordenamento externo, de pós-guerra, que exigiu 
um realinhamento dos países capitalistas, para que, sob a consolidação de 
Estados Modernos, fortes, pudessem contribuir para a reconstrução e ajuste 
dos mercados internacionais.
2 Algumas medidas no âmbito da política monetária e cambial 
tinham como objetivos interferir diretamente no mercado, e de fato, 
conseguiram,	ademais	a	 temporalidade	de	seus	fins	ou	alcances.	
Sob	essa	afirmação,	explique	em	que	consistia	a	“Instrução	70”	da	
SUMOC (Superintendência de Moeda e Crédito).
R.: A Instrução 70 da SUMOC consistia em uma interferência indireta do 
Estado no mercado, no âmbito das políticas monetária e cambial, instituído 
no Governo Vargas. Esta instrução implicava na determinação de um sistema 
de taxas múltiplas de câmbio, isto é, livre, sem auxílios governamentais, 
cujos objetivos eram, nesse momento, tornar as exportações brasileiras 
mais atraentes e acessíveis ao mercado externo, na busca em equilibrar a 
balança comercial, e, de certa forma, proteger a indústria interna diante das 
importações persistentes de muitos produtos. 
3 Em relação ao processo de Substituições de Importações, 
facilmente compreendido como uma estratégia para o alcance ao 
desenvolvimento e fortalecimento da indústria interna, inicia-se um 
debate acerca de sua aplicabilidade e alcance de seus objetivos.
 
15
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
Sobre essas questões, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para 
as falsas:
( ) Considera-se que o Processo de SI encontrou vantagens relacionadas 
à capacidade ociosa existente no setor industrial, inicialmente. Somente 
após certo período, as importações de máquinas viriam a ocorrer. 
( ) Os recursos oriundos das exportações não poderiam ser convertidos 
em capital para o investimento no processo de SI, dado o grande 
entesouramento por parte das classes produtivas. 
( ) Umas das condições essenciais para o êxito do processo de SI seria 
que sua dinâmica continuasse vinculada a interesses classistas e não 
aos setores produtivos na economia.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) V – F –V.
( ) F – V – F.
( ) F – V – V.
( x ) V – V – F. 
4 Atribui-se que para que a consolidação do processo de SI fosse bem-
sucedida, ele deveria iniciar-se pela indústria de bens de consumo 
duráveis.	Essa	defesa	possui	 importante	 justificativa	 econômica.	
Apresente-a. 
R.: A defesa econômica para que o processo de SI deva iniciar-se pela 
indústria de bens de consumo duráveis, refere-se ao fato de que, é nesse 
setor produtivo, ou seja, na indústria, especialmente desses bens, onde se 
concentram o maior volume de capital. Nesse setor, ofertam-se produtos mais 
diferenciados, com maior consumo de fatores de produção (tecnologia, capital, 
mão de obra especializada, entre outros) e ganhos de escala, promotores de 
competitividade internacional. Logo, essa indústria, responderia com maior 
eficiência ao desenvolvimento e crescimento econômico, quando estimulada 
internamente. Fomentando sua produção interna e posterior exportações, 
as importações tenderiam a diminuir, e, consequentente, o processo de SI 
estaria colocado em marcha.
16
FORMAÇÃO ECONÔMICADO BRASIL
UNIDADE 3
TÓPICO 1 
1 Após a Segunda Guerra Mundial, as técnicas de planejamento a partir 
do Estado que vinham sendo aplicadas nos países desenvolvidos 
foram trazidos para países do “Terceiro Mundo”. Qual é o objetivo 
em iniciar a planejar a economia brasileira?
R.: O objetivo principal era trazer o modelo de desenvolvimento dos países 
ricos para o Brasil, tanto com um planejamento global, como regional, 
microrregional e setorial. No Brasil representou o processo de rápida 
industrialização nos anos 1950 e 1960, servindo de nova orientação para os 
planos nacionais de desenvolvimento.
2 Escreva sobre a importância do Plano de Metas para o crescimento 
e desenvolvimento planejado da economia brasileira.
R.: O Plano de Metas procurou planejar grandes metas para o desenvolvimento 
da economia nacional, bem como a construção da nova capital do país em 
Brasília. Tornou-se um marco na economia nacional por representar a primeira 
experiência de planejamento governamental, a partir dos investimentos para 
a industrialização. Entre o período de execução do Plano, o PIB cresceu a 
uma taxa anual de 8,2%. Muitas grandes obras de infraestrutura como a 
construção de rodovias e a criação de setores econômicos importantes foram 
realizados durante o Plano.
3	 O	capital	nacional	não	foi	suficiente	para	estruturar	um	cenário	de	
crescimento sustentado da economia durante o Plano de Metas. Qual 
é a relevância do capital estrangeiro para este contexto?
R.: Para que o país pudesse desenvolver plenamente os Departamentos I e II 
da economia nacional, era fundamental a participação do capital estrangeira 
como fonte de investimento. Os capitais que primeiramente investiram no 
Brasil foram os países europeus e o Japão, posteriormente, os Estados 
Unidos. O capital estrangeiro estava na indústria de construção naval com 
capitais japoneses, holandeses e brasileiros; na indústria siderúrgica com 
capitais do BNDE (portanto, estatais nacionais) e japoneses; e na indústria 
automobilística, com capitais alemães, franceses e nacionais.
17
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
TÓPICO 2 
1 Cite um motivo pelo baixo dinamismo da economia brasileira ao início 
da década de 1960.
R.: Do ponto de vista estrutural, a economia brasileira não convergia com as 
políticas econômicas conjunturais, num contexto de constante acirramento 
de conflitos políticos e sindicais. Outro motivo esteve na capacidade da 
economia nacional em absorver o imenso volume de investimento realizado 
durante o Plano de Metas.
2 Celso Furtado foi um economista brasileiro com respeitável 
contribuição para o desenvolvimento da economia nacional. Comente 
sobre a participação dele nas políticas econômicas da década de 1960.
R.: Celso Furtado, enquanto ministro extraordinário para Assuntos do 
Desenvolvimento Econômico, foi responsável pela criação do Plano Trienal 
como medida contra a crise fiscal e econômica do início dos anos 60. A 
partir deste Plano, outras propostas puderam ser executadas a partir do 
Estado como combate dos problemas econômicos. Com as reformas de 
base, também criadas por Celso Furtado, o Estado passa a atuar de forma 
mais específica da economia, incluindo os setores da educação, da política 
fiscal, agrário, urbano e bancário, com o fim de superar a condição de 
subdesenvolvimento e garantir menores desigualdades sociais para o Brasil.
3 O Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), executado durante o 
governo de Castelo Branco (1964-1966), além de enfocar em questões 
econômicas, trouxe importante mudanças institucionais para o Brasil. 
Qual é a contribuição do PAEG quanto à reforma bancária?
R.: A reforma bancária de 1965 foi responsável por criar a estrutura básica do 
Sistema Financeiro Nacional (SFN) que temos até a atualidade, instituindo o 
Banco Central do Brasil (BACEN) e o Conselho Monetário Nacional (CMN). 
A partir destas instituições foi possível separar as instituições financeiras, os 
bancos comerciais, e os bancos de investimento. Esta estrutura monetária 
serviu de estímulo para um forte movimento sem precedentes no Brasil de 
fusões e aquisições nacionais e estrangeiras. 
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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
TÓPICO 3 
1 Embora a economia brasileira tenha atravessado uma recessão no 
início da década de 1980, provocando um nível de desemprego de 
7,5% entre os trabalhadores ligados à produção, em 1984, há um 
movimento de retomada do crescimento econômico do país. Comente 
sobre a situação da economia brasileira em 1984.
R.: Apesar dos índices de inflação serem preocupantes (220% ao ano), a 
economia nacional registrou um movimento de recupação em sua economia 
em 1984. A recuperação da economia norte-americana contribuiu para o 
Brasil, uma vez que com a retomada das importações de produtos primários 
pelos EUA, a forte alta nos preços destes produtos beneficiou o Brasil, 
além da demanda por máquinas e equipamentos para o setor agrícola. 
Outros setores também registraram altas em suas produções, tais como a 
indústria extrativa mineral (+27,3%), bens de capital (+14,8%) e indústria de 
transformação (6,1%).
2 Com o Governo Sarney (1985-1990) ocorre uma forte mobilização 
em torno dos planos de estabilizaçao econômica em decorrência 
dos	altos	níveis	de	inflação.	Quais	as	principais	do	primeiro	plano,	
o Plano Cruzado?
R.: O Plano Cruzado foi lançado em fevereiro de 1986, criou a moeda 
Cruzado, no lugar da antiga moeda Cruzeiro, cortando três zeros. O objetivo 
da criação da nova moeda era apagar a memória inflacionária, embora não 
fossem definidas as metas para políticas fiscais e monetárias. Teve impacto 
positivo para a classe trabalhadora a partir do abono de 8% dos salários com 
a mudança da moeda, além do aumento do salário mínimo. Entretanto, os 
preços ao consumidor foram congelados por tempo indeterminado. No curto 
prazo o Plano foi considerado um sucesso devido à redução da inflação, mas 
no longo prazo, o aumento do poder de compra dos consumidores levou a 
uma nova alta dos preços.
3 Após a execução dos Planos Cruzados I e II, Dílson Funaro deixa a 
pasta do ministério da Fazenda para Luis Carlos Bresser Pereira, e 
declara a moratória aos credores internacionais. Como podemos 
compreender o período subsequente, em que é executado o Plano 
Bresser?
R.: Em fevereiro de 1987, um ano após o Plano Cruzado, foi lançado o Plano 
Bresser, sob a coordenação do então ministro da fazenda, Luis Carlos Bresser 
Pereira. O Plano unia elementos heterodoxos e ortodoxos; não procurava 
19
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
eliminar a inflação, mas impedir um cenário com hiperinflação. Reduziu-se os 
gastos públicos e manteve-se a taxa de juros elevada, para impedir o consumo 
de bens duráveis. Este conjunto de medidas econômicas procuravam aparar 
muitas das arestas econômicas que haviam ficado soltas com a execução do 
plano de estabilização anterior. O Plano era, assim, mais consistente e flexível 
que o Cruzado. Mesmo assim, os índices de inflação permaneceram altos 
e o histórico de congelamento de preços não é bem visto pela população.

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