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Oftalmologia - Trauma ocular

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O trauma ocular é uma das principais causas de cegueira unilateral do mundo, 
mas seu atendimento precoce e adequado pode reduzir essas sequelas e evitar o 
agravamento de lesões, por isso seu entendimento tem tamanha importância e 
relevância para a nossa formação médica. Vale ressaltar que cabe ao médico 
generalista encaminhar para o oftalmologista no momento adequado. O trauma ocular, 
portanto, inclui lesões mecânicas, químicas, fotoelétricas, térmicas e por radiação. Os 
traumas mecânicos podem ser abertos (como o do paciente do caso) e fechados. 
O trauma ocular aberto é aquele que tem solução de continuidade, ele 
transpassa a parede ocular. Dessa forma, possui um prognóstico mais reservado. 
Pode ser penetrante que é quando o corpo estranho apenas entra e não sai, ou seja, 
penetrou e perfurante, que é quando entra e sai, está perfurado. Os sinais que 
sugerem esse tipo de trauma são: hipotonia ocular, profundidade anormal da câmera 
interior (muito rasa ou muito profunda), desvio e irregularidade da pupila, visualização 
da lesão na córnea ou na esclera, extrusão de conteúdo ocular, extensa hemorragia 
subconjuntival (hiposfagma) e grande edema palpebral, sem equimose evidente. 
Quando o trauma é com objetos pontiagudos ou de pequenas dimensões e alta 
velocidade, devemos suspeitar de lesão com perfuração, penetração ou presença de 
corpo estranho intraocular. 
É necessário ocluir o olho, mas sem comprimir, a fim de evitar agravo da lesão. 
Além disso, pode ser feito antibiótico sistêmico e lembrar que não pode usar em um 
trauma ocular aberto, colírios e pomadas pelo risco de toxicidade intraocular. Os 
únicos colírios possíveis de serem usados são os lubrificantes, anestésico e 
antibiótico, mas que sejam sem conservante. Pode ser feito um analgésico e 
antiemético, já que o paciente relata muita dor e tem maior tendência a vômitos. Ainda, 
é importante atualizar as vacinas antitetânicas do paciente. Quando a lesão é 
penetrante, pode ser feita uma lavagem abundante. E quando tem corpo estranho, ele 
deve ser removido o quanto antes, pois aumenta o risco de endoftalmite (infecção do 
globo ocular), podendo complicar com cegueira. Nesse caso, na urgência é feito o 
antibiótico tópico e no especialista é feito antibiótico intravítreo. Vale ressaltar, que os 
reparos dos traumas oculares abertos devem ser feito com especialistas e em 
ambiente cirúrgico, com microscópio cirúrgico, por isso, sempre encaminhar ao 
oftalmologista! 
Para diagnóstico, solicita-se um raio-x, para descartar corpo estranho 
intraocular metálica, após descartado, pode ser feito uma TC, RM e USG de órbitas. 
Geralmente, esses exames só são solicitados após o reparo inicial e 
reestabelecimento da integridade do olho. Possíveis complicações do trauma ocular 
aberto são a infecção, aumento da pressão intra-ocular, hemorragias e descolamento 
da retina. 
Já o paciente do segundo caso, sofreu uma queimadura com álcalis (base), ou 
seja, com a soda caústica. A queimadura química é algo muito recorrente nas 
urgências, e devem ser manejadas imediatamente, pois gera riscos irreversíveis à 
visão do paciente, pois podem danificar as estruturas oculares, causando destruição 
tecidual. As lesões com substancias alcalinas (básicas) tendem a ser mais graves que 
as com substancias ácidas, pois as substancias alcalinas penetram mais rápido, 
podem permanecer no globo ocular, coagulando proteínas de superfície, enquanto que 
as acidas formam uma barreira de tecido necrótico e penetram menos, por isso são 
menos graves. Ainda, a ácidas é mais comum que a queimadura alcalina. Quanto à 
gravidade, é importante ressaltar que quanto maior o tempo de contato das 
substâncias com os olhos, maior será o dano causado. 
Visto isso, é fundamental que nós como médicos generalistas na urgência, 
saibamos como conduzir um caso de queimadura química, para diminuir o tempo de 
contato com os olhos e, assim, diminuir a gravidade do caso. Por isso, devemos iniciar 
a irrigação imediata do globo ocular com soro fisiológico de preferência e, se não 
possível com água. Deve ser feita a lavagem copiosa com no mínimo 2 litros, por 15-
30 minutos. Se possível, o próprio paciente pode lavar na hora do trauma. É possível 
administrar colírio anestésico, para facilitar a lavagem, e após realizada, devemos 
observar se há depósito de produto no fundo de saco e se tiver, remover prontamente. 
Uma observação importante é que não deve ser feita a neutralização, exemplo: 
queimadura com substância básica, usar uma substância ácida para neutralizar. Isso 
pode piorar as lesões e gerar danos severos a visão do paciente. Depois de 
estabilizado o caso, o paciente deve ser encaminhado para o oftalmologista, para que 
a lesão seja quantificada. 
A queimadura pode gerar danos nas estruturas do globo ocular, levando o 
aparecimento em longo prazo de catarata, glaucoma, atrofia de íris e lesão de retina. 
Então, o tratamento será feito com antibióticos profiláticos, colírio lubrificantes para 
evitar ressecamento, corticoides na primeira semana, midriáticos (evita o espasmo dos 
músculos ciliares), pomadas epitelizantes e lubrificantes. Pode ser usado também a 
vitamina C, já que ela participa do metabolismo do colágeno. Uma complicação da 
queimadura é o simbléfero (união das duas conjuntivas oculares), nesse caso precisa 
ser desfeito cirurgicamente. Além disso, em casos mais graves, pode ser necessário o 
transplante de córnea e até mesmo de limbo. 
Além das queimaduras químicas, pode ter as térmicas e por radiação UV 
também, mas são menos comuns. Na térmica, pode haver ectrópio e retração 
palpebral, sendo necessário antibiótico e curativo estéril. Na radiação UV, pode ter 
ceratite superficial 6-12 horas após a lesão, sendo necessário analgesia e colírio 
lubrificante. 
No entanto, existem outros tipos de traumas oculares, além dos citados 
anteriormente que estavam no caso da semana. Um deles e o mais comum é o trauma 
ocular fechado. Nesse trauma, a lesão não ultrapassa toda a espessura de nenhuma 
das paredes do globo ocular. Decorre geralmente do impacto de um objeto contra o 
globo ocular (agressão física), ou no esporte, por exemplo. O diagnóstico é clínico, 
podendo ser feito os mesmos exames do trauma ocular aberto, mas vale ressaltar que 
é fundamental excluir perfuração ocular ou corpo estranho ocular. 
As possíveis lesões oculares decorrente do trauma podem ser: hiposfagma 
(hemorragia subconjuntival), despitelização da córnea, presença de corpo estranho 
superficial, hifema (hemorragia na câmera anterior), uveíte traumática, hipertensão 
ocular aguda, luxação ou subluxação do cristalino (corresponde ao deslocamento do 
cristalino), catarata traumática, irododiálise (desinserção parcial ou total da íris), 
recessão angular, ciclodiálise (desinserção do copo ciliar), hemorragia vítrea, 
descolamento do vítreo posterior, rotura retiniana, descolamento de retina e, por fim, 
neuropatia óptica traumática. 
Além desses, pode ter o trauma orbitário, que corresponde à fratura das 
paredes ósseas, especialmente a medial e a inferior. Devemos ficar atentos que pode 
ter hemorragia dentro dessa cavidade fraturada, que pode levar síndrome compressiva 
e comprometer a irrigação do globo ocular e do nervo óptico, podendo resultar em 
perda da visão no olho afetado se não tratado rapidamente. 
Os sinais que sugerem um trauma orbitário são, portanto: enoftalmo (quando o 
globo ocular afunda dentro da órbita), equimose palpebral, diplopia (visão dupla), 
enfisema subcutâneo e proptose após o aumento da pressão nos seios paranasais 
(percebida ao assoar o nariz). Mas como confirmar o diagnóstico? É realizada uma TC 
das órbitas para que seja confirmado. O tratamento é conservador na maioria dos 
caos, com antibióticos e anti-inflamatórios. A cirurgia é realizada quando tem um 
enoftalmo importante e diplopia persistente. 
Além dos traumas oculares,há outras urgências e emergências importantes, 
tais quais o glaucoma agudo, em que é ocorre uma dor intensa nos olhos, o olho fica 
com uma consistência pétrea, vermelho e está associado a náuseas e vômitos. O 
glaucoma agudo é decorrente de um fechamento do ângulo camerular, afetando a 
drenagem do humor aquoso, que resulta em um aumento súbito da pressão intra-
ocular. Tem dois tipos de glaucoma, ângulo fechado e ângulo aberto, em o que 
fechado é considerado uma emergência. Devemos estar muito atentos e saber como 
conduzir, pois é a 2ª maior causa de cegueira no mundo. Na urgência, devemos 
priorizar abaixar a pressão intra-ocular desse paciente, para então encaminhá-lo para 
o oftalmologista, para isso é usado o Monitol IV. Além do glaucoma aguda, temos o 
ceratocone agudo como uma importante urgência que deve ser atendida rapidamente, 
além de outras diversas causas. No ceratocone agudo, ocorre uma ruptura da 
membrana de Descement, causando a entrada de liquido para dentro do estroma da 
córnea levando a uma diminuição da acuidade visual (mancha branca na córnea). 
Diante de todos esses casos, podemos concluir que é muito importante o 
diagnóstico precoce e o tratamento adequado, pois, dessa forma, podemos reduzir 
muito os índices de cegueira ou comprometimento da visão de alguma forma na 
população. Por isso, é muito importante que saibamos como manejar esses casos 
para a nossa formação médica. Vale ressaltar que depois de controlarmos e 
estabilizarmos o quadro, devemos encaminhar para o oftalmologista o paciente!!! 
 
 
 
 
 
 
Anatomia do olho 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BOWLING, B. Kanski Oftalmologia Clínica . [RIO DE JANEIRO]; Grupo GEN, 
08/2016. 
9788595152175. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595152175/ . 
 
MARTINS, M.A. et al. Clínica médica: doenças dos olhos, doenças dos ouvidos, 
nariz e 
garganta, neurologia, transtornos mentais . – 2. ed.v.6. – Barueri, SP: Manole, 
2016. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447765/cfi/3!/4/4@0.00:43.9

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