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TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE

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Distúrbios Psiquiátricos e Comportamentais 
Maysa Araújo Gomes Ferraz FPS MED 14 
 
CASO 4 - TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE 
 
Grupo A: ​Indivíduos parecem esquisitos ou excêntricos. 
- Paranoide: desconfiança e suspeita tamanhas que as 
motivações dos outros são interpretadas como malévolas. 
- Esquizoide: distanciamento das relações sociais e uma 
faixa restrita de expressão emocional. 
- Esquizotípica: ​desconforto agudo nas relações íntimas, 
distorções cognitivas ou perceptivas e excentricidades do 
comportamento. 
Grupo B:​ Costumam parecer dramáticos, emotivos ou erráticos. 
- Antissocial: ​desrespeito/violação dos direitos dos outros. 
- Borderline: instabilidade nas relações interpessoais, na 
autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada. 
- Histriônica: ​emocionalidade e busca de atenção em 
excesso. 
- Narcisista: ​grandiosidade, necessidade de admiração e 
falta de empatia. 
Grupo C: ​Com frequência parecem ansiosos ou medrosos. 
- Evitativa: ​inibição social, sentimentos de inadequação e 
hipersensibilidade a avaliação negativa. 
- Dependente: ​comportamento submisso e apegado 
relacionado a uma necessidade excessiva de ser cuidado. 
- Obsessivo-compulsiva: preocupação com ordem, 
perfeccionismo e controle. 
 
Transtorno da Personalidade (Critérios DSM-5) 
A. Um padrão persistente de experiência interna e comportamento 
que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do 
indivíduo. Esse padrão manifesta-se em duas (ou mais) das 
seguintes áreas: 
1. Cognição (formas de perceber e interpretar a si mesmo, 
outras pessoas e eventos). 
2. Afetividade (variação, intensidade, labilidade e adequação 
da resposta emocional). 
3. Funcionamento interpessoal. 
4. Controle de impulsos. 
B. ​O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de 
situações pessoais e sociais. 
C. ​O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente 
significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em 
outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
D. ​O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre 
pelo menos a partir da adolescência ou do início da fase adulta. 
E. ​O padrão persistente não é mais bem explicado como uma 
manifestação ou consequência de outro transtorno mental. 
F. O padrão persistente não é atribuível aos efeitos fisiológicos de 
uma substância (ex: droga de abuso, medicamento) ou a outra 
condição médica (ex: traumatismo cranioencefálico). 
 
Traços de personalidade são padrões persistentes de percepção, 
de relacionamento com e de pensamento sobre o ambiente e si 
mesmo que são exibidos em uma ampla gama de contextos sociais 
e pessoais. Os traços de personalidade constituem transtornos da 
personalidade somente quando são inflexíveis e mal-adaptativos e 
causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos. 
Desenvolvimento e Curso 
As características de um transtorno da personalidade costumam se 
tornar reconhecíveis durante a adolescência ou no começo da vida 
adulta. Alguns tipos de transtorno da personalidade (notadamente 
os transtornos da personalidade antissocial e borderline) tendem a 
ficar menos evidentes ou a desaparecer com o envelhecimento, o 
que parece não valer para alguns outros tipos (transtornos da 
personalidade obsessivo-compulsiva e esquizotípica). 
Alguns transtornos da personalidade (ex: antissocial) são 
diagnosticados com maior frequência em indivíduos do sexo 
masculino. Outros (ex: borderline, histriônica e dependente) são 
diagnosticados mais frequentemente no sexo feminino. 
É frequente que as pessoas tenham transtornos de personalidade 
de grupos diferentes, sendo, individualmente, os mais prevalentes: 
C (9,1%), B (6%) e A (1,5%). 
 
Mudança de personalidade devido a outra condição médica 
- Perturbação persistente da personalidade decorrente dos 
efeitos fisiológicos diretos de uma condição médica (ex: 
lesão no lobo frontal). 
 
Outro transtorno da personalidade especificado e transtorno da 
personalidade não especificado​; utilizadas para 2 situações: 
1. o padrão da personalidade do indivíduo atende aos 
critérios gerais para um transtorno da personalidade, 
estando presentes traços de vários transtornos da 
personalidade distintos, mas os critérios para qualquer um 
desses transtornos específicos não são preenchidos; OU 
2. o padrão da personalidade do indivíduo atende aos 
critérios gerais para um transtorno da personalidade, mas 
considera-se que ele tenha um transtorno da 
personalidade que não faz parte do DSM-5 (ex: transtorno 
da personalidade passivo-agressiva). 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANOIDE (A) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.0 (F60.0) 
 
A. ​Um padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, de 
modo que suas motivações são interpretadas como malévolas, que 
surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, 
conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes: 
1. Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo 
explorado, maltratado ou enganado por outros. 
2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade 
ou da confiabilidade de amigos e sócios. 
3. Reluta em confiar nos outros devido a medo infundado de 
que as informações serão usadas maldosamente contra si. 
4. Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores 
em comentários ou eventos benignos. 
5. Guarda rancores de forma persistente (não perdoa 
insultos, injúrias ou desprezo). 
6. Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são 
percebidos pelos outros e reage com raiva ou contra-ataca 
rapidamente. 
Distúrbios Psiquiátricos e Comportamentais 
Maysa Araújo Gomes Ferraz FPS MED 14 
 
7. Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da 
fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual. 
B. ​Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, 
transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos ou outro 
transtorno psicótico e não é atribuível aos efeitos fisiológicos de 
outra condição médica. 
Nota: ​Se os critérios são atendidos antes do surgimento de 
esquizofrenia, acrescentar “pré-mórbido”. 
 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Indivíduos com transtorno da personalidade paranoide são 
geralmente de difícil convivência e apresentam frequentes 
problemas nos relacionamentos íntimos. Sua desconfiança e 
hostilidade excessivas podem se expressar como argumentações 
ostensivas, queixas recorrentes ou, ainda, indiferença calma. 
Como são hipervigilantes em relação a ameaças potenciais, podem 
agir de maneira discreta, secreta ou indireta e parecer “frios” e sem 
sentimentos afetivos. Ainda que possam parecer objetivos, racionais 
e não emotivos, frequentemente demonstram labilidade afetiva, com 
predomínio de expressões hostis, inflexíveis e sarcásticas. 
Como carecem de confiança nos outros, apresentam necessidade 
excessiva de autossuficiência e forte senso de autonomia. Precisam 
de elevado grau de controle sobre as pessoas. Frequentemente são 
rígidos, críticos em relação aos outros e incapazes de trabalhar em 
conjunto, têm grande dificuldade de aceitar críticas e podem culpar 
os outros por suas próprias deficiências. 
Os indivíduos podem apresentar fantasias irreais e pouco 
disfarçadas de grandeza, estão frequentemente ligados a questões 
de poder e posição e tendem a desenvolver estereótipos negativos 
dos outros. Atraídos por formulaçõessimplistas do mundo, 
costumam se precaver de situações ambíguas. Podem ser vistos 
como “fanáticos” e formar “cultos” ou grupos muito unidos com 
outros indivíduos que compartilham seus sistemas paranoides de 
crença. Especialmente em resposta ao estresse, podem apresentar 
episódios psicóticos breves (de minutos a horas). 
Em certos casos, o transtorno da personalidade paranoide pode 
surgir como o antecedente pré-mórbido de transtorno delirante ou 
esquizofrenia. Os indivíduos podem desenvolver transtorno 
depressivo maior e estar sob risco aumentado de agorafobia e TOC. 
Transtornos por uso de álcool e outras substâncias ocorrem com 
frequência. Os transtornos da personalidade concomitantes mais 
comuns são esquizotípica, esquizóide, narcisista, evitativa e 
borderline. 
 
Desenvolvimento e Curso 
O transtorno da personalidade paranoide pode aparecer pela 
primeira vez na infância e adolescência por meio de solidão, 
relacionamento ruim com os colegas, ansiedade social, baixo 
rendimento escolar, hipersensibilidade, pensamentos e linguagem 
peculiares e fantasias idiossincrásicas. 
 
Fatores genéticos e fisiológicos 
Existem algumas evidências de prevalência aumentada de 
transtorno da personalidade paranoide em parentes de probandos 
com esquizofrenia, além de evidências de uma relação familiar mais 
específica com transtorno delirante do tipo persecutório. 
Diagnóstico diferencial 
O transtorno da personalidade paranoide normalmente pode ser 
diferenciado do transtorno delirante devido à ausência de delírios 
fixos. Diferentemente de indivíduos com esquizofrenia paranoide, 
pessoas com transtornos da personalidade não têm alucinações 
nem um transtorno manifesto do pensamento. 
 
Tratamento 
A psicoterapia é o tratamento recomendado para indivíduos com 
transtorno da personalidade paranoide. Terapeutas devem tratar 
esses pacientes sempre de forma direta e lembrar de que confiança 
e tolerância a intimidade são áreas problemáticas para pessoas 
com esse transtorno. Portanto, psicoterapia individual exige um 
estilo profissional e não muito afetuoso do terapeuta. 
Indivíduos paranoides não se saem bem em psicoterapia de grupo, 
embora ela possa ser útil para melhorar habilidades sociais e 
reduzir suspeitas por meio de psicodrama. Muitos não conseguem 
tolerar a intromissão da terapia comportamental, também usada 
para treinamento de habilidades sociais. 
A farmacoterapia é útil para lidar com agitação e ansiedade. 
Na maioria dos casos, um ansiolítico como diazepam é o suficiente. 
Pode ser necessário usar um antipsicótico como haloperidol em 
pequenas doses e por períodos curtos para o manejo de agitação 
grave ou pensamento quase delirante. O antipsicótico pimozida 
reduziu a ideação paranoide com sucesso em alguns pacientes. 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOIDE (A) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.20 (F60.1) 
 
A. Um padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma 
faixa restrita de expressão de emoções em contextos interpessoais 
que surgem no início da vida adulta e estão presentes em vários 
contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes: 
1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser 
parte de uma família. 
2. Quase sempre opta por atividades solitárias. 
3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências 
sexuais com outra pessoa. 
4. Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma. 
5. Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam 
os familiares de primeiro grau. 
6. Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros. 
7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou 
embotamento afetivo. 
B. ​Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, 
transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro 
transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista e não é 
atribuível aos efeitos psicológicos de outra condição médica. 
Nota: ​Se os critérios são atendidos antes do surgimento de 
esquizofrenia, acrescentar “pré-mórbido”. 
 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide podem ter 
uma dificuldade particular para expressar raiva, mesmo em resposta 
a provocação direta, o que contribui para a impressão de que 
Distúrbios Psiquiátricos e Comportamentais 
Maysa Araújo Gomes Ferraz FPS MED 14 
 
carecem de emoção. Tais indivíduos frequentemente reagem de 
forma passiva a circunstâncias adversas e apresentam dificuldade 
em reagir adequadamente a acontecimentos importantes da vida. 
Devido à falta de habilidades sociais e à ausência de desejo de 
experiências sexuais, têm poucos amigos, raramente namoram e 
costumam não casar. O funcionamento profissional pode estar 
prejudicado, em especial quando há necessidade de envolvimento 
interpessoal; entretanto, podem ser bem-sucedidos quando 
trabalham em condições de isolamento social. 
Particularmente em resposta a estresse, podem ter vários episódios 
psicóticos muito breves (de minutos a horas). 
Em alguns casos, o transtorno da personalidade esquizoide pode 
surgir como o antecedente pré-mórbido de transtorno delirante ou 
esquizofrenia. Também podem, às vezes, desenvolver transtorno 
depressivo maior. Com frequência é concomitante com os 
transtornos da personalidade esquizotípica, paranoide e evitativa. 
 
Fatores genéticos e fisiológicos 
O transtorno da personalidade esquizoide pode ter prevalência 
aumentada entre familiares de indivíduos com esquizofrenia ou 
transtorno da personalidade esquizotípica. 
 
Questões Diagnósticas Relativas ao Gênero 
O transtorno da personalidade esquizoide é diagnosticado um 
pouco mais frequentemente em indivíduos do sexo masculino e 
pode causar-lhes mais incapacidade. 
 
Diagnóstico diferencial 
O transtorno da personalidade esquizoide pode ser distinguido de 
esquizofrenia, transtorno delirante e transtorno afetivo com 
características psicóticas com base em períodos com sintomas 
psicóticos positivos, como delírios e alucinações, nestes últimos. 
 
Tratamento 
Esquizoides têm tendência a introspecção; contudo, os pacientes 
podem se tornar devotados à psicoterapia, ainda que distantes. 
Com o desenvolvimento de confiança, o paciente pode, com 
bastante apreensão, revelar uma abundância de fantasias, amigos 
imaginários e temores de dependência insuportáveis – até mesmo 
de se fundir ao terapeuta. No contexto de terapia grupal, podem 
ficar calados por longos períodos; ainda assim, ficam envolvidos. 
A farmacoterapia com pequenas doses de antipsicóticos, 
antidepressivos e psicoestimulantes beneficia alguns pacientes. 
Agentes serotoninérgicos podem deixar o paciente menos sensível 
a rejeição. Benzodiazepínicos podem ajudar a diminuir a ansiedade. 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA (A) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.22 (F21) 
 
A. ​Um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por 
desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos 
íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e 
comportamento excêntrico, que surge no início da vida adulta e está 
presente em vários contextos, conforme indicado por 5 (ou mais) 
dos seguintes: 
1. Ideias de referência (excluindo delírios de referência). 
2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam 
o comportamentoe são inconsistentes com as normas 
subculturais (ex: superstições, crença em clarividência, 
telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes, 
fantasias ou preocupações bizarras). 
3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões 
corporais. 
4. Pensamento e discurso estranhos (ex: vago, circunstancial, 
metafórico, excessivamente elaborado ou estereotipado). 
5. Desconfiança ou ideação paranoide. 
6. Afeto inadequado ou constrito. 
7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou 
peculiar. 
8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que não 
sejam parentes de primeiro grau. 
9. Ansiedade social excessiva que não diminui com o 
convívio e que tende a estar associada mais a temores 
paranoides do que a julgamentos negativos sobre si 
mesmo. 
B. ​Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, 
transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro 
transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista. 
Nota: ​Se os critérios são atendidos antes do surgimento de 
esquizofrenia, acrescentar “pré-mórbido”. 
 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica 
costumam buscar tratamento mais para os sintomas associados de 
ansiedade ou depressão do que para as características do 
transtorno da personalidade em si. Particularmente em resposta a 
estresse, podem apresentar episódios psicóticos transitórios (de 
minutos a horas), insuficiente para um diagnóstico adicional. Em 
alguns casos, sintomas psicóticos clinicamente significativos podem 
atender aos critérios de transtorno psicótico breve, transtorno 
esquizofreniforme, transtorno delirante ou esquizofrenia. Mais de 
metade dos indivíduos com o transtorno da personalidade 
esquizotípica pode ter história de pelo menos um episódio 
depressivo maior. Existe considerável concomitância de transtornos 
da personalidade esquizoide, paranoide, evitativa e borderline. 
 
Desenvolvimento e Curso 
O transtorno da personalidade esquizotípica apresenta curso 
relativamente estável, com apenas uma pequena parte dos 
indivíduos vindo a desenvolver esquizofrenia ou outro transtorno 
psicótico. Pode se manifestar primeiramente na infância e 
adolescência por solidão, relacionamento ruim com os colegas, 
ansiedade social, baixo rendimento escolar, hipersensibilidade, 
pensamentos/linguagem peculiares e fantasias bizarras. As crianças 
podem parecer “estranhas” ou “excêntricas” e atrair provocação. 
 
Fatores genéticos e fisiológicos 
Parece ser familiarmente agregado, sendo mais prevalente entre 
familiares biológicos de 1º grau com esquizofrenia. Pode haver 
também um aumento pequeno de esquizofrenia e de outros 
transtornos psicóticos em familiares de probandos esquizotípicos. 
Distúrbios Psiquiátricos e Comportamentais 
Maysa Araújo Gomes Ferraz FPS MED 14 
 
Tratamento 
Esses pacientes apresentam padrões de pensamento peculiares, e 
alguns estão envolvidos em cultos, estranhas práticas religiosas e o 
ocultismo. Na psicoterapia, o profissional não deve ridicularizar 
essas peculiaridades nem criticar essas crenças ou atividades. 
Medicamentos antipsicóticos podem ser úteis para lidar com ideias 
de referência, ilusões e outros sintomas do transtorno e ser usados 
em conjunto com psicoterapia. Antidepressivos são válidos quando 
houver um componente depressivo da personalidade. 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTISSOCIAL (B) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.7 (F60.2) 
 
A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos 
das outras pessoas que ocorre desde os 15 anos de idade, 
conforme indicado por três (ou mais) dos seguintes: 
1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a 
comportamentos legais, conforme indicado pela repetição 
de atos que constituem motivos de detenção. 
2. Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras 
repetidas, uso de nomes falsos ou de trapaça para ganho 
ou prazer pessoal. 
3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro. 
4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por 
repetidas lutas corporais ou agressões físicas. 
5. Descaso pela segurança de si ou de outros. 
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha 
repetida em manter uma conduta consistente no trabalho 
ou honrar obrigações financeiras. 
7. Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença 
ou racionalização em relação a ter ferido, maltratado ou 
roubado outras pessoas. 
B. ​O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. 
C. ​Há evidências de transtorno da conduta com surgimento anterior 
aos 15 anos de idade. 
D. ​A ocorrência de comportamento não se dá exclusivamente 
durante o curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar. 
 
A característica essencial do transtorno da personalidade antissocial 
é um padrão difuso de indiferença e violação dos direitos dos 
outros, o qual surge na infância ou no início da adolescência e 
continua na vida adulta. Esse padrão já foi referido como psicopatia, 
sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial. 
Pode ser útil integrar informações adquiridas por meio de avaliações 
clínicas sistemáticas e informações de outras fontes colaterais. 
 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Indivíduos com transtorno da personalidade antissocial 
frequentemente carecem de empatia e tendem a ser insensíveis, 
cínicos e desdenhosos em relação aos sentimentos, direitos e 
sofrimentos dos outros. Podem ter autoconceito inflado e arrogante 
(ex: sentem que o trabalho comum cotidiano está abaixo deles ou 
carecem de uma preocupação real a respeito dos seus problemas 
do momento ou a respeito de seu futuro) e podem ser 
excessivamente opiniáticos, autoconfiantes ou convencidos. 
Podem exibir um charme desinibido e superficial e podem ser muito 
volúveis e verbalmente fluentes (ex: usar termos técnicos ou jargão 
que podem impressionar uma pessoa que desconhece o assunto). 
Falta de empatia, autoapreciação inflada e charme superficial são 
aspectos comumente incluídos em concepções tradicionais da 
psicopatia e podem ser particularmente característicos do transtorno 
e mais preditivos de recidiva em prisões ou ambientes forenses. 
Esses indivíduos podem, ainda, ser irresponsáveis e exploradores 
nos seus relacionamentos sexuais. Podem ter história de vários 
parceiros sexuais e jamais ter mantido um relacionamento 
monogâmico. Como pais, podem ser irresponsáveis, conforme 
evidenciado por desnutrição ou doença de um filho resultante de 
falta de higiene mínima, dependência de outros familiares para 
abrigo ou alimento de um filho, fracasso em encontrar um cuidador 
para um filho pequeno ou, ainda, desperdício recorrente do dinheiro 
necessário para a manutenção doméstica. 
Podem ser dispensados do exército de forma desonrosa, fracassar 
em prover o próprio sustento, empobrecer ou até ficar sem teto ou, 
ainda, passar muitos anos em institutos penais. Também são mais 
propensos a morrer prematuramente de formas violentas. 
Podem também apresentar disforia, incluindo queixas de tensão, 
incapacidade de tolerar a monotonia e humor deprimido. 
Podem ter transtornos de ansiedade, transtornos depressivos, 
transtornos por uso de substância, transtorno de sintomas 
somáticos, transtorno do jogo e outros transtornos do controle de 
impulsos associados.Também apresentam com frequência 
aspectos de personalidade que atendem a outros transtornos da 
personalidade, em particular borderline, histriônica e narcisista. 
A probabilidade de desenvolvimento de transtorno da personalidade 
antissocial na idade adulta aumenta se o transtorno da conduta do 
indivíduo teve início na infância (antes dos 10 anos) e se houve 
também TDAH associado. Abuso ou negligência infantil, 
paternidade/maternidade instável ou errática ou disciplina parental 
inconsistente podem aumentar a probabilidade de o transtorno da 
conduta evoluir para transtorno da personalidade antissocial. 
 
Desenvolvimento e Curso 
O transtorno da personalidade antissocial tem um curso crônico, 
mas pode se tornar menos evidente ou apresentar remissão 
conforme o indivíduo envelhece, em particular por volta da quarta 
década de vida. Embora essa remissão tenda a ser especialmente 
evidente quanto a envolvimento em comportamento criminoso, é 
possível que haja diminuição no espectro total de comportamentos 
antissociais e uso de substância. 
 
Fatores genéticos e fisiológicos 
Transtorno da personalidade antissocial é mais comum entre 
familiares biológicos de 1º grau daqueles que têm o transtorno. 
O risco para familiares biológicos de mulheres com o transtorno 
tende a ser maior do que para homens. Familiares biológicos de 
indivíduos com a doença têm ainda risco aumentado de transtorno 
de sintomas somáticos e por uso de substância. 
Dentro de uma família na qual um membro apresenta transtorno da 
personalidade antissocial, os indivíduos do sexo masculino têm 
mais frequentemente transtorno da personalidade antissocial e por 
uso de substância, ao passo que os do feminino apresentam com 
Distúrbios Psiquiátricos e Comportamentais 
Maysa Araújo Gomes Ferraz FPS MED 14 
 
mais frequência transtorno de sintomas somáticos. Nessas famílias, 
no entanto, há prevalência aumentada de todos esses transtornos 
em ambos os sexos. 
Estudos sobre adoção indicam que fatores genéticos e ambientais 
contribuem para o desenvolvimento do transtorno da personalidade 
antissocial. Tanto filhos adotivos quanto biológicos de pais com o 
transtorno têm risco aumentado de desenvolver transtorno da 
personalidade antissocial, transtorno de sintomas somáticos e 
transtornos por uso de substância. Crianças que conviveram algum 
tempo com os pais biológicos e depois foram encaminhadas para 
adoção assemelham-se mais aos pais biológicos. 
 
Questões Diagnósticas 
Relativas à Cultura: ​O transtorno parece ter ligação com condição 
socioeconômica baixa e contextos urbanos. 
Relativas ao Gênero: Muito mais comum no sexo masculino. Têm 
havido algumas preocupações pela possibilidade de subdiagnóstico 
em indivíduos do sexo feminino, especialmente pela ênfase em 
itens de agressividade na definição do transtorno da conduta. 
 
Diagnóstico diferencial 
O transtorno da personalidade antissocial pode ser distinguido de 
comportamento ilegal pois envolve diversas áreas da vida. Se o 
comportamento ilegal visa apenas ganhos e não está acompanhado 
de traços de personalidade rígidos, mal-adaptativos e persistentes, 
é classificado como comportamento criminoso não associado a um 
transtorno da personalidade. 
 
Psicoterapia 
Caso sejam confinados (ex: internados em um hospital), pacientes 
com transtorno da personalidade antissocial frequentemente se 
tornam receptivos a psicoterapia. Quando o indivíduo sente que 
está entre pares, sua falta de motivação para mudança desaparece. 
Antes que o tratamento possa ter início, é fundamental estabelecer 
limites firmes. 
 
Farmacoterapia 
Usada para lidar com sintomas incapacitantes como ansiedade, 
raiva e depressão, mas, como os pacientes com frequência abusam 
de substâncias, devem ser usados de forma criteriosa. Caso um 
paciente mostre evidências de TDAH, metilfenidato pode ser útil. 
Foram realizadas tentativas de alterar o metabolismo de 
catecolamina e de controlar o comportamento impulsivo com 
antiepilépticos (ex: carbamazepina ou valproato), especialmente 
quando identificadas ondas anormais no EEG. Antagonistas dos 
receptores β-adrenérgicos foram usados para reduzir agressividade. 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE (B) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.83 (F60.3) 
 
Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da 
autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada que surge 
no início da vida adulta e está presente em vários contextos, 
conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: 
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou 
imaginado. (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de 
automutilação coberto pelo Critério 5.) 
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e 
intensos caracterizado pela alternância entre extremos de 
idealização e desvalorização. 
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e 
persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo. 
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente 
autodestrutivas (ex: gastos, sexo, abuso de substância, 
direção irresponsável, compulsão alimentar). (Nota: Não 
incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto 
pelo Critério 5.) 
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças 
suicidas ou de comportamento automutilante. 
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade 
de humor (ex: disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade 
intensa com duração geralmente de poucas horas e 
apenas raramente de mais de alguns dias). 
7. Sentimentos crônicos de vazio. 
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la 
(ex: mostras frequentes de irritação, raiva constante, brigas 
físicas recorrentes). 
9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou 
sintomas dissociativos intensos. 
 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Indivíduos com transtorno da personalidade borderline podem ter 
um padrão de sabotagem pessoal no momento em que uma meta 
está para ser atingida (ex: abandono da escola logo antes da 
formatura; regressão grave após conversa sobre os bons rumos da 
terapia; destruição de um relacionamento bom exatamente quando 
está claro que ele pode durar). 
Alguns desenvolvem sintomas semelhantes à psicose (alucinações, 
distorções da imagem corporal, ideias de referência, fenômenos 
hipnagógicos) em momentos de estresse. 
Indivíduos com esse transtorno podem se sentir mais protegidos 
junto a objetos transicionais (animal de estimação ou objeto 
inanimado) do que em relacionamentos interpessoais. 
Pode ocorrer morte prematura por suicídio, especialmente naqueles 
em que há ocorrência simultânea de transtornos depressivos ou 
transtornos por uso de substância. Deficiências físicas podem 
resultar de comportamentos de abuso autoinfligidos ou de tentativas 
de suicídio. Perdas de emprego recorrentes, interrupção da 
educação e separação ou divórcio são comuns. 
Abuso físico e sexual, negligência, conflito hostil e perda parental 
prematura são mais comuns em histórias de infância daqueles com 
o transtorno da personalidade borderline. 
Transtornos concomitantes incluem transtornos depressivo e 
bipolar, transtornos por uso de substância, transtornos alimentares 
(bulimia nervosa), TEPT, TDAH e transtornos da personalidade. 
 
Desenvolvimento e Curso 
Há considerávelvariação no curso do transtorno da personalidade 
borderline. O padrão mais comum é o de instabilidade crônica no 
início da vida adulta, com episódios graves de descontrole afetivo e 
Distúrbios Psiquiátricos e Comportamentais 
Maysa Araújo Gomes Ferraz FPS MED 14 
 
impulsivo e níveis altos de uso dos recursos de saúde e saúde 
mental. O prejuízo decorrente do transtorno e o risco de suicídio são 
maiores entre os adultos jovens e desaparecem gradualmente com 
o avançar da idade. Embora a tendência para emoções intensas, 
impulsividade e intensidade nos relacionamentos costume perdurar 
a vida toda, indivíduos que se engajam em intervenções 
terapêuticas frequentemente demonstram melhoras já no 1º ano. 
Dos 30 aos 50 anos, a maioria dos indivíduos com o transtorno 
alcança estabilidade maior nos seus relacionamentos e no seu 
funcionamento profissional. Estudos de seguimento indicam que, 
após cerca de 10 anos, até metade deles não mais apresenta um 
padrão de comportamento que atenda aos critérios para o 
transtorno da personalidade borderline. 
É diagnosticado predominantemente (75%) no sexo feminino. 
 
Fatores genéticos e fisiológicos 
O transtorno da personalidade borderline é cerca de 5 vezes mais 
comum em parentes biológicos de primeiro grau de pessoas com o 
transtorno do que na população em geral. Também há aumento do 
risco familiar para transtornos por uso de substância, transtorno da 
personalidade antissocial e transtorno depressivo ou bipolar. 
 
Diagnóstico diferencial 
O transtorno diferencia-se de esquizofrenia com base no fato de o 
paciente com personalidade borderline não apresentar episódios 
psicóticos prolongados, transtorno do pensamento e outros sinais 
clássicos de esquizofrenia. 
 
Psicoterapia 
A psicoterapia para pacientes com transtorno da personalidade 
borderline é uma área intensamente pesquisada e se tornou o 
tratamento recomendado. A psicoterapia é difícil para o paciente e 
para o terapeuta. O paciente regride com facilidade, age por 
impulso e demonstra transferências positivas ou negativas lábeis ou 
fixas, as quais são difíceis de analisar. Identificação projetiva pode 
causar problemas de contratransferência. O mecanismo de defesa 
de cisão faz o paciente amar ou odiar o terapeuta de forma 
alternada, assim como as outras pessoas em seu ambiente. 
O treinamento de habilidades sociais, sobretudo com reprodução de 
gravações em vídeo, permite ao paciente ver como suas ações 
afetam outras pessoas e melhorar seu comportamento interpessoal. 
A terapia comportamental dialética (TCD), foi usada especialmente 
nos casos de comportamento parassuicida, como cortes frequentes. 
Outro tipo de psicoterapia para o borderline é a terapia baseada na 
mentalização. A psicoterapia focada na transferência é uma forma 
modificada de psicoterapia psicodinâmica que também é usada. 
 
Farmacoterapia 
A farmacoterapia é útil para lidar com características específicas da 
personalidade que interferem no funcionamento geral do paciente. 
Usaram-se antipsicóticos para controlar raiva, hostilidade e 
episódios psicóticos breves. Antidepressivos melhoram o humor 
deprimido comum em indivíduos com transtorno da personalidade 
borderline. IMAOs modularam com sucesso o comportamento 
impulsivo em alguns pacientes. Benzodiazepínicos, especialmente 
alprazolam, ajudam com ansiedade e depressão, mas alguns 
pacientes exibem desinibição com essa classe. Anticonvulsivantes, 
como carbamazepina, podem melhorar o funcionamento global de 
algumas pessoas. ISRS foram úteis em alguns casos. 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA (B) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.50 (F60.4) 
 
Um padrão difuso de emocionalidade e busca de atenção em 
excesso que surge no início da vida adulta e está presente em 
vários contextos, conforme indicado por 5 (ou mais) dos seguintes: 
1. Desconforto em situações em que não é o centro das 
atenções. 
2. A interação com os outros é frequentemente caracterizada 
por comportamento sexualmente sedutor inadequado ou 
provocativo. 
3. Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das 
emoções. 
4. Usa reiteradamente a aparência física para atrair a atenção 
para si. 
5. Tem um estilo de discurso que é excessivamente 
impressionista e carente de detalhes. 
6. Mostra autodramatização, teatralidade e expressão 
exagerada das emoções. 
7. É sugestionável (facilmente influenciado pelos outros ou 
pelas circunstâncias). 
8. Considera as relações pessoais mais íntimas do que na 
realidade são. 
 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Indivíduos com transtorno da personalidade histriônica podem ter 
dificuldades em alcançar intimidade emocional em relacionamentos 
românticos ou sexuais. Sem se dar conta disso, costumam 
desempenhar um papel (“vítima” ou “princesa”) em suas relações 
com os outros. Podem buscar controlar seu parceiro por meio de 
manipulação emocional ou sedução em um nível, ao mesmo tempo 
que mostram dependência acentuada deles em outro nível. 
Geralmente têm relacionamentos difíceis com amigos do mesmo 
sexo, pois seu estilo interpessoal sexualmente provocativo pode 
parecer uma ameaça aos relacionamentos afetivos destes. Podem 
também afastar os amigos com exigências de atenção constante. 
Podem buscar obstinadamente novidades, estímulos e excitação e 
ter tendência a entediar-se com a rotina. Não costumam tolerar ou 
se sentem frustrados por situações envolvendo atraso de 
gratificação. Embora com frequência comecem um trabalho ou 
projeto com muito entusiasmo, seu interesse pode se dissipar 
rapidamente. Relacionamentos de longa data podem ser 
negligenciados para dar espaço à excitação de novos. 
As principais defesas de pacientes com transtorno da personalidade 
histriônica são repressão e dissociação. Em conformidade com isso, 
os indivíduos não estão cientes de seus verdadeiros sentimentos e 
não conseguem explicar suas motivações. 
O risco real de suicídio não é conhecido, mas a experiência clínica 
sugere que esses indivíduos estão sob risco aumentado de gestos e 
ameaças suicidas que realizam com o intuito de obter atenção e 
coagir os demais a oferecer melhores cuidados. 
Distúrbios Psiquiátricos e Comportamentais 
Maysa Araújo Gomes Ferraz FPS MED 14 
 
O transtorno da personalidade histriônica tem sido associado a 
taxas mais altas de transtorno de sintomas somáticos, transtorno 
conversivo (transtorno de sintomas neurológicos funcionais) e 
depressivo maior. Com frequência, transtornos da personalidade 
borderline, narcisista, antissocial e dependente são concomitantes. 
 
Diagnóstico diferencial 
A distinção entre transtorno da personalidade histriônica e 
borderline é difícil, mas, neste último, tentativas de suicídio, difusão 
de identidade e episódios psicóticos breves são mais prováveis. 
O transtorno de sintomas somáticos (síndrome de Briquet) pode 
ocorrer em conjunto com o da personalidade histriônica. Pacientes 
com transtornos psicótico breve e dissociativos podem justificar um 
diagnóstico coexistente de transtorno da personalidade histriônica. 
 
Tratamento 
Pacientes com transtorno da personalidade histriônica costumam 
não estar cientes de seus próprios sentimentos reais; a clarificação 
de seus sentimentos interiores é um processo terapêuticoimportante. Psicoterapia e orientação psicanalítica, em grupo ou 
individual, provavelmente seja o tratamento mais indicado. 
A farmacoterapia pode funcionar como tratamento adjunto quando 
direcionada aos sintomas (ex: antidepressivos para depressão e 
queixas somáticas, ansiolíticos para ansiedade, e antipsicóticos 
para desrealização e ilusões). 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA (B) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.81 (F60.81) 
 
Um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou 
comportamento), necessidade de admiração e falta de empatia que 
surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, 
conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: 
1. Tem uma sensação grandiosa da própria importância (ex: 
exagera conquistas e talentos, espera ser reconhecido 
como superior sem que tenha as conquistas 
correspondentes). 
2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, 
brilho, beleza ou amor ideal. 
3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente 
compreendido por, ou associado a, outras pessoas (ou 
instituições) especiais ou com condição elevada. 
4. Demanda admiração excessiva. 
5. Apresenta um sentimento de possuir direitos (expectativas 
irracionais de tratamento especialmente favorável ou que 
estejam automaticamente de acordo com as próprias 
expectativas). 
6. É explorador em relações interpessoais (tira vantagem de 
outros para atingir os próprios fins). 
7. Carece de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se 
com os sentimentos e as necessidades dos outros. 
8. É frequentemente invejoso em relação aos outros ou 
acredita que os outros o invejam. 
9. Demonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e 
insolentes. 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
A vulnerabilidade na autoestima torna os narcisistas muito sensíveis 
a “feridas” resultantes de crítica ou derrota. Embora possam não 
evidenciar isso de forma direta, a crítica pode assustá-los, deixando 
neles sentimentos de humilhação, degradação, vácuo e vazio. 
Podem reagir com desdém, fúria ou contra-ataque desafiador. Isso 
geralmente leva a retraimento social ou a uma aparência de 
humildade que pode mascarar e proteger a grandiosidade. 
Relações interpessoais costumam ser afetadas devido a problemas 
resultantes da crença no merecimento de privilégios, da 
necessidade de admiração e da relativa desconsideração das 
sensibilidades dos outros. 
Embora a ambição e a confiança desmedidas possam levar a 
grandes conquistas, o desempenho pode ser comprometido pela 
intolerância a críticas ou derrotas. Sentimentos persistentes de 
vergonha ou humilhação e a autocrítica acompanhante podem estar 
associados a retraimento social, humor deprimido e transtorno 
depressivo persistente (distimia) ou transtorno depressivo maior. 
Por sua vez, períodos sustentados de grandiosidade podem estar 
associados a humor hipomaníaco. 
Os transtornos da personalidade borderline, histriônica e antissocial 
frequentemente acompanham o transtorno da personalidade 
narcisista, de modo que um diagnóstico diferencial é difícil. Esse 
transtorno está ainda associado a anorexia nervosa e transtornos 
por uso de substância (especialmente cocaína). 
 
Desenvolvimento e Curso 
Entre os diagnosticados, 50 a 75% são do sexo masculino. Traços 
narcisistas podem ser particularmente comuns em adolescentes e 
não necessariamente indicam que a pessoa vai desenvolver o 
transtorno da personalidade. Indivíduos com esse transtorno podem 
ter dificuldades especiais de adaptação ao surgimento de limitações 
físicas e profissionais inerentes ao processo de envelhecimento. 
 
Tratamento 
Visto que os pacientes precisam renunciar a seu narcisismo para 
progredir, o tratamento é difícil. Kernberg e Heinz Kohut defendem o 
uso de abordagens psicanalíticas, mas são necessárias pesquisas 
para validar o diagnóstico e determinar o melhor tratamento. Alguns 
defendem terapia de grupo para que eles aprendam a compartilhar 
e, sob circunstâncias ideais, desenvolver uma reação empática. 
Usou-se lítio em pacientes cujo quadro incluía mudanças de humor. 
Como os pacientes têm baixa tolerância a rejeição e são suscetíveis 
à depressão, antidepressivos serotoninérgicos podem ser úteis. 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE EVITATIVA (C) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.82 (F60.6) 
 
Um padrão difuso de inibição social, sentimentos de inadequação e 
hipersensibilidade a avaliação negativa que surge no início da vida 
adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 
quatro (ou mais) dos seguintes: 
1. Evita atividades profissionais que envolvam contato 
interpessoal significativo por medo de crítica, 
desaprovação ou rejeição. 
Distúrbios Psiquiátricos e Comportamentais 
Maysa Araújo Gomes Ferraz FPS MED 14 
 
2. Não se dispõe a envolver-se com pessoas, a menos que 
tenha certeza de que será recebido de forma positiva. 
3. Mostra-se reservado em relacionamentos íntimos devido a 
medo de passar vergonha ou de ser ridicularizado. 
4. Preocupa-se com críticas ou rejeição em situações sociais. 
5. Inibe-se em situações interpessoais novas em razão de 
sentimentos de inadequação. 
6. Vê a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos 
pessoais ou inferior aos outros. 
7. Reluta de forma incomum em assumir riscos pessoais ou 
se envolver em quaisquer novas atividades, pois estas 
podem ser constrangedoras. 
 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Indivíduos com transtorno da personalidade evitativa costumam 
avaliar vigilantemente os movimentos e as expressões daqueles 
com quem têm contato. Sua conduta temerosa e tensa pode 
provocar o ridículo e o deboche dos outros, o que, em contrapartida, 
confirma suas dúvidas pessoais. Se sentem muito ansiosos diante 
da possibilidade de reagirem à crítica com rubor ou choro. São 
descritos como “envergonhados”, “tímidos”, “solitários” e “isolados”. 
A baixa autoestima e a hipersensibilidade à rejeição estão 
associadas a contatos interpessoais restritos. Os indivíduos podem 
ficar relativamente isolados e em geral não apresentam rede de 
apoio social capaz de auxiliá-los a espantar crises. Desejam afeição 
e aceitação e podem fantasiar relacionamentos idealizados. 
Outros transtornos comumente diagnosticados com o transtorno da 
personalidade evitativa incluem transtornos depressivo, bipolar e de 
ansiedade, em especial fobia social. O transtorno da personalidade 
evitativa é frequentemente diagnosticado junto ao transtorno da 
personalidade dependente, visto que as pessoas ficam muito 
apegadas e dependentes às poucas pessoas de quem são amigas. 
Também tende a ser diagnosticado com o transtorno da 
personalidade borderline e com os transtornos do Grupo A. 
 
Desenvolvimento e Curso 
O comportamento evitativo costuma iniciar na infância pré-verbal ou 
verbal por meio de timidez, isolamento e medo de estranhos e de 
novas situações. Embora a timidez em crianças seja um precursor 
comum do transtorno da personalidade evitativa, na maior parte dos 
indivíduos ela tende a desaparecer lentamente com o passar dos 
anos, por isso, esse diagnóstico deve ser usado com muita cautela 
em crianças e adolescentes 
Os indivíduos podem ficar cada vez mais tímidos e evitativos na 
adolescência eno início da vida adulta, quando os relacionamentos 
sociais com novas pessoas se tornam especialmente importantes. 
Existem algumas evidências de que o transtorno tende a ficar 
menos evidente ou sofrer remissão com o envelhecimento. 
 
Tratamento 
O tratamento psicoterapêutico depende da solidificação de uma 
aliança com o paciente. Com o desenvolvimento da confiança, o 
terapeuta pode transmitir uma atitude de aceitação dos temores do 
paciente, especialmente o medo de rejeição. 
A terapia de grupo pode ajudar o paciente a compreender como sua 
sensibilidade a rejeição o afeta e atinge os outros. 
Treinamento de assertividade pode ensiná-lo a expressar 
abertamente suas necessidades e aumentar sua autoestima. 
Usa-se farmacoterapia para o manejo de ansiedade e depressão 
quando são associadas ao transtorno. Alguns pacientes se 
beneficiam de antagonistas de receptores β-adrenérgicos, como 
atenolol, para o manejo de hiperatividade do SNA, propensa a ser 
elevada nesses indivíduos, em especial quando lidam com 
situações que lhes inspiram temor. Agentes serotoninérgicos podem 
ajudar. Em teoria, fármacos dopaminérgicos podem gerar 
comportamento de busca por novidades; entretanto, o indivíduo 
deve estar psicologicamente preparado para os possíveis 
resultados de novas experiências. 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DEPENDENTE (C) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.6 (F60.7) 
 
Uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado que leva a 
comportamento de submissão e apego que surge no início da vida 
adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 
cinco (ou mais) dos seguintes: 
1. Tem dificuldades em tomar decisões cotidianas sem uma 
quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento de 
outros. 
2. Precisa que outros assumam responsabilidade pela maior 
parte das principais áreas de sua vida. 
3. Tem dificuldades em manifestar desacordo com outros 
devido a medo de perder apoio ou aprovação. (Nota: Não 
incluir os medos reais de retaliação.) 
4. Apresenta dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas 
por conta própria (devido mais a falta de autoconfiança em 
seu julgamento ou em suas capacidades do que a falta de 
motivação ou energia). 
5. Vai a extremos para obter carinho e apoio de outros, a 
ponto de voluntariar-se para fazer coisas desagradáveis. 
6. Sente-se desconfortável ou desamparado quando sozinho 
devido a temores exagerados de ser incapaz de cuidar de 
si mesmo. 
7. Busca com urgência outro relacionamento como fonte de 
cuidado e amparo logo após o término de um 
relacionamento íntimo. 
8. Tem preocupações irreais com medos de ser abandonado 
à própria sorte. 
 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Indivíduos com transtorno da personalidade dependente com 
frequência se caracterizam por pessimismo e autoquestionamentos, 
tendem a subestimar suas capacidades e seus aspectos positivos e 
podem constantemente referir a si mesmos como “estúpidos”. 
Encaram críticas e desaprovação como prova de sua desvalia e 
perdem a fé em si mesmos. Podem buscar superproteção e 
dominação por parte dos outros. O funcionamento profissional pode 
ser prejudicado diante da necessidade de iniciativas independentes. 
Podem evitar cargos de responsabilidade e ficar ansiosos diante de 
decisões. As relações sociais tendem a ser limitadas àquelas 
poucas pessoas de quem o indivíduo é dependente. 
Distúrbios Psiquiátricos e Comportamentais 
Maysa Araújo Gomes Ferraz FPS MED 14 
 
Pode haver risco aumentado de transtornos depressivos, de 
ansiedade e de adaptação. Costuma ser concomitante com outros 
transtornos da personalidade, especialmente borderline, evitativa e 
histriônica. Doença crônica ou transtorno de ansiedade de 
separação na infância/adolescência podem predispor ao transtorno. 
 
Desenvolvimento e Curso 
Esse diagnóstico deve ser usado com muita cautela, ou até não ser 
usado, em crianças e adolescentes. O comportamento dependente 
pode ser apropriado do ponto de vista do desenvolvimento. 
Em contextos clínicos, o transtorno da personalidade dependente 
tem sido diagnosticado mais frequentemente no sexo feminino, 
embora alguns estudos relatem taxas similares de prevalência. 
 
Tratamento 
O tratamento do transtorno da personalidade dependente costuma 
ser bem-sucedido. Terapias voltadas para o insight, terapia 
comportamental, treinamento de assertividade, terapia de família e 
de grupo foram todas bem-sucedidas. 
Tem-se usado farmacoterapia para lidar com sintomas específicos, 
como ansiedade e depressão. Pacientes com ataques de pânico ou 
níveis elevados de ansiedade de separação podem se beneficiar de 
imipramina. Benzodiazepínicos e agentes serotonérgicos também 
foram úteis. Caso a depressão de um paciente ou os sintomas de 
abstinência reajam a psicoestimulantes, eles podem ser usados. 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE 
OBSESSIVO-COMPULSIVA (C) 
Critérios Diagnósticos DSM-5 301.4 (F60.5) 
 
Um padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e 
controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e 
eficiência que surge no início da vida adulta e está presente em 
vários contextos, conforme indicado por 4 (ou mais) dos seguintes: 
1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, 
organização ou horários a ponto de o objetivo principal da 
atividade ser perdido. 
2. Demonstra perfeccionismo que interfere na conclusão de 
tarefas (ex: não consegue completar um projeto porque 
seus padrões demasiadamente rígidos não são atingidos). 
3. É excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade 
em detrimento de atividades de lazer e amizades (não 
explicado por uma óbvia necessidade financeira). 
4. É excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível 
quanto a assuntos de moralidade, ética ou valores (não 
explicado por identificação cultural ou religiosa). 
5. É incapaz de descartar objetos usados ou sem valor 
mesmo quando não têm valor sentimental. 
6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas 
a menos que elas se submetam à sua forma exata de fazer 
as coisas. 
7. Adota um estilo miserável de gastos em relação a si e a 
outros; o dinheiro é visto como algo a ser acumulado para 
futuras catástrofes. 
8. Exibe rigidez e teimosia. 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Parece ser diagnosticado cerca de 2 vezes mais no sexo masculino. 
Indivíduos com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva 
podem ter tanta dificuldade para decidir as tarefas às quais dar 
prioridade ou qual a melhor maneira de fazer alguma tarefa 
específica que podem jamais começar o que quer que seja. 
Têm propensão ao aborrecimento ou à raiva em situações nas 
quais não conseguem manter controle do seu ambiente físico ou 
interpessoal, embora a raiva não costume ser manifestada de forma 
direta (ficam ruminando um pensamento). Em outras ocasiões, a 
raiva pode ser expressa por meio de indignação em relação a um 
assunto aparentemente insignificante. 
Podem dar atenção especial a seu estado relativo nas relações de 
domínio-submissão e exibir deferência excessiva a uma autoridade 
que respeitam e resistência excessiva a uma que não respeitam. 
Geralmente manifestam afeto de forma altamente controlada ou 
artificiale podem sentir grande desconforto na presença de outros 
que se expressam com emoção. As relações cotidianas são sérias e 
formais, e eles podem parecer sisudos em situações em que outros 
sorririam e ficariam alegres. 
Eles se contêm cuidadosamente até estarem certos de que o que 
dirão será perfeito. Podem se preocupar com a lógica e com o 
intelecto e ser intolerantes ao comportamento afetivo dos outros. 
Com frequência apresentam dificuldades de expressar sentimentos 
amorosos e raramente fazem elogios. 
Indivíduos com transtornos de ansiedade, inclusive TAG, fobia 
social e fobias específicas, bem como TOC, têm probabilidade 
aumentada de apresentar perturbação da personalidade que atenda 
aos critérios do transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva. 
Mesmo assim, a maioria das pessoas com TOC não apresenta um 
padrão de comportamento que atenda aos critérios. 
Muitas características do transtorno se sobrepõem-se às 
características de “tipo A” (ex: preocupação com o trabalho, 
competitividade, urgência temporal), e estas podem estar presentes 
em pessoas com risco de infarto do miocárdio. Pode haver 
associação entre transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva 
e transtornos bipolar e depressivo e transtornos alimentares. 
 
Psicoterapia 
Diferentemente de outros transtornos da personalidade, indivíduos 
com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva costumam 
estar cientes de seu sofrimento e buscam tratamento sozinhos. 
Com bastante treinamento e socialização, esses pacientes 
valorizam associação livre e terapia sem diretrizes. O tratamento, no 
entanto, costuma ser prolongado e complexo, e problemas de 
contratransferência são frequentes. Terapia de grupo e terapia 
comportamental eventualmente oferecem certas vantagens. 
 
Farmacoterapia 
Clonazepam, benzodiazepínico com uso anticonvulsivante, reduziu 
os sintomas em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo. 
Desconhece-se sua utilidade para transtornos da personalidade. 
Clomipramina e agentes serotonérgicos (fluoxetina), normalmente 
em dosagens de 60 a 80 mg ao dia, podem ser úteis se sinais e 
sintomas obsessivo-compulsivos se manifestarem. A nefazodona 
pode beneficiar alguns pacientes.

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