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EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

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EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE 
 
Marcelo Augusto Calixto Porto 
Paulo Arthur Santos Mendes 
Riccelli Sullivan Louzeiro Miranda 
Ruan da Silva Botelho 
Prof. Rafael Thallisson Mendes dos Santos 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Bacharelado em Educação Física (BEF0228) – Prática Interdisciplinar 
(30/11/2020) 
 
RESUMO 
 
Este estudo discute a respeito do conceito e desenvolvimento histórico da Educação Física e do 
esporte e as relações que ambos possuem entre si. Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura 
organizada em quatro momentos articulados. No primeiro momento toma-se como ponto de partida 
a história da Educação Física em um contexto global. No segundo momento, somos introduzidos a 
história da Educação Física no Brasil. No terceiro momento, aprofundamos o conceito de esporte e 
vemos como ele é uma manifestação rica de significados e reflexos de um processo de construção 
histórica e cultural de um povo, por fim confrontamos Educação Física e esporte para entender como 
ambos se inter-relacionam. 
 
Palavras-chave: Educação Física. Esporte. Práticas Esportivas. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Para iniciarmos este diálogo é necessário levantar alguns conceitos para que possamos 
entender o que é Educação Física e esporte e como estes estão relacionados. Medina (1987) define a 
Educação Física como: 
 
Educação Física é entendida como disciplina que se utiliza do corpo, através de seus 
movimentos, para desenvolver um processo educativo que contribua para o crescimento de 
todas as dimensões humanas. [...] deve ocupar-se do corpo e de seus movimentos, voltando-
se para a ampliação constante das possibilidades concretas dos seres humanos, ajudando-os, 
assim, na sua realização mais plena e autêntica (MEDINA, 1987, p. 62). 
 
Sobre a Educação Física, Manuel Sérgio compreende que: 
 
A vejo como um ramo pedagógico da ciência da motricidade humana, e por isso deveria se 
chamar educação motora, e assim, consequentemente não reconhece autonomia, nem como 
sistema e nem como subsistema. Percorrendo o esporte, a dança, a educação especial e 
reabilitação, a ergonomia, a motricidade infantil, o circo, e tendo como função principal estar 
presentes com as possibilidades e os instrumentos que permitam humanizar, transformar em 
espaço libertador aquelas atividades (SÉRGIO 1989 p.58). 
 
 
2 
 
De acordo com o Coletivo de Autores (1992, p.33), Educação Física é uma disciplina que trata, 
pedagogicamente, na escola, do conhecimento de uma área denominada aqui de cultura corporal. 
A Educação Física, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) é a área que busca 
incluir todos os alunos, promovendo sua inserção e integração a Cultura Corporal do Movimento por 
meios de vivências de jogos, esportes, ginásticas, lutas, atividades rítmicas e expressivas e o 
conhecimento sobre o corpo. (BRASIL,1998). 
Sobre esporte, que é um dos conteúdos de Educação Física, Helal (1990) nos diz que é qualquer 
competição que inclua uma medida importante de habilidade física e que esteja subordinada a uma 
organização mais ampla que escape ao controle daqueles que participam ativamente da ação. 
As práticas esportivas estão presentes desde os primórdios da humanidade, Segundo Carl Diem 
(1966), a história do esporte é íntima da cultura humana, em que os povos tiveram, em cada época, 
seus esportes, que foram a essência de cada povo. 
Antonelli (1963) apud Tubino (2001), identifica no conceito de esporte os elementos jogo, 
movimento e competição. 
Pelo que vimos, os conceitos apresentados acima apontam para uma série de ramificações, por 
isso definir Educação Física e esporte não é uma tarefa fácil. O presente estudo convida-nos a refletir 
sobre seus papéis dentro da sociedade e responder as seguintes perguntas: O que é Educação Física? O 
que é Esporte? Qual a diferença entre a Educação Física e o Esporte? Objetivos esses realizados através 
de uma análise bibliográfica, realizada com a captação de publicações relacionadas ao tema proposto, 
buscando em renomados educadores respaldo para nossa discussão. 
 
2. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
Para que se possa entender Educação Física é fundamental conhecer suas origens. A atividade 
física é algo que está presente na vida do homem há milhares de anos. Isso significa dizer que, 
historicamente, a área da educação física existe há muito tempo, ainda que não fosse baseada em 
ciências e evidências. 
No período pré-histórico o homem já utilizava a força, a velocidade e a resistência para a sua 
sobrevivência e essas habilidades foram sendo aprimoradas gradativamente. (SILVA, 2015). 
3 
 
 
 
FIGURA 1: EVOLUÇÃO HUMANA 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em Blog Maxi Educa:< https://blog.maxieduca.com.br/evolucao-
humana/evolucao-2/> Acesso em: 30 nov. 2020. 
 
 
 
Percebemos que neste período o ser humano já executava movimentos que hoje são inerentes 
ou dos esportes ou da Educação Física mas com uma característica voltada para a sobrevivência. Não 
havia ainda uma característica para saúde ou para o lazer. 
A história das civilizações se relaciona com a Educação Física. Conforme Silva (2015), 
Gradualmente, as sociedades antigas na China, índia, Egito, Grécia e Roma adotaram a Educação Física 
como parte do treinamento militar de seus exércitos. 
Segundo Moreira (2010?), estes povos se valiam da atividade física para vários fins: 
 
Os chineses eram voltados à saúde, se preocupavam com os hábitos higiênicos, com a postura 
correta, com a ginástica curativa, com a massagem e com a prática dos exercícios físicos, que 
consideravam de vital importância para o homem. 
Os hindus (Índia) tinham como prática principal a Yoga, que trabalhava bastante a respiração, 
a qual não estava voltada só para o físico, mas também para o intelectual, o emocional e o 
espiritual, objetivavam a purificação do corpo. 
Os egípcios exercitavam os seus guerreiros com treinamentos rígidos e como práticas 
esportivas tinham à luta, o remo, o atletismo etc. 
 
 
De acordo com Teixeira (1994) apud Moreira (2010?), a Grécia Antiga tinha o mérito de não 
separar o físico do intelecto. Os atletas eram considerados exemplos a serem seguidos pelas pessoas e 
a preparação física fazia parte da educação dos jovens. 
Foi da Grécia que surgiu o mais importante evento esportivo mundial, os Jogos Olímpicos. 
Em contrapartida, Roma mostrou um contraste do povo grego: 
 
 
4 
 
Os romanos, já sob a influência grega, também edificaram os seus estádios. Estes, que foram 
o principal cenário dos Jogos Olímpicos, não desfrutaram a mesma grandeza em terras 
romanas. Na verdade, foram conhecidos juntamente com a introdução do esporte helênico 
em Roma (186 a.C.), estavam destinados às competições atléticas e às lutas. Os romanos 
copiaram, porém, um modelo já decadente, sendo levados a uma prática deformada. 
(OLIVEIRA, 2006, p. 31). 
 
 
Pessoas eram forçadas a lutar até a morte em grandes espetáculos de lutas. Foi ainda no período 
romano que surgiu a famosa frase “Mens sana in Corpore Sano”. 
A Educação Física passa por períodos conturbados como o da Idade Média onde, explica 
Moreira (2010?), a Educação Física foi quase abandonada. Com o domínio da igreja, para garantir o 
poder e a riqueza, tudo que se fazia com relação ao exercício físico era considerado pecado e passivo 
de punição. 
O Renascimento fez explodir novamente a cultura física. A admiração e dedicação pela beleza 
do corpo, antes proibida, agora renasce com grandes artistas como Leonardo da Vinci (1432-1519), 
entre outros. A partir daí surge o estudo da anatomia que foi um grande marco para a Educação Física 
e a Medicina. (PEREIRA; MOULIN, 2006, p. 19-20). 
A Idade Moderna nos traz grandes pensadores como Erasmo de Roterdam, Calvino, Guts 
Muths, Rousseau e Pestalozzi. A forma como era pensada a Educação Física mudou a partir deles. 
Segundo Silva (2015), A partir deste momento que a Educação Físicapassou a ser vista e 
estudada com fins humanistas, com abordagens da formação corporal para a saúde do corpo e mente, 
desligada da preparação militar e voltada para a educação. 
 Na idade contemporânea podemos destacar quatro grandes escolas responsáveis pelo 
desenvolvimento da Educação Física e dos esportes: a alemã, a nórdica, a francesa e a inglesa. Nesse 
período, de acordo com Moreira (2010?), O Barão de Coubertin faz renascer os Jogos Olímpicos e 
divulga o esporte como meio de integração entre os povos. 
 
2.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL 
 
 
Como vimos no tópico anterior, a prática de atividades físicas está intimamente ligada a história 
da humanidade e no Brasil não é diferente. O primeiros registros datam da época do Brasil Colônia 
(1.500 a 1.822) através da manifestações indígenas. 
5 
 
Silva (2015, p. 78) apud Gutierrez (1972) nos diz que, historicamente, relacionam-se as 
atividades físicas realizadas pelos índios neste período, aos aspectos da cultura primitiva, 
caracterizados pelos elementos naturais (caça, pesca, nado e locomoção), de guerra (proteção de seu 
habitat), recreativo (jogos e brincadeiras) e religioso (como as danças, agradecimentos aos deuses, 
festas, encenações etc.) 
 
FIGURA 2: CULTURA INDÍGENA NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em Brasil Escola - UOL:< https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-
indigena.htm> Acesso em: 30 nov. 2020. 
 
Ainda segundo Silva (2015, p. 78) conforme citado por Ramos (1982) foi durante o período 
colonial, que surgiu, nas senzalas (principalmente na Bahia e Rio de Janeiro), a capoeira, atividade de 
luta disfarçada de dança, com elementos rítmicos e criativos, praticada pelos escravos. 
Assim vemos que indígenas e negros representam os primeiros elementos de que temos registro 
da Educação Física no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
FIGURA 3: CULTURA NEGRA NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em Wikipédia:< https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rugendasroda.jpg> 
Acesso em: 30 nov. 2020. 
 
Passando pelo período do Brasil Império (1.822 a 1.889) temos os primeiros tratados 
relacionados a Educação Física. Nesse período já percebemos a preocupação de alguns pensadores a 
respeito do movimento do corpo e da pratica de exercícios para o bem-estar. 
A Educação Física foi inserida na escola de maneira oficial em 1851, por conta da reforma 
Couto Ferraz, que buscava nessas circunstâncias melhorar o ensino. Passados três anos, em 1854, a 
ginástica passa a ser conteúdo obrigatório no primário e a dança no secundário (BENVEGNÚ JÚNIOR, 
2011). 
De acordo com Ferreira e Silva (2009), em 1882, Rui Barbosa recomendou que fosse 
obrigatória a prática das ginásticas, para ambos os sexos, e que também fosse equiparada às outras 
disciplinas da escola. Mas de fato isso não aconteceu em todos os municípios da corte, exceto Rio de 
Janeiro e nas escolas militares. 
No início da década de 20 do século XX, houve uma disseminação da Educação Física por 
outras regiões do país (DARIDO,2005). 
Chegando no período do Brasil República (1.889 até hoje), de acordo, com Ghiraldelli Júnior 
(1991), a Educação Física é classificada em quatro modelos distintos: higienista, militarista, 
7 
 
pedagogicista e competitivista (esportivista). 
O modelo higienista influenciou a Educação Física no início do século XX, pois sua idéia 
principal era adquirir ou manter a saúde individual e social, e assim, afastar de hábitos nocivos que 
ocasionavam problemas de saúde pública (FERREIRA; SILVA, 2009). 
O modelo militarista (1930 a 1945), preocupado em formar um cidadão-soldado, perpassa pela 
afirmativa de Soares et al. (1992, p. 53) em que “As aulas de Educação Física nas escolas eram 
ministradas por instrutores físicos do exército, que traziam para essas instituições os rígidos métodos 
militares da disciplina e da hierarquia.” 
Segundo Bracht (1989) as funções atribuídas ao instrutor eram as de apresentar os exercícios, 
dirigir, manter a ordem e a disciplina. Ao aluno competia repetir e cumprir a tarefa atribuída pelo 
instrutor. 
Com o modelo pedagogicista (1945 a 1964), existe um desenvolvimento cientifico a respeito 
da forma como os exercícios são realizados. O professor leva os alunos a aceitar às regras do convívio 
democrático, mas advoga uma neutralidade em relação aos conflitos políticosociais (GHIRALDELLI 
JÚNIOR, 1988). 
O modelo competitivista (esportivista)(após 1964) faz com que a Educação Física torne-se 
submissa ao esporte, colocando outras práticas corporais em segundo plano. O esporte passou a 
determinar o conteúdo da Educação Física, no qual a relação entre professor e aluno passaram a ser um 
professor “treinador” e aluno “atleta” (SOARES, et al., 2009). 
Benvegnú Júnior nos explica mais a respeito: 
 
O termo esportivização constitui um processo no qual os passatempos, divertimento, 
brincadeiras e jogos passam a assumir uma prática institucionalizada denominada desporto. 
E esse fenômeno acabou por ocupar as aulas de Educação Física, quando o esporte passou 
de um conteúdo a ser escolarizado a um conteúdo exclusivo, sendo gerador de uma nova 
forma de organizar o conhecimento, os espaços, tempos e relações sociais dentro e fora da 
escola (BENVEGNÚ JÚNIOR, 2011 p.8). 
 
 
Durante este período o Brasil vivia o regime da ditadura militar e neste cenário, coube à 
Educação Física o papel de colaborar, por meio de seu caráter lúdico esportivo, com o esvaziamento 
de qualquer tentativa de rearticulação política do movimento estudantil no contexto universitário 
(CASTELLANI FILHO, 1988). 
8 
 
Darido e Rangel (2005) citados por Silva (2015, p. 88), entendem que a Educação Física ao 
longo de sua história priorizou os conteúdos gímnicos e esportivos, numa dimensão quase 
exclusivamente procedimental, o saber fazer e não o saber sobre a cultura corporal ou como se deve 
ser. 
 
3. ESPORTE 
 
 
Segundo Tubino (1999, p. 8), o termo esporte surgiu no século XIV, quando os marinheiros 
usavam as expressões “fazer esporte”, “desportar-se” ou “sair do porto”, para justificar os 
entretenimentos que abrangiam suas aptidões físicas. 
Barbieri (2001), no que diz respeito ao significado do termo esporte vem do inglês sport, que 
se refere a “exercício físico, prazer, distração, brincadeira e repouso corporal”. Na língua portuguesa 
existe o vocábulo desporto, oriundo do antigo francês desport. 
Brandão ressalta que: 
 
Nem sempre o esporte – e os corpos que por ele se expressam – foram considerados objetos 
da história ou dignos de interesse do historiador. Até bem pouco tempo atrás seria muito 
difícil escrever um texto científico em história sobre esportes, processos de esportivização 
ou institucionalização de práticas corporais. Não que faltassem fontes, o que não havia era a 
concepção, hoje já bem mais fortalecida, de que o esporte ultrapassa o mero jogo das 
atividades físicas e pode, assim como as artes plásticas, a literatura, o teatro, o cinema, etc, 
contribuir para uma melhor compreensão cultural e histórica das sociedades (BRANDÃO, 
2010, p.202). 
 
 
O Esporte Moderno surgiu na Inglaterra, no final do século XIX, momento este que aconteceu 
o desenvolvimento industrial e fez ascender a classe média, tanto no poder político como social. Essa 
classe lutou com o intuito de conseguir privilégios no sistema educacional e acabou conseguido um 
aumento significante no número de escolas públicas, este fato, foi decisivo para a multiplicação de 
jogos esportivos (BETTI,1991). 
Ainda, de acordo, com Betti (1991) o esporte é como uma ação social institucionalizada, 
composta por regras, que se desenvolve com base lúdica, em forma de competição entre dois ou mais 
oponentes ou contra a natureza, cujo objetivo é, por meio de comparação de desempenhos, determinar 
o vencedor ou registradordo recorde. 
Para os autores Del Priori e Melo (2009) e Lima (2011), a divisão histórica para o surgimento 
9 
 
dos esportes no Brasil seguiu as seguintes características: 
• Configuração do campo esportivo no país, entre o final do século XIX e o início do século 
XX; 
• Incentivo, recorrente, à prática esportiva como meio de promover a educação dos corpos dos 
brasileiros, com vistas ao desenvolvimento da nação; 
• Tensões sociais envolvendo a apropriação e ressignificação, pelos segmentos populares, de 
práticas esportivas antes reservadas, em sua maioria, às elites dirigentes urbanas, sobretudo no caso do 
futebol; 
• Uso político do esporte em momentos singulares de nossa história, como a era Vargas (1930-
1945) e a ditadura militar (1964-1985); 
• Nova conformação do campo esportivo no Brasil nas últimas décadas, graças à popularização 
dos chamados esportes na natureza/ esportes radicais e ao advento da globalização; 
• Disputas que permeiam a construção de identidades no mundo social, considerando-se a 
prática esportiva, em escala ampla (nacional) ou restrita a algum segmento (classe, étnico/racial, 
gênero), etc. 
Segundo Tubino (2010) o esporte, até a emissão pela UNESCO da Carta Internacional de 
Educação Física e Esporte (1978), era concebido apenas na perspectiva do rendimento. Toda e qualquer 
prática esportiva tinha como objetivo único a vitória, quebra de recordes e superações. 
Tubino reforça seu discurso dizendo que: 
 
É importante esclarecer que, desde a década de 1960, já aconteciam manifestações de 
intelectuais e de organismos internacionais que contestavam essa prática para escolares. 
Entretanto, o apelo para medalhas olímpicas e surgimento de campeões era muito maior, e 
essas manifestações pioneiras de reação não receberam a devida atenção. Não se pode negar 
que, mesmo sem terem sido levados em conta, os posicionamentos contestadores do “status 
quo” foram sedimentando uma base de resistência que, mais tarde, viria a se consolidar 
(TUBINO,2010, p.65). 
 
 
Tubino (2010) também nos alerta sobre o equívoco que existia e ainda persiste em muitas 
situações atuais onde prevalece o discurso de que esporte educa, embora as práticas/competições 
escolares continuem buscando primordialmente padrões crescentes de performance. Não se pode negar 
que o esporte, mesmo centrado no rendimento, possibilita ações educacionais. Em contrapartida, ele 
hierarquiza, exaltando os vencedores, em detrimento dos vencidos. 
10 
 
Santos sobre o esporte, conclui dizendo que: 
 
Apesar de referente universal, é talvez um dos melhores indicadores das políticas de identidade 
- nacional, regional, local - que, perante a modernização e globalização, (re)constroem um 
passado coletivo para servir de emblema à identidade - nacional, regional, local - no presente 
(SANTOS, 2003, p.32). 
 
 
4. EDUCAÇÃO FÍSICA X ESPORTE 
 
 
Ferreira e Silva (2009) apud Sigoli e De Rose Jr (2004) nos dizem que o esporte e a Educação 
Física tiveram em diversos momentos da história uma função ligada aos interesses políticos e 
estratégicos das instituições sociais e dos Estados. 
Os mesmos autores citam Kunz (1994) ao conceituar que a Educação Física é a área de estudo 
da cultura corporal do movimento, tendo como um dos seus conteúdos o esporte. Mas devido o grande 
reforço que os meios de comunicação, colocam sobre o “esporte- espetáculo”, tem se conceituado 
erroneamente como sendo sinônimo da Educação Física. 
Na sociedade contemporânea tudo é consumo. E o esporte pode ser caracterizado como 
mercadoria da indústria cultural, sobretudo para aquele que o assiste. Ou seja, mesmo que não 
frequentemos os estádios e estejamos assistindo pela televisão, nós estamos consumindo o produto 
midiático, o produto audiovisual e estamos colaborando para uma rede que movimenta uma série de 
negócios. 
Souza (1993, p.14) garante que a influência do esporte enquanto fetiche da mercadoria, na 
Educação Física Escolar, se manifesta de três formas: 
 
“a) a ampliação do consumo de mercadoria esporte espetáculo e de outras mercadorias 
paralelas; b) a ampliação das possibilidades de descoberta de valores (novos esportistas) e 
por último, mas não menos importante, c) a propagação de valores e normas de 
comportamentos relativos ao mundo das mercadorias”. 
 
 
Ferreira e Silva (2009) citam Sigoli e De Rose Jr (2004) ao afirmar que os grandes eventos 
esportivos são vitrines deste produto. Divulgados amplamente na mídia constroem heróis que 
alimentam este mercado. Contudo, apesar das influências sofridas e da utilização para fins políticos e 
econômicos, o esporte mantém em sua configuração primária, o embate esportivo, seus princípios 
fundamentais: a busca pelo ideal de vitória e o intuito de ser o melhor. Estes fatores, apoiados na 
11 
 
regulamentação esportiva, sustentam a legitimidade do esporte. 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
 
Ao Concluirmos este estudo foi possível verificar o que é Educação Física e esporte. E como, 
em seu período histórico, ela foi erroneamente tratada como sinônimo do próprio esporte. 
Este foi um tema bastante complexo e digno de muita discussão devido ao fato de que a 
Educação Física passou por profundas modificações em todo seu o processo de evolução e atualmente 
estes processos continuam ocorrendo, mas podemos simplificar o conceito de Educação Física como a 
ciência que estuda o movimento do corpo humano e o esporte como é um de seus conteúdos. 
Através dos dados históricos levantados pode-se compreender o movimento da Educação Física 
ao longo da história e como ela está intimamente enraizada na cultura do ser humano e como na 
atualidade a mídia tem influenciado a forma como Educação Física e esportes são vistos. 
 
 
 
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