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Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul Licenciatura em Física (Matutino) Laboratório de Física I Determinação do Calor Latente de Fusão do Gelo Nome: FERNANDO FERREIRA ANSELMO Data: 25 de Outubro de 2005 I – Objetivos Calcular experimentalmente o calor latente de fusão do gelo com seu respectivo erro experimental, pelo método das misturas; entender o funcionamento do calorímetro e suas limitações; identificar a temperatura de equilíbrio do sistema graficamente; compreender o princípio de conservação de energia (troca de calor). II – Introdução Teórica Colocando um pedaço de ferro na chama de uma vela, observamos que o calor fornecido pela chama provoca uma variação de temperatura (aquecimento) no ferro. Colocando um pedaço de gelo na chama de uma vela, notamos que o calor fornecido pela chama provoca uma mudança de estado (fusão) no gelo. Portanto, quando um corpo recebe ou cede calor, este pode produzir no corpo dois efeitos diferentes: variação de temperatura ou mudança de estado. Se o efeito no corpo for apenas variação de temperatura, o calor é chamado calor sensível. Se o efeito no corpo for apenas mudança de estado, o calor é chamado calor latente. Suponhamos que um corpo A de massa m receba uma quantidade de calor sensível Q que lhe provoca o aquecimento ( ).if tt − Verifica-se que a quantidade de calor Q é proporcional à massa m e à variação de temperatura ( ).if tt − )( if ttmcQ −= onde c é um coeficiente de proporcionalidade chamado calor especifico sensível da substância. Chama-se caloria a quantidade necessária para aquecer 1 g de água pura de 14,5 oC a 15,5 oC, sob pressão normal. A capacidade térmica ou capacidade calorífica de um corpo determina a quantidade de calor que esse corpo necessita para variar sua temperatura de uma unidade. mc tt Q C if = − = )( A unidade de capacidade térmica é caloria/grau Celsius (Cal/°C) ou Joule/Kelvin (J/K). Considerando vários corpos em temperaturas diferentes, colocados em contato, constituindo um sistema termicamente isolado (sistema que não troca calor com o meio externo), eles trocam calor entre si, até atingirem o equilíbrio térmico. Mas, como o sistema é termicamente isolado, isto é, como ele não troca energia térmica com o meio, sua energia térmica total permanece constante. Sendo assim, a soma das quantidades de calor recebidas pelos corpos “mais frios” é exatamente igual à soma das quantidades de calor cedidas pelos corpos “mais quentes”. Logo, a soma das quantidades de calor cedidas por uns é igual à soma das quantidades de calor recebidas pelos demais. = recebidacedida QQ Se convencionarmos: calor recebido Q > 0 e calor cedido Q< 0, a expressão se transforma: 0=+ recebidocedido QQ O equivalente em água de um sistema é a massa de água cuja capacidade térmica é igual à capacidade térmica do sistema considerado. Csistema = Cequiv. em água Calor latente de fusão: quando há mudança de estado sólido para o líquido, a quantidade de calor que está sendo fornecida, não é para aumentar a temperatura, mas sim para fundir a substância. Enquanto não houver fundido toda a substância, a temperatura permanece constante. Então para que está servindo este calor fornecido? Está servindo para romper as ligações entre as moléculas em um sólido cristalino, por exemplo, gelo, como mostra a fig. 1. Figura 1 – Ligações entre as moléculas de um sólido cristalino Calor latente (L) é a quantidade de calor necessária para fazer uma certa massa m de uma substância mudar de fase sem alterar a sua temperatura. Notação: L (calor latente de fusão) M Q L = Unidade de calor latente: U(L) = U(Q) / U (m) = 1 cal / g Unidade de calor latente – Sistema Internacional de Unidades: U(L) = 1 J / kg III – Procedimento Experimental Os Materiais utilizados neste experimento foram: cronômetro digital Axt – CIDEP com um erro de ± 0.001s; balança Marte As 5500 que apresenta um erro de ± 0.01 g; calorímetro de água – Duplo Vaso – Didático; seringa. Primeiramente medimos o valor da massa de água e do gelo, e a temperatura inicial de água (Ta). Em seguida introduzimos o gelo picado (pois apresenta uma superfície especifica livre de contato maior que a pedra inteira, acelerando dessa maneira as trocas de calor com a água) no calorímetro para que diminua o tempo necessário para atingir o equilíbrio (te). Após introduzirmos o gelo na água, medimos com um termômetro graduado em graus Celsius a temperatura da água no calorímetro. A medida foi tomada de 10 em 10 segundos no primeiro minuto. Após o primeiro minuto a medida foi feita com intervalos de tempo maiores. O tempo de observação do comportamento da temperatura foi de aproximadamente 15 minutos. IV – Apresentação e Análise. O método utilizado nesta experiência é denominado “método do calorímetro de mistura”. O calorímetro usado é um recipiente de alumínio de duplo vaso, onde se processarão as trocas de calor sendo a temperatura registrada através de um termômetro de mercúrio a intervalos de tempo estipulados pelos alunos. O valor da massa d’água foi gma )01,020,102( = , e a massa do gelo gmg )01,010,20( = . O valor encontrado da temperatura inicial da água foi Ta = (25,0 0,05) °C. Dado: Cgcalca = /)001,0000,1( . O valor de temperatura d’água (T) em função do tempo (t). T t 18 °C 10 s 16 °C 20 s 15 °C 30 s 15 °C 40 s 14 °C 50 s 13 °C 60 s 12 °C 80 s 11 °C 100 s 11 °C 120 s 10 °C 145 s 10 °C 170 s 10 °C 195 s 9,5 °C 225 s 9,5 °C 255 s 9,5 °C 285 s 9,5 °C 325 s 9,5 °C 365 s 11,5 °C 425 s 11 °C 485 s 11 °C 545 s 12 °C 665 s 14 °C 785 s Com os dados acima, construímos um gráfico da temperatura (T) x tempo (t). A partir deste gráfico calculamos a temperatura de equilíbrio Te, observando o gráfico podemos dizer que Te = 9,5 °C. O valor do Calor Latente (Lf) do gelo se dá: QA + Qg + Qeq. água = 0 onde: QA → Quantidade de calor da água = )( aeaa TTcm − Qg → Quantidade de calor do gelo = fgeag LmTcm +− )0( Qeq. água → quantidade de calor de equivalente em água = )(. aeaáguaeq TTcm − 0)()0()( . =−++−+− aeaáguaeqfgeagaeaa TTcmLmTcmTTcm )()0()( . aeaáguaeqeagaeaafg TTcmTcmTTcmLm −−−−−−= )()()( . eaaáguaeqeageaaafg TTcmTcmTTcmLm −+−+−= g eaaáguaeqeageaaa f m TTcmTcmTTcm L )()()( . −+−+− = ea g aeaaguaeqa f Tc m cTTmm L − −+ = ).).(( . Portanto: )5,9.(000,1 10,20 000,1).5,925).(182,102( − −+ =fL 192,83=fL O erro do calor latente de fusão do gelo: ( ) aeeaeaf ea ea aguaeq aguaeq a a g g a a f cTTcTcL TT TT m m c c m m m m L +++ − + ++++= . . ( ) 001,05,905,0000,15,9000,1192,83 5,925 05,005,0 18 7 000,1 001,0 1,20 01,0 2,102 01,0 +++ − + ++++=fL 816,36=fL O valor do Calor Latente de Fusão do Gelo encontrado foi: gcalL f /)3783( = V – Conclusão dos Resultados. Pelo método das misturas, o valor encontrado do calor latente de fusão do gelo foi Lf = (83 37) cal / g. O desvio encontrado foi de 4%. Observando o gráfico da temperatura (T) x tempo (t), durante aproximadamente 2 minutos a temperatura tornou-se constante. Sendo assim Te = (9,50 0,05) °C. VI – Bibliografia Haliday – Resnick – “Física” Vol. 2 – 5a edição – Editora LTC. Barthem, R.B., Tratamento e Análisede dados em Física Experimental, 6ª edição, UFRJ.
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