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QUSTIONARIO 2 RESPONDIDO (2)

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SOBRE O LIVRO: OS DONOS DO PODER
DE RAYMUNDO FAORO
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QUESTÕES: QUESTIONÁRIO N. 02
1- Qual o nome do autor do livro “Os donos do Poder”?
 Raymundo Faoro (1925 a 2003) 
2- Por que o Sistema feudal foi incompatível com o mundo Português?
 Situado teórica e historicamente, o sistema feudal foi incompativel com o mundo português desde os primeiros momentos da Reconquista.
 Em Portugal, a terra obedecia a um regime patrimonial e era doada sem a obrigação de serviço ao rei. Ele, sempre que concedia terras, fazia como em uma alienação moderna, pois assim conservava o direito de tomálas de volta. O serviço militar prestado ao rei português era pago. O domínio da terra não fazia do seu titular uma autoridade pública, nem beneficiário de um monopólio real.
 O rei como o maior proprietário, além de comandante geral, permite a transformação do domínio das terras na soberania. Por ser o centro supremo das decisões, a figura de rei todo poderoso impediu que Portugal tivesse o poder real disperso em domínios, como no feudalismo da Europa central; não se constituiu uma camada autônoma, formada de nobres proprietários.
 Em Portugal, não havia entre o rei e os súditos nenhum intermediário. O rei comanda e todos obedecem. Qualquer reclamação contra a palavra suprema era considerada traição, rebeldia contra a vontade de quem tomava as deliberações superiores.
 O rei não admitia nem aliados nem sócios, pois acima dele só a Santa Sé, o Papa, mas não o clero. Abaixo dele, só havia delegados sob suas ordens, seus súditos e subordinados. Excepcionalmente, mais por atenção ao costume dos soldados estrangeiros que existiam desde a Idade Média na França, a concessão de terras determinava, além da propriedade, a soberania em suas terras, o que demonstrava certa tradição feudal. Com o tempo, essas concessões foram deixadas de lado e todos voltaram a obedecer ao rei.
3- Por que a História Portuguesa esta caracterizada pela supremacia do rei?
 Como a atribuição jurisdicional era exclusiva do rei, ele conquistava o povo, que procurava fugir dos desmandos da nobreza e do clero. Todos os trabalhadores simples eram aliados da Coroa. Seus laços eram reforçados pela solidariedade da organização municipal, os concelhos. O velho direito de Castela, consolidado no Fuero Viejo, vigente em Portugal, reservava ao rei, nas doações ou nos senhorios, certas prerrogativas (justiça, moeda, fossado ou jantar), tidas como inerentes à sua preeminência na sociedade política. Para fazer demagogia, o rei abria mão de suas prerrogativas, o que encantava o povo (FAORO, 2001, p. 17).
 Para limitar os excessos dos privilégios da nobreza territorial e do clero, os reis reinstituiram uma pretensa regra da ordem romana. O município, que era usado pelos reis da Europa como estratégia política, foi estimulado. Os concelhos, forma antiga de município, tinham sido conservados pela tradição e tinham pouca significância.
 Com medo da autonomia do clero e da nobreza, o rei criou uma nova base de sustentação, inaugurando comunas e estimulando as existentes, proporcionando suporte político, fiscal e militar. O trono tentou, assim, uma aliança submissa e servil com o povo.
4-Qual era o objetivo da carta de Foral? 
 Os forais – a carta de foral – pacto entre o rei e o povo, objetivavam assegurar o predomínio do soberano já apontando o caminho do absolutismo, ao estipularem que a terra não teria outro senhor senão o rei. Com a instituição dos concelhos o rei logrou desmontar a política medieval e atacar a prepotência eclesiástica, num meio que levaria a subjugar a aristocracia (FAORO, 2001, p. 18).
5- Faoro (2001), afirma que a formação de Portugal influencia o Brasil ate hoje. Por quê?
 Para o autor a sociedade Brasileira- tal como a portuguesa de resto- foi tradicionalmente moldada por um estamento patrimonialista, formado primeiro pelos altos funcionários da coroa e depois pelo grupo funcional que sempre cercou o chefe de Estado no período Republicano.
 Sob esse aspecto o Brasil representa de fato um exemplo conspícuo de país, em que a nação foi criada pelo Estado.
 Assim, Faoro foi o precursor do uso da abordagem weberiana para entender o Brasil, que se tomou cada vez mais importante, na medida em que as limitações das explicações marxistas foram se tomando óbvias. É curioso no entanto que, apesar do grande uso que fazia da história, Faoro tivesse uma visão totalmente a-histórica do fenômeno que estudava, e talvez seja nisto que ele se afastava, como ele mesmo dizia, do que seria uma interpretação propriamente weberiana da história política brasileira. "De D. João I a Getúlio Vargas, numa viagem de seis séculos, uma estrutura político-social resistiu a todas as transformações fundamentais, aos desafios mais profundos, à travessa do oceano largo", diz ele no capítulo final de sua obra (idem, vol. 2:733). Ao longo dos séculos, o país transformou-se, novas tecnologias surgiram, o mundo mudou, mas o estamento burocrático se manteve imutável: "Sobre a sociedade, acima das classes, o aparelhamento político - uma camada social, comunitária embora nem sempre articulada, amorfa muitas vezes - impera, rege e governa, em nome próprio, num círculo impermeável de comando” (idem:737). "Deitou-se remendo de pano novo em vestido velho, vinho novo em odres velhos, sem que o vestido se rompesse nem o odre rebentasse" (idem:748). 
 Os problemas do Brasil de hoje não são mais, no entanto, os do poder absoluto do estamento burocrático, mas sim, em boa parte pelo menos, decorrentes da incapacidade de o Estado exercer o poder que lhe é delegado, democraticamente, para governar em beneficio de todos.
 O estamento burocrático continua existindo, mas não é o mesmo dos tempos de D. João VI, D. Pedro II, Getúlio Vargas, Ernesto Geisel e José Sarney. Nesse sentido, a cruzada de Faoro contra o autoritarismo perdeu muito de seu apelo e de sua atualidade. Mas ele teve, sem dúvida, seu momento e seu papel.
6- Quais são as transformações ocorridas a partir da Revolução industrial?
 Em linhas gerais: 1-Substituição das ferramentas manuais por maquinas; 2-Substituição do sistema de produção manual pelo sistema fabril; 3-Produção de bens de transporte, uso da energia a vapor;
 Já em Portugal o que aconteceu foi uma estagnação, um recrudescimento de mercado, dado os usos comerciais mercantis da época. Sendo assim em terras portuguesas não houve uma industrialização, segundo afirma Raymundo Faoro, pois que o a implantação deste novo sistema econômico foi guiado somente pela “mão do Estado”. 
7- O capitalismo foi responsável pela ruína de qual sistema?
 Sistema Feudal caiu em desuso em meados do séc VX, quando do surgimento de um novo sistema econômico – o capitalismo. 
8- Quais são as consequências do capitalismo dirigido pelo Estado?
 O capitalismo dirigido pelo Estado, que impede a autonomia da empresa e a própria formação do mercado livre, anula as liberdades públicas, que são fundadas sobre as liberdades econômicas, de livre contrato, de livre concorrência e de livre profissão. 
 Tudo isso vai contra o estabelecimento dos monopólios e das concessões reais, assim como é o caso das atuais concessões públicas no Brasil.
9- Quais eram os impostos cobrados no reino de Portugal?
1- sisa, tornado obrigatório para todos no século XIV;
 2- imposto de transmissão, quando o lavrador que detinha o uso do solo passavao para outro lavrador; esse pagamento, chamado foro, era feito ao rei; os réditos com origem na agricultura e no pastoreio —cânones, porções, direituras e miunças dos herdamentos régios, jugadas dos herdamentos dos herdadores peões, o montado pago sobre certas pastagens, as vendas da produção direta; 
 3- réditos provenientes da circulação interna e do mercado — portagens, açougagem, alcavalas; 
 4- os réditos provenientes do comércio externo — dízimas,portagens;
 5- as multas judiciais, ou calúnias e coutos; 
 6- réditos provenientes da atividade industrial — vieiros e minas, dízima do 
pescado, taxa de mesteres;
 7- serviços prestados ao rei ou aos oficiais régios — geiras de malados júniores e outros, almocreverias e carretos, serviço de remadores na frota real [...] ou suas compensações monetárias; 
 8- jantar ou colheita;
 9-emissões de moeda 
 (FAORO, 2001, p. 22).
 Havia ainda as rendas colhidas da dízima eclesiástica (imposto sobre a religião), das pensões de tabelionato e da justiça civil. Todos esses impostos compunham os tesouros reais em moedas, que aparecem nos testamentos dos soberanos em uma indicação da nascente economia monetária.
 A simplificação da cobrança levou ao calculado incremento da ordem municipal. A Coroa criava rendas com seus bens, cobrava impostos do patrimônio particular e manipulava o comércio para sustentar a corte e garantir a segurança de seu domínio.
10- Raymundo Faoro comparou de forma original a formação do reino de Portugal com o desenvolvimento do Brasil. Na qual ofereceu ênfase nos privilégios do Rei, Militares e Igreja. Atualmente no Brasil, houve mudanças nos privilégios dos “Donos do Poder”? Justifique sua resposta.
RESPOSTA PESSOAL

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