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Acadêmico (a): Gedeão Pereira de Souza Preceptora: Michelle Gonçalves de Souza Santos Estágio Supervisionado em Biomedicina I Atividade de Hematologia 5 1. Mulher, 20 anos, há três meses com episódios de tontura, dispneia (dificuldade para respirar) aos moderados esforços, astenia (diminuição da força física) progressiva e aparecimento de equimoses (hematomas) em membros superiores e inferiores. Ao exame físico, apresentava-se com febre (38,5°C), acentuada palidez de pele e de mucosas. Coração apresentava, frequência cardíaca de 112 bpm. Paciente foi transferida da UPA para serviço de hematologia de um hospital para investigação diagnóstica e tratamento especializado. Eritrograma Hemácias 1,9 milhões/mm³ Hemoglobina 5,6 g/dL Hematócrito 16,8 % VCM 85,0 fL HCM 28,6 pg CHCM 33,6 g/dL RDW 11,8 % Leucograma % /mm³ Leucócitos 2007 Neutrófilos 6 120 Eosinófilos 0 0 Basófilo 0 0 Linfócito 90 1807 Monócito 4 80 Plaquetograma Plaquetas 1252 /mm³ Contagem de Reticulócitos 0,2 3800/mm³ Observações Anisocromia. Policromasia. Eosinófilos extra-contagem. a) Quais as principais alterações no hemograma? Pancitopenia. b) Levando em consideração os dados clínicos e as alterações no exame acima, quais as duas principais doenças hematológicas a serem investigadas? Justifique. Aplasia medular e leucemia aguda aleucêmica. c) Quais os principais exames complementares a serem solicitados para obtenção de um diagnóstico definitivo? Para o diagnóstico de anemia aplásica, são necessários mielograma e BMO inicialmente. Pensando-se em leucemia aguda, o mielograma com imunofenotipagem e cariótipo são indispensáveis para o diagnóstico e o prognóstico da doença. 2. Homem, 58 anos, casado, encaminhado da UBS ao ambulatório de Hematologia devido à plaquetopenia. Paciente relatou história de etilismo há vários anos. Negou hipertensão arterial, Diabetes mellitus e transfusões sanguíneas prévias. Ao exame físico, apresentava-se pálido. Pele: telangiectasias (pequenos vasos sanguíneos dilatados na pele) em tórax anterior e posterior, hipertricose facial (crescimento excessivo de pelos na face), ginecomastia e lesões úlcero-bolhosas em extremidade. Extremidades: discreto edema de membros inferiores. Eritrograma Hemácias 3,8 milhões/mm³ Hemoglobina 12,2 g/dL Hematócrito 36,5 % VCM 94,8 fL HCM 31,9 pg CHCM 36,6 g/dL RDW 14,0 % Leucograma % /mm³ Leucócitos 4225 Neutrófilos 60 2535 Eosinófilos 2 84 Basófilo 0 0 Linfócito 29 1226 Monócito 9 380 Plaquetograma Plaquetas 36860 /mm³ Observações Hemácias Em Rouleaux. a) Cite dois achados, um clínico e outro laboratorial, que, quando associados, direcionam o diagnóstico. Telangiectasias e plaquetopenia. b) Qual a causa mais provável da plaquetopenia do paciente? Hepatopatia crônica. c) Quais sorologias podem ser solicitadas para elucidação do diagnóstico? HBsAg, anti-HBs e anti-HCV. d) Diante dos achados cutâneos, que doença pode estar associada à hepatopatia? Porfiria cutânea tarda. 3. Mulher, 50 anos, casada, há dois anos com dor em membros inferiores, parestesia em pododáctilos (formigamento nos dedos dos pés) e adinamia (fraqueza muscular). Procurou UBS, onde realizou hemograma que revelou anemia, sendo solicitado suporte hemoterápico. Todavia, a transfusão de hemácias não pôde ser efetuada, e a paciente foi encaminhada ao centro de referência em hematologia. Realizou-se nova anamnese, confirmando hiporexia (diminuição do apetite) e perda de 4,0 kg em um período de um mês. Ao exame físico, encontrava-se ictérica, emagrecida e pálida. No pescoço apresentava gânglios cervicais palpáveis (menores que 2 cm). O abdome apresenta-se plano, flácido indolor a palpação e sem visceromegalias (sem aumento dos órgãos abdominais). Eritrograma Hemácias 2,6 milhões/mm³ Hemoglobina 10,7 g/dL Hematócrito 29,0 % VCM 108,7 fL HCM 40,1 pg CHCM 36,9 g/dL RDW 14,4 % Leucograma % /mm³ Leucócitos 6500 Neutrófilos 58 3770 Eosinófilos 1 65 Basófilo 0 0 Linfócito 36 2340 Monócito 5 325 Plaquetograma Plaquetas 424000 /mm³ Contagem de Reticulócito 5,9% 153400/mm³ Observações Macrocitose. Anisocromia policromasia, Linfócitos sem atipias. a) Quais alterações do hemograma? Anemia macrocítica hipercrômica e reticulocitose. b) Como pesquisar a causa da anemia diante dos dados clínicos e do hemograma? Diante da anemia macrocítica e da reticulocitose, deve-se pensar em anemia hemolítica, possivelmente anemia hemolítica adquirida, considerando-se a idade da paciente. Deve-se solicitar teste de Coombs direto, o qual, nesse caso, confirmou o diagnóstico de anemia hemolítica autoimune (AHAI) por anticorpo quente. c) Quais são as possíveis etiologias da AHAI? LLC, LES, AR, fármacos (alfametildopa, ácido mefenâmico, penicilinas, cefalosporinas, entre outros) e infecções, como malária, micoplasmose e HIV/SIDA. 4. Homem, 65 anos, empresário, hospitalizado por agravamento de angina estável devido à anemia. Antecedentes: hipertensão arterial e Diabetes mellitus diagnosticados há dois anos na UBS e em uso dos medicamentos metformina (tratamento do diabetes), alfametildopa (anti-hipertensivo) e furosemida (diurético). Ao exame físico: orientado, eupneico, afebril, acianótico, ictérico, com palidez mucocutânea. Abdome plano, flácido, indolor, baço palpável. Eritrograma Hemácias 1,6 milhões/mm³ Hemoglobina 6,3 g/dL Hematócrito 18,5 % VCM 107,0 fL HCM 28,9 pg CHCM 35,5 g/dL RDW 16,1 % Leucograma % /mm³ Leucócitos 6500 Neutrófilos 75 4875 Eosinófilos 0 0 Basófilo 0 0 Linfócito 15 975 Monócito 10 650 Plaquetograma Plaquetas 250000 /mm³ Contagem de Reticulócitos 23,8% 380800/mm³ Observações Anisocitose. Policromasia. Pontilhado Basofílico. a) Que dados do hemograma e da hematoscopia sugerem uma anemia hemolítica? Por quê? Macrocitose, anisocitose, policromasia e pontilhado basofílico (reticulócitos?). A contagem de reticulócitos foi compatível com a hipótese de que o pontilhado basofílico representasse células jovens. Os reticulócitos têm maior tamanho que as hemácias, o que explica a Macrocitose em casos de hemólise com medula funcionante. b) Que dados clínicos sugerem uma anemia hemolítica? Palidez (lembre-se: anemia é diagnóstico laboratorial), icterícia (bilirrubinemia) e esplenomegalia (hemólise extravascular). c) Seria necessário realizar um teste de Coombs? Por quê? Não se discute anemia hemolítica sem o teste de Coombs. Diante de uma anemia hemolítica adquirida, deve-se sempre afastar a possibilidade de AHAI, logo, deve-se pedir a prova de Coombs.
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