Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRATAMENTO AERÓBICO e ANAERÓBICO de Resíduos/Efluentes Aula 11 Livro: Biotecnologia Industrial – Schmidell, Lima, Borzani – Vol. 3-Cap. 23 Tratamento de Resíduos Resíduo: Qualquer substância de que o ser humano pretende desfazer-se por não reconhecer a sua utilidade. A geração de resíduos é causadora de poluição, e tem aumentado com o desenvolvimento econômico e tecnológicos das cidades. TIPO DE RESÍDUOS: Águas Residuais Resíduos Sólidos Urbanos Tecnologias de Tratamento O tratamento biológico é a forma mais eficiente de remoção da matéria orgânica dos esgotos. O próprio esgoto contém grande variedade de bactérias e protozoários que compõem as culturas microbianas mistas que processam os poluentes orgânicos. O processo requer o controle de vazão e recirculação dos microorganismos, fornecimento de O2 e outros fatores (T, pH, presença de elementos tóxicos). M.O se decompõe em substância estáveis. As tecnologias de tratamento de efluentes nada mais são do que o aperfeiçoamento do processo de depuração da natureza, buscando reduzir seu tempo de duração e aumentar a capacidade de absorção, com consumo mínimo de recursos e melhor resultado em termos de qualidade do efluente lançado. Disposição no solo Lagoa de estabilização aerada e/ou sem aeração Sistemas anaeróbios Lodos ativados “A essência dos processo biológicos de tratamento de esgoto reside na capacidade dos micro-organimos envolvidos utilizarem, os compostos orgânicos biodegradáveis, transformando-os em subprodutos que podem ser removidos do sistema de tratamento. Os subprodutos formados podem se apresentar na forma sólida (lodo biológico), líquida (água) ou gasosa (CO2, CH4, etc) qualquer que seja o processo utilizado, aeróbio ou anaeróbio, a capacidade de utilização dos compostos orgânicos depende da atividade da biomassa presente” Classificação dos Processos: AERÓBICOS Ex: Lodos Ativos; (CH2)n + O2 ------- CO2 + H2O + energia+ novas células ANAERÓBICOS Ex: Lagoas de Estabilização (zonas rurais); (CH2)n nCHCOOH CH4 + CO2 Necessita de grandes áreas; Necessita de maior tempo de retencão; FACULTATIVOS Os 2 processos ocorrem ao mesmo tempo Superfície: aeróbico; Fundo: anaeróbico; TRATAMENTO DE ESGOTOS/EFLUENTES POR VIA AERÓBIA Tratamento de Águas Residuais Águas residuais: águas que foram utilizadas em atividades doméstica, industrial ou agrícola e que contém uma grande variedade de resíduos. O tratamento é realizado em estações de tratamento ETAR (Estação de Tratamento de Água Residual). ÁGUA DE REUSO Ex: Estação de Tratamento ALEGRIA -> água para COMPERJ Ex: AQUAPOLO polo petroquímico ABC Componentes a serem removidos na ETAR Sólidos grosseiros em suspensão (gradeamento, peneiramento); Sólidos suspensos sedimentáveis (coagulação/floculação); Óleos e Graxas (separadores gravimétricos, hidrociclones, flotação); Metais pesados (precipitação química, adsorção em carvão ativo); Matéria Orgânica; Compostos inorgânicos (N e P); ETAPAS TRATAMENTO DE ÁGUA Tratamento Preliminar: Só processos físicos: Eliminação de corpos sólidos. Uso de Gradeamento; Resíduos recolhidos mecanicamente; Principal finalidade: Proteção dos dispositivos de transporte de efluentes (bombas, válvulas e tubulações); Proteção das unidades de tratamento subsequentes; TRATAMENTO PRIMÁRIO: Tratamento Físico-Químico Local: Tanque de sedimentação de sólidos. Retirada de: matéria orgânica e sólidos sedimentáveis materiais gordurosos flutuam Processo: Coagulação, floculação, flotação, decantação. Os materiais retirados denominam-se lamas em bruto (lodos em bruto) serão tratados e enviados para aterros sanitários. TRATAMENTO SECUNDÁRIO Tratamento Biológico; Objetivo: Eliminar a matéria orgânica presente; Reatores Biológicos (tanques de aeração); Utilização de micro-organismos aeróbicos. O lodo ativo contém microorganismos que digerem a matéria orgânica. O lodo ativo é misturado com a água resultantes do tratamento primário, ou podem cobrir um leito de gravilha sobre o qual passa a água (tanques de percolação). Ao tratamento secundário segue-se uma nova decantação: Decomposição da Matéria Orgânica: Oxidação de compostos orgânicos pela ação de bactérias aeróbicas. O oxigênio é obtido por aeração mecânica Decantação: Processo de sedimentação nos decantadores secundários; Recirculação do lodo ao tanque de aeração Retorno do lodo Demanda por Oxigênio DQO, Demanda Química de Oxigênio (mg/L) Quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por processo químico. DBO, Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg/L) Quantidade de oxigênio necessário aos microorganimos para oxidar a matéria Orgânica presente a água num período de 5 dias. Processo BioQuímico Aeróbio TRATAMENTO DA LAMA (ou LODO) A Lama é rica em bactérias: Sprillum, vitreoscilla, sphaerotilus, beggiatoa. Composição da Lama: H2O – 93-99% Sólida C- 50-70% H – 6,5 -7,3% O – 21-24% N- 15-18% P -1 -1,5% S – 0 -2,4% Maior parte da lama é retornada à etapa de aeração para manter o nível de bactérias necessário ao processo. O restante vai para o processo de tratamento da lama. O processo de digestão anaeróbica: a lama depositada no fundo do clarificador é tratada na presença de bactérias gerando gás metano. Unidades integrantes da etapa de Tratamento 2ário: Tanque de aeração (reator biológico) Sistema de Aeração Tanque de decantação Sistema de recirculação da lama/lodo Destino da Lama: Reciclo no próprio biotratamento; Digestão anaeróbica Disposição em aterros sanitário; Incineração; Carga Orgânica Exemplo: Um efluente de uma refinaria de açucar chega ter um DBO de 6.000 mg/L, o que significa que a cada litro despejado num rio, fará com que 6.000 mg, ou seja 6g de OD (oxigênio dissolvido) na água do rio sejam consumidos.DBO = 6.000 mg/L Vazão do Efluente = 5.000 L/s Carga Orgânica = 6.000 mg/L x 5.000 L/s Carga Orgânica = 30.000 g/s Limites legais para OD nos corpos de água: Para água de classe especial não é permitido lançamento de efluentes mesmo que tratado. Nas águas naturais de superfície o índice OD varia de 0 a 19 mg/L, mas um teor de 5 a 6 mg/L já é o suficiente para suportar uma população variada de peixes. TRATAMENTO TERCIÁRIO Direcionado para remoção de todos ou alguns contaminantes remanescentes. Evitar o processo de eutrofização (fenômeno causado pelo excesso de nutrientes (P, N) que promovem o crescimento de algas, aumento da biomassa, redução do O2 dissolvido condições anaeróbicas; Processo de filtração e adsorção utilizando membranas e carvão ativo; Em função da necessidade, os processos são muito diversificados: Outros processos de absorção química para remoção de cor, espuma. Osmose reversa, troca iônica Exemplo de Eutrofização Excesso de plantas flutuantes (aguapé) causado por um ambiente eutrófico. TRATAMENTO QUATERNÁRIO Desinfecção final; Objetivo: eliminar as bactérias; Desinfetantes mais utilizado: Cloro Ozônio Radiação UV Não produz subprodutos; Não é corrosivo; Baixo consumo de energia; Subprodutos do Tratamento: Lodo 1ª fase do TT : lodo constituído de sólidos 2ª fase do TT: lodo constituídos de micro- organismos (biomassa) OBS: em média, para cada 400 litros de esgoto são gerados 2 litros de lodo concentrado. Efluente Tratado 2010: 800 milhões de litros de água de reuso; 2012: 1,7 bilhão de litros de água de reuso; Água de Reuso: Contribui para manter o abastecimento de água potável Despesa com o tratamento do esgoto pode virar receita!!!!! PROCESSOS DE BIODIGESTÃO Aula 11 Livro: Biotecnologia Industrial – Schmidell, Lima, Borzani - Vol 3-Cap. 23 Processos Anaeróbios existentes na Natureza: Na natureza existem váriosambientes favoráveis ao desenvolvimento da digestão anaeróbia: Ex: pantânos, estuários, lagos e jazidas petrolíferas. Sec XIX o tratamento do esgoto doméstico gerava gás destinado a iluminação humana. Sec XX India e China produção de gás metano a partir de esterco de animais; 1960 caráter mais científico; Processo Anaeróbicos A digestão anaeróbica é um processo bioquímico complexo composto por várias reações sequenciais, cada uma com sua população bacteriana específica; Os microorganimos, que atuam, na ausência de oxigênio promovem a transformação de compostos orgânicos complexos (carboidratos, proteínas, lipídeos) em produtos simples como o metano e o gás carbônico; Grande parte dos produtos da digestão anaeróbica é constituída por gases, que se despreendem da água residuária, formando uma fase gasosa o BIOGÁS; Etapas: Hidrólise, Acidogênese, Acetogênese e Metanogênese Tratamento Biológico Aeróbios: Oxigênio é o aceptor final dos elétrons: Gera CO2, água e biomassa; Anaeróbios: Compostos químicos atuam como aceptor final dos elétrons. Gera CH4, álcool, ácidos orgânicos e biomassa OBS: Em decorrência da alta quantidade de energia dos produtos finais oriundos dos processos anaeróbios, geralmente é necessário um posterior tratamento aeróbio. Tipos Efluentes e Tratamento Efluente: esgoto doméstico, culturas agrícolas, dejetos de animais, lixo urbano, efluentes de indústrias agrícolas, alimentícias e de bebidas. Tratamento: RAFA – UASB (reator anaeróbico de fluxo ascendente - manta de lodo) FAFA (Filtros Anaeróbicos de Fluxo Ascendentes) Anaeróbio de contato Leito fluidizado Estágios “O ecossistema anaeróbio é muito complexo. Começa com bactérias hidrolíticas que decompõem as matérias mais complexas em substâncias mais simples, estes compostos orgânicos são transformados por bactérias acidogênicas em ácidos orgânicos que por sua vez são transformados por outro conjunto – as bactérias acetogênicas – em ácido acético, o qual por sua vez é convertido por bactéria metanogênicas a metano. Outras bactérias metanogênicas aproveitam parte do CO2 e combinam-no com o hidrogênio para produzir gás metano.” Estágios/Detalhamento Bactérias hidrolíticas Bactérias acidogênicas Bactérias acetogênicas Bactérias metanogênicas Fase Limitante: Formação do metano visto que as bactérias metanogênicas são muito lentas e sensíveis às variações no ambiente. Condição para o desenvolvimento das bactérias metanogênicas: Ausência de oxigênio dissolvido; Temperatura adequada T = 35 – 37°C – faixa mesófila; T = 57- 59°C = faixa termófila; pH ~ 7; Sistemas de Baixa Eficiência (sistemas convencionais) Reatores operados com baixas cargas orgânicas volumétricas Não dispõem de mecanismos de retenção de grandes quantidades de biomassa; Elevados tempo de detenção hidráulica; Tanques de grandes volumes Sistemas de Alta Taxa Mecanismos de retenção da biomassa Baixos tempos de detenção hidráulica. Elevados tempos de retenção celular. Representação esquemática de digestores de alta eficiência RAFA/UASB FAFA Tratamentos Biológicos/Anaeróbico RAFA/UASB Considerações: Área requerida para instalação: 0,05 a 0,1 m2/hab. Baixa produção de lodo; Maior controle sobre os maus odores; Custo de implantação: R$ 30-40/hab; Custo operacional: R$ 1,5 a 2,0/hab.ano; Apesar das grandes vantagens, encontram dificuldades em produzir efluentes que se enquadrem aos padrões ambientais necessidade de pós tratamento. RAFA/UASB Tratamentos Biológicos/Anaeróbico Tratamentos Biológicos/Anaeróbico Anaeróbio + Aeróbio Anaeróbio + Aeróbio Lagoa de Estabilização Muito empregada no Brasil em função das altas temperaturas de insolação, disponibilidade de área, operação simples e pouca mecanização Grandes dimensões e elevados tempos de detenção hidráulica Lagoa de Estabilização Como escolher o método mais adequado? Vai depender dos objetivos ou da qualidade pretendida do efluente... Deve-se considerar: A vazão e a carga orgânica do Afluente; A qualidade final a ser alcançada; A área disponível para implantação do projeto Disponibilidade econômica
Compartilhar