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Exame Físico Geral

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Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 1 
• Semiotécnica 
 
O paciente deve ser examinado nas posições de decúbito, sentada, em pé e 
andando. Para conforto do paciente a ordem do exame deve ser: 
Primeiro examiná-lo sentado a beira do leito ou da mesa de exame, a menos 
que ele seja incapaz de permanecer nessa posição. O examinador deve ficar 
de pé́, em frente ao paciente, deslocando-se para os dois lados, conforme 
necessário. Mas também pode-se iniciar o exame com o paciente deitado 
caso seja mais confortável para ele. 
 
O exame físico geral inclui: 
 
✓ Avaliação do estado geral 
✓ Avaliação do nível de consciência 
✓ Fala e linguagem 
✓ Avaliação do estado de hidratação 
✓ Altura e outras medidas antropométricas 
✓ Avaliação do estado nutricional 
✓ Desenvolvimento físico 
✓ Fácies 
✓ Atitude e decúbito preferido no leito 
✓ Mucosas, Pele e Fâneros 
✓ Tecido celular subcutâneo e panículo adiposo 
✓ Musculatura 
✓ Movimentos involuntários 
✓ Enfisema subcutâneo 
✓ Exame dos linfonodos 
✓ Veias superficiais 
✓ Circulação colateral 
✓ Edema 
✓ Temperatura corporal 
✓ Postura ou atitude na posição de pé 
✓ Biotipo ou Tipo morfológico 
✓ Marcha 
 
 
 
 
 
Exame Físico Geral 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 2 
Avaliação do Estado Geral 
 
É uma avaliação subjetiva com base no conjunto de dados exibidos pelo 
paciente e interpretados de acordo com a experiência de cada um. Usa-se a 
seguinte nomenclatura: 
 
• Estado geral bom 
• Estado geral regular 
• Estado geral ruim 
 
A avaliação do nível de consciência e do estado mental implica dois aspectos 
da mesma questão: a avaliação neurológica e a psiquiátrica. 
 
Entre o estado de vigília ou plena consciência e o estado comatoso, no qual 
o paciente perde completamente a capacidade de identificar seu mundo 
interior e os acontecimentos do meio que o circunda, é possível distinguir 
diversas fases intermediarias em uma graduação cujo principal indicador é o 
nível de consciência. 
 
Quando a consciência é comprometida de modo pouco intenso, mas seu 
estado de alerta é moderadamente comprometido, chama-se obnubilação. 
 
Na sonolência, o paciente é facilmente despertado, responde mais ou menos 
apropriadamente e volta logo a dormir. A confusão mental configura-se por 
perda de atenção, o pensamento não é claro, as respostas são lentas e não há 
percepção normal do ponto de vista temporoespacial, podendo surgir 
alucinações, ilusão e agitação. 
 
Se a alteração de consciência for mais pronunciada, mas o paciente ainda for 
despertado por estímulos mais fortes, tiver movimentos espontâneos e não 
abrir os olhos, caracteriza-se o torpor ou estupor. Se não há despertar com 
estimulação forte, e o paciente está sem movimentos espontâneos, 
caracteriza-se o estado de coma. 
 
Atualmente, usa-se a escala de coma de Glasgow (EG) para se avaliar 
alterações do nível de consciência. 
 
Tal avaliação leva em conta três parâmetros: 
 
1. Abertura ocular 
2. Reação motora 
3. Resposta verbal 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 3 
 
 
Pontuação: 3 a 15. 
Interpretação: 
3 pts – coma profundo (vegetativo) 
4 pts – coma profundo 
7 pts – coma intermediário 
11 pts – coma superficial 
15 pts – normalidade 
 
Fala e Linguagem 
Durante a entrevista, o examinador deve prestar atenção à linguagem do 
paciente, particularmente na linguagem falada (fala). As alterações da fala 
classificamse da seguinte maneira: 
• Disfonia ou afonia: é uma alteração do timbre da voz causada por 
algum problema no órgão fonador. A voz pode tornarse rouca, fanhosa 
ou bitonal 
• Dislalia: é o termo que se usa para designar alterações menores da fala, 
comuns em crianças, como a troca de letras (“tasa” por “casa”). Uma 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 4 
forma especial é a disritmolalia, que compreende distúrbios no ritmo 
da fala, tais como a gagueira e a taquilalia 
• Disartria: decorre de alterações nos músculos da fonação, 
incoordenação cerebral (voz arrastada, escandida), hipertonia no 
parkinsonismo (voz baixa, monótona e lenta) ou perda do controle 
piramidal (paralisia pseudobulbar) 
• Disfasia: aparece com completa normalidade do órgão fonador e dos 
músculos da fonação e depende de uma perturbação na elaboração 
cortical da fala. Há diversos graus de disfasia, desde alterações 
mínimas até perda total da fala. A disfasia pode ser de recepção ou 
sensorial (o paciente não entende o que se diz a ele), ou de expressão 
ou motora (o paciente entende, mas não consegue se expressar), ou 
ainda do tipo misto, que é, aliás, o mais frequente. A disfasia traduz 
lesão do hemisfério dominante: o esquerdo no destro, e viceversa, mas 
não chega a ter valor localizatório muito preciso 
• Disgrafia: perda da capacidade de escrever 
• Dislexia: perda da capacidade de ler 
Avaliação do Estado de Hidratação 
Avaliado de acordo com os parâmetros abaixo: 
• Alteração abrupta do peso 
• Alterações da pele quanto à umidade, à elasticidade e ao turgor 
• Alterações das mucosas quanto à umidade 
• Alterações oculares 
• Estado geral 
• Fontanelas (no caso de crianças). 
Desidratação caracteriza-se pelos seguintes elementos: 
• Sede 
• Diminuição abrupta do peso 
• Pele seca, com elasticidade e turgor diminuídos 
• Mucosas secas 
• Olhos afundados (Enoftalmia) e hipotônicos 
• Estado geral comprometido 
• Excitação psíquica ou abatimento 
• Oligúria 
• Fontanelas deprimidas no caso de crianças 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 5 
A desidratação pode ser classificada segundo dois aspectos: a intensidade e 
a Osmolaridade. A classificação de acordo com a intensidade baseia-se na 
perda de peso: 
Leve ou de 1ºgrau: perda de peso de até 5%. 
Moderada ou de 2ºgrau: perda de peso de 5% a 10%. 
Grave ou de 3ºgrau: perda de peso acima de 10%. 
Para se classificar a desidratação quanto à osmolaridade, característica útil 
para reposição de água e eletrólitos, toma-se como elemento guia o nível 
sanguíneo de sódio. 
Isotônica: quando o sódio está nos limites normais (130 a 150 mEq/l) 
Hipotônica: quando o sódio está baixo (< 130 mEq/l) 
Hipertônica: quando o sódio está acima dos limites normais (> 150 mEq/l). 
 
Fonte: Exame clínico, Porto – 8ªed – pag. 402. 
Avaliação Antropométrica 
Existem várias medidas antropométricas de utilidade prática, incluindo 
altura ou estatura, peso, circunferências, dobras cutâneas e índices como o 
índice de massa corporal (IMC). 
• Altura/ Estatura 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 6 
 
 
 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 7 
• Peso 
• Índice de massa corporal 
• Circunferência da cintura 
• Circunferência da panturrilha 
• Perímetro cefálico 
Avaliação do Estado Nutricional 
Na avaliação do estado nutricional, é necessário obter informações corretas, 
a fim de se identificar distúrbios e/ou agravos ligados à alimentação e à 
doença de base. 
A avaliação nutricional é um processo dinâmico, feito por meio de 
comparações entre os dados obtidos no paciente e os padrões de referência, 
sendo importante a reavaliação periódica do estado nutricional no curso da 
doença. Ver Metabolismo e condições nutricionais no Capítulo 6, Sinais e 
Sintomas. 
• Sobrepeso e obesidade 
Sobrepeso e obesidade são definidos como acúmulo excessivo de gordura 
corporal, condição que acarreta prejuízos a saúde global, além de favorecer 
o surgimento de enfermidades como dislipidemias, doenças 
cardiovasculares, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial. 
• Desnutrição 
A American Dietetics Association (ADA) e a American Society of 
Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) recomendam um conjunto de 
parâmetros para identificar a desnutrição em adultos na prática clínica, 
fazendose necessária a presença de dois ou mais dos seguintes elementos: 
o Ingestão insuficiente de energia 
o Perda de peso 
o Perda de gordura subcutânea 
o Perda de massa muscular 
o Acúmulo de líquido localizadoou generalizado, que, em algumas 
ocasiões, pode mascarar a perda de peso 
o Capacidade funcional diminuída, medida pela forca do aperto de 
mão, com uso de dinamômetro. 
A ingestão insuficiente de alimentos pode estar relacionada a: inanição, áreas 
de insegurança alimentar, pobreza, anorexia, dependência do idoso, como 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 8 
incapacidade de sair de casa para comprar alimentos e/ou de cozinhar, 
condição patológica, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) 
avançada, qualquer acometimento inflamatório da boca ou esôfago. 
Avaliação do consumo de alimentos 
Ver Alterações do peso no Capítulo 6, Sinais e Sintomas. 
Desenvolvimento físico 
Os achados podem ser enquadrados nas seguintes alternativas: 
• Desenvolvimento normal 
• Hiperdesenvolvimento = sinônimo de gigantismo 
• Hipodesenvolvimento = nanismo 
• Hábito grácil = constituição corporal frágil e delgada, caracterizada 
por ossatura fina, musculatura pouco desenvolvida, juntamente com 
uma altura e um peso abaixo dos valores normais. É uma condição 
constitucional, sem significado patológico. 
• Infantilismo = persistência anormal de características infantis na fase 
adulta. 
Fácies 
É o conjunto de dados exibidos na face do paciente. É a resultante dos traços 
anatômicos mais a expressão fisionômica. Não apenas os elementos 
estáticos, mas, e principalmente, a expressão do olhar, os movimentos das 
asas do nariz e a posição da boca. 
Certas doenças imprimem na face traços característicos, e, algumas vezes, o 
diagnóstico nasce da simples observação do rosto do paciente. Os principais 
tipos de fácies são: 
• Face normal ou atípica: comporta muitas variações, facilmente 
reconhecidas por todos, mas é preciso ensinar o olho a ver. Mesmo 
quando não há traços anatômicos ou expressão fisionômica para 
caracterizar um dos tipos de fácies descrito a seguir, é importante 
identificar, no rosto do paciente, sinais indicativos de tristeza, 
ansiedade, medo, indiferença, apreensão. 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fácies Hipocráticas: olhos fundos, 
parados e inexpressivos chamam 
logo a atenção do examinador. O 
nariz afilase, e os lábios se tornam 
adelgaçados. “Batimentos das asas 
do nariz” também costumam ser 
observados. Quase sempre o rosto 
está coberto de suor. Palidez cutânea 
e uma discreta cianose labial 
completam as fácies hipocráticas. 
Esse tipo de fácies indica doença 
grave e quase nunca falta nos estados 
agônicos das afecções que evoluem 
de modo mais ou menos lento 
 
Fácies renal: o elemento característico 
desse tipo de fácies é o edema que 
predomina ao redor dos olhos. 
Completa o quadro a palidez cutânea. 
É observada nas doenças dos rins, 
particularmente na síndrome nefrótica 
e nas glomerulonefrites. 
 
 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 10 
 
 
• Fácies adenoidiana: os elementos fundamentais são o nariz pequeno e 
afilado e a boca sempre entreaberta. Aparece nos indivíduos 
portadores de hipertrofia das adenoides, as quais dificultam a 
respiração pelo nariz ao obstruírem os orifícios posteriores das fossas 
nasais 
Fácies leonina: as alterações que a 
compõem são produzidas pelas lesões 
do mal de Hansen. A pele, além de 
espessa, é sede de grande número de 
lepromas de tamanhos variados e 
confluentes, em maior número na 
fronte. Os supercílios caem, o nariz se 
espessa e se alarga. Os lábios tornam-
se mais grossos e proeminentes. As 
bochechas e o mento se deformam pelo 
aparecimento de nódulos. A barba 
escasseia ou desaparece. Essas 
alterações em conjunto conferem ao 
rosto do paciente um aspecto de cara de 
leão, origem de sua denominação 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Fácies mixedematosa: constituída por um rosto arredondado, nariz e 
lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação de seus sulcos. 
As pálpebras tornam-se infiltradas e enrugadas. Os supercílios são 
escassos e os cabelos secos e sem brilho. Além dessas características 
morfológicas, destaca-se uma expressão fisionômica indicativa de 
Fácies parkinsoniana, cérea ou em 
máscara: caracteriza-se por ser 
inexpressiva, com rigidez facial. A 
fácies parkinsoniana é observada na 
síndrome ou na doença de Parkinson 
Fácies basedowiana: seu traço mais 
característico reside nos olhos, que são 
salientes (exoftalmia) e brilhantes, 
destacando-se sobremaneira no rosto 
magro. A expressão fisionômica indica 
vivacidade. Contudo, às vezes, tem um 
aspecto de espanto e ansiedade. Outro 
elemento que salienta as características da 
fácies basedowiana é a presença de um 
bócio. Indica hipertireoidismo 
 
 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 12 
desânimo, apatia e estupidez (Figura 10.26). Esse tipo de fácies 
aparece no hipotireoidismo ou mixedema 
 
 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 13 
 
 
• Fácies cushingoide ou de lua cheia: como a própria denominação 
revela, chama a atenção de imediato o arredondamento do rosto, com 
atenuação dos traços faciais (Figura 10.31). Secundariamente, deve 
ser assinalado o aparecimento de acne. Este tipo de fácies é observado 
nos casos de síndrome de Cushing por hiperfunção do córtex 
suprarrenal. Pode ocorrer também nos pacientes que fazem uso 
prolongado de corticoides. 
Fácies acromegálica: caracterizada pela 
saliência das arcadas supraorbitárias, 
proeminência das maçãs do rosto e maior 
desenvolvimento do maxilar inferior, além 
do aumento do tamanho do nariz, lábios e 
orelhas. Nesse conjunto de estruturas 
hipertrofiadas, os olhos parecem pequenos 
 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 14 
 
 
 
Fácies mongoloide: está na fenda palpebral seu 
elemento característico: é uma prega cutânea 
(epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem 
distantes um do outro, lembrando o tipo de olhos 
dos chineses. Acessoriamente, nota-se um rosto 
redondo, boca quase sempre entreaberta e uma 
expressão fisionômica de pouca inteligência ou 
mesmo de completa idiotia. É observada no 
mongolismo ou trissomia do par 21 ou síndrome de 
Down, que é tradução de um defeito genético 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 15 
 
• Fácies esclerodérmica: denominada também fácies de múmia, 
justamente porque sua característica fundamental é a quase completa 
imobilidade facial. Isso se deve às alterações da pele, que se torna 
apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com 
Repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das 
pálpebras. A fisionomia é inexpressiva, parada, imutável, justificando 
a comparação com múmia. 
 
 
Atitude e decúbito preferido no leito 
Para facilitar a compreensão, é conveniente analisar conjuntamente “atitude” 
e “decúbito preferido”, definindo-se atitude como a posição adotada pelo 
paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o objetivo de 
conseguir alívio para algum padecimento. 
Fácies etílica: chamam a atenção os 
olhos avermelhados e certa ruborização 
da face. O hálito etílico, a voz pastosa e 
um sorriso meio indefinido completam 
a fácies etílica 
 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 16 
Algumas posições são conscientemente procuradas pelo paciente 
(voluntarias), enquanto outras independem de sua vontade ou são resultantes 
de estímulos cerebrais (involuntárias). 
Só́ tem valor diagnóstico as atitudes involuntárias ou as que proporcionam 
alívio para algum sintoma. Se isso não for observado, pode-se dizer que o 
paciente não tem uma atitude específica ou que ela é indiferente. A 
classificação mais objetiva é a que separa as atitudes em voluntárias e 
involuntárias. 
• Atitudes voluntárias 
As atitudes voluntárias são as que o paciente adota por sua vontade e 
compreendem a ortopneica, a genupeitoral, a posição de cócoras, a 
parkinsoniana e os diferentes decúbitos. 
o Atitude ortopneica (ortopneia). O paciente adota essa posição para 
aliviara falta de ar decorrente de insuficiência cardíaca, asma 
brônquica e ascite volumosa. Ele permanece sentado à beira do leito 
com os pés no chão ou em uma banqueta, e as mãos apoiadas no 
colchão para melhorar um pouco a respiração, que se faz com 
dificuldade. 
o Atitude genupeitoral (ou de “prece maometana”). O paciente 
posiciona-se de joelhos com o tronco fletido sobre as coxas, enquanto 
a face anterior do tórax (peito) põe-se em contato com o solo ou 
colchão. O rosto descansa sobre as mãos, que também ficam apoiadas 
no solo ou colchão. Essa posição facilita o enchimento do coração nos 
casos de derrame pericárdico. 
 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 17 
o Atitude de cócoras (squatting). Esta posição é observada em crianças 
com cardiopatia congênita cianótica. Os pacientes descobrem, 
instintivamente, que ela proporciona algum alívio da hipóxia 
generalizada, que acompanha essas cardiopatias, em decorrência da 
diminuição do retorno venoso para o coração. 
 
o Atitude parkinsoniana. O paciente com doença de Parkinson, ao se por 
de pé́, apresenta semiflexao da cabeça, tronco e membros inferiores e, 
ao caminhar, parece estar correndo atrás do seu próprio eixo de 
gravidade. 
o Atitude em decúbito. A palavra decúbito significa “posição de quem 
está deitado”. Decúbito preferido, portanto, indica como o paciente 
prefere ficar no leito, desde que a faca conscientemente, seja por 
hábito, seja para obter alívio de algum padecimento. Os tipos de 
decúbito são: lateral (direito ou esquerdo), dorsal ou ventral. 
• Atitudes involuntárias 
As atitudes involuntárias independem da vontade do paciente e incluem a 
atitude passiva, o ortótono, o opistótono, o emprostótono, o pleurostótono e 
a posição em gatilho e torcicolo e mão pêndula da paralisia radial. 
Atitude passiva. Quando o paciente fica na posição em que é colocado no 
leito, sem que haja contratura muscular. É observada nos pacientes 
inconscientes ou comatosos. 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 18 
Ortótono (orthos = reto; tonus = tensão). Atitude em que todo o tronco e os 
membros estão rígidos, sem se curvarem para diante, para trás ou para um 
dos lados. 
Opistótono (opisthen = para trás; tonus = tensão). Atitude decorrente de 
contratura da musculatura lombar, sendo observada nos casos de tétano e 
meningite. O corpo passa a se apoiar na cabeça e nos calcanhares, 
emborcando-se como um arco. 
 
 
 
 
 
 
Pleurostótono (pleurothen = de lado; tonus = tensão). É de observação rara 
no tétano, na meningite e na raiva. O corpo se curva lateralmente. 
 
 
Emprostótono (emprosthen = para 
diante; tonus = tensão). Observada no 
tétano, na meningite e na raiva, é o 
contrário do Opistótono, ou seja, o 
corpo do paciente forma uma 
concavidade voltada para diante. 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 19 
Posição em gatilho. Encontrada na irritação meníngea, é mais comum em 
crianças e caracteriza-se pela hiperextensão da cabeça, flexão das pernas 
sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante. 
Torcicolo e mão pêndula da paralisia radial. São atitudes involuntárias 
relacionadas a determinados segmentos do corpo. 
 
Exame das mucosas 
As mucosas facilmente examináveis a olho nu e sem auxílio de qualquer 
aparelho são as mucosas conjuntivais (olhos) e as mucosas labiobucal, 
lingual e gengival. 
O método de exame é a inspeção, coadjuvado por manobras singelas que 
exponham as mucosas à visão do examinador. Assim, no caso das mucosas 
orais, solicita-se ao paciente que abra a boca e ponha a língua para fora. 
Os seguintes parâmetros devem ser analisados: 
• Coloração 
• Umidade 
• Presença de lesões 
Postura ou atitude na posição do pé 
As afecções da coluna costumam acompanhar-se de alterações da posição, 
cabendo referencias a: 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 20 
Cifose: é uma alteração da forma da coluna dorsal com concavidade anterior, 
vulgarmente designada “corcunda”. A causa mais comum é o vício de 
postura. Pode ser consequência de tuberculose da coluna (mal de Pott), 
osteomielite, neoplasias, ou ser de origem congênita 
 
Lordose (cervical ou lombar): é o encurvamento da coluna vertebral, 
formando concavidade para trás. Decorre de alterações de vertebras ou de 
discos intervertebrais, podendo ser citada como exemplo a espondilite 
reumatoide 
Escoliose: é o desvio lateral da coluna em qualquer segmento vertebral, 
sendo mais frequente na coluna lombar ou lombo dorsal. Pode ser de origem 
congênita ou secundaria a alterações nas vértebras ou dos músculos 
paravertebrais. 
Instabilidade postural 
O equilíbrio postural é a capacidade do ser humano de manter-se ereto e 
executar movimentos do corpo sem apresentar oscilações ou quedas. 
A instabilidade postural é manifestação importante da doença de Parkinson 
e pode ser avaliada pelo Pull test ou teste de retropulsão 
• Biotipo ou tipo morfológico 
 
 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 21 
 
 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 22 
 
Marcha 
O modo de andar do paciente poderá́ ser de grande utilidade diagnostica, 
especialmente nas afecções neurológicas. 
Deve ser analisada solicitando-se ao paciente que caminhe certa distância 
(acima de 5 m), descalço, de preferência com calção, com olhos abertos e 
fechados, indo e voltando sob a observação do examinador. 
Marchas anormais: 
• Marcha Helicópode, Ceifante ou hemiplégica: Ao andar, o paciente 
mantém o membro superior fletido em 90° no cotovelo e em adução, 
e a mão fechada em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado 
é espástico, e o joelho não flexiona. A perna se arrasta pelo chão, 
descrevendo um semicírculo quando o paciente troca o passo. 
• Marcha anserina: Para caminhar, o paciente acentua a lordose lombar 
e inclina o tronco para a direita ou para a esquerda, lembrando o andar 
de um pato. 
• Marcha parkinsoniana: O paciente anda como um bloco, enrijecido, 
sem movimento dos braços. 
• Marcha claudicante: Ao caminhar, o paciente “manca” para um dos 
lados. 
• Marcha cerebelar ou marcha do Ébrio: ao caminhar o paciente fica 
com os pés bem separados e ziguezagueia como um bêbado. Esse tipo 
de marcha traduz coordenação motora de movimentos decorrentes de 
lesões no cerebelo. 
Larissa Irigoyen Exame Físico Geral junho/2021 23 
• Marcha tabética: para se locomover o paciente mantem o olhar fixo 
no chão, os membros inferiores são levantados abruptos e 
explosivamente e ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam 
o solo pesadamente. Com os olhos fechados a marcha piora ou se torna 
impossível. Indica perda de sensibilidade proprioceptiva por lesão do 
cordão posterior da medula. Principal causa: neurossifilis 
• Marcha de pequenos passos: caracterizada pelo fato do paciente dar 
passos muito curtos, e arrasta os pés ao caminhar como se estivesse 
dançando marchinha. É típico de atrofia cerebral (paralisia 
Pseudobulbar). 
• Marcha vestibular: Principal causa: lesão vestibular – o paciente 
apresenta lateropulsão quando anda, quando tenta se manter andando 
em linha reta é como se fosse empurrado para o lado. Se o paciente 
for colocado em espaço amplo e mandado a andar com os olhos 
fechado para frente e depois para trás, ele andará no formato de uma 
estrela. 
• Marcha Escarvante: Quando o doente tem paralisia de movimento de 
flexão dorsal do pé, a ponta do pé toca o solo ao caminhar. Para evitar 
tropeçar, o paciente levanta acentuadamente o membro inferior. 
• Marcha em tesoura ou Espática: os dois membros inferiores estão 
enrijecidos ou espásticos permanecendo semifletidos, os pés se 
arrastam se cruzando durante a marcha lembrando uma tesoura.

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