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79 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Unidade II 5 O BASQUETEBOL COMO MODALIDADE ESPORTIVA DE COMPETIÇÃO Atualmente o esporte é visto como um fenômeno cultural da humanidade de diversas possibilidades. Dessa forma, o esporte pode ser vivenciado levando‑se suas diferentes conotações, ou seja, os indivíduos utilizam do esporte por motivações e sentidos diversos. Observamos isso por meio de suas diferentes práticas e personagens (PAES, 2009). Podemos identificar não só no basquetebol, mas também em outras modalidades, a ideia da formação de atletas profissionais para somente se tornarem campeões ou adquirirem a independência financeira. Porém, o basquetebol é uma modalidade que atende a diversos segmentos da sociedade, como crianças, adolescentes, adultos, idosos, portadores ou não de deficiências, que utilizam o esporte para as mais diversas finalidades. Devido às mudanças e à evolução das ciências do esporte, das ciências tecnológicas e de tantas outras áreas do conhecimento, mudou também a forma de entender o esporte. Terminamos o século XX com esse fenômeno se apresentando didaticamente em cinco principais e significativas manifestações: Esporte Profissional, Iniciação Esportiva, Esporte como conteúdo de lazer, Esporte de Representação e Esporte Escolar. Temos ainda a prática de certas modalidades esportivas, realizadas como prática voltada à saúde e melhoria do condicionamento físico, e também enquanto atividade física na tentativa de contribuir com outras áreas, por exemplo, para reabilitação de algum trauma ocorrido com o indivíduo [...] (PAES, 2009, p .8). Esporte profissional Seus objetivos estão inseridos na opção profissional que se apresenta na forma de atletas profissionais, técnicos, preparadores físicos, publicitários, jornalistas, dirigentes, indústria de equipamentos esportivos, profissionais do meio de comunicação e etc. Destacamos essa manifestação esportiva e como ela interfere em todos os praticantes e em todo o cenário esportivo atual. Compreender sua importância na sociedade moderna é essencial. Iniciação esportiva É o início, é a forma pela qual iniciamos o indivíduo na prática do desporto de forma orientada. Com a constante evolução do esporte e sua veiculação nos meios de comunicação, percebemos que dia a dia aumenta o interesse principalmente em crianças e adolescentes. Os clubes, escolas, academias, centros esportivos e praças esportivas públicas são os principais agentes que oferecem a prática esportiva. 80 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Esporte como conteúdo do lazer Os praticantes dessa modalidade desenvolvem a prática esportiva utilizando o fenômeno esportivo em seu tempo livre, é importante destacar que cada indivíduo deve utilizar o esporte em seu tempo livre por razões e motivos distintos. Cabe ao gestor que desenvolve essas atividades trabalhar dentro de um ambiente seguro, cooperativo, democrático e agradável. Esporte de representação Essa manifestação é desenvolvida quando uma pessoa ou grupo se organizam para a disputa de um torneio ou campeonato sem que os atletas envolvidos sejam remunerados parcial ou totalmente para participar. Tem como objetivo a representação de uma instituição, bairro, clube, cidade, estado ou país. Esporte escolar No contexto do ensino formal, como conteúdo da educação física escolar, o esporte deve atender aos alunos e merece ser tratado com um significado cultural, transmitido de forma planejada e organizada para todos na escola. Lembramos ainda que no processo de iniciação esportiva não mais existe a necessidade de formar grandes atletas, detectar talentos ou priorizar a busca por resultados, mas sim buscar questões educacionais que priorizem, a partir do esporte, o desenvolvimento do aluno. Para nós professores de educação física cabe a responsabilidade de conduzir os rumos para uma sociedade mais justa e com igualdade de oportunidades, na qual o esporte pode e deve contribuir de forma positiva. 6 HABILIDADES TÁTICAS OFENSIVAS AVANÇADAS DO BASQUETEBOL No basquetebol cada posição tem a característica de ser um conjunto de especificidades do jogo, é fundamental o desenvolvimento dessas habilidades em função de cada posição, que em um processo de treinamento necessita da repetição de situações‑problema relacionadas a cada posição e sua função na quadra. Paes (2009) acredita que os armadores têm como característica a organização e a liderança na construção de movimentações no ataque e na defesa, observam buscando a melhor estratégia para finalizar com eficiência. Suas ações predominantes são: • driblar em varias situações; • finalizar de média e longa distância; • capacidade de executar passes em diferentes situações; • levar a bola ao ataque. 81 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Os alas/laterais são jogadores com extrema capacidade de finalização, bons arremessadores de curta, média e longa distância, bons em infiltrações, atuam em diferentes regiões da quadra, além de auxiliarem na organização ofensiva. Suas ações predominantes são: • finalização de curta, média e longa distância; • infiltrações/penetrações nos diferentes sistemas ofensivos; • capacidade de realizar passes em diferentes situações; • jogar cortando e infiltrando, sempre em direção à cesta. Os pivôs são jogadores que atuam mais próximos à cesta, uma característica é se posicionarem sempre de costas para ela, o contato direto com os atacantes é outra característica essencial, sendo responsáveis pelos rebotes, normalmente se utilizam de fintas curtas, arremessos próximos à cesta e poucos dribles. 6.1 Posições específicas de ataque Durante muito tempo o basquetebol foi desenvolvido por meio de posições ofensivas ditas como clássicas: armador, lateral e pivôs. Essas posições, com o passar do tempo e com a necessidade da evolução tática do jogo, foram se alterando, suas funções foram se ampliando e então surgiram as posições ofensivas, numeradas como as posições 1, 2, 3, 4 e 5, em que, segundo Paes (2009), podemos destacar as seguintes ações: • ampliar a capacidade ofensiva de penetrar na defesa; • se considerarmos a evolução física dos atletas, é necessário explorar o ataque em todos os seus espaços, de forma que o ataque jogue na quadra toda; • construção de espaços ofensivos adequados, de forma que os atletas saibam atuar em todas as posições da quadra; • fazer com que todos os atacantes tenham condições de finalizar com qualidade; • ampliar as possibilidades de rebotes ofensivos e defensivos, bem como a capacidade de construir transições na defesa‑ataque e no ataque‑defesa; • facilitar as trocas de posicionamento ofensivo; • ampliar as capacidades e habilidades dos atacantes de se movimentarem ofensivamente. A posição 1, do armador, tem características de armação e organização do ataque, tentar fazer a leitura da defesa para encontrar a melhor forma de atacar, liderar nas ações ofensivas, ter boa visão do 82 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II jogo, coordenar as principais ações da equipe tanto no ataque quanto na defesa, além de também ser uma opção de finalização, conforme as funções atuais de um jogador dessa posição. A posição 2, armador de ajuda ou escolta, também tem as características de armação e organização do ataque, apoio às ações ofensivas, participação ofensiva efetiva e atuação tática, sendo o 2º armador, apoiando as ações do armador 1 e sendo também outra opção de finalização. A posição 3, ala ou lateral, tem o perfil de ser de um jogador de finalização de qualquer distância e de fazer muitas infiltrações, apoiando os rebotes ofensivos e defensivos, sendo sua principal característica a definição. A posição 4,ala pivô ou pivô móvel, é uma posição em que temos características da união das posições 3 e 5; já que joga‑se em uma região mais próxima à cesta, forte atuação nas jogadas ofensivas de curta e média distâncias, além de disputar todos os rebotes, tanto no ataque como na defesa. Na posição 5, pivô de baixo ou de força, o jogador tem a característica de ser sempre muito alto e forte, jogando sempre muito próximo à cesta e sempre de costas, para observar os companheiros de equipe para um possível recebimento de passe e uma participação efetiva tanto nos rebotes de defesa quanto nos de ataque. Paes (2009) acredita ser necessário destacar que as posições de ataque descritas anteriormente necessitam ser entendidas como uma divisão simbólica e didática. Os atacantes não precisam estar condicionados a atuar somente em uma posição, aliás, essa é uma forma de facilitar a distribuição das funções e o treinamento dos jogadores, que buscam uma melhor ocupação dos espaços na quadra. Entendendo que esse jogo é imprevisível e visa um melhor desempenho, as qualidades dos jogadores são aleatórias e não podem se enquadrar de forma rígida. 5 3 4 2 1 Figura 42 – Equipe formada com um jogador em cada posição 83 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 3 4 4 1 1 Figura 43 – Equipe formada com dois jogadores na posição 1, um jogador na posição 3 e dois jogadores na posição 4 3 5 3 2 1 Figura 44 – Equipe formada com um jogador na posição 1, um jogador na posição 2, dois jogadores na posição 3 e um jogador na posição 5 84 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 3 5 2 1 5 Figura 45 – Equipe formada com um jogador na posição 1, um jogador na posição 2, um jogador na posição 3 e dois jogadores na posição 5 5 5 3 1 4 Figura 46 – Equipe formada com um jogador na posição 1, um jogador na posição 3, um jogador na posição 4 e dois jogadores na posição 5 85 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 4 5 21 5 Figura 47 – Equipe formada com um jogador na posição 1, um jogador na posição 2, um jogador na posição 4 e dois jogadores na posição 5 6.2 Sistema ofensivo Em todas as modalidades esportivas devemos utilizar esses sistemas táticos ofensivos para a organização do ataque nas diversas situações do jogo. Estudar e adotar organizações táticas coletivas ofensivas pode contribuir de forma significativa no desenvolvimento do jogo de basquetebol. Essa organização visa uma melhor distribuição espacial dos jogadores (na meia quadra ofensiva) e uma divisão de principais tarefas e responsabilidades para cada jogador – determinadas, muitas vezes, pelo conjunto de características e competências, tanto individual como dos jogadores enquanto grupo [...] (PAES, 2009, p. 99). Segundo Ferreira (2003), ao contrário dos sistemas de defesa, em que existe uma classificação bem definida, os sistemas de ataque não apresentam uma clara definição pelo simples motivo de encontrar diversas possibilidades de opções no ataque. O principal referencial é o de se utilizar de uma grande rotatividade entre os jogadores, não existe uma posição fixa e definida, todos os jogadores se movimentam de forma a passar por todas as posições, esse sistema é de difícil execução e muito complexo. O sistema de ataque deve se originar a partir de: • organização – inicialmente, para definirmos uma movimentação para o sistema de ataque, é necessário verificarmos qual tipo de defesa o ataque irá enfrentar. Devemos também observar quais jogadores serão utilizados e definirmos o número de jogadores em cada uma das posições; 86 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II • movimentação ordenada – devemos definir as funções e as movimentações de cada atacante na quadra. O objetivo dessa movimentação organizada é posicionar os jogadores de ataque em condições favoráveis para realizar um arremesso à cesta; • rebote de ataque – será necessário decidir quais os jogadores atacantes que deverão participar do rebote de ataque, caso o arremesso não seja convertido; • equilíbrio defensivo – é necessário estabelecer, em função das posições ocupadas na quadra, quais e quantos atacantes irão retornar para a defesa, no caso de não termos sucesso na disputa do rebote ofensivo ou se iniciar rapidamente por meio de uma lateral ou fundo de bola após uma cesta; • continuidade – caso não consigamos atingir o objetivo de realizar um arremesso em condições favoráveis, é preciso que o sistema continue sua movimentação para uma nova tentativa ou encontrarmos uma possibilidade de definição. Devemos sempre ter jogadores caracterizados como jogadores de uma determinada posição que, em função do grupo que se encontra na quadra, possam desempenhar outra função, dependendo da situação do jogo. Observamos também que no basquetebol atual a escalação das equipes se modifica a cada jogo de acordo com as características da equipe adversária. 6.3 Fundamento de corta‑luz Segundo Maronese (2009), corta‑luz é uma técnica ofensiva individual que visa dificultar ou impedir a boa movimentação dos jogadores da defesa. A posição básica na utilização do corta‑luz pode ser descrita da seguinte forma (BRASIL, 1980): • estar na posição de defesa, próxima ao defensor; • pernas afastadas para maior equilíbrio; • pés fixados no solo (firme); • tronco ligeiramente flexionado à frente, para um maior equilíbrio; • braços posicionados naturalmente (nunca abertos); • olhar voltado ao defensor e ao companheiro; • estar atento ao contato e às reações do defensor; • evitar as faltas no ataque. 87 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Para que você possa estudar e entender as movimentações no basquetebol de maneira mais prática, foram criadas algumas convenções para facilitar a sua vida. Dessa maneira, por meio de desenhos, é possível não só não verbalizar as movimentações, como também não ter que escrevê‑las. Isso economiza tempo e dá a real dimensão da ação que queremos que seja realizada. A seguir uma convenção adotada: • Deslocamento; • Deslocamento com bola (drible); • Passe; • Finalização (Arremesso). O corta‑luz pode ocorrer de diversas formas e para diversos fins, como nos diagramas a seguir. Corta-luz direto Acontece quando o corta‑luz for feito para aquele companheiro que está com a posse da bola. Para utilizar o corta‑luz o atacante de posse da bola dribla para o lado que o companheiro oferece o corta‑luz. A 3 2 C 1 B Figura 48 – Corta‑luz direto O jogador da posição 1 passa a bola para o jogador da posição 3, então se desloca na direção do defensor C e executa o corta‑luz. 88 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 3 2 C1A B Figura 49 O jogador 3, que está com a bola, recebe o corta‑luz do jogador da posição 1 e define a jogada. Corta-luz indireto O corta‑luz indireto acontece quando o corta‑luz for feito para qualquer um dos companheiros que estiverem sem a posse da bola, normalmente do lado oposto à bola, com o jogador que recebeu o corta‑luz vindo em direção à bola para recebê‑la. 3 2 C A 1 B Figura 50 – Corta‑luz indireto 89 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS O jogador na posição 1 passa a bola para o jogador da posição 2 e vai fazer o corta‑luz no jogador C que está marcando o jogador da posição 3. 3 2 C A1 B Figura 51 O jogador na posição 3 recebe o corta‑luz do jogador na posição 1 e se infiltra para receber a bola passada pelo jogador da posição 2. Corta-luz cego Acontece quandoa execução do corta‑luz não puder ser notada pelos adversários, basicamente por estar fora do campo de visão, principalmente daquele defensor que vai sofrer o corta‑luz. Pode ser feito para qualquer um dos companheiros, mas os mais comuns são para aqueles sem a posse da bola. 90 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 3 2 C B A 1 Figura 52 – Corta‑luz cego O jogador na posição 2 passa a bola para o jogador na posição 1 e se desloca para o lado contrário, o jogador na posição 3 também se desloca na direção do jogador na posição 2 e executa o corta‑luz, enquanto o jogador na posição 2 finta o adversário. 3 2 C B A 1 Figura 53 O jogador na posição 2, ao fintar o adversário, se desloca em direção à cesta, recebe o passe do jogador na posição 1 e finaliza. 91 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Corta-luz falso É um corta‑luz indireto, mas tem por objetivo enganar a defesa adversária, pois quem recebe a bola é exatamente aquele que fez o corta‑luz. A utilização do corta‑luz falso acontece principalmente quando a defesa adversária marca individualmente, fazendo trocas. 3 2 C B A 1 Figura 54 – Corta‑luz falso O jogador na posição 3 passa a bola para o jogador na posição 1 e se desloca na direção do jogador na posição 2. 3 2 C B A1 Figura 55 92 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II O jogador na posição 2 recebe um corta‑luz do jogador 3 e aparece para receber o passe, enquanto isso o jogador na posição 3, ao executar o corta‑luz, gira rapidamente em direção à cesta para ser mais uma opção de finalização. Saiba mais As referências a seguir podem propiciar um melhor entendimento dos conteúdos da unidade. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Física e Desporto. Caderno técnico e didático: basquetebol. Brasília: MEC/DDD, 1980. DUARTE, S. M. Basquetebol: manual do ensino. São Paulo: Ícone, 2013. 7 CONTRA‑ATAQUE No basquetebol, a transição ofensiva é a ocupação de algumas regiões da quadra de forma rápida e organizada para se aproveitar de uma desatenção ou desequilíbrio da defesa na busca de alguma vantagem do ataque. É a ação do contra‑ataque preocupada com o posicionamento tático da equipe de forma organizada e com velocidade (PAES, 2009). Para iniciarmos as ações necessárias para o início das saídas de contra‑ataque precisamos entender o que é essa ação e para que serve. Numa partida de basquetebol são diversas as oportunidades em que uma equipe passa da situação de defesa (posse de bola com o adversário) para a de ataque. Quando isso acontece, a primeira iniciativa dessa equipe é a de atacar de forma rápida e organizada, de tal maneira que a defesa adversária seja surpreendida e não tenha tempo de se posicionar corretamente. Esta ação de tentar o arremesso e de forma rápida e organizada, surpreendendo a equipe adversária, chama‑se contra‑ataque [...] (FERREIRA, 2003, p. 98). Os autores citados definem contra‑ataque e transição ofensiva como uma mesma ação, podendo esta estar em superioridade ou igualdade numérica sem que os defensores estejam organizados e equilibrados em um sistema defensivo, jogo 5x5. Dentro de uma partida de basquetebol, algumas situações podem originar uma transição ofensiva ou contra‑ataque, como: 93 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS • rebote de defesa; • cobrança de uma lateral na quadra de defesa; • bola ao alto no início do jogo; • cobrança de um fundo bola (após uma cesta); • roubada de bola ou interceptação de um passe. Observação As características de um contra‑ataque são velocidade e organização, com a utilização somente da velocidade muitas vezes chegamos à definição, porém, somente com a organização, não chegaremos jamais a surpreender a defesa. Em relação à quadra, iremos dividi‑la em três corredores de extrema importância para a organização e o desenvolvimento das jogadas. Os corredores estarão dispostos da seguinte forma: Sentido da jogada Corredor Corredor Corredor Figura 56 – Três corredores Ferreira (2003) acredita que a partir do rebote de defesa pode‑se organizar um contra‑ataque veloz e eficiente. Para desenvolver as ações necessárias para atingir os objetivos propostos, é preciso que alguns princípios sejam obedecidos. 94 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Como já fizemos na ação do corta‑luz e para que tenhamos um melhor entendimento na leitura dos diagramas a seguir, iremos utilizar três corredores e as mesmas convenções já utilizadas para demonstrar as movimentações dos jogadores. Segue uma convenção adotada: • Deslocamento; • Deslocamento com bola (drible); • Passe; • Finalização (arremesso). Contra-ataque a partir de um rebote de defesa Após a obtenção do rebote de defesa, devemos ter a opção de passar a bola para uma das regiões laterais da quadra, tentando com isso levá‑la para uma área de menor concentração, principalmente de defensores. A trajetória da bola deverá ser quase paralela à linha de fundo. Sentido da jogada 3 2 5 4 2 1 Figura 57 Após o passe para as laterais, o atacante que receber a bola terá duas opções: a primeira, e mais eficiente, seria um passe para outro atacante que estiver no mesmo corredor lateral. A segunda opção seria utilizar o drible, saindo do corredor lateral e progredindo pelo corredor central. 95 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Sentido da jogada 3 2 5 2 4 1 Figura 58 Para a finalização do contra‑ataque, a situação ideal é a de ocupação dos três corredores imaginários (um central e dois laterais) por um atacante em cada um deles. O corredor central é o mais indicado para se conduzir a bola por meio do drible, e os corredores laterais são os mais propícios para as finalizações. A finalização do contra‑ataque define‑se em função da ação eventual da defesa. De qualquer forma, devem‑se tentar os arremessos mais próximos possíveis da cesta, por ser mais fácil o acerto. Sentido da jogada 5 24 1 3 Figura 59 96 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II A ocupação ideal dos corredores em um contra‑ataque seria com um atacante pelo centro com a posse de bola, dois jogadores nos corredores laterais, um quarto jogador (chamado de trailer) no corredor central atrás do driblador e o quinto jogador servindo como proteção de defesa e também como outra possibilidade de definição. Sentido da jogada 5 2 4 1 3 Figura 60 O trailer é o jogador 4 ou 5 do contra‑ataque e sua função é servir como outra opção de finalização, entrando depois da primeira linha do contra‑ataque. Função essa executada pelos pivôs ou lateral alto. Contra-ataque a partir de uma cobrança de lateral na quadra defensiva O contra ataque é iniciado a partir de uma lateral defensiva, na qual o atleta de maior habilidade no drible vai de encontro à bola e os demais procuram seus espaços nos três corredores. 97 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Sentido da jogada 24 1 3 3 5 Figura 61 O jogador da posição 3 reinicia o jogo por meio do passe e se desloca pelo corredor central, sendo que o jogador da posição 1 está se deslocando com a bola para executar um passe para uma das opções. Sentido da jogada 2 4 1 3 5 Figura 62 98 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II O jogador na posição 1, ao passar a bola para o jogador da posição 4, se desloca paraa lateral para ter maior ângulo de passe, os jogadores nas posições 2 e 3 ficam do outro lado da quadra nas laterais, sendo opções para recebimento da bola. Sentido da jogada 2 4 1 35 Figura 63 O jogador na posição 4 verifica a aproximação do jogador na posição 5, fazendo a função do trailer, e executa um passe para a definição. Sentido da jogada 2 4 1 3 5 Figura 64 99 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Contra-ataque a partir de uma bola ao alto ou início de jogo No início do jogo, com a bola ao alto, também temos uma oportunidade de contra‑ataque. Os jogadores se posicionam em uma formação tática, o jogador na posição 5 dá o tapinha na bola para o jogador na posição 1, enquanto isso os jogadores das posições 2 e 3 se deslocam para os corredores para serem opções de passe. Sentido da jogada 2 4 1 3 5 Figura 65 O jogador na posição 1, ao receber a bola, já mantém o olhar à frente. Verificando o deslocamento dos jogadores nas posições 2 e 3, executa o passe para o jogador em melhor posição para definição, lembrando ainda que, se não for possível, ainda temos a opção dos trailers, jogadores nas posições 4 e 5. 100 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Sentido da jogada 2 4 1 3 5 Figura 66 Contra-ataque a partir de um fundo bola ou reposição desta após uma cesta Após a equipe adversária ter feito uma cesta ou o simples reinício da partida na linha de fundo nos dá outra possibilidade de contra‑atacar, já que o jogador na posição 5 normalmente reinicia o jogo por ser o último a chegar ao ataque. Sentido da jogada 2 4 13 5 Figura 67 101 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS O jogador na posição 1, por ser o mais habilidoso no drible, se movimenta para receber o passe e encaminhar a bola para o ataque e ao mesmo tempo os jogadores nas posições 2 e 3 correm pelos corredores laterais. Sentido da jogada 2 4 1 3 5 Figura 68 Nessa ação, o jogador na posição 1 executa o passe para o jogador na posição 2 e se posiciona na lateral ao lado para um melhor ângulo de passe, e, enquanto isso, os jogadores tentam se posicionar de forma a surpreender a defesa. Sentido da jogada 2 4 1 3 5 Figura 69 102 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Na tentativa de uma situação que venha a ter alguma vantagem, os jogadores nas posições 4 e 5 se posicionam para a chegada do trailer, e, enquanto isso, o jogador 3 também tenta surpreender a defesa ao receber o passe. Sentido da jogada 2 4 1 35 Figura 70 Contra-ataque a partir de uma roubada de bola ou interceptação Na recuperação da posse de bola, seja ela feita por qualquer situação, deve‑se tentar sempre como primeira opção a finalização, porém, a seguir, falaremos de outras opções. O jogador na posição 2, ao recuperar a bola, deve se dirigir ao ataque e levar a bola a uma lateral para ter um melhor ângulo para os passes, e os demais jogadores devem estar nas posições já determinadas. 103 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Sentido da jogada 24 13 3 5 2 Figura 71 Na lateral, o jogador na posição 2 verifica todos os companheiros chegando ao desempenho de suas funções e sempre buscando surpreender a defesa, jogador na posição 1 fica logo ao lado, e os jogadores nas posições 3 e 4 ficam na lateral do lado contrário. Sentido da jogada 4 1 3 5 2 Figura 72 Com os jogadores nas posições 2, 1, 4 e 3 nos quatro cantos da quadra, no ataque e tentando manter a defesa aberta, o jogador na posição 5 tenta entrar na função do trailer para a definição. 104 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Sentido da jogada 4 1 3 5 2 Figura 73 Não sendo possível o passe para o jogador na posição 5 e, consequente, a definição, a bola será encaminhada para o outro lado da defesa pelos atacantes, de mão em mão, até que o jogador receba a bola do outro lado da defesa para a possível definição. Sentido da jogada 4 1 3 5 2 Figura 74 105 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 8 SISTEMAS DEFENSIVOS Quando estamos falando de defesa, é importante ressaltar que a posição de defesa é um fundamento específico, pois nos dá o conhecimento e a experiência para que os alunos/jogadores possam exercer a função com propriedade. Dessa forma definimos fundamento de defesa como a posição em que o jogador se coloca à frente do oponente para que venha a tentar ter sucesso na ação de defender, além da maneira que esse mesmo aluno/jogador se desloca pelo espaço para que venha a diminuir o espaço do atacante sem cometer faltas. Em toda e qualquer equipe é sempre bem‑vindo o aluno/jogador que exerce uma boa defesa, estimule sempre seus alunos a uma boa defesa, pois é essa ação que irá desencadear uma força maior que venha a superar tudo. Defender em basquetebol é uma das coisas mais sérias do próprio jogo. Vai muito além do que qualquer pessoa possa imaginar, condensando consciência, espírito de equipe, renúncia e participação, estado de espírito, confiança, determinação, agressividade e trabalho. E não adiantam muitas palavras, porque nunca seremos recompensados pelos avisos ou ideias, pois a recompensa maior está na ação, no ato, no trabalho, e para se defender bem, ou mal, todo técnico terá sua parcela de participação, pois, ao final de um jogo, quando derrotados, percebemos que em grande parte nós contribuímos para tal. E quando nos sentirmos felizes por uma vitória, esqueçamos as vaidades pessoais e saibamos recebê‑la apenas com a satisfação do dever cumprido e pela graça que nos deram de podermos trabalhar e batalhar por uma causa, pela vitória, e acima de tudo, por nossos atletas [...] (BRASIL, 1980, p. 44). Figura 75 106 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Postura defensiva: • posição dos pés anteroposterior; • estar em total equilíbrio; • nos deslocamentos, nunca cruzar as pernas; • um dos braços acima para tentar impedir o arremesso; • outro ao lado para tentar impedir o drible; • quadril encaixado e tronco um pouco flexionado à frente; • cabeça levantada; • olhos observando sempre a movimentação do adversário. • estar sempre posicionado entre o atacante e a cesta; • estar sempre atento às ações do jogo. Para uma melhor qualidade na ação de defender, é necessário impedir ou dificultar que o atacante consiga: • receber a bola; • driblar; • passar; • arremessar; • se deslocar com facilidade pelo espaço; • organizar suas ações ofensivas; • posicionar‑se com vantagem em relação à cesta; • ter sucesso na jogada. Para alcançarmos esse objetivo, uma boa defesa necessita seguir alguns princípios: • gostar de defender; 107 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS • entusiasmar‑se em impedir uma ação ofensiva; • acreditar em suas potencialidades; • tentar sempre fazer com que o adversário fique sem confiança; • tentar superar‑se sempre. A defesa deve atuar sempre com determinação, ou seja, a todo instante tentar induzir o atacante a uma ação equivocada para conseguir a posse de bola. Não podemos confundir essa determinação em marcar bem ou impedir o ataque do adversário com violência para recuperar a bola a qualquer custo. Observação A posição de defesa deverá ser trabalhada nas primeiras aulas junto ao controle de corpo, pois esse fundamento é um pré‑requisito para o desenvolvimentode todos os outros fundamentos. Muito se tem dito e se tem feito acerca dos diversos sistemas defensivos que constantemente são aplicados pelas quadras. Muitas vezes observamos que alguns técnicos usam e abusam desses sistemas, como se no basquetebol ganhasse a equipe que maior número de sistemas venha a conhecer. Esse é um raciocínio falho e mal aplicado, pois o fato de uma equipe conhecer todos os sistemas (e é importante conhecê‑los para quando tiver que enfrentá‑los saber explorar os pontos falhos) não quer dizer que tenha obrigatoriamente que adotá‑los. A partir da característica da sua equipe, em que podemos notar estatura, habilidades individuais, imaginação, conjunto, criatividade etc., é que adotamos o sistema que mais nos convém. Por muitas vezes vemos equipes adotando sistemas que são incompatíveis com os membros que possuem, não levando em consideração as desvantagens que isso traz para o melhor aproveitamento defensivo. Tenha sempre à mão os jogadores certos para os lugares certos, e isso se descobrirá nas tentativas e observações para os acertos da equipe, pois embora venham a serem criados alguns robôs, forjados nos treinamentos, o homem ainda levará vantagens se explorarmos ao máximo suas próprias características, imaginação e poder de criatividade. Podemos forjar tudo em um atleta dentro da quadra, mas nada suplantará a sua natureza (BRASIL, 1980). Uma boa defesa pode ser entendida como a que: • se mantem na posição de defesa; • utiliza o corpo e outras características em seu benefício; • está sempre em contato com o solo, não salta; 108 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II • está sempre equilibrada; • observa tudo à sua volta (visão periférica); • está pronta a ajudar e a ser ajudada durante o jogo; • sabe como e quando cometer faltas; • sabe como marcar um driblador; • sabe como marcar um arremessador; • sabe como marcar um pivô; • se antecipa no corte dos passes; • anula as preferências do atacante; • exercita‑se para uma boa aplicação de movimentos; • treina corretamente e constantemente; • prepara‑se bem fisicamente; • pega os rebotes; • prepara‑se psicologicamente para o jogo; • conhece todos os sistemas de defesa e suas necessidades; • sabe analisar o adversário coletivamente; • sabe analisar o adversário individualmente. Conforme Ferreira (2003), os sistemas de defesa são ações táticas coletivas que têm como objetivo um melhor rendimento da defesa, e cabe ao professor atribuir funções a cada um de seus alunos. Paes (2013) determina que o sistema defensivo seja a organização, o posicionamento da equipe objetivando converter a cesta. Na realidade, as citações dos autores se complementam, pois o sistema de defesa é uma ação conjunta de todas as pessoas envolvidas em uma estrutura já construída por meio das formações existentes. 109 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 8.1 Defesa individual A defesa individual tem como característica marcar individualmente o adversário, ou seja, acompanhar a movimentação do atacante em todo deslocamento pela quadra dentro da situação de 1x1. Esse sistema é muito utilizado atualmente, principalmente nas categorias de iniciação, em que se entende que essa defesa é a mais adequada por apresentar alguns conhecimentos defensivos básicos. Figura 76 Obedecendo a um critério de evolução na aprendizagem da defesa em função da progressão de dificuldades, classificamos em: Individual simples É o tipo mais simples de defesa individual, o defensor fica de costas para a cesta e de frente para o atacante, a atenção fica voltada para as ações deste, o defensor se mantem sempre entre o atacante e a cesta. É importante para desenvolver alguns princípios defensivos e situações de 1x1. Figura 77 – Individual simples 110 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Individual com visão orientada Nessa defesa o defensor se mantem entre o atacante e a cesta, porém dirige seu olhar para a bola. Essa ação possibilita o acompanhamento da bola dando ao defensor maior confiança na marcação, sendo possível a realização de manobras de ajuda e flutuação, que veremos a seguir. Figura 78 – Visão orientada Individual com flutuação Os defensores que não marcam o atacante que está com a bola ficam mais próximos da cesta, caso aconteça alguma infiltração. Figura 79 – Individual com flutuação Individual com antecipação, linha da bola ou linha do passe Esse tipo de defesa é diferente das demais, a posição defensiva é de tentar impedir o recebimento da bola por parte do atacante, estando o defensor muito próximo e dentro da posição determinada. 111 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Figura 80 – Antecipação, linha da bola ou linha do passe Individual com troca de marcação Os defensores realizam uma troca de marcação quando há um corta‑luz ou outra forma de bloqueio que os impeça de continuar marcando essa troca, existe para que o sistema defensivo fique desguarnecido. Individual com ajuda Cada um dos defensores deverá marcar um atacante específico e estar atento aos demais atacantes, pois quando um de seus companheiros for fintado deverá este estar em condições de poder ajudar de forma adequada sem esquecer do atacante marcado no início da jogada. Devemos considerar que nos sistemas defensivos individuais todos esses modelos denominados sistemas se articulam entre si. Seria impossível definir uma defensiva individual com antecipação sem que os defensores praticassem a visão orientada ou se utilizassem de visão periférica. Invariavelmente, os mecanismos de defensivas individuais permitem detalhamentos ou aprofundamentos – a junção de todos esses sistemas – quanto melhor for o nível de seus praticantes e o conhecimento do jogo (PAES, 2009). Destacaremos também algumas características do sistema de defesa individual que: • estimulam o desenvolvimento de habilidades individuais; • permitem colocar frente a frente jogadores em condições similares; • definem responsabilidades; • dificultam passes de média e longa distância; • dificultam a organização ofensiva, caso o adversário tenha atitudes passivas; • são adaptáveis a qualquer tipo de ataque; 112 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II • permitem o jogo de 1x1; • dificultam o rebote defensivo, uma vez que as posições defensivas estão articuladas aos movimentos dos atacantes, fazendo com que os defensores não tenham posições definidas; • facilitam penetrações à cesta, propiciando, portanto, os arremessos de curta distância; • dificultam a saída de contra‑ataque organizado; • requerem técnica defensiva bem definida; • podem provocar um grande número de faltas. 8.2 Defesa por zona Vários são os autores que definem os sistemas de defesa por zona, porém, a melhor definição é a de Paes (2009), que diz que no sistema defensivo por zona, os defensores têm a responsabilidade de marcar uma determinada área, tendo seus deslocamentos definidos prioritariamente de acordo com o deslocamento da bola, isto é, os ajustes defensivos são feitos em relação à movimentação da bola, dentro de um espaço da quadra definido. Lembramos da necessidade de atentar aos três alvos mencionados. Várias são as possibilidades táticas de distribuição dos alunos/jogadores no sistema, e os mais conhecidos são: • 2:1:2 • 2:3 • 3:2 • 1:3:1 • 1:2:2 As nomenclaturas são determinadas em função da organização tática dos alunos/jogadores, essa referência de distribuição dos jogadores na quadra se dá através dos alunos/jogadores mais afastados para os mais próximos da cesta na defesa. A seguir faremos as ilustrações para cada um dos sistemas de defesa por zona e dos deslocamentosdos alunos/jogadores em relação à bola, nessas ações podem existir variações, lembrando que essas movimentações não constituem uma regra, e sim possibilidades, que são determinadas pela filosofia do técnico, pela qualidade das equipes e pelas características dos alunos/jogadores. Cada um desses alunos/atletas deverá ter uma área específica para se posicionar por meio de suas características físicas. 113 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Lembrete O sistema de defesa individual é o sistema mais adequado para utilizarmos na iniciação para a aquisição de alguns conhecimentos defensivos básicos que darão subsídios para todos os sistemas defensivos. Defesa por zona 2:1:2 1 3 4 2 5 Figura 81 Na figura anterior verificamos a divisão das áreas para cada um dos alunos/jogadores, já que a própria característica das defesas por zona é esse deslocamento nas áreas. 1 3 4 2 5 Figura 82 114 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Esse tipo de defesa proporciona uma compactação no interior da defesa, colocando três alunos/ jogadores na região do garrafão, tentando impedir a atuação dos pivôs e os arremessos de curta distância. 1 3 4 2 5 Figura 83 Quando a bola estiver na zona morta da quadra, o jogador mais próximo à bola (4) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 84 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (2) e dentro da sua área irá aproximar‑se do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 115 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 1 3 4 2 5 Figura 85 Quando a bola estiver frente a cesta, o jogador que estiver mais próximo da bola (1) e dentro da sua área irá aproximar‑se do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 86 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (1) e dentro da sua área irá aproximar‑se do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 116 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 1 3 4 2 5 Figura 87 Quando a bola estiver na zona morta da quadra, o jogador mais próximo da bola (4) e dentro da sua área irá aproximar‑se do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 88 Defesa por zona 2:3 Quando a bola estiver na cabeça do garrafão, os dois defensores que estiverem na região de cima deverão aproximar‑se para tentar impedir as ações do adversário dependendo do lado que a bola for passada, um ou outro deverá sair para marcar. 117 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 1 3 4 2 5 Figura 89 Com movimentação semelhante à defesa anterior, verificamos que, quando a bola está na zona morta da quadra, o jogador mais próximo à bola (4) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 90 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (2) e dentro da sua área irá aproximar‑se do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 118 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 1 3 4 2 5 Figura 91 Quando a bola estiver frente a cesta, o jogador que estiver mais próximo da bola (1) e dentro da sua área irá aproximar‑se do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 92 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (1) e dentro da sua área irá aproximar‑se do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 119 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 1 3 4 2 5 Figura 93 Quando a bola estiver na zona morta da quadra, o jogador mais próximo da bola (4) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. Defesa por zona 1:2:2 1 3 4 2 5 Figura 94 Na figura anterior verificamos a divisão das áreas para cada um dos alunos/jogadores, já que a própria característica das defesas por zona é esse deslocamento, porém, 4 e 5 ficam sempre próximos ao garrafão. 120 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 1 3 4 2 5 Figura 95 Esse tipo de defesa proporciona maior aproximação dos defensores junto aos atacantes, colocando três alunos/jogadores na região de cima, tentando impedir os arremessos de média e longa distância. 13 4 2 5 Figura 96 Nessa movimentação verificamos que, quando a bola estiver na zona morta da quadra, os jogadores de maior velocidade, mais próximos da bola (2) e dentro da sua área irão se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 121 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 1 3 4 2 5 Figura 97 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (2) e dentro da sua área irá aproximar‑se do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 98 Quando a bola estiver frente à cesta, o jogador mais próximo à bola (1) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 122 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 1 3 4 2 5 Figura 99 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (3) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 100 Quando a bola estiver na zona morta da quadra, o jogador mais próximo da bola (3) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 123 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Defesa por zona 1:3:1 1 3 4 25Figura 101 Na figura anterior verificamos a divisão das áreas para cada um dos alunos/jogadores, já que a própria característica das defesas por zona é esse deslocamento, porém, 4 e 5 ficam sempre dentro do garrafão. 1 3 4 25 Figura 102 Esse tipo de defesa proporciona maior aproximação dos defensores junto aos atacantes, colocando três alunos/jogadores na região de cima, tentando impedir os arremessos de média e longa distância. 124 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 1 3 4 2 5 Figura 103 Nessa movimentação verificamos que, quando a bola estiver na zona morta da quadra, os jogadores de maior velocidade, mais próximos à bola (2) e dentro da sua área, irão se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 104 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (2) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 125 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 1 3 4 2 5 Figura 105 Quando a bola estiver frente à cesta, o jogador que estiver mais próximo da bola (1) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 106 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (3) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 126 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 1 3 4 2 5 Figura 107 Quando a bola estiver na zona morta da quadra, o jogador mais próximo da bola (3) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. Defesa por zona 3:2 13 4 2 5 Figura 108 Na figura anterior verificamos a divisão das áreas para cada um dos alunos/jogadores, já que a característica das defesas por zona é esse deslocamento. 127 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 1 3 4 2 5 Figura 109 Esse tipo de defesa proporciona maior aproximação dos defensores junto aos atacantes, colocando três alunos/jogadores na região de cima, tentando impedir os arremessos de média e longa distância. 1 3 4 2 5 Figura 110 Nessa movimentação verificamos que, quando a bola está na zona morta da quadra, o jogador mais próximo da bola (4) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 128 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II 1 3 4 2 5 Figura 111 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (2) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 112 Quando a bola estiver frente à cesta, o jogador que estiver mais próximo da bola (1) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 129 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 1 3 4 2 5 Figura 113 Quando a bola estiver na lateral da quadra, o jogador que estiver mais próximo da bola (3) e dentro da sua área irá aproximar‑se do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. 1 3 4 2 5 Figura 114 Quando a bola estiver na zona morta da quadra, o jogador mais próximo da bola (5) e dentro da sua área irá se aproximar do atacante para tentar impedir suas ações, os demais companheiros se colocarão em posição de ajuda e atenção, diminuindo os espaços próximos ao garrafão. Ferreira (2003) afirma que as defesas por zona apresentam pontos vulneráveis (em função do constante deslocamento de seus defensores) que podem ser explorados de forma eficiente pelo ataque. 130 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II A seguir mostraremos por meio de diagramas os pontos vulneráveis de cada defesa por zona. Defesa por zona 2:1:2 1 3 4 2 5 Figura 115 Defesa por zona 2:3 1 3 4 2 5 Figura 116 131 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Defesa por zona 1:2:2 1 3 4 2 5 Figura 117 Defesa por zona 1:3:1 1 3 4 2 5 Figura 118 132 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Defesa por zona 3:2 1 3 4 2 5 Figura 119 Nas defesas por zona deve‑se levar em conta a posição dos defensores, aspectos físicos e técnicos. Os defensores que atuam nas regiões mais acima da quadra são chamados de alas e, normalmente, são mais baixos e muito rápidos, enquanto na região próxima à cesta os defensores são chamados de guardas, são mais altos e com boa impulsão para pegar os rebotes próximos à cesta, lembrando sempre que na utilização desse sistema existe vantagens e desvantagens (FERREIRA, 2003). Vantagens: • a posição do defensor nas regiões se desenvolvem de acordo com a estatura; • maior facilidade no rebote de defesa; • maior facilidade nas saídas de contra‑ataque; • dificuldade no jogo próximo à cesta; • maior facilidade na volta para a defesa devido ao posicionamento pré‑determinado. Lembrete Para um melhor entendimento e aplicação do sistema de defesa por zona é necessário que o aluno/jogador tenha vivenciado o sistema de defesa Individual, pois essa é a grande referência para os outros sistemas. 133 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Desvantagens: • maior facilidade na troca de passes; • maior facilidade nos arremessos de média e longa distância; • poderão acontecer acomodações nas posições de defesa mais afastadas da bola; • é necessário muito entrosamento entre os defensores para a execução das coberturas; • existem áreas de maior vulnerabilidade em função de deslocamentos dos defensores; • em áreas comuns a dois defensores pode haver indecisão entre eles naquela região. Observação Os locais demarcados e identificados nas figuras são áreas vulneráveis, às quais devemos sempre estar atentos, pois é uma área de grande risco na defesa. Saiba mais As referências a seguir podem proporcionar um melhor entendimento dos conteúdos da unidade. FERREIRA, A. E. X.; DE ROSE JUNIOR, D. Basquetebol: técnicas e táticas. Uma abordagem didático‑pedagógica. São Paulo: EPU, 2003. PAES, R. R.; MONTAGNER, P. C.; FERREIRA, H. B. Pedagogia do esporte: iniciação e treinamento em basquetebol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. Resumo O basquetebol é uma modalidade que atende aos diversos segmentos da sociedade, como crianças, adolescentes, adultos, idosos, portadores ou não dedeficiências que utilizam o esporte para as mais diversas finalidades, sempre estimulando sua prática para uma melhor qualidade de vida, não só em uma vertente de formação de atletas profissionais para se tornarem campeões ou adquirir independência financeira. Dessa forma, podemos atuar no esporte profissional, iniciação esportiva, esporte como conteúdo de lazer, esporte de representação e esporte escolar. 134 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II No texto abordaremos alguns conceitos do jogo de basquete em que o objetivo é possibilitar um melhor entendimento dos conteúdos não só de forma teórica, mas também prática, com a utilização de diagramas explicativos. O desenvolvimento das habilidades no basquetebol é fundamental em função de cada posição, um processo de treinamento necessita da repetição de situações‑problema relacionadas a cada posição e sua função na quadra. O sistema de ataque durante muito tempo ficou caracterizado pelas posições ditas como clássicas: o armador, lateral e pivôs. Com a necessidade da evolução tática do jogo, essas posições foram se alterando e agregando novas funções, então surgiram as posições ofensivas, numeradas como as posições 1, 2, 3, 4 e 5. Vale apena destacar que devemos trabalhar junto aos nossos alunos de maneira que possamos dar subsídios à aprendizagem e vivência a todas as posições, pois nunca saberemos logo de início em qual posição esses alunos irão atuar. Ao iniciarmos o ataque por meio de algumas movimentações dos jogadores, é necessário organizar a equipe definindo as posições em que cada um deverá estar e qual posição irá exercer, após isso movimentar‑se de maneira a trazer sempre a melhor condição para a finalização, definir quem irá disputar o rebote de ataque e voltar para a defesa de maneira organizada. Nesse mesmo ataque, para criarmos melhores possibilidades de definição, utilizamos o corta‑luz, que é uma manobra ofensiva individual que visa dificultar ou impedir a movimentação dos jogadores da defesa: corta‑luz direto, corta‑luz indireto, corta‑luz cego e corta‑luz falso, que serão descritos e exemplificados no texto. Outra possibilidade eficiente de atacar é utilizar muita velocidade e organização dos jogadores, de forma que venham a surpreender a equipe adversária por um contra‑ataque. Esse contra‑ataque poderá ser iniciado de algumas situações como: rebote de defesa, bola ao ar no início do jogo, fundo bola após uma cesta, lateral de defesa e recuperação de posse de bola. Após termos atacado de forma organizada, devemos retornar à defesa e desenvolver algumas ações táticas coletivas para buscar o objetivo de um melhor rendimento da defesa, que podemos chamar de sistema defensivo. Os sistemas defensivos aqui tratados são: individual e por zona. O sistema de defesa individual, como o próprio nome nos evidencia, é a utilização de um defensor para cada um dos atacantes sempre de maneira que as características físicas sejam muito próximas a cada um dos 135 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS adversários; também temos as defesas por zona, nas quais os defensores têm a responsabilidade de marcar uma determinada região da quadra, tendo seus deslocamentos definidos em função do espaço utilizado. Destacamos ainda que todos os sistemas defensivos têm vantagens e desvantagens na sua utilização, cabe ao professor observar as características de sua equipe não só no ataque como também na defesa para um melhor rendimento, levando em conta as características de seus alunos/jogadores. Cabe a nós professores uma responsabilidade ainda maior, utilizar o esporte de forma positiva em que possamos trabalhar com igualdade, conduzindo a uma sociedade mais justa e desenvolvendo uma melhor qualidade de vida para todos. Exercícios Questão 1. A prática do basquetebol desenvolveu habilidades táticas ofensivas diferenciadas em funções específicas. Os armadores, alas ou laterais e os pivôs agem de acordo com funções específicas e características físicas distintas para organizar ações ofensivas de forma bastante especializada. A organização de papéis específicos nas equipes esportivas é de acordo com Brown (1982) uma adaptação análoga à organização da sociedade capitalista industrial e até mesmo tem relação direta com a organização funcional das fábricas a partir da organização proposta pela linha de produção do Fordismo, movimento de especialização da produção fabril do início do século XX. (BROHM, J. M. Sociología política del deporte. Madrid: Fondo de Cultura Económica, 1982). São caraterísticas funcionais de cada posição ofensiva no basquetebol: I – Os armadores são líderes efetivos na construção das jogadas ofensivas, são responsáveis por levar a bola ao ataque e fazer passes precisos e arremessos de longa distância. II – Os alas são os jogadores de maior estatura na equipe, sua função é infiltrar‑se na defesa em contato com os defensores, fazer recepções de costas para a tabela e fazer arremessos de curta distância. III – Os pivôs são jogadores de muita velocidade, que agem pelas laterais da quadra, se infiltrando na defesa e fazendo arremessos de média e longa distância. IV – Os laterais são jogadores que atuam em muitas áreas da quadra, são atacantes de longa, média e curta distância, sempre se infiltram em direção à cesta com velocidade. V – Devido à sua menor estatura, o armador não tem como função arremessar, sua característica é apenas servir seus companheiros. 136 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Unidade II Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas. A) I e III. B) I e IV. C) I, IV e V. D) I, III e IV. E) I, III, IV e V. Resposta correta: alternativa B. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: os armadores têm como característica a organização e a liderança na construção de movimentações no ataque, observar buscando uma melhor estratégia para finalizar com eficiência, driblar, levar a bola ao ataque, fazer passes e arremessar a longa distância. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: os alas ou laterais se infiltram em velocidade sempre de frente para a cesta, são atacantes de longa média e curta distância. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: os pivôs são jogadores extremamente fortes e altos que se posicionam de costas para a cesta e fazem arremessos de curta distância. IV – Afirmativa correta. Justificativa: os alas/laterais são jogadores com extrema capacidade de finalização, bons arremessadores de curta, média e longa distância e infiltradores; atuam em diferentes regiões da quadra, além de auxiliar na organização ofensiva. V ؘ– Afirmativa incorreta. Justificativa: além de armar as jogadas, conduzir a bola ao ataque e fazer passes, o armador tem a função de finalizar em médias e longas distâncias e se destaca nessa função por ter visão privilegiada do jogo. 137 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Questão 2. No basquetebol o corta‑luz pode ser definido como uma técnica ofensiva individual que visa dificultar ou impedir a boa movimentação dos jogadores da defesa, essa técnica é utilizada para se desvencilhar da defesa em muitos momentos do jogo. Figura 120 Assinale a alternativa incorreta no que se refere às características do corpo do atleta que faz o corta luz no basquetebol. A) Pernas afastadas para maior equilíbrio com os pés fixados firmemente no solo. B) Braços afastados obstruindo a passagem do defensor de forma incisiva e contundente. C) Manter contato visual com o defensor e o companheiro que executa o ataque. D) Tronco ligeiramente flexionado para frente mantendo maior equilíbrio. E) Evitar contato com inclinação ou carga sobre o corpo do defensor, evitarfaltas de ataque. Resolução desta questão na plataforma. 138 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 2 RODRIGUES, H. A.; DARIDO, S. D. Basquetebol na escola: uma proposta didático‑pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 30. Figura 3 RODRIGUES, H. A.; DARIDO, S. D. Basquetebol na escola: uma proposta didático‑pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 30. Figura 4 RODRIGUES, H. A.; DARIDO, S. D. Basquetebol na escola: uma proposta didático‑pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 31. Figura 5 RODRIGUES, H. A.; DARIDO, S. D. Basquetebol na escola: uma proposta didático‑pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 123. Figura 6 RODRIGUES, H. A.; DARIDO, S. D. Basquetebol na escola: uma proposta didático‑pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 31. Figura 7 ROSE JÚNIOR, D.; PINTO FILHO, T.; CORREA NETO, W. Minibasquetebol na escola. São Paulo: Ícone, 2015. p. 10. Figura 8 ROSE JÚNIOR, D.; PINTO FILHO, T.; CORREA NETO, W. Minibasquetebol na escola. São Paulo: Ícone, 2015. p. 12 Figura 9 PAES, R. R.; MONTAGNER, P. C.; FERREIRA, H. B. Pedagogia do esporte: iniciação e treinamento em basquetebol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 127. 139 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 Figura 80 PAES, R. R.; MONTAGNER, P. C.; FERREIRA, H. B. Pedagogia do esporte: iniciação e treinamento em basquetebol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 67. Figura 81 PAES, R. R.; MONTAGNER, P. C.; FERREIRA, H. B. Pedagogia do esporte: iniciação e treinamento em basquetebol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 67. REFERÊNCIAS Textuais ALMEIDA, M. B. Basquetebol: iniciação. Rio de Janeiro: Sprint Ltda,1998. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Física e Desporto. Caderno técnico e didático: basquetebol. Brasília: MEC/DDD, 1980. COUTINHO, N. F. Basquetebol na escola: da iniciação ao treinamento. Rio de Janeiro: Sprint, 2001. DAIUTO, M. Basquetebol: origem e evolução. 6. ed. São Paulo: Iglu, 1991. DE ROSE JUNIOR, D. Modalidades esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. DE ROSE JUNIOR, D.; TRICOLI, V. Basquetebol: uma visão integrada entre ciência e prática. Barueri: Manole, 2005. DUARTE, S. M. Basquetebol: manual do ensino. São Paulo: Ícone, 2013. FERREIRA, A. E. X.; DE ROSE JUNIOR, D. Basquetebol: técnicas e táticas. Uma abordagem didático‑pedagógica. São Paulo: EPU, 2010. GUARIZI, M. R. Basquetebol: da iniciação ao jogo. Procedimentos metodológicos que fazem a diferença. Jundiaí: Fontoura, 2007. MORENO, J. H. Análisis de las estructuras del juego desportivo. 2. ed. Barcelona: Inde, 1998. PAES, R. R.; BALBINO, H. F. Pedagogia do esporte: contextos e perspectivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. PAES, R. R.; MONTAGNER, P. C.; FERREIRA, H. B. Pedagogia do esporte: iniciação e treinamento em basquetebol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 140 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 09 /0 1/ 20 17 RODRIGUES, H. A.; DARIDO, S. D. Basquetebol na escola: uma proposta didático‑pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. RODRIGUES, H. A.; PINTO FILHO, T.; CORREA NETO, W. Minibasquetebol na escola. São Paulo: Ícone, 2015. WEIS, G. F.; POSSAMAI, C. L. O basquetebol: da escola à universidade. Jundiaí: Fontoura, 2008. 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