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AULA 6 ANÁLISE ESTRATÉGICA DE CUSTOS

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ANÁLISE ESTRATÉGICA DE 
CUSTOS 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Allan Marcelo de Oliveira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Caro(a) aluno(a), chegamos a nossa última aula e devemos manter nossa 
empolgação para alcançarmos mais conhecimento. Vamos tratar sobre alguns 
conceitos aplicados a nossa disciplina, visando agregar mais a você, querido(a) 
aluno(a). Iniciaremos nossa aula abordando custos perdidos, que de maneira 
sucinta podemos dizer que são aqueles custos já transcorridos, que não podem 
ser utilizados para a tomada de decisões futuras, porém muitas vezes não é bem 
isso o que ocorre nas empresas. Em seguida, abordaremos os custos imputados, 
que de certa maneira trata-se de um custo de oportunidade, os quais acabam 
gerando controvérsias, não sendo contabilizados muitas vezes devido a sua 
subjetividade e pelo fato de não gerar desembolsos. 
O terceiro tema que estudaremos são os custos de reposição, que serão 
os custos para repor o estoque vendido. Porém, nem sempre esse custo será 
igual àquele da última reposição, devendo a empresa sempre estar atenta a 
essas situações para não ser pega de surpresa, atuando para tentar atenuar 
possíveis efeitos da elevação dos preços. O penúltimo tema abordado será 
custos para decisão e para estoque, que são as diferenças das informações 
voltadas para a contabilidade geral daquelas focadas na contabilidade de custos, 
pois as duas devem andar juntas, mas existem diferentes abordagens em cada 
uma, que terão papel significativo na tomada de decisões da empresa, bem 
como no valor do estoque em cada abordagem. 
Finalizaremos nossa aula, e matéria, verificando a mão de obra direta 
como custo variável. Vamos exemplificar esse aspecto e o que deve ser 
considerado para dizer se efetivamente a mão de obra direta é um custo variável 
ou não, pois, dependendo de como é a estrutura de custos e de produção da 
empresa, isso poderá impactar em formas diferentes de interpretação, logo 
diferenças de alocação dos custos. 
CONTEXTUALIZANDO 
Dentro desse nosso universo da contabilidade de custos, caro(a) aluno(a), 
sempre há o que aprender, e os profissionais devem ficar atentos às mais 
diversas peculiaridades sobre assunto, pois cada empresa possui uma estrutura 
específica, cabendo a cada situação atuar com um foco específico. O profissional 
da contabilidade, quando está por dentro das possibilidades, pode agir da melhor 
 
 
3 
forma possível, e nossa aula de hoje visa situações diferenciadas que podem ser 
aplicadas às empresas. Cabe atenção maior devido ao crescimento da 
concorrência entre os profissionais que atuam nessa área, destacando-se 
aquele profissional que detém maior conhecimento, o qual vai ser procurado 
como referência no ramo de atuação. 
TEMA 1 – CUSTOS PERDIDOS 
Existem custos que não influenciam as decisões futuras, que são os 
chamados custos perdidos (sunk costs), pois esses não são considerados, já 
que pertencem ao passado (Borba; Murcia, 2005). Tratam-se de custos que já 
foram pagos, porém algum motivo faz com que a empresa desconsidere esse 
valor para o futuro, pois algum evento faz com que esse valor já pago deixe de 
ser aproveitado. 
Um exemplo de situação de custos perdidos, apresentado por Borba e 
Murcia (2005), é do indivíduo que, ao pagar $ 300,00 de anuidade de um clube 
de tênis, desenvolve uma lesão no cotovelo (muito comum nesse esporte, 
chamada de cotovelo de tenista), porém continua a frequentar o clube de tênis, 
pois, segundo ele: “como já paguei a anuidade, não posso perder meu 
investimento” (p. 2). 
Essa é uma situação bem comum em nosso dia a dia. Muitas vezes, 
tentamos aproveitar o valor que já gastamos e, de certa maneira, isso é de nossa 
natureza, já que nem sempre o ser humano raciocina de maneira lógica e 
objetiva, visto que muitas situações são dominadas pela subjetividade. Devido a 
essas situações, os gestores têm dificuldade na aceitação da existência dos 
custos perdidos. 
Agora, para que possamos entender melhor como se aplica o conceito de 
custos perdidos nas empresas, vamos verificar um novo exemplo retirado de 
Martins (2010). Digamos que uma empresa, fabricante de cosméticos, produz 
determinado produto com os seguintes dados: 
Quadro 1 – Custos da empresa 
Item Valor 
Materiais $ 130,00/un 
Depreciação de máquina específica $ 50,00/un 
Mão de obra (direta e indireta) $ 2.200.000,00/ano 
Depreciação planta embalagens $ 600.000,00/ano 
Depreciação planta produtos $ 1.000.000,00/ano 
 
 
4 
Energia elétrica e aluguel $ 800.000,00/ano 
Preço de venda $ 500,00/un 
Considerou-se o valor da depreciação de máquina específica como um 
custo variável, pois foi gasto o valor de $ 5.000.000,00 para fabricar uma 
máquina personalizada destinada à produção exclusiva desse produto. 
Considerou-se uma previsão de 100.000 unidades de vida útil da máquina, logo 
$ 50,00/un, e a empresa já elaborou 20.000/un até o momento. 
O valor da mão de obra é totalmente fixo, devido à especialização da 
produção. Quanto a depreciação da planta de embalagens, trata-se de uma 
fábrica montada pela empresa em um imóvel alugado, com finalidade exclusiva 
de produção dessas embalagens pesquisadas. Referente aos materiais 
variáveis, no valor de $ 130,00/un., $ 30,00 são relativos à embalagem. Da mão 
de obra de $ 2.200.000,00, $ 800.000,00 são gastos nessa planta só de 
embalagens, bem como $ 100.000,00 dos $ 800.000,00 em energia elétrica e 
aluguel. 
Ambas as fábricas, de embalagens e de produtos, possuem vida útil de 
cinco anos, após isso a empresa não terá mais interesse em trabalhar com esses 
produtos. Passou-se um ano já, e a depreciação das duas plantas é linear (20% 
ao ano). Espera-se continuar uma produção de 20.000/un por ano. Após os cinco 
anos, não se espera valor nenhum com a venda das plantas. 
Os custos podem ser separados por planta, conforme o Quadro 2: 
Quadro 2 – Separação dos custos por planta 
 Embalagem Produto Total 
Produção 20.000 un 20.000 un 20.000 un 
Materiais 600.000,00 2.000.000,00 2.600.000,00 
Depreciação M.E. 1.000.000,00 0,00 1.000.000,00 
Mão de obra 800.000,00 1.400.000,00 2.200.000,00 
Depreciação 600.000,00 1.000.000,00 1.600.000,00 
Energia el. e aluguel 100.000,00 700.000,00 800.000,00 
Total 3.100.000,00 5.100.000,00 8.200.000,00 
Custo unitário 155,00 255,00 410,00 
Esse é o custo de produção para o primeiro ano do produto, restando 
quatro anos de produção. Porém, imaginemos que a empresa recebe uma 
proposta de uma fábrica de embalagens no começo do segundo ano. A proposta 
é de entregar para a empresa 20.000 un de embalagens por ano pelos próximos 
quatro anos a um custo unitário de $ 90,00/un, ou seja, $ 1.800.000,00 por ano. 
 
 
5 
Para isso, ainda faz parte da proposta a compra dos equipamentos da 
planta de embalagem por $ 2.000.000,00 à vista, sendo necessária para a 
empresa apenas a aquisição de um equipamento embalador para a outra planta, 
no valor de $ 800.000,00. 
E agora, caro(a) aluno(a), a empresa deve ou não aceitar essa nova 
proposta? Essa é a resposta que todos querem saber. Vamos ver o que os 
diretores da empresa disseram a respeito: 
Diretor de produção: aceitando a proposta, estaremos economizando 
$1.300.000,00 por ano ($3.100.000 - $1.800.000), numa economia global em 
quatro anos de $ 5.200.000,00. Proponho a imediata aceitação da proposta. 
 Diretor financeiro: seus números são até aí verdadeiros. Porém, você se 
esqueceu de que teremos de baixar dois ativos: a planta da fábrica, 
contabilizada por $ 2.400.000,00 ($ 3.000.000,00 de valor de compra 
menos $ 600.000,00 de depreciação do 1° ano), reduzindo seu valor de $ 
5.200.000,00 para $ 4.800.000,00 (devido ao prejuízo na venda da planta, 
venda por $ 2.000.000,00, valor contábil de $ 2.400.000,00); também 
teremos que baixar $ 4.000.000,00 da máquina específica ainda não 
depreciados, reduzindo o ganho para $ 800.000,00. Opto tambémpela 
decisão de aceitar a proposta, mas evidenciando que não há vantagem 
tão extraordinária quanto poderia parecer. 
 Diretor-presidente: apesar de ser presidente, não possuo grandes 
conhecimento técnicos de custos ou de produção, apenas raciocino de 
maneira simples. Tenho a seguinte lógica: se daqui a quatro anos nossas 
fábricas de nada valerão, interessa-me das duas alternativas aquela que, 
ao final desse período, deixar nossa empresa com maior valor em caixa. 
Temos um saldo hoje de $ X,00 (valor simbólico de “X”, como sendo o 
saldo em caixa nesse momento). Daqui a quatro anos, teremos, caso 
continuemos a fabricar a embalagem, esse saldo mais quatro vezes $ 
4.400.000,00, ou seja, mais $ 17.600.000,00, já que receberemos em 
cada ano $ 10.000.000,00 de receitas, mas só desembolsaremos $ 
5.600.000,00 de materiais, mão de obra, energia e aluguel; afinal, o gasto 
com pesquisa e a compra das máquinas são coisas que já fizemos no 
passado, e não mais alterarão nossa vida. Por outro lado, se vendermos 
a planta e comprarmos as embalagens, teremos a mesma receita de 
$10.000.000,00 anuais, mas nossos desembolsos serão de $ 5.900.000 
 
 
6 
por ano, já que economizaremos $ 1.500.000,00 com materiais, mão de 
obra, energia e aluguel na fábrica de embalagens, mas gastaremos $ 
1.800.000,00 com o fornecedor; assim, no final do período, teremos o 
saldo de hoje mais quatro vezes $ 4.100.000,00 ($ 16.400.000,00), mais 
o valor da venda da planta, $ 2.000.000,00, menos os $ 800.000,00 a 
pagar pela embaladora, totalizando os mesmos $ 17.600.000,00 que na 
alternativa anterior. Opto pela decisão de comprarmos as embalagens e 
vendermos nossa fábrica, porque, aplicando esses fluxos de caixa anuais 
a juros, teremos uma renda maior nessa alternativa, pois $ 5.300.000,00 
no primeiro ano ($ 4.100.000,00 + $ 2.000.000,00 - $ 800.000,00) e $ 
4.100.000,00 por ano em três anos rendem mais do que quatro aplicações 
iguais de $ 4.400.000,00. Essa é, para mim, a única diferença entre 
ambas as hipóteses. 
Como podemos ver nesse exemplo, Martins (2010) deixa evidente que o 
diretor-presidente está aplicando o conceito de custos perdidos, pois devem ser 
abandonados os custos decorrentes de amortização e depreciação de ativos 
existentes, que são custos passados, provocando custos contábeis, no entanto 
são irrelevantes quanto a decisões referentes a fluxos financeiros, pois muitas 
decisões devem ser embasadas nos fluxos financeiros. 
Verificamos que os custos perdidos são aqueles que já foram 
desembolsados, porém não incorrerão em impactos de decisões futuras, uma 
vez que já foram pagos e não influenciam os fluxos financeiros futuros, pois 
muitas vezes, com alternativas igualmente lucrativas, deve-se optar por aquela 
que proporciona maior geração de caixa, e como depreciação e amortização, por 
exemplo, não implicam em saídas de caixa nesse momento, e sim no passado, 
dependendo da situação são considerados custos perdidos. 
TEMA 2 – CUSTOS IMPUTADOS 
Tratamos sobre os custos perdidos e vimos como pode ser a abordagem 
a esse respeito. Agora, vamos verificar custos imputados, outro conceito dentro 
da contabilidade de custos. Martins (2010) apresenta os custos imputados como 
aqueles valores que representam sacrifícios econômicos reais, no entanto não 
são contabilizados por diversas razões, seja por não ocasionarem gastos para a 
 
 
7 
empresa ou devido a sua subjetividade e polêmica ao abordar tais custos e sua 
mensuração. 
Um exemplo de custo imputado é o custo de oportunidade, pois em alguns 
casos acabamos imputando um valor a esse custo de oportunidade. No entanto, 
não contabilizamos em si esse valor, e, dentro da subjetividade, surge o 
questionamento sobre qual seria uma taxa adequada de custo de oportunidade 
ou, além da taxa, qual seria o valor correto. Essa situação pode causar polêmicas 
sobre a aplicação desse conceito. 
Vamos retomar o exemplo que tratamos sobre os custos perdidos, quando 
o diretor-presidente deu seu parecer, e vejamos um trecho do que ele abordou: 
“Opto pela decisão de comprarmos as embalagens e vendermos nossa fábrica, 
porque, aplicando esses fluxos de caixa anuais a juros, teremos uma renda maior 
nessa alternativa pois $ 5.300.000,00 no primeiro ano ($ 4.100.000,00 + $ 
2.000.000,00 - $ 800.000,00) e $ 4.100.000,00 por ano em três anos rendem 
mais do que quatro aplicações iguais de $ 4.400.000,00.” 
O diretor-presidente, além de pensar nos fluxos de caixa, focou na 
situação de custo de oportunidade, pois sua opção teve foco na oportunidade de 
obter rendimento superior com juros sobre o capital aplicado conforme o fluxo de 
recebimentos. Caso a decisão fosse a de não vender, ele teria esse custo de 
oportunidade, ou seja, deixaria de ganhar os juros referentes a aplicação da 
outra hipótese, caracterizando então um custo imputado. 
Outro exemplo de custo imputado acontece quando a empresa realiza o 
cálculo dos juros sobre capital próprio sobre os produtos, o que é um custo de 
oportunidade pelo uso do capital. Essa é uma informação de cunho gerencial 
muito útil, mas não pode ser contabilizada. Muitas vezes, as empresas deixam o 
custo imputado de lado – nesse caso representado pelo custo de oportunidade 
–, pois existe o problema de alocação aos produtos, o que pode ser feito com 
base em rateios, mas esbarra na arbitrariedade. 
Uma situação corriqueira que pode incorrer em um custo imputado é o 
aluguel a ser apropriado no caso de imóvel próprio. O fato de a empresa optar 
por utilizar seu imóvel em vez de alugar a terceiros pode fazer com que ela ache 
adequado incluir em seus custos o valor que receberia de aluguel, 
caracterizando um custo imputado. 
 
 
8 
Vamos retomar o conceito de custos imputados de maneira bem sucinta: 
“Custo imputado é um valor apropriado ao produto para efeitos internos, mas 
não contabilizável” (Martins, 2010, p. 175). 
É um conceito utilizado internamente da empresa, voltado a decisões 
gerenciais da organização. Ao decidir por considerar os valores dos custos 
imputados, a empresa deve ainda segregar esses custos em fixos e variáveis, 
para que, ao calcular o resultado baseando-se no custeio variável, possa ter 
meios de calcular o ponto de equilíbrio considerando esses custos imputados. 
A aplicação dos custos imputados implica em uma evolução da 
contabilidade, porque, como relatam Iudícibus, Martins e Carvalho (2005), o 
contador deve introduzir noções de custos imputados, pois dessa maneira vai 
ultrapassar o limite de apenas atuar com a simples equação patrimonial histórica, 
contemplando o desafio de colocar o valor no lugar do custo. 
Vemos como é importante conhecer e aplicar os custos imputados dentro 
das empresas, dando um passo para a evolução da contabilidade e de seus 
profissionais. 
TEMA 3 – CUSTOS DE REPOSIÇÃO 
Entre as funções da contabilidade de custos, está a de fornecer 
informações com a finalidade de subsidiar as decisões. Martins (2010) ressalta 
que as decisões de reposição de estoques devem ser embasadas pelos valores 
atuais dos custos de reposição dos estoques e também pelos valores futuros de 
reposição. 
A empresa deve ter em mente que, sempre ao repor seus estoques, pode 
ocorrer variação do custo do produto, pois não se pode contar com uma 
estabilidade de preços por um longo período. A contabilidade de custos deve 
estar atenta aos valores pagos anteriormente pelos produtos ou insumos 
estocados, tendo assim meios de comparação com os novos valores a serem 
pagos para a reposição do estoque, pois esse aumento, quando ocorrer, deve 
ser pautado e considerado pela contabilidade. 
Avaliar o produto considerando o seu custo de reposição, muitas vezes, é 
necessário, pois algumas decisões devem ser tomadas de forma rápida, e 
considerar o valor de reposição chama a atenção principalmente em empresas 
de setores do mercado em que os preços sofrem constantes oscilaçõesou até 
 
 
9 
em situações de concorrência acirrada que fazem com que o valor do custo de 
reposição se altere (Martins, 2010). 
Para melhor entendermos a situação do custo de reposição, vamos 
imaginar uma empresa que tenha um produto e que seu único custo seja a 
matéria-prima, que foi comprada há 90 dias pelo preço de $ 20,00 por unidade. 
O produto é vendido por $ 30,00, porém, nessa data, para refazer o produto, 
custaria $ 22,00. Então, surge o questionamento sobre o verdadeiro lucro. 
De uma maneira bem simples, a contabilidade tradicional apura o 
resultado como lucro de $ 10,00, pois não leva em conta a reposição do estoque. 
Porém, gerencialmente, o raciocínio deve ser de que, devido a reposição ter 
aumentado o valor, o lucro será de $ 8,00, ou seja, o valor de venda menos o 
preço de reposição do produto vendido. 
A empresa, continuando a produzir e vender o produto, não está errada 
em considerar o lucro de apenas $ 8,00. No entanto, não está totalmente correto 
o raciocínio, pois, se o preço da matéria-prima se elevou sem a influência da 
inflação, então não foram ganhos apenas $ 8,00 por unidade, visto que a 
empresa, por ter matéria-prima no seu estoque, atualmente vale mais do que 
antes, pois, se ao elevar o custo de reposição, acaba por valorizar o estoque já 
comprado também, ocasiona, provavelmente, um aumento no preço de venda 
do produto pela empresa. 
Esse acontecimento faz com que patrimônio se valorize, sem levar em 
consideração o valor que sobrou em caixa. Esse ganho da empresa possui parte 
financeira e parte econômica. Economicamente, existe uma valorização do 
produto, porém, mesmo com essa valorização, a empresa só pode aplicar 
financeiramente o valor de $ 8,00, pois é o quanto restará líquido em caixa. Caso 
a empresa aplique valor superior a $ 8,00 em outras situações, faltará dinheiro 
para repor o estoque, comprometendo a capacidade de geração de lucro. 
Martins (2010) afirma que, em um pensamento simples, os donos da 
empresa entendem que o lucro é aquilo que podem retirar dela sem afetar o 
patrimônio, mas a valorização do estoque, mesmo sendo um lucro, só vai se 
converter financeiramente em lucro se a empresa for vendida ou descontinuada. 
Caso ocorra a descontinuidade, e a empresa detenha um valor em 
estoque, o valor do lucro será de $ 10,00 por unidade, pois é a diferença entre o 
valor efetivamente investido e o preço de venda. 
 
 
10 
Se a empresa continuar em atividade, o lucro a ser considerado disponível 
para outros investimentos será a receita ($ 30,00) menos o valor de reposição 
do estoque ($ 22,00). Dessa maneira, as operações não serão prejudicadas, 
uma vez que a empresa já “reservou” o valor para a reposição do estoque. 
Vimos sobre custo de reposição e sua aplicação, mas se o cenário de 
mercado sofrer influência de inflação, como devemos atuar em relação a 
reposição dos produtos? 
Vamos considerar o mesmo exemplo, mas agora com a ocorrência de 
inflação de 5%. Caso a empresa se interesse pela descontinuidade do negócio, 
seu lucro será o valor de receita deduzido do custo corrigido pela inflação, então 
teríamos: $ 30,00 - $ 20,00 x 1,05 = $ 9,00. Em caixa, o resultado é de $ 10,00 
a mais que o valor investido, porém, devido à desvalorização da moeda pela 
inflação de 5%, $ 1,00 não é considerado lucro, pois consiste na reposição da 
moeda desvalorizada, por isso o lucro é de apenas $ 9,00. 
Se a empresa continuar em atividade, seu lucro também será de $ 9,00, 
pois iniciou o período com $ 20,00, valor que, corrigido pela inflação, equivale a 
$ 21,00, e a venda é feita por $ 30,00. Porém, se observamos do ponto de vista 
financeiro, o lucro é de apenas $ 8,00. 
Então, o lucro global é de $ 9,00, porém apenas $ 8,00 estão disponíveis, 
já que $ 1,00 deve retornar para o estoque devido ao aumento de custo de sua 
reposição. 
Para ficar mais elucidada a diferença dos resultados, vejamos no Quadro 
3 a comparação. 
Quadro 3 – Comparação dos resultados 
 Lucro à base de 
valores 
históricos 
Lucro à base de 
valores 
históricos 
corrigidos pela 
inflação 
Lucro à base de 
valores de 
reposição 
corrigidos pela 
inflação 
Receita $ 30,00 $ 30,00 $ 30,00 
(-) Custo histórico ($ 20,00) - - 
(-) Custo histórico corrigido - ($ 21,00) - 
(-) Custo de reposição corrigido - - ($ 22,00) 
Lucro disponível 8,00 
Lucro de estocagem 1,00 
Lucro total 10,00 9,00 9,00 
Vimos que, em cada situação, o lucro é apurado à sua maneira e podemos 
observar termos diferenciados, como lucro disponível e lucro de estocagem. O 
lucro disponível é o valor do montante financeiro que resultou da venda; o lucro 
 
 
11 
de estocagem existe quando o estoque é valorizado acima da inflação – no caso, 
a inflação fez o custo ser de $ 21,00, mas a reposição tem custo de $ 22,00, logo 
existe um lucro de estocagem, e esse valor precisa ser mantido para reposição 
do estoque. 
Então, para adotar os custos de reposição, deve-se focar nos efeitos 
futuros, verificando como será o comportamento dos custos e do resultado no 
futuro (Martins, 2010). 
Martins (2010) apresenta um exemplo em que no dia anterior foi fabricado 
um produto a um custo de $ 5.000,00 e que, entre ontem e hoje, praticamente é 
inexistente a inflação. Digamos que houve um aumento salarial, com vigência a 
partir de hoje. Dessa forma, o custo de reposição do produto será de $ 5.600,00 
devido ao aumento dos salários. 
O produto, vendido a $ 6.000,00, gera um lucro contábil de $ 1.000,00. No 
entanto, o resultado financeiro é de apenas $ 400,00. Ao verificar o preço de 
venda, além de pensar no custo atual, deve ser observado qual será o custo de 
reposição do item. 
Sempre que a empresa for elaborar um orçamento para algum cliente, ou 
até para informações internas, a base de referência deve ser o custo histórico, 
porém a atenção deve focar na relevância dos custos de reposição, sejam eles 
do material, mão de obra, e dos demais custos envolvidos na produção do item. 
TEMA 4 – CUSTOS PARA DECISÃO E PARA ESTOQUE 
Muitas vezes, nas empresas, as informações podem ter dois vieses. 
Podemos trabalhar com informações para a finalidade de tomada de decisões 
ou focar em informações de apuração e controle de estoque. Essa alteração de 
foco ou finalidade muda a maneira como vemos e interpretamos as informações, 
e devemos ter isso em mente para não nos equivocarmos. 
Para o bom andamento da empresa, deve haver uma conciliação entre a 
contabilidade de custos e a contabilidade geral, pois a geral fornece valores à de 
custos, que devolve em forma de produtos (Martins, 2010). 
A contabilidade de custos possui um foco gerencial, para fornecer 
informações que subsidiem a tomada de decisões, mas também deve auxiliar a 
contabilidade geral a apurar o valor dos estoques e mensurar o resultado. Ficam 
claros dois objetivos da contabilidade de custos: atender as questões gerenciais 
e as situações da contabilidade geral. Muitas vezes, para atender esses objetivos 
 
 
12 
distintos, pode haver critérios opostos a serem utilizados dentro de cada objetivo 
a ser alcançado. 
Para a contabilidade geral, a abordagem é mais clássica, sendo 
necessária a apuração dos custos por meio do custeio por absorção, segregando 
os custos e as despesas e considerando apenas os valores registrados 
historicamente na contabilidade. 
No entanto, para a contabilidade gerencial, que foca no uso interno de 
informação, são utilizadas mais apropriações, pois, geralmente, é usado o 
custeio variável, que utiliza as despesas variáveis, mesmo que não tenham se 
incorrido ainda. Também utilizam valores de reposição, custo de oportunidade, 
dentre outros dados e métodos incompatíveis com os princípios contábeis 
seguidos pela contabilidade geral. 
Então, podemos dizer que existem duas contabilidades de custos, cada 
uma com sua finalidade específica, causando certo impasse no uso de cada uma 
delas (Martins,2010). Essa situação muitas vezes vai causar erros na gestão da 
empresa, devido a divergência de informações sobre o mesmo assunto. 
Vamos imaginar que cada setor, geral e de custos, apresenta um relatório 
sobre o resultado da empresa, no caso relatórios diferentes. Como pode o 
resultado ser diferente na empresa? Os executivos vão duvidar de ambos, 
desacreditando os relatórios, mesmo ambos estando corretos dentro de suas 
abordagens. 
As divergências de informações entre os setores da empresa podem 
acarretar problemas até de relacionamento entre os setores, pois cada uma das 
contabilidades vai defender seus relatórios e sua forma de trabalhar. Então, as 
empresas que atuam com os dois tipos de contabilidade, geral e de custos, 
devem ter atenção especial e tentar conciliar as duas informações geradas. 
Sabe-se das diferenças entre as informações, e nenhuma delas é considerada 
errada ou melhor do que a outra, pois seus objetivos são diferentes, mas devem 
atuar conjuntamente para o bem maior da organização. 
Vamos imaginar a situação de um gestor que recebe dois relatórios 
diferentes referentes ao mesmo assunto, com resultados diferentes da empresa. 
Ele não sabe em qual relatório se embasar, é isso que vai acontecer quando 
existir um conflito entre as contabilidades geral e de custos. Tudo seria diferente 
se o mesmo gestor recebesse os dois relatórios distintos, porém acompanhada 
deles uma explicação dos motivos das diferenças, tendo dessa forma o gestor 
 
 
13 
mais condições de avaliar a qualidade de cada relatório e entender o grau de 
detalhamento de informações que a empresa possui. 
Devido a isso, Martins (2010) relata a importância da segregação entre a 
contabilidade de custos e a geral, mas com uma conciliação, processo que fica 
facilitado se ambas forem subordinadas à mesma pessoa, podendo ser o 
controller, o diretor financeiro ou o superintendente, dentre outros. Essa pessoa, 
responsável por conciliar os dois relatórios, verifica os pontos comuns e 
diferentes para poder explicar ao gestor tais situações de divergência, 
evidenciando a relevância de cada relatório. 
Vejamos um exemplo, retirado da obra de Martins (2010), sobre relatórios 
diferentes, um que avalia o estoque de acordo com o custeio por absorção, 
conforme a contabilidade geral, e outro com dados relevantes do ponto de vista 
gerencial, conforme a contabilidade de custos. Os valores expostos no Quadro 
4 referem-se a uma unidade de produto. 
Quadro 4 – Comparação de relatórios da contabilidade 
Materiais diretos: 
Absorção Variável 
Valores histórico-
contábeis 
Valores de reposição 
$ 2.080,00 $ 2.164,00 
Matéria-prima $ 1.350,00 $ 1.410,00 
Componentes $ 430,00 $ 430,00 
Embalagens $ 300,00 $ 324,00 
 
Mão de obra direta $ 970,00 $ 1.035,00 
Depto. 32 $ 450,00 $ 450,00 
Depto. 33 $ 130,00 $ 156,00 
Depto. 35 $ 390,00 $ 429,00 
 
Custos indiretos variáveis $ 270,00 $ 288,00 
Combustíveis $ 150,00 $ 150,00 
Energia Elétrica $ 120,00 $ 138,00 
 
Custos indiretos fixos $ 770,00 $ 0,00 
Depto. 32 $ 340,00 $ 0,00 
Depto. 33 $ 150,00 $ 0,00 
Depto. 35 $ 280,00 $ 0,00 
 
Soma $ 4.090,00 $ 3.487,00 
 
Despesas variáveis de venda $ 0,00 $ 265,00 
Comissões $ 0,00 $ 150,00 
Entrega $ 0,00 $ 80,00 
PIS $ 0,00 $ 35,00 
 
Total $ 4.090,00 $ 3.752,00 
 
Preço de venda sem ICMS $ 5.000,00 $ 5.000,00 
 Lucro Margem de contribuição 
 $ 910,00/un $ 1.248,00/un 
 
 
14 
Vamos verificar a explicação para as diferenças entre os dois relatórios: 
a. Matéria-prima: consumidos 200 kg; preço médio do estoque: $6,75/kg; 
preço atual de mercado: $7,05/kg; 
b. Embalagens: circular do fornecedor comunica 8% de acréscimo para o 
próximo mês; 
c. Mão de obra direta: a partir do próximo mês, aumento de 20% no depto. 
33 e de 10% no depto. 35; 
d. Energia elétrica: aumento de 15% a partir do próximo mês; 
e. Custos indiretos fixos: rateados à base do tempo de produção nos deptos. 
32 e 33, e à base de peso no depto. 35. 
Como podemos ver, cada coluna apresenta um resultado diferente. Além 
de diferença no valor, a nomenclatura do valor também difere. Então, poderia ser 
um problema para o gestor entender as informações, mas, com a devida 
conciliação entre a contabilidade geral, representada pela coluna dos valores 
histórico-contábeis, e a contabilidade de custos, representada pela coluna dos 
valores de reposição, o gestor poderá lidar tranquilamente com as informações 
relatadas pelos dois departamentos. Como podemos ver, as diferenças nos 
valores podem ser explicadas devido às elevações dos custos para o próximo 
período. 
Dentro desses aspectos que vimos, é bom deixar claro que o custeio por 
absorção e o custeio variável não são excludentes e podem ser ambos adotados, 
cada um com sua finalidade (Martins, 2010). Valores históricos e de reposição 
também podem ser usados de maneira conjunta, basta ter o discernimento de 
saber aproveitar cada um no momento adequado, bem como utilizar a 
contabilidade geral quando se faz necessário e a contabilidade de custos nos 
momentos adequados. 
TEMA 5 – MÃO DE OBRA DIRETA COMO CUSTO VARIÁVEL 
Dentro da contabilidade de custos, podem surgir dúvidas de como 
classificar os custos, se são variáveis ou fixos, e nesse contexto vamos abordar 
a mão de obra direta, a qual tende a ser um custo variável. Para isso, 
consideramos apenas a parte utilizada na produção, e o tempo ocioso deve ser 
considerado como custo indireto (Martins, 2010). 
 
 
15 
Quando o empregado possui remuneração baseada na produção, fica 
evidente que se trata de um custo variável. No entanto, na maioria das empresas, 
os empregados são contratados com salários fixos, conforme previsto na 
legislação, podendo ser segregado o valor conforme o tempo utilizado 
efetivamente na produção e a parte ociosa. 
Um cuidado que deve ser tomado para a divisão do tempo utilizado na 
produção do ocioso pode ser inviável, pois talvez o custo para realizar tal 
procedimento seja mais caro que a informação gerada. Nesse tipo de situação, 
a mão de obra direta é considerada um custo fixo, sem que haja medição, 
podendo até haver críticas conceituais, mas agilizando a situação prática 
(Martins, 2010). 
Então, a classificação da mão de obra direta como fixa ou variável deve 
ser feita conforme o tipo de decisão que se quer tomar, podendo observar 
situações especificas, caso o volume da atividade da empresa seja reduzida por 
um longo período de tempo, ou ocorrências de oscilações muito elevadas na 
produção, o que faria com que os custos da mão de obra direta voltassem a ser 
tratados como variáveis. 
Vejamos um exemplo retirado da obra de Martins (2010, p. 181) que 
aborda essa variação da classificação da mão de obra direta: uma empresa com 
800 pessoas que trabalham diretamente na linha de produção produz 10.000 
unidades semanais nessas condições. Em função da demanda, em determinado 
mês, a empresa vai produzir apenas 9.000 unidades semanais. Mesmo com a 
redução da produção, o pessoal ocioso não será despedido, já que se espera 
retomar futuramente o nível normal de produção. 
Pode-se, assim, classificar como MOD apenas a parte utilizada nas 9.000 
unidades, e o restante ser considerado como custo indireto, ou todo o valor pode 
ser considerado como custo direto, e o mais adequado para a tomada de decisão 
é que todo o valor seja considerado fixo. 
Se não fosse um caso pontual, mas sim uma programação de produção 
de 8.000 unidades semanais por um período de seis meses, aí sim a mão de 
obra desse pessoal assumiria classificação de custos variável, devido a uma 
dispensa de 20% do pessoal que ficar ocioso. 
Então, dependendo de qual decisão será tomada ou da análise a ser 
realizada, a mão de obra direta será enquadrada como custo fixo ou custo 
variável. 
 
 
16 
Caso a empresa considere o valor total da mão de obra direta como custo 
estrutural ou de determinado setor e nãofocar no produto, considerará como 
custo fixo. 
Outro aspecto que induz a classificação como custo fixo é a grande 
automação industrial, pois o volume depende das máquinas, deixando a mão de 
obra como algo acessório na produção, podendo então assumir de maneira 
definitiva a classificação como custo fixo (Martins, 2010). 
TROCANDO IDEIAS 
Agora, chegou o momento de você, caro(a) aluno(a), discutir alguns 
temas de nossa aula com seus colegas. Então, visando nortear o diálogo do 
vocês no fórum, foram formuladas algumas perguntas: 
a. Em quais situações o conceito de custos perdidos pode ser utilizado no 
dia a dia para fundamentar decisões de maneira mais embasada? 
b. Como os custos imputados podem fornecer informações comparativas 
quanto a custo de oportunidade, por exemplo? 
c. Deve ser levada em conta pela gestão a informação de que o conceito de 
custo de reposição considera o novo valor a ser pago para repor o 
estoque? Explique. 
d. Qual é a importância de haver uma conciliação entre a contabilidade geral 
e a de custos? 
e. A mão de obra direta é um custo fixo ou variável? Explique. 
NA PRÁTICA 
Prezado(a) aluno(a), vamos ver uma situação relacionada a custos 
perdidos e custos imputados, para podermos praticar aquilo que estudamos em 
nossa aula de hoje. 
Uma indústria fabrica apenas o produto X, pois possui experiência e 
expertise na fabricação e na venda desse produto. Para melhor entender a 
situação da indústria, vamos verificar as informações constantes no Quadro 5, 
que se referem a dados da produção e venda do produto. 
Quadro 5 – Custos da indústria 
Item Valor 
 
 
17 
Matéria-prima A $ 100,00/un 
Produto intermediários $ 160,00/un 
Embalagem $ 40,00/un 
Depreciação de máquina personalizada $ 80,00/un 
Mão de obra (direta e indireta) $ 4.000.000,00/ano 
Depreciação planta embalagens $ 800.000,00/ano 
Depreciação planta produto intermediário $ 1.000.000,00/ano 
Depreciação planta produtos $ 2.000.000,00/ano 
Energia elétrica e aluguel $ 1.000.000,00/ano 
Preço de venda $ 700,00/un 
Foi considerado o valor da depreciação de máquina personalizada como 
um custo variável, pois foi gasto o valor de $ 16.000.000,00 para sua fabricação; 
como consideraram uma previsão de vida útil de 200.000 unidades, logo $ 
80,00/um. A empresa já elaborou 40.000/un no primeiro ano. 
O valor da mão de obra é totalmente fixo. Quanto a depreciação, divide-
se em três, pois a empresa possui uma planta específica para as embalagens, 
uma para a fabricação do produto intermediário e outra para os produtos. 
Referente aos materiais variáveis, a matéria-prima A é adquirida a custo $ 
100,00/un, o produto intermediário possui custo de $ 160,00/un, e a embalagem, 
custo $ 40,00/un. Da mão de obra de $ 4.000.000,00, 30% referem-se à planta 
do produto intermediário, e 20% referem-se à planta de embalagens, enquanto 
o restante pertence à planta dos produtos acabados. A energia elétrica e o 
aluguel possuem as mesmas proporções do valor da mão de obra. 
As três fábricas, do produto intermediário, de embalagens e de produtos, 
possuem vida útil de cinco anos. Depois disso, a empresa não terá mais 
interesse em trabalhar com esse produto. Passou-se um ano já, e a depreciação 
das três plantas é linear (20% ao ano). Espera-se continuar uma produção de 
40.000/un por ano e, após os cinco anos, não se espera valor nenhum com a 
venda das plantas. 
Os custos podem ser separados por planta, conforme o Quadro 6: 
Quadro 6 – Separação dos custos por planta 
 Produto 
intermediário 
Embalagem Produto Total 
Produção 40.000 un 40.000 un 40.000 un 40.000 un 
Materiais 6.400.000,00 1.600.000,00 4.000.000,00 12.000.000,00 
Depreciação 
M.P. 
0,00 3.200.000,00 0,00 3.200.000,00 
Mão de obra 1.200.000,00 800.000,00 2.000.000,00 4.000.000,00 
Depreciação 800.000,00 1.000.000,00 2.000.000,00 3.800.000,00 
Energia el. e 
aluguel 
300.000,00 200.000,00 500.000,00 1.000.000,00 
Total 8.700.000,00 6.800.000,00 8.500.000,00 24.000.000,00 
 
 
18 
Custo unitário 217,50 170,00 212,50 600,00 
Como podemos ver no Quadro 6, temos o custo de produção para o 
primeiro ano do produto, restando assim quatro anos de produção. Porém, 
imaginemos que a empresa recebe uma proposta de uma fábrica de embalagens 
no começo do segundo ano e, também, uma proposta de uma empresa para 
fornecer o produto intermediário. Na sequência, seguem as duas propostas: 
Proposta da fábrica de produto intermediário: 
Venda de cada unidade de produto intermediário por $ 180,00, 40.000 
unidades por ano pelos próximos 4 anos, chegando ao valor de $ 7.200.000,00 
por ano. Para manter essa proposta, a empresa deveria comprar a matéria-prima 
A deles também, pelo valor de $ 110,00 a unidade. Essa fábrica ainda ofereceu 
o valor de $ 2.500.000,00 à vista pela planta de fabricação do produto 
intermediário. 
Proposta da fábrica de embalagens: 
Entregar 40.000 unidades de embalagens por ano, pelos próximos 4 anos, 
a um custo unitário de $ 170,00/un, ou seja, $ 6.800.000,00 por ano. Para isso, 
ainda faz parte da proposta a compra dos equipamentos da planta de 
embalagem por $ 7.000.000,00 à vista, sendo necessária para a empresa 
apenas a aquisição de um equipamento embalador para a outra planta, no valor 
de $ 1.000.000,00, que se depreciará em quatro anos. 
E agora, caro(a) aluno(a), a empresa deve aceitar essas novas 
propostas? Apenas a proposta do fornecedor de embalagens? Apenas a 
proposta do fornecedor do produto intermediário? Ou deve recusaras duas 
propostas e continuar sua produção como está atualmente? 
Caro(a) aluno(a), nesse momento nos cabe, como contadores, verificar o 
que seria melhor para a empresa, considerando tanto o conceito dos custos 
perdidos como também conceitos do custo de oportunidade. 
Agora, vamos ver como ficariam os cenários da empresa, caso ela recuse 
as propostas, aceite uma delas ou aceite ambas. 
1º cenário – Manter a produção da maneira atual 
A empresa, caso não aceite nenhum das propostas, terá sua estrutura de 
custos composta conforme exposto no Quadro 6. Então, terá um custo unitário 
 
 
19 
de $ 600,00, vendendo o produto por $ 700,00, com lucro unitário de $ 100,00. 
Considerando a produção e a venda anual de 40.000 unidades, pelos próximos 
4 anos a empresa alcançara um lucro contábil de $ 16.000.000,00. 
O caixa gerado será de $ 44.000.000,00, pois todos os gastos já 
desembolsados são considerados como custos perdidos, e valores com essa 
classificação somam o total anual de $ 7.000.000,00. Desse total, $ 3.200.000,00 
representam a amortização da pesquisa de mercado relacionada a produção da 
embalagem o produto, e os outros $ 3.800.000,00 referem-se à depreciação das 
plantas industriais. Os gastos não desembolsáveis então totalizam $ 
28.000.000,00 no período. 
A diferença entre o caixa gerado e o lucro refere-se aos valores já 
desembolsados, que atendem ao conceito de custos perdidos, ocorridos no 
passado, não devendo interferir nas decisões atuais. 
2º cenário – Aceitar a proposta da fornecedora do produto intermediário e 
recusar a proposta da fornecedora de embalagens 
Nesse momento, vamos verificar como ficaria o resultado da empresa 
aceitando a proposta de adquirir o produto intermediário e a matéria-prima A do 
mesmo fornecedor, porém mantendo a produção das embalagens. 
Caro(a) aluno(a), para que nossa visualização seja facilitada, 
acompanhemos o Quadro 7 com os dados separados por planta. 
Quadro 7 – Dados no segundo cenário 
 Produto 
intermediário 
Embalagem Produto Total 
Produção 40.000 un 40.000 un 40.000 un 40.000 um 
Materiais 7.200.000,00 1.600.000,00 4.400.000,00 13.200.000,00 
Depreciação 
M.P. 
0,00 3.200.000,00 0,00 3.200.000,00 
Mão de obra 0,00 800.000,00 2.000.000,00 2.800.000,00 
Depreciação 0,00 1.000.000,00 2.000.000,00 3.000.000,00 
Energia El. e 
Aluguel 
0,00 200.000,00 500.000,00 700.000,00 
Total 7.200.000,00 6.800.000,00 8.900.000,0022.900.000,00 
Custo unitário 180,00 170,00 222,50 572,50 
Com esse cenário, o custo unitário do produto será de $ 572,50; vendendo 
pelos mesmos $ 700,00, o lucro unitário será de $ 127,50. Vendendo as 40.000 
unidades anuais pelos próximos 4 anos, chega-se a lucro de $ 20.400.000,00 
pela venda dos produtos. 
 
 
20 
Temos um detalhe do lucro, pois, como a empresa venderá a planta que 
produz o produto intermediário por $ 2.500.000,00 e ainda possui um custo a ser 
depreciado de $ 3.600.000,00, contabilmente deve ser deduzido do lucro o valor 
de $ 1.100.000,00, chegando a um lucro contábil total de $ 19.300.000,00. 
Podemos ver que o lucro se eleva ao aceitar a proposta do fornecedor, 
pois, mesmo o preço pago pela matéria-prima A aumentando de $ 100,00 para 
$ 110,00, a redução do custo do produto intermediário compensa tal aumento, 
devido à redução dos gastos fixos. 
Ao olhar o quanto de caixa é gerado pela aceitação da proposta desse 
fornecedor, o valor é de $ 44.100.000,00. A diferença de $ 24.800.000,00 é 
composta por $ 3.200.000,00 anuais da amortização da pesquisa de mercado 
das embalagens e $ 3.000.000,00 anuais das depreciações das plantas. 
Como podemos perceber, aceitando a proposta, o lucro contábil e o valor 
de caixa gerado serão maiores do que na atual situação da empresa. 
3º cenário – Aceitar a proposta da fornecedora de embalagens e recusar a 
propostas da fornecedora do produto intermediário 
Agora, verificaremos como fica um terceiro cenário, em que aceitamos a 
proposta das embalagens e recusamos a do fornecedor de produto 
intermediário. Para que fique mais fácil nossa visualização, vamos acompanhar 
o Quadro 8 com os dados. 
Quadro 8 – Dados no terceiro cenário 
 Produto 
intermediário 
Embalagem Produto Total 
Produção 40.000 un 40.000 un 40.000 un 40.000 un 
Materiais 6.400.000,00 6.800.000,00 4.000.000,00 17.200.000,00 
Depreciação 
M.P. 
0,00 0,00 0,00 0,00 
Mão de obra 1.200.000,00 0,00 2.000.000,00 3.200.000,00 
Depreciação 800.000,00 0,00 2.250.000,00 3.050.000,00 
Energia el. e 
aluguel 
300.000,00 0,00 500.000,00 800.000,00 
Total 8.700.000,00 6.800.000,00 8.750.000,00 24.250.000,00 
Custo Unitário 217,50 170,00 218,75 606,25 
Nesse cenário, já podemos perceber que o custo unitário se eleva. Ele era 
de $ 600,00 no cenário atual e, nesse momento, chega a $ 606,25. Com a venda 
por $ 700,00, considerando 40.000 unidades anuais pelos próximos 4 anos, 
temos um lucro das vendas de $ 15.000.000,00. Ao considerar que a planta foi 
 
 
21 
vendida por $ 7.000.000,00, com custo ainda a depreciar de $ 4.000.000,00, 
chega-se ao lucro total de $ 18.000.000,00. 
O lucro é superior ao do cenário atual, porém isso acontece apenas devido 
à venda da planta, que proporciona um lucro de $ 3.000.000,00. Essa verificação 
é importante, caro(a) aluno(a), pois, às vezes, os números podem nos enganar. 
O valor gerado de caixa é de $ 36.200.000,00, com uma diferença de $ 
18.200.000,00 para o lucro contábil. A diferença é composta por $ 12.200.000,00 
referentes a depreciação, que foram gastos já desembolsados, e os outros $ 
6.000.000,00 que advêm dos $ 7.000.000,00 recebidos pela planta das 
embalagens, deduzidos $ 1.000.000,00 referentes à compra da máquina de 
embalar colocada na planta da produção do produto final. 
O valor gerado de caixa é inferior nesse cenário em relação ao do cenário 
atual da empresa, devendo ser verificado o caixa gerado também, e não apenas 
o lucro contábil, principalmente devido a existência dos custos perdidos. 
4º cenário – Aceitar a proposta da fornecedora de produto intermediário e 
também a da fornecedora de embalagens 
Caso a empresa aceita as propostas de ambos os fornecedores, será que 
seria mais viável? Vamos verificar qual seria o resultado aceitando as duas 
propostas, mantendo assim apenas uma planta de produção, a referente ao 
produto final. Vamos ver o Quadro 9 com as informações do quarto cenário. 
Quadro 9 – Dados no quarto cenário 
 Produto 
intermediário 
Embalagem Produto Total 
Produção 40.000 um 40.000 um 40.000 um 40.000 um 
Materiais 7.200.000,00 6.800.000,00 4.400.000,00 18.400.000,00 
Depreciação 
M.P. 
0,00 0,00 0,00 0,00 
Mão de obra 0,00 0,00 2.000.000,00 2.000.000,00 
Depreciação 0,00 0,00 2.250.000,00 2.250.000,00 
Energia el. e 
aluguel 
0,00 0,00 500.000,00 500.000,00 
Total 7.200.000,00 6.800.000,00 9.150.000,00 23.150.000,00 
Custo unitário 180,00 170,00 228,75 578,75 
Nesse cenário, o custo unitário é de $ 578,75, mantendo o preço de venda 
de $ 700,00, e o lucro unitário é de $ 121,25. Com as 40.000 unidades anuais a 
serem vendidas pelos próximos 4 anos, temos um lucro das vendas de $ 
19.400.000,00. Nessa situação, também ocorre a venda das plantas de 
 
 
22 
produção do produto intermediário e de embalagens, a primeira vendida por $ 
2.500.000,00, com custo de depreciação de $ 3.600.000,00, que incorre em 
perda de $ 1.100.000,00, enquanto a venda da planta das embalagens 
proporciona um ganho de $ 3.000.000,00, pois foi vendida por $ 7.000.000,00 e 
possuía custo a ser depreciado de $ 4.000.000,00. Então, no período final, a 
empresa alcança um lucro geral de $ 21.300.000,00. 
A opção desse cenário vai gerar um caixa de $ 38.800.000,00, diferença 
de $ 17.500.000,00 a mais do que o lucro. A composição da diferença de $ 
9.000.000,00 refere-se à depreciação do período total, $ 2.500.000,00 da venda 
da planta de produção do produto intermediário e $ 6.000.000,00 da venda da 
planta de embalagens, vendida por $ 7.000.000,00. Porém, foram gastos $ 
1.000.000,00 na aquisição de máquina para fechar as embalagens que foi 
instalada na planta do produto final. 
Como podemos ver, cada cenário oferece situações diferentes, tendo prós 
e contras no resultado contábil, bem como na geração de caixa. 
Resumo dos quatro cenários 
Agora, caro(a) aluno(a), vamos ver de forma resumida os resultados dos 
quatro cenários, para que fiquem facilitadosa a comparação e o entendimento. 
Vamos observar o Quadro 10, em que consta o resumo das informações 
de cada cenário. 
Quadro 10 – Resumo dos cenários 
 1º cenário 2º cenário 3º cenário 4º cenário 
Lucro 
contábil 
R$ 16.000.000,00 R$ 19.300.000,00 R$ 18.000.000,00 R$ 21.300.000,00 
Caixa 
gerado 
R$ 44.000.000,00 R$ 44.100.000,00 R$ 36.200.000,00 R$ 38.800.000,00 
Como podemos ver, o 1º cenário é o que apresenta o menor lucro contábil 
para o período dos próximos 4 anos, enquanto o 4º cenário apresenta o maior 
lucro contábil. Vale lembrar que, no 4º cenário, $ 3.000.000,00 do lucro advêm 
da venda da planta das embalagens, ou seja, um lucro não operacional, do 
contrário o maior lucro seria do 2º cenário. 
Como vimos, quando tratarmos de custos perdidos, devemos considerar 
o quanto de caixa está sendo gerado para a empresa, pois, uma vez com 
dinheiro em caixa, a empresa tem opções de investimentos, sejam ampliações 
 
 
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da indústria, como também uma simples aplicação financeira para receber um 
retorno em forma de juros. 
Quanto a geração de caixa, o 2º cenário é o que mais gera, chegando a 
$ 44.100.000,00; o 1º cenário ficou bem próximo, com o valor de $ 
44.000.000,00. Já o pior desempenho é do 3º cenário, que gerou um valor de 
caixa de $ 36.200.000,00, inferior em $ 7.900.000,00 ao do melhor cenário. 
Como podemos ver, em todos os cenários há uma diferença considerável 
entre o lucro contábil e o caixa gerado. Tal discrepância advém dos custos 
perdidos, pois são os valores de depreciação e amortização do exemplo que já 
foram desembolsados e não devem interferir nas decisões futuras dos gestores, 
cabendo ao contador explicitar tais informações, deixando claras as duas 
situações, contábil e caixa. 
Então, caro(a) aluno(a), vale muito conhecer o conceito de custos 
perdidos para as decisões das empresas em que você trabalhar terem uma base 
confiável elaborada por você, que, temos certeza, será um(a) ótimo(a) 
profissional.FINALIZANDO 
Querido(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa sexta aula e também ao 
final de nossa disciplina de Análise Estratégica de Custos. Nesta aula, 
começamos falando sobre os custos perdidos, que são aqueles custos já 
incorridos, os quais não devem servir de base a influenciar decisões futuras, pois 
são gastos já incorridos. Muitas vezes, as empresas não percebem que 
determinados custos são perdidos e acabam por tomar decisões inadequadas 
por falta de conhecimento desse conceito e de sua aplicação para melhorar as 
tomadas de decisão dentro da empresa. O segundo tema abordado foram os 
custos imputados, que são custos não registrados na contabilidade, porém, para 
a tomada de decisão, eles devem ser considerados. Como exemplo de custos 
imputados, temos o custo de oportunidade, que seria o retorno caso o capital 
fosse aplicado em outra situação, como também as empresas que utilizam 
imóvel próprio, porém consideram como custo o valor do aluguel que receberiam 
caso alugassem o imóvel a terceiros. Então, os custos imputados são custos 
perceptíveis, porém não registrados contabilmente. Também estudamos o custo 
de reposição, conceito importante, pois, mesmo que as empresas possuam um 
custo histórico na contabilidade, não se pode acreditar que o custo de reposição 
 
 
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será igual a esse valor, e a empresa deve ter isso em mente; caso a reposição 
venha a ter um custo superior, essa informação deve ser considerada para 
apurar o resultado gerencialmente, pois, no caso de elevação do valor de 
reposição, deverá ser reservado maior valor para repor seu estoque. Dentro do 
conceito de custo de reposição, ainda pode haver situações de influência da 
inflação, que também devem ser consideradas para apurar o resultado de 
maneira gerencial, pois, em muitas situações, ignorar o efeito da inflação pode 
causar erros no planejamento da empresa. 
O penúltimo tema que verificamos foi a diferença entre custos utilizados 
para tomada de decisões e custos para estocagem, ou, como poderíamos 
segregar de maneira mais simples, diferenças entre contabilidade de custos e 
contabilidade geral. Nesse tema, verificamos que relatórios sobre o mesmo 
assunto tendem a ser diferentes, vista a finalidade de cada área da contabilidade, 
devendo a empresa, para não gerar controvérsias nas interpretações desses 
relatórios, buscar a conciliação entre a contabilidade de custos e a geral. O último 
tema foi sobre como considerar a mão de obra direta, se como custo variável ou 
fixo, e vimos que, dependendo da situação, vamos considerar a mão de obra 
direta de uma forma ou de outra, pois devem ser considerados a estrutura da 
empresa e o volume de produção, para que se possa ter precisão na verificação. 
Caso a remuneração seja por produção, fica clara a classificação como custo 
variável. Já em outras ocasiões, pode haver diferenciação, sendo uma parte do 
salário como variável, e outra, como indireto, bem como há casos em que o total 
é considerado como custo indireto. 
Caro(a) aluno(a), esperamos que tenha gostado de nossa disciplina de 
Análise Estratégica de Custos e que tenha tirado o máximo de proveito, 
aprendendo muito sobre a disciplina. Abraços! 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BORBA, J. A.; MURCIA, F. D. A Influência dos custos perdidos (Sunk Costs) no 
processo de tomada de decisão: Um estudo empírico baseado em cenários de 
decisão. In: IX Congresso Brasileiro de Custos, Florianópolis, 2005. 
IUDICIBUS, S; MARTINS, E; CARVALHO, L. N. contabilidade: aspectos 
relevantes da epopeia de sua evolução. Revista Contabilidade e Finanças, n. 
38, p. 7-9, 2005. 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Altas, 2010.

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