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Stephane Bispo @vidadefisio_study Órteses Órteses ou dispositivos ortóticos são aqueles aplicados externamente para modificar as características estruturais e funcionais dos sistemas neuromuscular e esquelético. O profissional habilitado para prescrever uma órtese deverá realizar, uma avaliação detalhada buscando identificar as disfunções, avaliar as necessidades funcionais do paciente, para definir a órtese mais adequada para cada caso. É necessário que o fisioterapeuta após a prescrição acompanhe a adaptação e a utilização da órtese. A prescrição da órtese não substitui o programa de exercícios e o uso de procedimentos terapêuticos. Avaliação fisioterapêutica do paciente e a avaliação do estado do tecido também é de extrema importância. Conhecer a anatomia, função muscular, déficits funcionais, biomecânica, materiais e design, conhecendo suas classificações, indicações e objetivos das órteses. Através da realização de anamnese e exame físico funcional. De acordo com os princípios biomecânicos as órteses devem ser consideradas como uma série de sistemas de aplicação de forças estabilizadoras, manipulatórias e atuantes. As órteses seguiram o princípio das alavancas possuindo no mínimo, três pontos de contato no membro. Alavanca pode ser representada por uma barra sob ações de forças e pode ou não girar ao redor de um eixo. Um conjunto constituído de articulação (eixo de rotação) ossos (haste), músculos (força muscular) e resistência (força peso corporal). De acordo com a fabricação as órteses podem ser pré-fabricadas ou moldadas, elas podem ser confeccionadas em plásticos de alta temperatura, diferentes tecidos, (couros, neoprene, PVC...) Classificações das órteses Órteses dinâmicas: são órteses funcionais que promovem forças de tração e utilizadas para ganho de amplitude de movimento. Órteses estáticas: são utilizadas para manter o membro em estabilidade, para manter alinhamento, gerar repouso articular favorecendo a resolução de processo inflamatórios e diminuir dor, para evitar contraturas e deformidades ou proteger algum membro em caso de pós-operatório. Órtese seriada: utilizada principalmente para ganho de amplitude de movimento, reduzir contraturas articulares corrigindo deformidades. Órteses estáticas progressivas: se assemelham com as dinâmicas, porém sua força é aplicada de um componente não elástico, não permitindo o movimento na direção contrária. Stephane Bispo @vidadefisio_study Indicações e objetivos das órteses: de maneira geral as órteses são indicadas para estabilizar, imobilizar, mobilizar, prevenir deformidade, corrigir, proteger contra lesões, reduzir dor e melhorar a função. Objetivos: 1. Favorecer processo cicatricial de tecidos moles e reduzir inflamação pós-trauma; 2. Imobilizar para consolidação óssea; 3. Aliviar dor; 4. Manter repouso articular; 5. Repouso articular no caso de artrite; 6. Prevenir deformidades. Princípios Biomecânicos: Sistema relacionado a aplicação de forças • Estabilizadoras: Previne a migração e rotação, maximiza transmissão das forças para os tecidos específicos; • Manipulatórias: Órteses que controlam ou regulam forças externas e internas; • Atuantes: Promove geração de forças dinâmicas e aplica direção dessa forças para o membro. ÓRTESES PARA TRONCO E PESCOÇO As órteses para pescoço e tronco são geralmente prescritas para reduzir dor e minimizar deformidades. Afetam o corpo principamente resistindo à movimentação ou protegendo a parte do corpo, mais do que assistindo o movimento ou transferindo forças. (como no caso das órteses para membros) Objetivos: • Diminuição da mobilidade de um segmento vertebral; • Proteger parte do corpo; • Auxílio na recuperação de lesões ósseas e musculares; • Redução da dor; • Minimizar deformidades progressivas na coluna. As órteses para a tronco e pescoço podem ser classificadas conforme os segmentos imobilizados: • Órteses cervicais, • Órteses cervicotorácicas, • Órteses toracolombossacras, • Órteses lombossacras e outras. Stephane Bispo @vidadefisio_study ÓRTESES CERVICAIS • Nenhuma órtese restringe todos os movimentos da coluna cervical • As dificuldades se dão em virtude da maior mobilidade deste segmento, bem como a grande quantidade de tecidos moles. • A pressão nas partes moles não pode ser alta, pelo risco de desconforto e isquemia cutânea, com formação de úlceras e complicações diversas. • São mais eficientes na restrição dos movimentos de flexão e extensão do que nos de inclinação lateral; • Todos os colares são pouco eficientes na imobilização da coluna cervical superior; • É difícil limitar a ADM de cervical; Colar Macio de Espuma • Menos desconfortável, pouca capacidade de imobilização e Sem grandes restrições de movimento; • Utilizado geralmente para alívio de contraturas da musculatura cervical, • Confortável e de baixo custo, Colar Cervical • Indicações: Traumatismos, torcicolos, artrites, artroses, somatizações • Características: Espuma macia de alta densidade e fecho com velcro Colar Cervical Mentoniano • Indicações: Traumatismo, torcicolos, artrites, inclusive a reumatoide, artrose e outras afecções da coluna cervical • Características: Plastico flevivel, estofado nas bordas, apoio mentoniano para reduzir movimentos Colar Cervical Philadelphia • Indicação: Pode ser usado em fraturas menores do áxis e do atlas. Traumatismos, torcicolos, artrites, artroses e outras afecções da coluna vertebral • Fraturas mínimas do corpo ou de processo espinhoso das vértebras cervicais e no pósoperatório; • Possui apoio occipital e mentoniano e Limita pouco a restrição dos movimentos, sendo porém mais eficiente do que os colares acima descritos; • Queimaduras de pescoço; • Características: Espuma de polifórmio, proporciona controle de flexão/extensão e rotação, perfurado para melhor ventilação, fecho em velcro. Colar de Thomas ou Schanz - Papel: Descompressão • Indicações: Pós-traumatismos, torcicolos, artrites, artroses e lesões da coluna cervical. Produto imobiliza (provisoriamente) a região, evitando movimentos, e possui furos para ventilação. Sem grande capacidade de restringir os movimentos; • Características: Plástico flexível, estofado nas bordas. Almofada de apoio sobre o esterno. Fecho aderente. Colar de Miami Jackson – Usados geralmente em pronto socorro • Indicações: raumatismos, osteoporose, torcicolos, artrites (inclusive a reumatóide), artroses e outras afecções na coluna cervical. Stephane Bispo @vidadefisio_study • Características: semirrígido, Plástico flexível com apoio mentoniano para reduzir os movimentos, orifício para análise do pulso carótidio e traqueotomia. • Com maior restrição dos movimentos de flexão e extensão do que o colar de Philadelphia; Colar de NecLoc • Órtese rígida, eficaz na restrição da coluna cervical. Colar de Aspen • Com eficácia e indicações similares ao de Philadelphia; Halo – possui um apoio maior (papel de sustentação) fixo ao crânio – provável fratura em vertebra cervical (pode esta esperando uma cirurgia, ou espera de consolidação sem cirurgia) • Indicações: Fraturas cervicais altas (C1-C2-C3); Odontoide enforcado (Hangman); Fraturas cervicais com ou sem luxação; Pós-operatório de artrose cervical e deslocamento entre o crânio e o atlas. • Complicações: as infecções, a perda da redução da fratura, lesões cutâneas e piora ou instalação de novo déficit neurológico ÓRTESES CERVICOTORÁCICAS Minerva ou Four-poster – Possui metal de sustentação • Indicações: Tratamento de algumas fraturas da coluna cervical média e inferior, como alternativa ao halo. • Tratamento conservador de fraturas cervicais até a 3ª vértebra torácica (eventualmente até a 7ª, dependendo da extensão torácica) ou em pósoperatório nos níveis acima. Coletes para tronco – toracolombossacras e lombossacras ÓRTESES TORACOLOMBOSSACRAS • Restringira movimentação total e intervertebral da coluna de T7 a L4 • Com extensores de coxa podem ser mais eficientes em níveis lombares inferiores (L3-L5). Stephane Bispo @vidadefisio_study • Lesões acima de T7 requerem extensão cervical da imobilização Colete de Boston • Indicações: Utilizado para escoliose lombar e para restrição da coluna torácica inferior, com moldes para liberação das axilas. hérnia de disco lombar Colete de bivavaldo - possui barbatanas de alumínio (elásticas) que auxiliam na sustentação • Indicações: Limita todos os movimentos, utilizado para curvaturas associadas a espasticidade e para a restrição da coluna torácica inferior. Colete de Jewet • Indicações: Evita a cifose torácica, muito utilizado no tratamento conservador de fraturas da coluna toracolombar (T11- L2). Fratura na coluna torácica • Limitando a flexão com apoio anterior no esterno e na pube e apoio posterior no ápice da fratura ou deformidade, contrapondo a tendência de cifotização por falha na coluna anterior, • Pode causar lesões cutâneas nas áreas de pressão. Lombossacrais (LSO) Menos eficientes do que as órteses toracolombossacra em restringir a movimentação da coluna. Atuam de L2-4, variando com o uso de extensores torácicos e para as coxas, que melhoram a restrição da imobilização. Colete de Putti • Indicações: Para lombalgias e instabilidades leves. Órtese para Escoliose Objetivos da órtese • Controlar a deformidade escoliótica. • Melhorar o alinhamento ou equilíbrio do tronco - estabilizar a escoliose. • Melhorar a aparência estética do paciente. • Atrasar a idade da cirurgia até o momento em que se possa ter a maturidade óssea mais apropriada, mantendo ou mesmo reduzindo o grau de deformidade durante a fase de crescimento rápido. Milwaukee • ÓRTESE CERVICOTORACOLOMBOSSACRA • Utilizada no tratamento conservador da cifoescoliose torácica idiopática ou juvenil, principalmente com ápice da curva entre T6 e T8 sendo considerada a órtese padrão no tratamento da escoliose. Imobilizador em oito • Imobilização e alinhamento das fraturas da clavícula
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