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Intervenção (final)

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UNIVERSIDADE IGUAÇU 
Angelina Ladeira, Emerson Dias, Gabriel Vicente, João Victor Meirelles e Leticia Galvão 
 
 
 
 
 
INTERVENÇAÇÃO DE TERCEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
Itaperuna 
2021 
Podemos expor que a sociedade, de um modo geral, é regida por conflitos de interesses, porém não se encontram soluções eficazes quando esses conflitos são enfrentados pelas próprias partes envolvidas, sem a intermediação de um terceiro, imparcial a elas. A intervenção no embate de alguém imparcial ao conflito traz às partes maior segurança e satisfação na decisão. Durante toda a evolução histórica do direito, desde a autotutela até a jurisdição, as normas jurídicas passam por modificações, alterações essas que atingem todos os conjuntos de normas. 
A intervenção de terceiros é uma relação processual entre autor, juiz e réu. Onde existe a possibilidade de que o terceiro participem da lide, esse terceiro não é nem autor e nem réu, é a pessoa que não participa da lide, mas a que possuem interesse nela. De acordo com CPC temos a oposição, o terceiro que ingressa em processo alheio formulando pretensão contra os primitivos litigantes, que passam a integrar o polo passivo como litisconsortes necessários. 
Então, quando temos a intervenção de terceiros no processo, alguém dele participa sem ser parte da causa, com o fim de auxiliar ou excluir os litigantes, para defender algum direito ou interesse próprio que possa ser prejudicado pela sentença. Em regra, um terceiro qualquer não é admitido no processo, no entanto, a lei prevê os casos em que isso pode ocorrer. 
Um terceiro pode ser admitido para: auxiliar a parte a que adere, dando sustentação às suas razões; se unir contra um adversário comum, tentando derrotar uma tese que possa lhe prejudicar; e ser antagonista de ambas as partes. Sendo assim, em regra a sentença produz efeitos inter-partes. 
Excepcionalmente, a sentença produz efeitos panprocessuais que pode atingir outras esferas jurídicas, que não apenas do autor e do réu. E, nesses casos, o terceiro resta autorizado a intervir no processo, respeitando-se o devido processo legal. Caberá ao juiz aferir a legitimidade de terceiro para intervir e se encaixar nas hipóteses legais de cabimento. Verifico o terceiro interessado, pelo natureza do direito material e pela possibilidade de ser atingido pela coisa julgada 
A intervenção pode ser classificada em espontânea ou provocada. Na intervenção voluntária a vontade em se manifestar vem do próprio terceiro; e quando a iniciativa se materializa através de um requerimento formulado por de umas das partes, onde pede-se ao juiz que provoque o terceiro, a intervenção é provocada. 
Existem casos de intervenção em que desde o momento que é admitido no processo, o terceiro passará a ser parte. Isso ocorre na denunciação da lide e no chamamento ao processo. Porém em algumas situações o terceiro atuará como auxiliar de uma das partes, como ocorre na assistência. 
A posição do amicus curiae não será de parte nem de auxiliar dela, mas de auxiliar do juízo, tanto que caberá ao juiz ou relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes dele. 
A intervenção de terceiros não cria um novo processo. O terceiro ingressa em um processo em andamento. Em alguns casos os terceiros podem se valer de ações que implicarão na criação de novos processos, e que não podem se considerada espécies de intervenção. Um exemplo é o que ocorre com os embargos de terceiro, onde este vai a juízo para obter a liberação de um bem indevidamente constrito em processo de que não faz parte. 
Existem alguns modos previstos pelo CPC em que a intervenção pode ocorrer, são eles: assistencial, assistência é sempre voluntária, a iniciativa de ingresso partirá sempre do próprio terceiro. Existem duas espécies de assistência em nosso ordenamento jurídico: Assistência Simples e Assistência Litisconsorcial. 
(...) 
Denunciação da lide 
(...) 
Chamamento ao processo 
(...) 
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
(...) 
Outra modalidade prevista é a Amicus curiae é como um auxiliar do juízo porque, nas causas de maior relevância ou de maior impacto, ou que possam ter repercussão social. Poderá ser uma pessoa, um órgão ou entidade, que não tenha interesse próprio na causa, mas cujos interesses institucionais possam ser afetados. 
A intervenção do amicus curiae não poderá provocar nenhuma alteração de competência. Ainda que se trate de órgão ou entidade federal que intervenha em processo de competência da justiça estadual, a competência não se deslocará. Também não cabe a ele praticar atos processuais, além daquele relativo à sua manifestação. Por isso, ao contrário de um assistente simples que pode praticar, em regra, quase todos os atos processuais próprios das partes, desde que elas não se oponham, a intervenção do amicus curiae é restrita. 
De acordo com os (art. 125 á 129 do CPC). A denunciação da lide é um tipo de intervenção de terceiro, na qual vai se incluir uma nova ação, subsidiária a ação já existente. Essa intervenção de terceiro é provocada, pelo autor ou réu (denunciante) de ação inicial, ele irá chamar um terceiro (denunciado) para integrar o processo. O denunciante tem uma pretensão indenizatória contra o denunciado, caso o denunciante vier a sucumbir na ação principal.
Ela é incidente, pois é um incidente que coloca um novo pedido no processo existente; regressiva, devido à pretensão ser regressiva ou de garantia; eventual, porque essa nova demanda só irá se analisada se o denunciante for derrotado na ação principal; e antecipada, devido ao fato do denunciante se antecipar antes de sofrer qualquer prejuízo.(…)
O chamamento ao processo é o incidente pelo qual o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida, de modo a fazê-los também pelos resultados do feito. 
As três hipóteses de chamamento ao processo, previstas no art. 77, CPC, dizem respeito à solidariedade quanto ao cumprimento de obrigações. São tratadas situações de devedores solidários, devedor principal e fiador e entre fiadores, todos esses sujeitos que respondem de forma solidária perante o credor pela satisfação da obrigação. Em nosso entender a diferença básica entre o chamamento e a denunciação, é que na intervenção ora analisada, todos os sujeitos, principais e terceiros, mantém uma relação de direito material. 
Em razão de tal circunstância, gerada pelos aspectos próprios do direito material, a doutrina é quase uniforme em entender que o chamamento ao processo cria entre o réu e os chamados, um ‘litisconsórcio’, que além de ulterior, será sempre facultativo, uma vez que o chamamento ao processo não é obrigatório, sendo absolutamente regular o réu ser condenado e posteriormente ingressar com ação de regresso para recompor seu prejuízo.(…)
Referencias. 
FERREIRA, William Guedes. A INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1ª ed, 2012 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ESQUEMATIZADO. 8ª ed, 2017

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