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Morfologia e Estrutura da Célula Bacteriana

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–
 
MORFOLOGIA E ESTRUTURA DA CÉLULA 
BACTERIANA: 
➢ FORMA E TAMANHO: 
As bactérias pertencem ao reino dos procariotos e 
se diferem dos animais e vegetais por serem 
organismos unicelulares ou multicelulares 
relativamente simples. 
De modo geral, as bactérias são divididas em três 
grupos básicos de acordo com a forma: cocos, 
bacilos e espirilos. Os cocos são esféricos, os 
bacilos têm forma de bastonete e os espiroquetas 
são espiralados. 
A forma das bactérias é uma característica genética 
e geralmente as bactérias são monomórficas, isto é, 
mantêm uma única forma. Entretanto, algumas 
condições ambientais e de cultivo podem fazer com 
que os organismos apresentem formas ou arranjos 
diferentes. Alguns poucos microrganismos são 
pleomórfos. 
 
Além da forma, o arranjo das bactérias é 
importante por exemplo, alguns cocos se arranjam 
em pares (diplococos), cocos formados por 
divisões em dois planos são chamados de tétrades 
alguns em cadeia (estreptococos), e outros em 
agrupamento semelhante a cachos de uvas 
(estafilococos). Esse arranjo é determinado pela 
orientação e grau de ligação das bactérias quanto a 
divisão celular. 
 
 
Quanto ao tamanho, pode-se considerar que as 
menores bactérias exibem tamanho 
aproximadamente equivalente aos maiores vírus e 
correspondem aos menores organismos capazes de 
existir fora de um hospedeiro. 
➢ ESTRUTURA: 
A estrutura típica de uma bactéria apresenta parede 
celular, membrana plasmática, mesossomo e 
citoplasma. 
 
 
 
A coloração gram é um método de coloração que 
divide a maioria das bactérias em dois grupos: gram 
positivos, que se coram em azul, e as bactérias gram 
negativas, que se coram em vermelho. Essa 
coloração torna-se útil pois auxilia na identificação 
de diversas bactérias e por influenciar na escolha de 
antibióticos, uma vez que, as gram positivas são 
mais suscetíveis a penicilina que as gram negativas. 
–
 
▪ PAREDE CELULAR: 
A parede celular é uma estrutura em multicamadas 
situada externamente a membrana citoplasmática e 
é composta por uma camada de peptideoglicano 
que confere sustentação estrutural 
A manutenção da forma bacteriana e a resistência a 
pressão osmótica interior da bactéria é devido a 
essa estrutura. 
Além disso, a parede desempenha importante papel 
na divisão celular como primer ou iniciadora da sua 
própria biossíntese, dando origem ao septo que 
separa as duas novas células oriundas da divisão 
celular. 
 
- ESTRUTURA QUÍMICA: 
As paredes de bactérias Gram-negativas e Gram-positivas apresentam diferenças marcantes. Bactérias Gram-
negativas possuem uma parede composta de várias camadas que diferem na sua composição química e, 
consequentemente, é mais complexa que a parede das Gram-positivas que, apesar de mais espessa, apresenta 
predominantemente um único tipo de macromolécula. 
 
Obs: o conhecimento das diferenças entre as paredes da bactéria é de alta relevância para o estudo do 
mecanismo de ação dos antibióticos, quimioterápicos, patogenicidade e outros assuntos relacionados a 
composição química. 
 
 
A: Gram positiva B: Gram negativa 
–
 
1.Componentes característicos da parede de 
bactérias gram-positivas: 
Nas bactérias Gram-positivas, 70 a 75% da parede 
são compostos de peptideoglicano. Além desta 
macromolécula, encontramos proteínas e ácidos 
teicoicos que podem representar até 50% da massa 
seca da parede. 
 
O termo ácido teicoico inclui todos os polímeros 
formados por resíduos de glicerol ou ribitol unidos 
por ligações fosfodiéster, sejam eles encontrados 
na parede, sejam encontrados na membrana 
plasmática da célula. 
 
Todavia, os ácidos teicoicos têm sido divididos em 
dois tipos: ácidos teicoicos de parede ligados ao 
peptideoglicano e ácidos lipoteicoicos (LTA) 
que, apesar de serem encontrados ao longo da 
parede, encontram- se intimamente ligados à fração 
lipídica da membrana plasmática. 
 
Propriedades do ácido teicoico: 
a) facilitar a ligação e a regulação da entrada e saída 
de cátions na célula, graças ao grupo fosfato que 
confere uma carga negativa à molécula que se 
encontra voltada para o lado externo da célula; 
b) regular a atividade das autolisinas durante o 
processo de divisão celular. 
c) constituir sítios receptores de bacteriófagos; 
e) constituir, graças à sua localização na célula, 
importantes antígenos celulares tornando possível 
a identificação sorológica de muitas bactérias 
Gram-positivas. 
2. Componentes característicos da parede de 
bactérias gram-negativas: 
A parede das bactérias Gram-negativas é mais 
complexa. É formada por uma ou poucas camadas 
de peptideoglicano e por uma membrana externa. 
O espaço que separa a membrana citoplasmática da 
membrana externa é chamado espaço 
periplasmático. O peptidioglicano liga-se à 
membrana externa por uma lipoproteína e está 
embebido no gel periplasmático que contém alta 
concentração de enzimas degradadoras e proteínas 
de transporte. 
Devido à menor concentração de peptideoglicano, 
a parede das bactérias Gram-negativas é mais 
suscetível a quebras quando comparadas à de 
bactérias Gram-positivas. 
Os ácidos teicoicos não estão presentes em 
bactérias Gram-negativas. 
3. Membrana externa: 
A membrana externa das gram negativas é formada 
por uma dupla camada lipídica. A camada interna é 
composta por fosfolipídios e a externa contém 
lipopolissacarídeos e proteínas. Sendo que a parte 
interna é hidrofóbica, devido a presença de ácidos 
graxos, e a parte externa é hidrofílica. 
▪ Lipopolissacarídeos: É constituído de um 
lipídeo complexo (lipídeo A), ao qual está 
ligado um polissacarídeo chamado 
antígeno O ou antígeno somático. Os 
açúcares que formam a cadeia lateral deste 
polissacarídeo variam de espécie e são 
responsáveis pelas características 
antigênicas em bactérias Gram-negativas. 
O LPS é chamado também endotoxina, pois 
é tóxico, provocando muitas vezes 
respostas fisiológicas, como febre em 
animais, incluindo o homem. 
▪ Proteínas: 
Porinas = proteínas que formam poros que 
propiciam a passagem passiva de solutos. 
Proteínas da membrana externa 
(OMPs)= também estão envolvidas no 
transporte de alguns solutos, além de 
funcionarem como receptores da fímbria 
sexual e de bacteriófagos. 
Lipoproteínas= proteínas com função 
estrutural, cuja parte proteica está 
covalentemente ligada ao peptideoglicano e 
à parte lipídica imersa na camada interna de 
fosfolipídeo da membrana externa, fazendo 
uma ponte entre os dois componentes. 
 
A membrana externa constitui uma barreira 
adicional á entrada de algumas substâncias como 
antibióticos. Todavia, a membrana externa não 
constitui uma barreira para todas as substancias do 
meio visto que nutrientes passam através dela para 
chega até a membrana onde serão transportada para 
a célula. 
 
 
Quando uma célula bacteriana se prepara para 
se dividir, ocorre o crescimento da parede 
celular e enzimas denominadas autolisinas 
atuam sobre o peptidioglicano no sentido de 
romper seus componentes em pontos 
específicos, permitindo assim a inserção de 
novas subunidades. Os ácidos teicoicos atuam 
na regulação da atividade destas autolisinas, 
impedindo que quebras excessivas ocorram, 
provocando a lise celular; 
–
 
4. Espaço periplasmático: 
 
Espaço compreendido entre as membranas externa 
e plasmática. Além do peptideoglicano, contém 
uma série de enzimas e proteínas, tais como: 
a) enzimas hidrolíticas (proteases, nucleases, 
lipases), responsáveis pela quebra de 
macromoléculas (impermeáveis a membrana 
citoplasmática). 
b) enzimas capazes de inativar drogas, tornando a 
célula resistente a elas. 
c) proteínas transportadoras de solutos que 
participam do transporte de substâncias para o 
interior das células. 
 
5. Protoplasto e esferoplasto: 
 
A remoção da parede celular bacteriana pode ser 
conseguida com a hidrólisepela lisozima que 
rompe as ligações glicosídicas ou pelo bloqueio da 
síntese do glicopeptídio com o auxílio de um 
antibiótico como a Penicilina. 
Em meios isotônicos, esses tratamentos originam 
os protoplastos em bactérias Gram-positivas 
(formas esféricas) e os esferoplastos em bactérias 
Gram-negativas (formas esféricas que conservam a 
membrana externa). 
Os protoplastos e os esferoplastos são interessantes 
instrumentos para o estudo de função de parede e 
de engenharia genética em bactérias. 
 
▪ Membrana Citoplasmática: 
Internamente adjacente à camada de 
peptideoglicano da parede celular localiza-se a 
membrana citoplasmática, composta por uma 
bicamada fosfolipídica similar àquela de células 
eucarióticas quanto ao aspecto microscópico. 
 
A membrana desempenha quatro funções 
importantes: (1) transporte ativo de moléculas para 
o interior da célula, (2) geração de energia pela 
fosforilação oxidativa ou transporte de elétrons, (3) 
síntese de precursores da parede celular e (4) 
secreção de enzimas e toxinas. 
 
▪ Mesossomo: 
A membrana citoplasmática pode apresentar 
invaginações múltiplas que formam estruturas 
especializadas denominadas mesossomos. 
 
Existe dois tipos de mesossomos: 
a) septal: que desempenha importante papel na 
divisão celular em que atua como fuso no processo 
de divisão celular, separando os dois cromossomos 
e conduzindo-os para os polos da célula. 
b) lateral: encontrado em determinadas bactérias e 
parece ter como função concentrar enzimas 
envolvidas no transporte eletrônico, conferindo a 
célula maior atividade respiratória e fotossintética. 
 
▪ CITOPLASMA: 
O citoplasma exibe duas áreas distintas: (1) Uma 
matriz amorfa que contém ribossomos, grânulos de 
nutrientes, metabólitos e plasmídeos; (2) Uma 
região nucleoide interna composta por DNA. 
 
1. Ribossomos: 
Os ribossomos bacterianos são o sítio da síntese 
proteica, como nas células eucarióticas, porém 
diferem dos ribossomos eucarióticos em relação ao 
tamanho e à composição química. As diferenças 
nas proteínas e RNAs ribossomais constituem a 
base para a ação seletiva de vários antibióticos que 
inibem a síntese proteica de bactérias, mas não de 
humanos 
 
2. Grânulos: 
O citoplasma contém vários tipos diferentes de 
grânulos que atuam como áreas de armazenamento 
de nutrientes e coram-se de modo característico 
com determinados corantes. 
 
3. Nucleoide: 
O nucleoide corresponde à região do citoplasma 
onde o DNA está localizado. Uma vez que o 
nucleoide não apresenta membrana nuclear, 
nucléolo, fuso mitótico, nem histonas, há pouca 
semelhança com o núcleo eucariótico. Uma 
diferença importante entre o DNA bacteriano e o 
DNA eucariótico é o fato de o DNA bacteriano não 
apresentar íntrons, ao contrário do DNA 
eucariótico. 
 
4. Plasmídeo: 
Os plasmídeos são moléculas de DNA de fita 
dupla, circulares e extracromossomais, capazes de 
replicar-se independentemente do cromossomo 
bacteriano. Embora sejam geralmente 
extracromossomais, os plasmídeos podem integrar-
se ao cromossomo bacteriano. 
 
Os plasmídeos estão presentes tanto em bactérias 
gram-positivas como gram-negativas, podendo 
haver vários tipos diferentes de plasmídeos em uma 
célula: 
(1) Plasmídeos transmissíveis podem ser 
transferidos de uma célula a outra por conjugação. 
–
 
(2) Plasmídeos não transmissíveis são pequenos 
uma vez que não contêm os genes de transferência; 
 
Os plasmídeos carreiam os genes envolvidos nas 
seguintes funções e estruturas de importância 
médica: 
(1) Resistência a antibióticos, a qual é mediada por 
uma variedade de enzimas; 
(2) Resistência a metais pesados, como mercúrio e 
prata, 
(3) Pili (fímbrias), que medeiam a adesão das 
bactérias às células epiteliais; 
(4) Exotoxinas, incluindo diversas enterotoxinas. 
 
5. Transposons: 
Os transposons são segmentos de DNA que se 
deslocam prontamente de um sítio a outro, tanto no 
interior, como entre os DNAs de bactérias, 
plasmídeos e bacteriófagos. 
Esses elementos podem codificar enzimas de 
resistência a fármacos, toxinas, ou uma variedade 
de enzimas metabólicas, bem como podem causar 
mutações no gene onde estão inseridos, ou alterar a 
expressão de genes próximos. 
 
▪ Estruturas especializadas externas a parede 
celular: 
1. Cápsula: 
A cápsula é uma camada gelatinosa que reveste 
toda a bactéria. É composta por polissacarídeos. A 
cápsula é importante pois: 
(1) É um determinante da virulência de diversas 
bactérias, uma vez que limita a capacidade de 
fagócitos engolfarem as bactérias. 
(2) Os polissacarídeos capsulares são utilizados 
como antígenos em determinadas vacinas, uma vez 
que são capazes de elicitar anticorpos protetores. 
(3) A cápsula pode desempenhar um papel na 
adesão das bactérias aos tecidos humanos, a qual 
consiste em uma etapa inicial importante da 
infecção. 
 
2. Flagelos: 
Os flagelos são apêndices longos, semelhantes a 
um chicote, que deslocam as bactérias em direção 
aos nutrientes e outros fatores atrativos, processo 
denominado quimiotaxia. O longo filamento que 
atua como um propulsor é composto por várias 
subunidades de uma única proteína, a flagelina, 
organizadas em diversas cadeias entrelaçadas. 
 
A energia para a movimentação, a força próton 
motiva, é fornecida pela adenosina trifosfato 
(ATP), derivada da passagem de íons através da 
membrana. 
 
3. Pili (fímbrias): 
Os pili são filamentos semelhantes à pelos, que se 
estendem a partir da superfície celular. São mais 
curtos e lineares que os flagelos, sendo compostos 
por subunidades de uma proteína, a pilina, 
organizadas em fitas helicoidais. São encontrados 
principalmente em organismos gram-negativos. 
 
Os pili desempenham dois papéis importantes: 
(1) Medeiam a ligação das bactérias a receptores 
específicos da superfície de células humanas, etapa 
necessária à iniciação da infecção por alguns 
organismos. 
(2) Um tipo especializado de pilus, o pilus sexual, 
estabelece a ligação entre as bactérias macho 
(doadora) e fêmea (receptora) durante a 
conjugação. 
 
4. Glicocálix (camada limosa): 
O glicocálix consiste em um revestimento 
polissacarídico secretado por muitas bactérias. Ele 
reveste as superfícies como um filme e possibilita 
a firme aderência das bactérias a estruturas 
variadas, por exemplo, pele, válvulas cardíacas e 
cateteres. 
 
▪ Esporos: 
Estas estruturas altamente resistentes são formadas 
em resposta às condições adversas por dois gêneros 
de bacilos gram-positivos de importância médica: 
o gênero Bacillus e o gênero Clostridium, que 
inclui os agentes do tétano e botulismo. 
 
A formação de esporos (esporulação) ocorre 
quando os nutrientes, como fontes de carbono e 
nitrogênio, são depletados. 
 
O esporo é formado no interior da célula e contém 
DNA bacteriano, uma pequena quantidade de 
citoplasma, membrana celular, peptideoglicano, 
pouquíssima água e, o mais importante, um 
revestimento espesso semelhante à queratina, 
responsável pela acentuada resistência do esporo 
ao calor, à desidratação, à radiação e a compostos 
químicos. 
 
Uma vez formado, o esporo não exibe qualquer 
atividade metabólica, podendo permanecer 
dormente por muitos anos. A importância médica 
dos esporos reside em sua extraordinária 
resistência ao calor e a compostos químicos. 
–
 
NUTRIÇÃO E METABOLISMO BACTERIANO: 
➢ FONTES DE ENERGIA: 
Algas e algumas bactérias são fotossintéticas. Em 
algas e cianobactérias, o pigmento principal é a 
clorofila. 
Em outro grupo, o pigmento utilizado é a 
bacterioclorofila onde não há produção de oxigênio 
já que a água não é utilizada como fonte de 
elétrons. Bactérias que usam compostos orgânicos 
para esse fim são chamadas de litotróficas; as 
organotróficas são as que exigem doadores 
orgânicos de elétrons. 
A grande maioria das bactérias é quimiotrófica e 
obtém energia á custa de reaçõesquímicas nos 
quais os substratos adequados são oxidados. 
➢ FONTES DE MATERIAL: 
- Fontes de Carbono: há duas subclassificações: 
autotróficas cuja fonte de carbono provém do CO2 
ou íon bicarbonato a partir dos quais sintetizam os 
compostos orgânicos necessários; e os 
heterotróficos que exigem fontes orgânicas de 
carbono como aminoácidos, lipídios, álcoois etc. 
- Fontes de Nitrogênio: quanto a necessidade de 
nitrogênio há três categorias: 
• Bactérias de “fixação” → retiram o N2 da 
atmosfera e o converte a nitrogênio 
orgânico. Ex: Azobacter e Rhizobium. 
• Decompositoras → garantem o processo de 
amonização. 
• Nitrificantes → realizam a nitrosação, 
Nitrosomonas e Nitrosococus, e a nitração, 
Nitrobacter. 
- Íons inorgânicos essenciais: Há duas 
subclassificações, os macronutrientes que são 
necessários em quantidades apreciáveis e os 
micronutrientes que bastam apenas traços. 
Exemplos de macronutrientes: fosforo 
(metabolismo energético e síntese proteica), 
enxofre (síntese de vitaminas e composição de 
aminoácidos), potássio (ativador de enzimas e 
regulador de pressão osmótica) e outros. 
Exemplos de micronutrientes: cobalto, zinco, 
manganês, sódios e outros. 
 
➢ ÁGUA: 
É o solvente universal e tem função primordial na 
regulação da pressão osmótica e, pelo seu alto calor 
específico, na regulação térmica. A maior parte das 
bactérias, sobretudo as que não esporulam, morre 
rapidamente pela dessecação. 
➢ OXIGÊNIO ATMOSFÉRICO: 
As bactérias têm comportamentos diferentes na 
presença de O2 livre e podem ser: 
1. Aeróbias: exigem a presença de oxigênio 
livre; algumas, contudo, exigem pequenas 
quantidades e não toleram a pressão 
atmosférica como é o caso das 
microaerófilas. 
2. Anaeróbias estritas: não toleram a presença 
de oxigênio livre morrendo nessa condição. 
3. Anaeróbias não estritas: não utilizam o 
oxigênio atmosférico, mas este não é 
tóxico. 
4. Facultativas: tanto podem crescer na 
presença como na ausência de oxigênio 
livre. 
 
➢ MEIOS SELETIVOS E DIFERENCIAIS: 
Meios seletivos: Aqueles cuja caracteristica 
impede o crescimento de certos microrganismos 
permitindo apenas o crescimento de outros. Muitas 
vezes, para manter esse meio é preciso a utilizar 
inibidores que impeçam a adição de indesejáveis. 
Meios diferenciais: conferem características 
especiais a colônias que, em condições normais, 
seriam idênticas. 
OUTROS FATORES ENVOLVIDOS NA 
NUTRIÇÃO: 
Temperatura: cada bactéria tem seu estado ótimo 
de temperatura para absorção de nutrientes e 
desenvolvimento das culturas. 
Fatores de Crescimento: compostos orgânicos 
indispensáveis a um determinado microrganismo, 
mas que ele não consegue sintetizar. Muitos desses 
fatores são vitaminas, em especial do complexo B e 
variam de acordo com a necessidade de cada 
microrganismo. 
Assim, o crescimento deste ser será determinada 
pela quantidade desse fator no meio. 
–
 
 
Ph: geralmente em torno de 7 são mais adequados 
para a absorção, embora existam bactérias 
adaptadas a viver em ambiente ácido ou alcalino. 
Enzimas: auxiliam na quebra de macronutrientes 
para posterior absorção. 
CRESCIMENTO BACTERIANO: 
 
As bactérias reproduzem-se por fissão binária, 
processo em que uma célula parental se divide, 
originando duas células- filhas. Pelo fato de uma 
célula originar duas células-filhas, é referido que as 
bactérias realizam crescimento exponencial 
(crescimento logarítmico). 
 
O ciclo de crescimento de bactérias apresenta 
quatro fases principais. 
(a) A primeira corresponde à fase lag, durante a 
qual ocorre intensa atividade metabólica; contudo, 
as células não se dividem. Essa fase pode durar de 
alguns minutos a muitas horas. 
(b) A fase log (logarítmica) é aquela em que se 
observa rápida divisão celular. 
(c) A fase estacionária ocorre quando a depleção 
de nutrientes ou os produtos tóxicos provocam uma 
diminuição no crescimento até que o número de 
células novas produzidas se equilibra com o 
número de células que morrem, resultando em um 
steady state (estado de equilíbrio). 
(d) A fase final corresponde à fase de morte, 
caracterizada por um declínio no número de 
bactérias viáveis. 
 
Algumas observações: 
 
- A fase de lag pode ou não existir, dependendo de 
certos fatores. Em condições favoráveis, a fase de 
lag tende a ser menor. 
- A fase de lag é considerada um período de 
adaptação no qual a atividade enzimática múltipla 
da célula, com os seus produtos, está sendo 
coordenada para um estado chamado ntegração 
total. Somente depois que esse sistema estiver 
funcionando harmoniosamente, a divisão pode 
ocorrer. 
- A fase de lag deve ser encarada como um período 
não de repouso, mas, ao contrário, de intensa 
atividade metabólica 
- A fase logarítmica ou exponencial é aquele 
período durante o qual a multiplicação é máxima e 
constante. 
- Bactérias crescem e reproduzem assexuadamente 
por fissão binária. Cada duplicação do número de 
organismos numa cultura representa uma nova 
geração. 
- A fase logarítmica ou exponencial é aquele 
período durante o qual a multiplicação é máxima e 
constante. 
- A fase estacionária é seguida por uma fase na qual 
ocorre um decréscimo da população. A causa da 
morte das células depois de um período de 
crescimento de uma cultura pode estar relacionada 
com a natureza e a concentração do fator limitante 
do crescimento. Quando a falta de nutrientes é o 
fator responsável, os organismos que pararam de 
crescer não estão totalmente desprovidos de 
qualquer atividade metabólica. As reservas 
nutritivas internas, os metabólitos intermediários e, 
finalmente, as próprias estruturas dos organismos 
podem servir como fonte de combustível para a 
atividade respiratória. 
 
GENÉTICA BACTERIANA: 
O material genético de uma bactéria típica, 
Escherichia coli, consiste em uma única molécula 
de DNA circular. 
As bactérias são haploides, possuem um único 
cromossomo, e, portanto, uma única cópia de cada 
gene. 
Em células haploides, qualquer gene que tenha 
sofrido mutação e, portanto, não é expresso, resulta 
em uma célula desprovida daquela caracteristica. 
 
–
 
➢ MUTAÇÕES: 
Mutação é uma modificação na sequência de bases 
do DNA, que geralmente resulta na inserção de um 
aminoácido diferente de uma proteína e no 
surgimento de um fenótipo alterado. As mutações 
resultam em três tipos de alterações moleculares: 
1) Substituição de bases: ocorre quando uma base 
é inserida em substituição a outra. Essa substituição 
ocorre no momento da replicação do DNA pois a 
DNA polimerase comete um erro ou algum agente 
mutagênico altera a formação das pontes de 
hidrogênio alterando o molde e fazendo com que a 
base errada seja inserida. 
2) Mutação de alteração de fase: ocorre quando 
um ou mais pares de bases são adicionados ou 
deletados o que altera a fase de leitura do 
ribossomo e resulta na incorporação de 
aminoácidos errados a mutação e produção de uma 
proteína inativa. 
3) Sequencias de inserção/Troposons integram-
se ao DNA: essas porções recém inseridas ao DNA 
podem modificar o gene onde são inseridos bem 
como os genes adjacentes. 
As mutações também podem ser causadas por 
compostos químicos, radiação, raios-x, luz 
ultravioleta ou vírus. 
 
 
➢ SISTEMA DE REPARO DE DNA: 
Quando a célula é submetida à ação de agentes 
genotóxicos, as proteínas que intervêm na 
reparação do DNA são sintetizadas. Dois sistemas 
são conhecidos: a resposta SOS e a resposta 
adaptativa. 
 
O sistema SOS é induzido primariamente pela luz 
ultravioleta. A indução de um sinal ativa a 
expressão de genes que tentaram corrigir as lesões. 
Os genes expressos podem atuar em nível de 
reparação de excisões ou reparação pós-replicativa. 
 
Uma vez feita a reparação, o sinal indutor é 
eliminado e os genes SOS são inativados. O 
sistema de reparo atua em forma pós-replicativa, na 
qualestes espaços são preenchidos e a síntese do 
DNA continua. 
 
Existe ainda recombinação entre as fitas do DNA, 
e, quando esse intercâmbio entre as fitas ocorre, as 
lesões podem ser removidas por excisão. Apesar de 
estes sistemas serem eficientes, as mutações ainda 
podem ocorrer num processo conhecido como 
“sujeito a erro de excisão”. 
 
➢ TRANSFERÊNCIA DE DNA NO INTERIOR DE 
CÉLULAS BACTERIANAS: 
Os transposons transferem o DNA de um sítio do 
cromossomo bacteriano a outro, ou para um 
plasmídeo. Realizam o processo por meio da 
síntese de uma cópia de seu DNA e inserção da 
cópia em outro sítio do cromossomo bacteriano ou 
do plasmídeo. 
 
A transferência de um transposon para um 
plasmídeo e a subsequente transferência do 
plasmídeo para outra bactéria por conjugação 
contribuem significativamente para a disseminação 
da resistência a antibióticos. 
A transferência de DNA no interior da bactéria 
também ocorre por rearranjos programados que 
consiste na movimentação de um gene a partir de 
um gene silencioso de armazenamento, em que o 
gene não é expresso, para um sítio ativo onde 
ocorrem a transcrição e tradução. 
 
 
Quando a substituição resulta em um códon que 
promove a inserção de um aminoácido diferente, a 
mutação é denominada de mutação de sentido 
trocado. 
Caso a substituição origine um códon de 
terminação, que interrompe a síntese proteica, a 
mutação é chamada de mutação sem sentido. 
Mutações letais condicionais: são de interesse médico 
pois podem ser uteis em vacinas. O termo condicional 
indica que a mutação é expressa apenas em determinadas 
condições. 
Ex: linhagem do influenzavirus utilizada em vacina 
experimental que contém um vírus incapaz de crescer 
em 37ºC e, portanto, incapaz de infectar o pulmão, 
porem capaz de crescer a 32ºC no nariz onde pode se 
replicar e induzir a imunidade. 
–
 
➢ TRANSFERÊNCIA DE DNA ENTRE CÉLULAS 
BACTERIANAS: 
A transferência de informação genética de uma 
célula a outra pode ocorrer por três métodos: 
conjugação, transdução e transformação. 
A consequência mais importante dessa 
transferência de DNA é o fato de os genes de 
resistência a antibióticos serem disseminados de 
uma bactéria a outra por esse processo. 
1) CONJUGAÇÃO: 
Corresponde ao acasalamento de duas células 
bacterianas, durante a qual o DNA é transferido da 
célula doadora à receptora. Esse processo de 
acasalamento é controlado por um plasmídeo F 
(fertilidade/fator F), que carreia genes necessários 
para a conjugação. 
Uma das proteínas mais importantes é a pilina que 
forma o pilus sexual (tubo de conjugação). 
O acasalamento inicia com o pilus da bactéria 
macho doadora, que carreia o fator F, se ligando a 
um receptor da superfície da bactéria fêmea 
receptora que não contêm o fator F. 
As células então estabelecem uma relação direta 
pela retração do pilus e após a clivagem enzimática 
do DNA do fator F, uma fita é transferida através 
da ponte de conjugação no interior da célula 
receptora. 
O processo se completa com a síntese da fita 
complementar, originando um plasmídeo de fita 
dupla com o fator F, tanto na célula doadora como 
na receptora. 
 
A célula receptora torna-se uma célula F+ 
masculina capaz de transmitir o plasmídeo. 
O tempo necessário para transferência completa do 
DNA bacteriano é de aproximadamente 100 
minutos. 
A transferência do plasmídeo pode ser dividida em 
quatro estágios: 
a) formação de uma união específica doador-
receptor (contato efetivo); 
b) preparação para transferência do DNA 
(mobilização); 
c) transferência do DNA; 
d) formação de um plasmídeo funcional replicativo 
no receptor. 
2) TRANSDUÇÃO: 
Consiste na transferência de DNA celular por meio 
de um vírus bacteriano (bacteriófago, fago). 
Durante o crescimento do vírus no interior da 
célula, uma porção do DNA bacteriano é 
incorporada na partícula viral, sendo transferido 
para a célula receptora durante a infecção. 
Na célula receptora, o DNA do fago pode se 
integrar ao DNA celular e a célula pode adquirir 
uma nova caracteristica processo chamado de 
conversão lisogênica. 
Existem dois tipos de transdução: 
- Generalizada: ocorre quando o vírus carreia um 
segmento derivado de qualquer região do 
cromossomo bacteriano. 
- Especializada: ocorre quando DNA do vírus 
bacteriano que foi integrado ao DNA celular é 
excisado (partido/segmentado) e carreia uma 
porção do DNA celular adjacente. 
De acordo com a sua funcionalidade, os plasmídeos são 
classificados como: 
1. plasmídeo conjugativo: plasmídeos que levam genes 
que codificam para contato efetivo; 
2. plasmídeo mobilizável: plasmídeo que prepara seu 
DNA para transferência; 
3. plasmídeo auto transmissível: é um plasmídeo 
conjugativo e mobilizável, como, por exemplo, F; 
 
–
 
 
➢ RECOMBINAÇÃO: 
Enquanto a mutação garante a variabilidade, a 
recombinação genética garante que diferentes 
combinações de genes sejam possíveis. 
Uma vez transferido o DNA da célula doadora para 
a receptora por um dos três processos este pode ser 
integrado ao cromossomo da célula hospedeira por 
recombinação. Existem dois tipos de 
recombinação: 
- Recombinação homóloga: dois segmentos de 
DNA exibindo extensas regiões de homologia 
pareiam-se e permutam suas porções por clivagem 
ou religação. 
- Recombinação não homóloga: pouca ou 
nenhuma homologia é necessária 
MICROBIOTA NORMAL: 
 
Microbiota normal é o termo utilizado para 
descrever as várias bactérias e fungos que são 
residentes permanentes de determinados sítios 
corporais, especialmente a pele, a orofaringe, o 
cólon e a vagina. 
 
Outros conceitos, contudo, devem ser distinguidos 
de microbiota normal como: 
 
Estado de portador: Sob determinados aspectos, 
somos todos portadores de micro-organismos. O 
termo “portador” implica o fato de um indivíduo 
albergar um patógeno em potencial e, portanto, 
poder representar uma fonte de infecção de 
terceiros. Esse termo é mais frequentemente 
utilizado em referência a uma pessoa que apresenta 
infecção assintomática ou a um indivíduo que se 
recuperou de uma doença, mas ainda carreia o 
organismo, podendo albergá-lo por um longo 
período. 
Colonização: Em contexto, somos todos 
colonizados pelos organismos da microbiota 
normal; entretanto, o termo “colonização” refere-se 
tipicamente à aquisição de um novo organismo. 
Após a colonização por um novo organismo (isto é, 
adesão e crescimento, geralmente em uma 
membrana mucosa), esse organismo pode causar 
uma doença infecciosa ou pode ser eliminado por 
nossas defesas. 
 
Os membros da microbiota normal desempenham 
importante papel na manutenção da saúde e da 
promoção de doenças de três formas significativas: 
1) Podem causar doenças sobretudo em 
indivíduos imunocomprometidos ou 
debilitados. Já que em determinadas partes 
do corpo podem manifestar patogenicidade. 
2) Constituem um mecanismo de defesa 
protetor uma vez que ocupam sítios de 
adesão na pele e mucosas podendo 
interferir na colonização de bactérias 
patogênicas. Essa capacidade da microbiota 
normal limitar o crescimento de patógenos 
chama-se de resistência à colonização. 
3) Podem desempenhar uma função 
nutricional ao produzir vitamina B e K, 
como exemplos das bactérias intestinais. 
 
PATOGÊNESE: 
Um microrganismo é considerado patógeno 
quando é capaz de causar doença. 
Patógenos oportunistas são aqueles que 
raramente, ou nunca, causam doença em indivíduos 
imunocompetentes, mas que são capazes de causar 
infecções graves em imunocomprometidos. O 
termo oportunista refere-se à capacidade do 
organismo aproveitar-se das defesas reduzidas para 
causar a doença. 
Virulência é a medida quantitativa da 
patogenicidade e é determinada pelo número de 
organismos requeridos para causar a doença. 
A virulência de um organismo é determinada por 
sua capacidade de produzir diferentes fatores de 
virulênciacomo se o pili permite a adesão 
adequada a membrana mucosa, se produzem endo 
ou exotoxinas, se apresentam capsula para proteção 
contra a fagocitose ou se são capazes de se defender 
de defesas inespecíficas do hospedeiro como o 
ácido estomacal. 
 
–
 
Na perspectiva do hospedeiro, os dois principais 
aspectos de nossas defesas são a imunidade inata e 
a imunidade adquirida, que inclui a imunidade 
mediada por anticorpos e células. 
➢ TIPOS DE INFECÇÕES BACTERIANAS: 
Infecção pode se referir ao organismo que infectou 
um individuo ou a descrição de um doença 
infecciosa. 
As bactérias causam doenças por dois mecanismos 
principais: 
1) Produção de toxinas 
2) Invasão e inflamação 
As toxinas podem ser exotoxinas ou endotoxinas. 
As exotoxinas são polipeptídios liberados pela 
célula, enquanto as endotoxinas correspondem a 
lipopolissacarídeos (LPS) que são parte integral da 
parede celular. 
As endotoxinas são observadas apenas em bacilos 
e cocos gram negativos, não são liberados 
ativamente pela célula, e causam febre, choque e 
outros sintomas generalizados. 
Obs: tanto a endo como a exotoxina podem causar 
o sintomas por si, não sendo necessária a presença 
das bactérias do hospedeiro. 
Bactérias invasivas, por outro lado, crescem 
localmente em grande número e induzem uma 
resposta inflamatória que consiste em eritema, 
edema, calor e dor. 
➢ ESTÁGIOS DA PATOGÊNESE BACTERIANA: 
Uma sequência geral dos estágios da infecção 
ocorre das seguintes maneiras: 
1. Transmissão a partir de uma fonte externa 
até a porta de entrada; 
2. Evasão das defesas primarias, como pele. 
3. Adesão às membranas mucosas, 
geralmente por bactérias que apresentam 
pili; 
4. Colonização decorrente do crescimento das 
bactérias no sítio de adesão; 
5. Sintomas da doença causados pela 
produção de toxina, ou invasão 
acompanhada de inflamação; 
6. Respostas do hospedeiro, tanto 
inespecíficas como específicas 
(imunidade), durante os estágios 3, 4 e 5; 
7. Progressão ou resolução da doença. 
➢ DETERMINANTES DA PATOGÊNESE 
BACTERIANA: 
 
1. TRANSMISSÃO: 
O mecanismo de transmissão de várias doenças 
infecciosas ocorre de humano para humano, porem 
infecções também são transmitidas por fontes não 
humanas, como solo, água, animais e fômites – 
objetos inanimados. 
Os organismos podem também ser transmitidos por 
contato sexual, pela urina, pelo contato com a pele, 
por transfusões de sangue, por agulhas 
contaminadas, ou por picadas de insetos. A 
transferência de sangue, quer por transfusão ou por 
compartilhamento de agulhas durante o uso de 
fármacos intravenosas, pode transmitir diversos 
patógenos bacterianos e virais. 
 
Bactérias, vírus e outros micróbios podem também 
ser transmitidos da mãe para o recém-nascido, 
processo denominado transmissão vertical. 
Contrariamente, a transmissão horizontal 
consiste na transmissão interpessoal, excetuando-
se a transmissão da mãe para o recém-nascido. 
 
2. ADESÃO ÀS SUPERFICIES 
CELULARES: 
Determinadas bactérias possuem estruturas 
especializadas como o pili, ou produzem 
substâncias, como capsulas ou glicocálice. 
Esses mecanismos de adesão são essenciais para os 
organismos que se ligam as membranas mucosas; 
mutantes desprovidos desses mecanismos 
frequentemente não são patogênicos. 
Os pili, como da Neisserie gonorrhoeai, medeiam 
a ligação dos organismos ao epitélio do trato 
urinário enquanto o glicocálix da Stephylococcus 
epidermidis, permite a adesão mais intensa do 
organismo ao endotélio de válvulas cardíacas. As 
diversas moléculas que medeiam a adesão às 
superfícies celulares chamadas de adesina. 
A matriz formada por essas adesinas origina um 
revestimento chamado de biofilme que possuem 
grande importância na patogênese, uma vez que 
protegem as bactérias contra anticorpos e 
antibióticos. 
 
 
–
 
3. INVASÃO, INFLAMAÇÃO E 
SOBREVIVÊNCIA INTRACELULAR: 
Um dos dois principais mecanismos pelos quais as 
bactérias causam doença consiste na invasão do 
tecido, seguida pela inflamação. 
Outro mecanismo principal é a produção de 
toxina e outro é a imunopatogênese. 
Várias enzimas secretadas por bactérias invasivas 
desempenham papel na patogênese. Dentre as mais 
proeminentes estão: 
(1) a colagenase e hialuronidase, que degradam o 
colágeno e o ácido hialurônico, respectivamente, 
permitindo, assim, a disseminação das bactérias 
através do tecido subcutâneo; 
(2) a coagulase, produzida por Staphylococcus 
aureus, acelera a formação de um coágulo de 
fibrina a partir de seu precursor, o fibrinogênio 
(esse coágulo pode proteger as bactérias contra a 
fagocitose por isolar a área infectada e revestir os 
organismos com uma camada de fibrina). 
(3) a imunoglobulina A (IgA) protease, que 
degrada IgA, permitindo a adesão do organismo às 
membranas mucosas, sendo produzida 
principalmente por N. gonorrhoeae. 
(4) leucocidinas, que são capazes de destruir 
leucócitos neutrófilos e macrófagos. 
 
Além dessas enzimas, vários fatores de virulência 
contribuem para a invasividade por limitarem a 
ação efetiva dos mecanismos de defesa, 
especialmente a fagocitose. O mais importante 
desses fatores antifagocitários corresponde à 
cápsula externa à parede celular de vários 
patógenos importantes. A cápsula polissacarídica 
impede a adesão do fagócito às bactérias; 
anticorpos anticapsulares permitem a ocorrência de 
fagocitose mais eficaz (processo denominado 
opsonização). 
 
As bactérias podem causar dois tipos de 
inflamação: 
• Piogênica: com produção de pus; os 
neutrófilos são as células predominantes; 
algumas das bactérias mais importantes são 
os cocos gram positivos e gram negativos. 
• Granulomatosa: há o predomínio de 
macrófagos e células T. O organismo mais 
importante dessa categoria é 
Mycobacterium tuberculosis. A fagocitose 
promovida por macrófagos mata a maioria 
das bactérias, porém algumas sobrevivem e 
crescem no interior dos macrófagos, no 
granuloma. 
 
A sobrevivência intracelular é outro importante 
atributo de determinadas bactérias que aumenta sua 
capacidade de promover a doença. Essas bactérias 
geralmente são denominadas de patógenos 
intracelulares e geralmente causam lesões graves 
granulomatosas. 
 
Para sobreviver e garantir seu crescimento 
intracelular, as bactérias utilizam vários 
mecanismos como: 
(1) Inibição da fusão do fagossomo o que faz 
com que o organismo evite as enzimas 
degradativas do lisossomo. 
(2) Inibição da acidificação do fagossomo o 
que reduz a atividade das enzimas 
degradativas do lisossomo. 
(3) Escape a partir do fagossomo para o interior 
do citoplasma onde não há atividade das 
enzimas degradativas do lisossomo. 
 
A invasão das células pelas bactérias depende da 
interação de proteínas específicas da superfície 
bacteriana, denominadas invasinas, e de receptores 
celulares específicos, pertencentes à família 
integrina de proteínas transmembrânicas de adesão. 
 
O deslocamento das bactérias para o interior da 
célula é uma função dos microfilamentos de actina. 
Uma vez no interior da célula, estas bactérias 
tipicamente situam-se no interior de vacúolos 
celulares, como os fagossomos. 
 
O genes que codificam vários fatores de virulência 
de bactérias são agrupados em ilhas de 
patogenicidade no cromossomo bacteriano. 
 
Após a colonização e multiplicação das bactérias 
na porta de entrada, elas podem invadir a corrente 
sanguínea, disseminando-se a outras regiões do 
corpo. Os receptores das bactérias na superfícies 
das células determinam, em grande parte, os órgãos 
afetados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
–
 
4. PRODUÇÃO DE TOXINAS: 
Refere-se ao segundo principal mecanismo pelo 
qual as bactérias causam doenças. 
- Exotoxinas: São presentes apenas em bactérias 
gram negativas; são secretadas pelas bactérias, 
enquanto as endotoxinas são componentes da 
parede celular. 
As exotoxinas são polipeptídioscujos genes 
frequentemente estão localizados em plasmídeos 
ou vírus bacterianos lisogênicos. Ex: toxina 
diftérica, colérica e botulínica. 
As exotoxinas estão entre as substâncias mais 
tóxicas conhecidas e são liberadas pelas bactérias 
por estruturas especializadas chamadas de sistemas 
de secreção que em podem transportá-las para o 
espaço extracelular ou diretamente pro interior da 
célula. 
- Endotoxina: São componentes integrais das 
paredes celulares de bacilos e cocos gram-
negativos. 
As endotoxinas correspondem a LPS, enquanto as 
exotoxinas são polipeptídios. Sua toxicidade é 
baixa comparada com as exotoxinas. 
Todas as endotoxinas produzem os mesmos efeitos 
gerais de febre e choque; são fracamente 
antigênicas; 
5. IMUNOPATOGÊNESE: 
Em certas doenças, o próprio organismo não é 
responsável pelos sintomas da doença, mas sim a 
resposta imune a presença do organismo como é o 
caso da febre reumática. 
➢ ESTÁGIOS TIPICOS DE UMA DOENÇA INFECCIOSA: 
Uma doença infecciosa aguda apresenta quatro 
estágios: 
1. Período de incubação: período entre a 
aquisição do organismo ou toxina e o inicio 
dos sintomas. 
2. Período prodrômico: durante o qual 
ocorrem sintomas inespecíficos como 
febre, mal-estar e perda de apetite. 
3. Período específico da doença: durante o 
qual ocorre a manifestação dos sinais e 
sintomas característicos da doença. 
4. Período de recuperação: durante a qual a 
doença regride e o paciente retorna ao 
estado sadio. 
Após o período de recuperação, alguns indivíduos 
tornam-se portadores crônicos dos organismos e 
podem eliminá-los. Outros podem desenvolver 
uma infecção latente, a qual pode recorrer da 
mesma maneira que a infecção primária ou 
manifestar sinais e sintomas diferentes. Algumas 
outras, por sua vez são chamadas de subclínicas 
pois o individuo permanece assintomático embora 
infectado pelo organismo. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 
O diagnostico laboratorial envolve duas 
abordagens principais: 
- Bacteriológica: na qual o organismo é 
identificado por meio de técnicas de coloração e 
cultivo; 
- Imunológica (sorológica): onde o organismo é 
identificado pela detecção de anticorpos contra o 
organismo no roso do paciente. 
Na abordagem bacteriológica de diagnóstico de 
doenças infecciosas várias etapas devem ser 
consideradas anteriormente ao trabalho 
laboratorial, como: escolha do espécime de modo 
apropriado, coleta do espécime de modo 
apropriado, transporte do espécime ao laboratório e 
armazenagem correta entre outros. 
➢ MÉTODOS BACTERIOLÓGICOS: 
- As hemoculturas são úteis nos casos de sépsis e 
outras doenças onde o organismo é frequentemente 
encontrado na corrente sanguínea, como 
endocardite, meningite, pneumonia e osteomielite. 
 
- As culturas de garganta são bastante úteis no 
diagnóstico de faringite causada por Streptococcus 
pyogenes (faringite estreptocóccica), entretanto são 
também utilizadas no diagnóstico de difteria, 
faringite gonocóccica, e monilíase causada pela 
levedura Candida albicans. 
 
Choque séptico: tem como causas mais bem 
estabelecidas as endotoxinas de bactérias gram 
negativas e correspondem a uma das principais causas 
de óbito devido ao quadro de febre e hipotensão 
decorrente da circulação de toxinas no sangue. 
–
 
- As culturas de escarro são utilizadas 
principalmente para diagnosticar a causa de 
pneumonias, mas também são utilizadas em casos 
suspeitos de tuberculose. 
 
- As culturas de liquor são bastante úteis em casos 
suspeitos de meningite. Essas culturas geralmente 
são negativas nos casos de encefalite, abscessos 
cerebrais e empiema subdural. 
 
- As culturas de fezes são úteis principalmente 
diante da queixa de diarreia sanguinolenta 
(disenteria, enterocolite), em vez de diarreia 
aquosa, frequentemente causada por enterotoxinas 
ou vírus. 
 
- As culturas de urina são utilizadas para 
determinar a causa de pielonefrite ou cistite. 
 
- As culturas do trato genital são utilizadas mais 
frequentemente para o diagnóstico de gonorreia e 
cancroide. 
 
- Ferimentos e abscessos podem ser causados por 
uma grande variedade de organismos. As culturas 
devem ser incubadas tanto na presença como na 
ausência de oxigênio, uma vez que anaeróbios 
frequentemente estão envolvidos. 
 
Os testes imunológicos (sorológicos) podem 
determinar se anticorpos estão presentes no soro do 
paciente, assim como detectar os antígenos do 
organismo em tecidos ou fluidos corporais. 
 
Nestes testes, os antígenos do organismo causal 
podem ser detectados pelo uso de anticorpos 
específicos, frequentemente marcados com um 
corante, tal como a fluoresceína (testes com 
anticorpos fluorescentes). A presença do anticorpo 
no soro do paciente pode ser detectada utilizando-
se antígenos derivados do organismo. Em alguns 
testes, o soro do paciente contém anticorpos que 
reagem com um antígeno não derivado do 
organismo causal, como o teste VDRL, onde a 
cardiolipina de coração bovino reage com 
anticorpos presentes no soro de pacientes 
apresentando sífilis. 
 
 
 
 
 
FÁRMACOS ANTIMICROBIANOS: MECANISMO DE 
AÇÃO E RESISTÊNCIA 
 
A essência do tratamento antimicrobiano é a 
toxicidade seletiva — matar ou inibir o micro-
organismo sem afetar o hospedeiro. Os antibióticos 
e os quimioterápicos que atuam sobre as bactérias, 
interferem com diferentes atividades da célula 
bacteriana, causando a sua morte ou somente 
inibindo o seu crescimento. Os primeiros são 
chamados bactericidas e os segundos, 
bacteriostáticos. 
 
As interações dos antibacterianos com a célula 
bacteriana podem ocorrer no nível da parede 
(estrutura e biossíntese), membrana citoplasmática 
(estrutura e função), síntese de proteínas e síntese 
de ácidos nucléicos. 
 
• Antibacterianos que atuam na parede: os 
mais utilizados são os B-lactâmicos que 
interferem na terceira etapa de síntese da 
camada de peptideoglicano referente a que 
a se passa externamente a membrana 
citoplasmática. 
• Antibacterianos que atuam no nível da 
membrana citoplasmática: esses 
antibióticos se assemelham aos detergentes 
catiônicos e quando alcançam a membrana 
citoplasmática, o ácido graxo mergulha na 
sua parte lipídica e a porção básica 
permanece na superfície. Essa intercalação 
das moléculas do antibiótico na membrana 
provoca sua desorganização, com saída dos 
componentes celulares e morte da bactéria. 
• Antibacterianos que interferem na 
síntese de proteínas: os aminoglicosídeos 
provocam alterações como a leitura errada 
do código genético conduzindo a proteínas 
não funcionais; as tetraciclinas bloqueiam a 
síntese proteica; 
• Antibacterianos que interferem na 
síntese de DNA: atuam nesse nível o 
metronidazol que forma produtos tóxicos 
que se intercalam na molécula de DNA 
quebrando-a; a rifampicina se combina de 
forma irreversível com as DNA-
polimerases, bloqueando a transcrição do 
DNA. 
 
Três condições devem ser preenchidas para que um 
antibacteriano iniba ou mate uma bactéria: a 
existência de um alvo, o antibacteriano deve ter a 
–
 
capacidade de atingir o alvo e não pode ser 
inativado antes de atingi-lo. 
 
As bactérias podem ser classificadas em sensíveis 
e resistentes aos antimicrobianos. Em geral, 
classificam-se como resistentes às bactérias que 
crescem in vitro, nas concentrações que os 
antimicrobianos atingem no sangue quando 
administrados nas recomendações de uso clínico. 
 
A resistência pode ser natural ou adquirida. A 
natural corresponde a uma característica da espécie 
bacteriana e todas as amostras desta espécie têm 
esta propriedade. Na adquirida, somente parte das 
amostras é resistente. 
 
Observação: o antimicrobiano NÃO INDUZ a 
resistência e sim um agente selecionador dos mais 
resistentes existentes no meio de uma população. 
 
A aquisição de resistência por uma célula 
bacteriana sensível é sempre decorrência de uma 
alteraçãogenética que se expressa 
bioquimicamente e essas alterações genéticas 
podem ser originadas de mutações cromossômicas 
ou pela aquisição de plasmídios de resistência ou 
por transposons. 
 
Do ponto de vista clínico, a resistência mediada por 
plasmídeos exibe grande importância por três 
razões: 
(1) Ocorre em várias espécies diferentes, 
especialmente em bacilos gram-negativos; 
(2) Os plasmídeos frequentemente medeiam a 
resistência a múltiplos fármacos; 
(3) Os plasmídeos exibem uma alta taxa de 
transferência de uma célula a outra, geralmente por 
conjugação. 
 
São vários os mecanismos químicos que podem 
levar uma bactéria a se tornar resistente: produção 
de enzimas que modificam a molécula do 
antibacteriano tornando-o inativo; diminuição da 
permeabilidade à entrada do antibacteriano; 
alteração do alvo; síntese de novas enzimas que não 
sofrem ação do antibacteriano e expulsão do 
antibacteriano da célula. 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITOS DE FARMACOLOGIA: 
• Dose: é a quantidade a ser administrada de 
um vez a fim de produzir efeitos 
terapêuticos. 
• Posologia: consiste no estudo das doses. A 
posologia é variável em função do distúrbio 
que está sendo tratado. 
• Meia vida: Tempo gasto para a remoção de 
50% do total administrado do fármaco. 
• Farmacocinética: Avalia os efeitos que o 
corpo faz com o fármaco, dentre eles, o 
processo de absorção, distribuição, 
metabolismo e excreção. 
• Farmacodinâmica: É a área da 
farmacologia que estuda o efeito de uma 
determinada droga (ou fármaco ou 
medicamento) em seu tecido alvo, ou 
simplesmente estuda como uma droga age 
no tecido-alvo (órgão ou sítio onde 
determinada droga tem efeito). 
• Biodisponibilidade: É o termo usado para 
descrever a função e concentração de uma 
dose administrada de uma droga não 
alterada, sem alterações, que atinge a 
circulação sistêmica. Leva-se em 
consideração tanto a absorção quanto a 
degradação metabólica local. Relaciona-se 
apenas com a proporção total de fármaco 
que alcança a circulação, desprezando a 
velocidade de absorção. 
 
• Bioequivalência: Termo utilizado para 
avaliar a equivalência biológica esperada in 
vivo de duas preparações diferentes de um 
medicamento. Assegura que o 
medicamento é equivalente terapêutico. 
- Medicamentos similares não apresentam a 
mesma biodisponibilidade do medicamento de 
referência. 
- Medicamentos genéricos possuem mesma 
biodisponibilidade e bioequivalência do 
medicamento de referência.

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