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Guilherme Hanna Turma 22 SEMIOLOGIA DO ABDOME AGUDO ABDOME AGUDO - Síndrome clínica caracterizada por dor abdominal súbita que requer tratamento clínico ou cirúrgico, de emergência. - A queixa de dor abdominal aguda é responsável por cerca de 5 a 10% das admissões nos serviços de emergência. - A dor é uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada ou descrita em termos de lesão tecidual. - Essa lesão tecidual é um sinal característico dos mecanismos normais de proteção do organismo contra o dano tecidual. - A dor é subjetiva. Cada indivíduo aprende a utilizar este termo através de suas experiências. - Dor: tempo de evolução, característica, localização, fatores de piora ou melhora. - Anamnese: idade, doenças associadas, uso de medicações/drogas, cirurgia prévia, histórico gineco/obstétrico, DUM, processos infecciosos recentes (principalmente respiratório da base pulmonar). - Exame físico: febre, nível de consciência, FC, FR, PA (pulsos periféricos), enchimento capilar, toque retal/toque vaginal (via de acesso à pelve). - Conceitos de nocicepção e dor Nocicepção “Nocivo” – que causa dano. Mecanismo pelo qual os estímulos periféricos são transmitidos ao SNC (percepção dos estímulos nocivos). Dor Componente sensorial – discriminativo Detecção da intensidade, localização, duração, padrão temporal e qualidade do estímulo nocivo. Componente emocional – afetivo – cognitivo Reação emocional decorrente da percepção, ou seja, a integração do estímulo nocivo com áreas corticais e sistema límbico. “HOMÚNCULO DE PENFIELD” - Expressão cortical da parte sensitiva e motora que foi dada por Wilder Penfield. - Determinou com estímulos, ele via qual que era as expressões no córtex cerebral, tanto motor quanto sensitivo. - Quanto mais a expressão daquela área no córtex cerebral, maior o tamanho da estrutura que ele criou, que é o Homúnculo. - No pré e pós-central do sulco, temos a parte sensorial e parte motora. - A representação sensorial do estímulo nocivo que veio de uma agressão interna, que era de uma possível lesão tecidual, quando ele é visceral, ele tem uma menor expressão cortical. - Quando é uma definição da parede toraco-abdominal pélvica, o doente consegue se manifestar melhor. - Dor visceral x Dor parietal. Guilherme Hanna Turma 22 ABDOME AGUDO - A dor abdominal ocorre em três padrões gerais: visceral, parietal e referida. A nocicepção visceral geralmente envolve alongamento e distensão dos órgãos abdominais, mas torção e contração também contribuem. A dor é realizada em fibras C de condução lenta. Os pacientes geralmente descrevem dor de origem visceral como uma dor surda. A dor visceral é frequentemente localizada na linha média, porque a inervação visceral dos órgãos abdominais é tipicamente bilateral. Pode ser no epigástrio, mesogástrio ou no hipogástrio. A localização da dor corresponde aos dermátomos que correspondem à inervação do órgão lesionado. - As vísceras abdominais possuem nociceptores aferentes: Dentro do mesentério (isquemia, torção do meso por um volvo, trombose, edema), em superfícies peritoneais (ácido, bile, suco pancreático, urina, sangue, pus, fezes irritando o peritônio) e dentro da mucosa e muscular (úlceras penetrantes, isquemia de mucosa por uma trombose crônica venosa). Esses estímulos respondem a estímulos mecânicos e químicos, produzindo sensações de: Dor tipo cólica, vaga e insidiosa (dor mal definida). - Geralmente, dor visceral de órgãos proximal ao ligamento de Treitz (intestino anterior embrionário), incluindo o trato hepatobiliar órgãos e baço, é sentida no epigástrio. - Dor visceral de órgãos entre o ligamento de Treitz e a flexura hepática do cólon (intestino médio embrionário) é sentida na região periumbilical (intestino delgado, válvula ileocecal, ceco, apêndice, cólon direito e ângulo hepático do cólon). - Dor visceral gerada a partir de órgãos distais à flexura hepática (intestino posterior embrionário) é percebida no abdome inferior da linha média. - Dor proximal ao ângulo de Treitz no epigástrio. - Órgãos distais a flexura hepática: cólon esquerdo, reto, ânus, canal anal, vagina, trompa, ovário, útero. Guilherme Hanna Turma 22 ABDOME AGUDO – DOR VISCCERAL - As consequências da codificação podem ser autonômicas (por exemplo, PA elevada, sudorese, FC, palidez, piloereção) ou comportamentais (reflexo motor de retirada ou comportamento nocifensivo mais complexo). - A percepção da dor não está necessariamente implícita. ABDOME AGUDO – DOR REFERIDA - A dor referida ocorre quando as fibras aferentes viscerais que transportam estímulos de um órgão entram na medula espinhal ao mesmo nível e juntas com fibras aferentes somáticas de uma localização anatômica remota. - Fibras aferentes: saindo da víscera. - É tipicamente bem localizada. - Quase que é sinal de alguma agressão, de algum estímulo nocivo, de alguma lesão tecidual intra-abdominal, quase sempre pélvica, em curso. Guilherme Hanna Turma 22 PELVE – A BACIA - Geralmente não causa irritação peritoneal, exceto quadros avançados. - A bacia é uma grande “muralha”, ela dificulta o exame da pelve. - Dores referidas são comuns – ficar atentos aos sinais. - O toque vaginal é essencial. - O toque retal pode fazer a diferença. DIAGNÓSTICO DA DOR - Ouvir o paciente - Observar - Localizar SINAIS ABDOMINAIS – SINAIS DE IRRITAÇÃO PERITONEAL CLASSIFICAÇÃO SINDRÔMICA - Inflamatório (apendicite aguda, pancreatite aguda, colecistite aguda) inflamações localizadas antes do ângulo de Treitz, depois do ângulo de Treitz. - Perfurativo (irritação química dos nociceptores do peritônio, que são onde tem a recepção do sangue do líquido biliar, do suco gástrico, do suco pancreático). - Obstrutivo (distensão das fibras dos nociceptores localizados no peritônio e no mesentério). - Vascular (isquemia) - Hemorrágico PACIENTES DE ALTO RISCO - Gravidez - Obesos - Idosos - Imunodeprimidos - Diagnóstico presuntivo de gastroenterocolite em pacientes acima de 45 anos - Pacientes com leucocitúria discreta - Refratariedade ao tratamento inicial - > 4-6 horas na UPA - Doente que retorna à unidade com a mesma queixa ABDOME AGUDO NA GESTANTE - Apendicite Causa mais comum não obstétrica de cirurgia na gestante. Quadro clínico clássico apenas em 50-60% dos casos. A dor visceral não muda, dor no epigástrio, mal definida, da fibra C, dor surda. Guilherme Hanna Turma 22 ABDOME AGUDO NO IDOSO - Abdome agudo vascular Insuficiência venosa - Apendicite Apresenta-se como “insuficiência venosa”. ABDOME AGUDO – DOR - Em até 30% dos casos não se consegue chegar ao diagnóstico etiológico (dor abdominal de origem indeterminada).
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