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Infecção abortiva: o gato é infectado por pequena carga viral, vírus débeis ou seu sistema
imune está bastante competente (ex: animais vacinados), os vírus se replicam nos tecidos
linfáticos de forma bastante precária e o animal consegue fazer a eliminação viral. Não ocorre
viremia. 
Infecção focal: ocorre da mesma forma que a abortiva, entretanto o vírus consegue fazer uma
fraca viremia transitória, ficando albergado em um órgão, como glândulas mamárias,
olhos,bexiga, linfonodos ou intestino delgado. 
Infecção regressiva: o gato se contamina com uma carga viral mais expressiva e seu sistema
imune não consegue debelar a infecção. Há replicação nos tecidos linfonodos adjacentes a via
de contaminação, infectando monócitos e linfócitos. Ocorre uma viremia transitória, quando
torna-se um transmissor, que pode perdurar menos de 3 semanas ou mais.
Infecção progressiva: o gato se contamina e não consegue debelar a infecção e faz uma
viremia persistente. O vírus infecta linfócitos, monócitos, plaquetas e granulócitos. Medula
óssea, órgãos linfoides e glândulas salivares são acometidas. Esses animais poderão apresentar
sinais cínicos da infecção viral e são transmissores (mesmo que não apresentem sinais
clinicos).
Formas neoplásicas: linfossarcoma e leucemia mielóide 
Formas não-neoplasicas: desordens hematológicas, doenças imunomediadas neuropatias,
desordens reprodutivas e síndrome do definhamento do filhote.
Definição da Doença: A infecção com o vírus da leucemia felina é uma doença de grande
significado entre os felinos, causada por um retrovírus, e manifestada por várias formas clínicas e
patológicas.
Etiologia: O vírus da FeLV, é um gama-retrovírus, DNA envelopado e pertence a família
Retroviridae. Há 4 subtipos: A,B,C e T, apenas o subtipo A é transmitido e está envolvido na
apresentação de todos os subtipos. Estima-se que 80% dos gatos que albergam o vírus morrem em
3 anos. 
Fisiopatologia e Ciclo Biológico: A distribuição é mundial. É importante ressaltar que gatos
jovens, de vida livre ou que vivem em aglomerados, são considerados população de risco. O modo
de infecção geralmente é pela ingestão de partículas virais presentes na saliva (principalmente pela
lambedura mútua) e por transfusões sanguíneas. O gato virêmico é capaz de transmitir o vírus
tanto se estiver sintomático, quanto assintomático. Também já foi relatado a transmissão pelo leite
e transplacentária, porém é mais raro. A despeito de partículas virais poderem estar presentes na
urina e fezes, a quantidade é mínima, sendo improvável essa via de transmissão. Quanto a
susceptibilidade, a infecção com a FeLV é limitada aos felídeos, domésticos e selvagens. 
O quadro da doença clinica é manifestada de várias formas. A maioria dos gatos quando infectados
com FeLV montam uma resposta imune efetiva e se recuperam completamente sem evidenciar
qualquer sinal clínico. Uma pequena porcentagem dos animais são virêmicos por um período
variável, mas são assintomáticos e eventualmente eliminam o vírus. Aqueles gatos onde a resposta
imune é insuficiente permanecem persistentemente infectados, e podem desenvolver formas
neoplásicas ou não neoplásicas da doença. 
As fases na progressão da infecção por FeLV são:
1.
2.
3.
4.
Sinais Clínicos: Os sinais clínicos variam com as diferentes formas da doença, e são relacionados
com a natureza.
As formas incluem:
1.
2.
Diagnóstico: Uma vez que o FeLV pode estar presente em gatos com ou sem sinais clínicos, é
fundamental que todos os gatos sejam testados pelo menos uma vez, ao longo de suas vidas.
Também deverão ser novamente testados sempre que apresentarem sinais compatíveis e quando
expostos aos fatores de risco sem que estejam vacinados (Figura 3). Como os sinais clínicos são
muito variáveis, o diagnóstico para outras neoplasias, FIV, PIF, micoplasmose e outras doenças
microbianas, devem ser consideradas no diagnóstico diferencial. 
Leucemia Viral Felina (FeLV)Leucemia Viral Felina (FeLV)
Andriely de Almeida
Quando suspeita-se de VLeF, vários procedimentos diagnósticos podem ser usados para
confirmar o diagnóstico, incluindo o exame histopatológico das biópsias, medula óssea e citologia
de fluidos torácicos e abdominais. Entretanto, na rotina os exames de sangue são os mais
realizados, tais como o ELISA, a Imunocromatografia, PCR e a IFA. Os dois primeiros são
oferecidos ao clínico em forma de SNAPS, são testes rápidos que podem ser realizados em 15
minutos na bancada do consultório. Esses snaps comercialmente disponíveis no Brasil detectam
um antígeno presente no pro-vírus, a proteína p27, que fica livre no sangue de gatos virêmicos
(transitória ou persistente). O IFA e a PCR são testes mais complexos, devendo as amostras serem
enviadas para laboratórios que realizem tais técnicas na rotina. O IFA também detecta o antígeno
p27, entretanto somente os que estão presentes nas células infectadas, principalmente neutrófilos
e plaquetas. Por esse motivo, o IFA é um teste que poderá ser realizado em gatos positivos no
teste de triagem (ELISA ou Imunocromatografia), quando pretende-se estabelecer o gato está em
viremia transitória (normalmente negativo na IFA) ou persistente (positivo na IFA). A PCR irá
detectar se há a presença de material genético do vírus ou do pró-vírus no sangue ou em fluidos
ou tecidos do animal. É utilizada principalmente em casos onde há discordâncias de testes
(ELISA e Imunocromatografia), quando suspeita-se de Infecção Focal ou em gatos regressores. A
figura 5 é um organograma representativo dos principais testes diagnósticos utilizados e suas
interpretações em cada fase da infecção pelo FeLV.
Tratamento: A maioria dos pacientes irá necessitar de terapia de suporte. O uso de quimioterapia
e outros meios de terapia antineoplásica podem prolongar a vida de gatos com neoplasia. Tratar
infecções secundarias, fluidoterapia e transfusão sanguínea se necessário. 
Prevenção: É importante manter os gatos portadores sem acesso livre às ruas, onde possam
manter contato com outros gatos e assim disseminar a doença. Todos os gatos devem ser testados
para FeLV ante de iniciar a imunização vacinal.
Prognóstico: O prognóstico é reservado e o paciente requer monitoração continua. 
Implicações na saúde pública: Não há indícios diretos de correlação zoonótica.
Definição da Doença: A infecção pelo vírus da imunodeficiência felina (VIF) é caracterizada por
um período assintomático prolongado de infecção latente, seguido eventualmente por uma doença
clínica que culmina em síndrome de imunodeficiência e morte do animal.
Etiologia: O vírus da Imunodeficiência felina, é um Lentivírus, pertencente a Família
Retroviridae, similar ao vírus da imunodeficiência humana, porém é infeccioso somente para
felídeos. Existem sete subtipos (A, B, C, D, F e U-NZenv) identificados pela diferença de
antígenos do envelope. Nos Estados Unidos são descritos os subtipos A e D, que estão presentes
na vacina atual em uso neste país. No Brasil já foi descrito o subtipo B.
Fisiopatologia e Ciclo Biológico: É um vírus com distribuição mundial, onde cerca de 1-3% da
população de gatos está infectada. A prevalência no Brasil não está estabelecida. Felídeos
domésticos e silvestres de todas as idades são suscetíveis. A população de risco são gatos machos
não castrados, de vida livre ou que vivem em aglomerados, uma vez que a principal forma de
transmissão é a mordedura. A contaminação iatrogênica por transfusão sanguínea pode ocorrer.
Não há comprovação da transmissão pelo sêmen ou pela lambedura, mas, experimentalmente, é
possível a transmissão pelo leite. A doença clínica costuma manifestar-se em animais acima de 8
anos de idade, mesmo que contaminados ainda jovens. Após a infecção ocorre falha na imunidade
celular devido à redução de linfócitos T helper. Posteriormente também há comprometimento da
imunidade humoral. O FIV replica-se em células dendríticas, macrófagos e linfócitos dos órgãos
linfoides, pulmões, trato intestinal e rins. Na Fase Aguda podem ser observados sinais clínicos
brandos e inespecíficos (linfadenomegalia,anorexia, letargia e febre). Após esse período ocorre a
Fase Assintomática, quando a resposta imune inibe a replicação e a carga viral per manecerá
reduzida durante anos, sem que haja presença de sinais clínicos. A Fase Terminal (na qual ocorre
a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, de linfócitos T CD8) é caracterizada por
imunodeficiência e alta replicação viral. Um gato na fase terminal pode obter melhora clínica e
retornar para a Fase Assintomática.
Vírus da ImunodeficiênciaVírus da Imunodeficiência Felina (FIV)Felina (FIV)
Sinais Clínicos: Os sinais clínicos mais observados são alterações comportamentais, ataxia,
nistagmo, convulsão e tremor intencional. As doenças imunomediadas comumente observadas são
uveíte e gengivoestomatite, embora muitos animais sejam assintomáticos. 
Diagnóstico: Uma vez que os gatos portadores do vírus podem ser assintomáticos, além do fato de
que os sinais clínicos são inespecíficos, é fundamental que todos os gatos sejam testados para FIV
pelo menos uma vez em suas vidas e, também sempre que apresentarem sinais compatíveis,
infecções recorrentes de qualquer natureza e/ou de dificil tratamento (caracterizando
imunossupressão). Os testes rápidos do tipo Snap (ELISA ou Imunocromatografia) são os mais
utilizados, por sua praticidade, custo, confiabilidade e pela capacidade de fornecer um resultado
em apenas 10 minutos utilizando uma pequena amostra de sangue. Esses testes detectam a
presença de anticorpos para proteínas virais. Assim, em infecções virais muito recentes (há menos
de 2 meses) e em pacientes extremamente debilitados (Fase Terminal com extrema imunossupres
são), esses exames podem fornecer resultados falsos negativos. Os gatinhos com até 6 meses de
vida podem ter anticorpos maternos em circulação, podendo fornecer resultado falso positivo.
Quando surgir dúvida quanto aos resultados dos testes, recomenda-se utilizar um teste laboratorial
com siderado padrão ouro, o Western blot. Exames triviais, como hemograma, são inespecíficos,
mas podem evidenciar neutrofilia (quando há infecções secundárias) ou pancitopenia. Pode haver
hiperglobulinemia (avalie protéina total e albumina).
Tratamento: Não há cura, sendo realizado apenas controle dos sinais clínicos. Fluidoterapia, se
necessário; deve-se dar atenção à alimentação do animal; tratar infecções/lesões secundárias;
manejar alterações oftálmicas. Para tratamento das infecções bacterianas secundárias
(Clindamicina 11 mg/kg, VO, BID; metronidazol 7-15 mg/kg, VO, BID/TID). 
Prevenção: É importante manter os gatos portadores sem acesso livre às ruas, onde possam
manter contato com outros gatos e assim disseminar a doença. As vacinas polivalentes deverão ser
aplicadas anualmente de acordo com a necessidade pela exposição aos fatores de risco, sempre
inativadas.
Prognóstico: O prognóstico é reservado, pois apesar da terapia, a maioria dos gatos infectados que
desenvolvem a doença clínica geralmente vem a óbito em até 2 anos.
Implicações na saúde pública: Não há indícios diretos de correlação zoonótica.
Por: Andriely de Almeida 
Referências bibliográfica:
DAGNONE, Ana Silvia (Ed.); TINUCCI-COSTA, Mirela (Ed.). Doenças infecciosas na rotina de
cães e gatos no Brasil. Curitiba: Medvep, 2018. 310
Casos de Rotina Em Medicina Veterinária de Pequenos Animais - 2ª Ed. 2015 - Borin-crivellenti,
Sofia; Crivellenti, Leandro Z.