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Mª Antônia Coelho 103 Fisiologia dos distúrbios gastrointestinais Distúrbios da mastigação e deglutição Quando temos um caso de distúrbio de mastigação ou deglutição devemos pensar onde pode estar o problema! Para mastigar e deglutir normalmente precisa estar com todos esses fatores funcionando de forma adequada. *ATM- Articulação temporomandibular Causas: • AVE, encefalite, poliomielite. • Distrofias musculares, contraturas intensas, processos inflamatórios. • Falta de dentes, dentes com problemas, lesão na língua ou na cavidade oral, alteração da ATM. • Doenças que afetam a secreção das glândulas salivares ou os seus produtos. • Problemas psiquiátricos como anorexia. • Lesão de nervos, da faringe, laringe. • Acalásia e megaesôfago. Mª Antônia Coelho 103 Caso grave!! Aspiração de vomito – no centro cirúrgico ou, mais frequentemente, no coma alcoólico. Paciente faz broncoaspiração. Distúrbios do esôfago Tem mucosa, glândulas da região superior e inferior, glândulas mucosas e musculatura importante que começa o processo do peristaltismo e que já tem o SN mioentérico (motilidade, peristaltismo). *submucoso: principalmente na parte de secreção. Esfíncter contraído e o alimento vai se acumulando no esôfago resultando em megaesôfago e esfíncter relaxado permite refluxo, danificando a mucosa do esôfago, podendo fazer com que o epitélio da mucosa se modifique virando cilíndrico simples. Distúrbios do estômago Mª Antônia Coelho 103 Precisa estar secretando ácido, mucosa visível o suficiente, para que tenha uma musculatura adequada para poder impulsionar o alimento através do piloro para ir para o duodeno. Logo, qualquer fator que o individuo tenha que possa agredir a mucosa gástrica ou o sistema de contração do estomago pode resultar em um distúrbio do estômago. A imagem ao lado mostra uma mucosa do estomago pregueada e a outra atrofiada, sem pregas. Barreira gástrica: formada pelo muco e pelas junções celulares, as células são muito unidas, o que é bom pois faz com que o ácido não ultrapasse as células. No entanto, tem substancias como o álcool, aspirina e antiinflamatorios ou bacerias como o H pylori que agridem a barreira gastrica, lesando as celulas. Se tem a mucosa atrofiada, teremos um disturbio de digestão, pois não consegue mais liberar a mesma quantidade de ácido (ex.: para transformar o pepsinogenio em pepsina); fator intrinseco, etc... devido a essa atrofia. Alguns conceitos dos disturbios gástricos: • Acloridria: estômago deixa de secretar HCL; • Hipocloridria: diminuição da secreção HCL • Anemia perniciosa: eritrócitos jovens não conseguem amadurecer na medula óssea por falta da vitamina B12. • Úlcera (ferida) péptica: é uma área escoriada na mucosa gástrica ou intestinal; • Úlcera gástrica: lesão da mucosa do estômago; • Gastrite: processo inflamatorio da mucosa gastrica. Mª Antônia Coelho 103 Importante!!! Causa básica da ulceração péptica Precisa de um equilíbrio tanto na parte protetora quanto a parte que pode agredir a mucosa. Se houver o desequilíbrio para o lado agressor, pode ter uma úlcera ou no duodeno ou no estomago. Parte protetora: Barreira da mucosa: barreira que protege o estômago, muco visível com bicarbonato, células bem unidas, para proteção. Sucos duodenais: vem da bile rico em bicarbonato, mas principalmente da secreção pancreática que vem cheia de bicarbonato para neutralizar. Então para não ter úlcera precisa do mecanismo de proteção funcionando. No estomago é a barreira gástrica (muco visível + junções celulares), no duodeno são os sucos duodenais com muito bicarbonatos (que vem principalmente do pâncreas e um pouco do duodeno pelas células de Brunner, que secretam muco rico em bicarbonato, e um pouco da bile). *Aspirina é um anticoagulante, então é usado em pacientes com risco de infarto, AVC. Isso pode ser um problema para o estomago. O que pode afetar a barreira mucosa? Paciente com queixa gástrica tem que perguntar sobre o emocional do paciente, bebida e alimento, pedir para apontar onde dói, etc. E depois perguntar sobre o Helicobacter pylori. Agentes irritativos: álcool, aspirina, AINES, etc. Mª Antônia Coelho 103 Distúrbios do intestino delgado No duodeno tem as glândulas de Brunner (glândulas mucosas que ficam na submucosa do duodeno e que produzem uma secreção que tem bicarbonato e urogastrona, a qual inibe a secreção de HCl; é uma parte protetora do duodeno). Secretina é liberada principalmente quando chega um alimento muito gorduroso ou ácido e tem uma função importante na liberação do conteúdo do pâncreas. Colecistocinina também é liberada na mucosa duodenal ilíaca. Para a absorção de nutriente é preciso ter as pregas circulares, vilosidades e microvilosidades. No intestino pode ter ulcera por um descontrole na barreira de proteção (ex.: chegou um quimo muito ácido e não foi capaz de tamponá-lo, remédios agressoras da mucosa duodenal), problemas no esfíncter, pode não estar produzindo uma quantidade adequada de enzimas e bicarbonato pelo pâncreas, pode não estar conseguindo liberar uma quantidade adequada de bile (tem bicarbonato e função da emulsificação da gordura) e pode ter alguma doença que vá destruir as vilosidades e as microvilosidades – doenças desabsortivas que podem causar quadros de desnutrição, carência vitamínica. Mª Antônia Coelho 103 A imagem mostra as vilosidades destruídas. É uma glândula exócrina que libera enzimas digestivas, as quais quando passam pelos ductos pancreáticos eles começam a secretar bicarbonato, então quando elas chegam no duodeno, ela chega com as enzimas e elas também chegam com o bicarbonato, pois as enzimas só se tornam ativam no meio básico, ao contrário da pepsina que precisa do meio ácido. E o bicarbonato melhora o pH. Também é uma glândula endócrina (objeto de estudo do próximo modulo). Podemos ter processos inflamatórios – pancreatite, que a causa mais comum é devido à bebida alcoólica, fazendo com que o pâncreas, por estar tão edemaciado não consegue liberar as enzimas através da papila de vater, então a secreção pancreática que não está saindo fica dentro do pâncreas. Logo alguma tripsina começa a ser ativada e a própria tripsina começa a ativar o tripsinogênio, quimiotripsina dentro do pâncreas, fazendo com que comece a ter digestão dentro do pâncreas. Mª Antônia Coelho 103 Bloqueio da papila de Vater por cálculo da vesícula, que obstrui a papila. *Ducto pancreático se encontra com o ducto biliar e através do ducto comum eles desaguam na papila de Vater. Papila de vater = papila maior. Distúrbios do intestino grosso Mucosa do intestino grosso secreta muito muco, e funciona como uma mucosa importante na absorção de água e eletrólitos, mas quando temos qualquer fator que agrida a mucosa do cólon, como bactérias, imediatamente ela desencadeia movimentos mais abruptos de Mª Antônia Coelho 103 eliminação desse material e ela passa a secretar mais água e eletrólitos (além do muco que já secretava) com o intuito de limpar o intestino e eliminar o material – é o que acontece na diarreia. Por isso, pode ocorrer desidratação e distúrbio eletrolítico (perda de sódio, potássio, cloro...). Estudar bastante reflexo da defecação Normalmente o reto é vazio, e quando as fezes chegam ali a gente recebe o estimulo da defecação. Quando gera o movimento de massa e o bolo fecal se encaminha, passa pelo sigmoide e chega no reto, temos o reflexo da defecação. Temos 2 esfíncteres: • Esfíncter funcional involuntários: é de músculo liso, da própria parede do reto. • Esfíncter anal externo voluntario: controlado pelo nervo pudendo, que faz parte do assoalho pélvico. Reflexos dadefecação: • Fezes chegam ao reto – distensão da parede do reto, começa a ter sinais aferentes (levam a informação), se propagam para o plexo mioentérico e para o parassimpático através dos nervos pélvicos. Quando esses dois mecanismos são ativados, mais ondas peristálticas no cólon descendente, sigmoide e reto surgem e empurram as fezes na direção do reto. Quando essa onda chega próxima ao ânus, ocorre o relaxamento do esfíncter anal interno (parassimpático aumenta o peristaltismo do tubo e relaxa o esfíncter) – se o esfíncter anal externo estiver conscientemente e voluntariamente relaxado, ocorre a defecação. Se não tiver a ação do parassimpático, não tem um reflexo de defecação forte. Movimento peristáltico do colón é mais lento, o parassimpático que faz ficar mais forte. • Importante: a função do parassimpático – lembram que ele se intensifica na porção final do cólon descendente, sigmoide, reto e ânus? Desta forma, o reflexo intrínseco mioentérico de efeito fraco é convertido a um processo intenso. • Problema para pessoas com lesão de medula. Mª Antônia Coelho 103 Pessoas que tem lesão na região da medula chamada de conus medular, tem uma dificuldade muito grande. O estimulo chega, mas ela não percebe, não consegue controlar, então tem problema na hora de eliminar, pois não relaxa o EAE por não perceber o estimulo. Distúrbios do intestino grosso Constipação -> movimento lento das fezes pelo intestino grosso -> normalmente associada a ressecamento das fezes. Megacólon -> falta ou deficiência de células ganglionares, no plexo mioentérico, então, com essa falta de inervação, as pessoas não conseguem eliminar as fezes. A principal causa funcional de constipação... • Hábitos irregulares que se desenvolvem durante uma vida inteira de inibição dos reflexos normais da defecação. Mª Antônia Coelho 103 Distúrbios Gerais do Trato Gastrointestinal - Vômito Estimulo do vomito na maioria das vezes acontece por uma hiper distensão do duodeno, que fez uma agressão no duodeno, ou uma super agressão do estômago que faz com que o tubo digestivo queira expulsar. E quando isso acontece nós temos o centro do vomito, que é no SNC, o qual controla e faz com que haja esse movimento de peristaltismo “ao contrário”. Obstrução GI Distúrbios Gerais do Trato Gastrointestinal • Gases no Trato gastrointestinal: “flatos” 1. Ar deglutido Mª Antônia Coelho 103 2. Gases formados no intestino pela ação bacteriana; ou 3. Gases que se difundem do sangue para o trato gastrointestinal • No intestino grosso, a ação bacteriana produz a maior parte dos gases, incluindo especialmente dióxido de carbono, metano e hidrogênio. • A maioria é reabsorvida e uma pequena parte é soltada como “pum”. Quando estamos com excesso... • Alimentos: feijão, repolho, couve-flor, cebola, milho e certos alimentos irritativos, como vinagre. • Por exemplo, o feijão contém carboidrato indigerível que entra no cólon e é substrato para as bactérias colônicas. • A maior parte dos gases produzidos no intestino se difunde através da parede intestinal -> sangue -> eliminação pulmonar.
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