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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS AMANA SITÔNIO MAGALHÃES JÚLIA FERREIRA DA SILVA MARIANA FERNANDES MARINI NATALY DA SILVA ALVES DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS POR CROMATOGRAFIA GASOSA DE CARNE DE FRANGO JOÃO PESSOA 2015 AMANA SITÔNIO MAGALHÃES JÚLIA FERREIRA DA SILVA MARIANA FERNANDES MARINI NATALY DA SILVA ALVES DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS POR TRANSESTERIFICAÇÃO DIRETA DE AMOSTRA DE CARNE DE FRANGO Relatório desenvolvido durante a disciplina de Análise de Alimentos II, como parte da avaliação referente ao período 2015.1 do curso de Engenharia de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba. Orientadora: Prof.ª. Dr.ª Marta Suely Madruga JOÃO PESSOA 2015 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 2 2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 2 2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 2 3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 3 3.1 Material e Equipamentos ............................................................................................ 3 3.2 Métodos ...................................................................................................................... 3 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 3 5 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 8 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 9 1 1 INTRODUÇÃO A carne de aves é considerada de boa qualidade nutricional pelo seu alto teor proteico, baixo colesterol e baixo teor de ácidos graxos saturados (MORAES et al., 1987). No Brasil, as exportações de carne de frango (considerando todos os produtos, entre frango inteiro, cortes, salgados, processados e embutidos) atingiram 389,1 mil toneladas em novembro, número 15,2% superior em relação ao mesmo mês do ano passado. O saldo é o terceiro maior desempenho já registrado na história dos embarques mensais de carne de frango (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL, 2015). Ácidos graxos de cadeia longa são os mais identificados na alimentação normal, enquanto que os de cadeia media, apesar de suas vantagens clinicas, compõem cerca de 3% da constituição lipídica de uma refeição. Dos lipídios disponíveis como fonte calórica, os triacilgliceróis (TAG) são o maior exemplo e se diferenciam de acordo com o tamanho de suas cadeias carbônicas. A gordura de frango contém cerca de 60% de ácidos graxos insaturados, sendo, altamente insaturada quando comparada ao sebo bovino. Entre os ácidos graxos insaturados, os monoinsaturados (AGMI), tais como o ácido oléico, são apontados como desejáveis no que tange à redução do risco de enfermidades cardiovasculares, pois diminuem os níveis de colesterol sanguíneo em indivíduos não-hipertrigliceridêmicos (LEE; FOGLIA, 2000). A técnica da cromatografia gasosa visa possibilitar a identificação, quantificação e separação rápida do maior número de constituintes em misturas complexas. Muitos estudos a utilizam para determinação dos diferentes ácidos graxos presentes no alimento por disponibilizar uma gama de detectores (captura de elétrons, fotométrico de chama, espectrometria de massa, etc.) em uma análise rápida, identifica diferentes tipos de ácidos graxos simultaneamente (JIMENEZ et al, 1998). A cromatografia gasosa oferece resultados mais precisos, por ter a capacidade de separar interferentes, por outro lado é um método muito caro. E, a população cada vez mais curiosa e preocupada com a composição dos alimentos então, a determinação dos ácidos graxos, é de fundamental importância para disponibilizar à população alimentos com baixo teor de gordura e embalagens que contenham todas as informações necessárias para promover numa dieta saudável. 2 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Determinar o perfil de ácidos graxos em amostra de carne de frango por meio de cromatografia gasosa. 2.2 Objetivos Específicos Identificar os ácidos graxos por meio da comparação dos tempos de retenção dos ésteres metílicos dos extratos transesterificados com o do padrão; Quantificar relativamente os ácidos graxos em percentual de área; Obter a razão de ácidos graxos insaturados/saturados; Comparar os resultados obtidos com aqueles presentes na literatura. 3 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Material e Equipamentos Tubo de falcon; Vortex; Balança analítica; Cromatógrafo gasoso. 3.2 Reagentes e Soluções Foram utilizados os seguintes reagentes e soluções, na determinação do perfil de ácidos graxos numa amostra de carne de frango, por cromatografia gasosa: Padrão interno - PI (C21:0); Solução Hidróxido de potássio em água 10N (KOH); Metanol; N-Hexano; Solução de ácido sulfúrico em água 24N (H2SO4) 12 M. 3.3 Métodos 3.2.1 Transesterificação direta dos ácidos graxos A extração dos ácidos graxos foi realizada segundo metodologia adaptada de O’Fallon et al. (2007). Pesou-se 1g da amostra de carne de frango em um tubo de ensaio rosqueado. Em seguida adicionou-se 1mL de PI (C21:0), 5,3mL de metanol e 0,7mL da solução 10N KOH, onde foi agitada em vortex durante 10 segundos e colocou-se em banho de água a 55oC com agitação por 1,5 h. Esfriou-se os tubos em agua fria e adicionou-se 0,58mL H2SO4. Posteriormente, agitou-se os tubos energicamente em vortex até o aparecimento de precipitado branco, colocou-se novamente em banho de água a 4 55oC com agitação por 1,5 h. Esfriou-se os tubos em água fria, adicionou-se 3mL de hexano e agitou-se no vortex por 3min. Centrifugou-se os tubos de falcon durante 5min e retirou-se a fase do hexano para um novo tubo de falcon que já continha 0,5g de sulfato de sódio anidro. Agitou- se em vortex por 10s e centrifugou-se durante 5min. Em seguida retirou-se 1,5mL da fase do hexano para um vial de CG. 3.2.2 Separação e Identificação dos ácidos graxos Após a obtenção da amostra iniciou-se a análise dos ésteres de ácidos graxos através de cromatógrafo gasoso (CG-AGILENT 6980) de alta resolução (Figura 1), acoplado com detector de ionização de chama, coluna capilar de sílica fundida (CPWax), do tipo polar, com dimensões de 100m x 0,25mm e 0,25μm de espessura. Injetou-se o extrato de éster metílico (1,0μL) em injetor tipo split a 250ºC, e o cromatograma foi registrado no Software EZChorom Elite Compact. As temperaturas iniciais e finais da coluna foram respectivamente, de 100 e 240ºC, com rampa intermediária de 2,5ºC.min-1. A temperatura do detector foi mantida em 260 °C. Figura 1 - Cromatógrafo gasoso (VARIAN 430-GC, Califórnia, EUA) Fonte: Laboratório de Análise de Flavour. 5 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A separação e identificação dos ésteres metílicos de ácidos graxos do padrão e de uma amostra de carne de frango, obtidas por CG-DIC, estão ilustradas nas Figura 2. A partir da mesma, obteve-se o tempo de retenção e área de cada AG (Apêndice A) e, então, quantificaram-se os ácidosgraxos em forma de percentual de área (Tabela 1). Figura 2 – Cromatograma CG-DIC: a) padrão de ésteres metílicos de ácidos graxos; b) amostra de carne de frango. 6 Tabela 1 - Composição percentual dos ácidos graxos da carne de frango. Ácidos Graxos Nome % Área AG Saturados C14:0 Mirístico 0,62 C16:0 Palmítico 19,93 C18:0 Esteárico 7,55 C20:0 Araquídico 2,34 C22:0 Behênico 0,15 Total AG Saturados 30,59 AG Monoinsaturados C14:1 0,52 C16:1 Palmitoléico 0,24 C18:1 cis 9 Oléico 29,81 C22:1 Erúcico 1,84 Total AG Monoinsaturados 32,41 AG Poliinsaturados C18:2 cis 9,12 (n-6) Linoléico 30,21 C18:3 cis 6,9,12 (n-6) ɣ-Linolênico 3,66 C18:3 cis 9,12,15 (n-3) α-Linolênico 2,54 C20:4 cis 5,8,11,14 (n-6) Araquidônico 0,58 Total AG Poliinsaturados 37,00 Total AG Insaturados 69,41 Razão insaturados/saturados 2,27 De acordo com os resultados apresentados foram identificados 13 ácidos graxos na amostra de frango analisada, havendo predominância dos ácidos palmítico (C16:0), oleico (C18:1 ω-9 cis) e linoleico (C18:2 ω-6 cis). Tais resultados corroboram as pesquisas de Novello et al. (2008), que ao estudar a composição de ácidos graxos de carne de frangos de corte, também encontraram maiores percentuais para os ácidos graxos citados (11,23, 28,01% e 51,17%, respectivamente). Já Garcia (2009) obteve valores ainda mais próximos em carcaças de frangos de corte, variando de 19,648 a 20,874%, para o ácido graxo palmítico, e de 16,727 a 29,946%, para o oleico. 7 A razão dos ácidos graxos insaturados/saturados foi de 2,27, sendo este resultado semelhante ao encontrado por Chiu; Gioielli; Grimaldi (2008), que foi uma razão de 2,17 para insaturados/saturados em estudo sobre composição de ácidos graxos em gordura de frango. Como o percentual de ácidos graxos insaturados é mais que o dobro dos saturados, logo percebe-se que a carne de frango estudada apresenta teores saudáveis de gordura. Segundo Lee, Foglia (2000), os ácidos graxos monoinsaturados, tais como o ácido oléico, são considerados desejáveis no que tange à redução do risco de enfermidades cardiovasculares, pois reduzem os níveis de colesterol sanguíneo em indivíduos não-hipertrigliceridêmicos. Já os ácidos linoleico e linolênico são necessários para manter, sob condições normais, as membranas celulares, as funções cerebrais e a transmissão de impulsos nervosos, sendo considerados essenciais por não serem sintetizados pelo organismo (MACHADO et al. 2004). 8 5 CONCLUSÃO Conclui-se que a prática foi bem sucedida, uma vez que os objetivos propostos foram alcançados e pode-se conhecer e aplicar as técnicas cromatográficas para separação e identificação dos ácidos graxos. Os resultados mostraram que a carne de frango apresenta em sua composição principalmente os ácidos palmítico, oleico e linoleico e um teor maior de AG insaturados. 9 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Exportações de carne de frango crescem 15,2% em novembro. São Paulo, dez. 2015. Disponível em: <http://abpa-br.com.br/noticia/exportacoes-de-carne-de-frango-crescem-152-em- novembro-1469>. Acesso em: 8 dez. 2015. CHIU, M. C.; GIOIELLI, L. A.; GRIMALDI, R. Lipídios estruturados obtidos a partir da mistura de gordura de frango, sua estearina e triacilgliceróis de cadeia média. I- composição em ácidos graxos e em triacilgliceróis. Química Nova, v. 31, n. 2, p. 232-237, 2008. GARCIA, A. M. L. Perfil de ácidos graxos e características de carcaça de frangos de corte alimentados com dietas contendo óleo de soja e/ou sebo bovino. 2009. 46 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Rural) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2009. JIMENEZ, J. J.; BERNAL, J. L.; NOZAL, M. J.; TORIBIO, L.; MARTIN, M. T. Gas chromatography with electron-capture and nitrogen-phosphorus detection in the analysis of pesticides in honey after elution from a Florisil column: influence of the honey matrix on the quantitative results. Journal of Chromatogry A, v. 823, n.1-2, p. 381-387, 1998. LEE K. T.; FOGLIA T. A. Fractionation of chicken fat triacylglycerols: synthesis of structured lipids with immobilized lipases. Journal of Food Science, v. 65, n. 5, p. 826-831, 2000. MACHADO, B. A. S.; REIS, J. H. O.; NUNES, I. L.; PADILHA, F. F.; DRUZIAN, J. I. Determinação do perfil de ácidos graxos por cromatografia gasosa, composição proximal e valor calórico de carne de avestruz (struthio camellus). Brazilian Journal of Food and Nutrition, Araraquara, v. 24, n. 2, p. 209-216, 2013. MORAES, M. C. S.; BARROSO, M. A. T.; ZAPATA, J. F.; FUENTES, M. F. Estudo comparativo da gordura de capote, galinha caipira e frango de granja. Boletim da SBCTA, v. 21, n. 1, p.15-24, 1987. NOVELLO, D.; OST, P. R.; FONSECA, R. A.; NEUMANN, M.; FRANCO, S. G.; QUINTILIANO, D. A. Avaliação bromatológica e perfil de ácidos graxos da carne de frangos de corte alimentados com rações contendo farinha de peixe ou aveia- branca. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 37, n. 9, set. 2008. O’FALLON, J. V.; BUSBOOM, J. R.; NELSON, M. L.; GASKINS, C. T. A direct method for fatty acid methyl ester synthesis: application to wet meat tissues, olis, and feedstuffs. Journal of Animal Science, v. 85, n. 6, p. 1511-1521, 2007. 10 APÊNDICE A. Tabela com dados de tempo de retenção e área da amostra de frango Ácido Graxo Tempo de Retenção Área C14:0 27,783 107419 C14:1 29,369 88769 C16:0 30,938 3425549 C16:1 33,299 41203 C18:0 34,252 1297115 C18:1 cis 9 36,410 5124763 C18:2 cis 9,12 (n-6) 40,142 5194010 C20:0 45,438 402052 C18:3 cis 6,9,12 (n-6) 47,438 629398 C18:3 cis 9,12,15 (n-3) 52,228 436527 C20:4 cis 5,8,11,14 (n-6) 56,883 100229 C22:0 57,891 26540 C22:1 59,153 316808
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