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Plastificantes naturais e efeitos nos filmes comestíveis

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Por: Ivo Henrique 
MATERIAL ELABORADO POR IVO HENRIQUE 
 
Plastificantes naturais e efeitos nos filmes comestíveis 
 
Apesar de algumas boas propriedades, os polímeros naturais possuem alguns 
problemas que podem prejudicar a formação de filmes comestíveis e acarretando defeitos 
aos mesmos, como a alta viscosidade e formação de espumas, tornando-os frágeis. Assim, 
os plastificantes são comumente utilizados em formulações afim de sanar estes 
problemas. A Internacional Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC) define os 
plastificantes como “substância ou material incorporado num material (usualmente um 
plástico ou elastômero) para aumentar a sua flexibilidade, trabalhabilidade ou 
distensibilidade”. Os plastificantes atuam ocupando espaços entre as moléculas dos 
polímeros, enfraquecendo as ligações entre eles. Isso traz como consequência, menor energia 
necessária para movimentação das cadeias poliméricas, tornando o filme mais flexível. Os 
compostos plastificantes também facilitam a dispersão da matriz polimérica, reduzem a 
temperatura de transição vítrea dos polímeros, aumentando assim seu módulo de elasticidade. 
Assim, eles modificam ou melhoram as propriedades mecânicas, reduzindo a tensão de 
deformação, dureza, densidade e viscosidade e aumentando a resistência à fratura. 
A natureza do plastificante e sua proporção utilizada, interferem diretamente nas 
propriedades dos filmes. Outro fator determinante é que devem possuir compatibilidade com 
a matriz polimérica. Em materiais hidrofílicos, os plastificantes modificam as propriedades 
de barreira e geralmente aumentam a permeabilidade ao vapor de água. Porém, plastificantes 
hidrofóbicos podem resultar numa diminuição na absorção de água. Diversos estudos do uso 
de sacarose como plastificante em filmes de amido foram relatados, em que esta causou 
rigidez devido à sua cristalização, o que não se observou quando se utilizou a glicose, 
mantendo a flexibilidade dos filmes. 
Por conta da sua baixa toxicidade e baixo poder de migração, os plastificantes naturais 
estão sendo cada vez mais utilizados. Os mais empregados são: Água, polióis como glicerol, 
sorbitol, xilitol, polietilenoglicol, açúcares (glicose, frutose, sacarose, açúcar invertido), 
compostos lipídicos, ácidos orgânicos e compostos proteicos. Usualmente se utiliza entre 15 
e 30% de plastificantes em relação à massa de polímeros, devido a estes compostos 
diminuírem a barreira à vapor d'água, gases e aromas. 
O glicerol é o plastificante geralmente mais utilizado e estudado, devido a sua melhor 
interação e estabilidade e compatibilidade com os polímeros hidrofílicos, quando comparado 
aos outros polióis e açúcares, reduzindo as forças intermoleculares. Porém, novos 
plastificantes também têm sido estudados, como hidrolisado de gelatina, cloreto de colina-
 Por: Ivo Henrique 
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ureia e trealose, e se mostram promissores. O primeiro pode reduzir a rigidez e melhorar a 
barreira à vapor d'água de filme à base de tecido muscular de peixe; o segundo também pode 
permitir filmes mais flexíveis, possuindo boa compatibilidade com a matriz polimérica 
(celulose), sendo comparado ao glicerol e sorbitol; e o terceiro, pode inibir a reação de 
Maillard que ocorre no aquecimento durante o preparo de filmes de soro de proteínas, 
prevenindo formação de compostos tóxicos e o escurecimento do material.

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