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Esteffane Seitz- TXVI • O hospital é considerado insalubre por vocação • Concentra hospedeiros mais suscetíveis e microrganismos mais resistentes • Esses microrganismos contaminam artigos hospitalares, colonizam pacientes graves e provocam infecções Assepsia Conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microrganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção. Antissepsia conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microrganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes Degermação Significa a diminuição do número de microrganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão Fumigação Dispersão sob forma de partículas, de agentes desinfectantes como gases, líquidos ou sólidos. Desinfecção Se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são necessariamente destruídos Esterilização Processo de destruição de todas as formas de vida microbiana mediante a aplicação de agentes físicos e ou químicos. Precedido de lavagem e enxaguadura Esterilizantes Meios físicos (calor, filtração, radiações, etc) capazes de matar os esporos Germicidas Meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de vida • Descontaminação de tecidos vivos • Depende da coordenação de dois processos: degermação e antissepsia DEGERMAÇÃO • Remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele • Sabões e detergentes sintéticos, graças a sua propriedade de umidificação, penetração, emulsificação e dispersão, removem mecanicamente a maior parte da flora microbiana ANTISSEPSIA • Destruição de micro-organismos existentes nas camadas superficiais ou profundas da pele • Sabões e detergentes sintéticos aniônicos exercem ação bactericida contra microrganismos muito frágeis e são inativos para outros Esteffane Seitz- TXVI • Deve exercer atividade germicida sobre a flora cutâneo-mucosa • Agentes que melhor exercem essa função são: iodos, a cloro-hexidina, o álcool e o hexaclorofeno PARA DESINFECÇÃO DE MÃOS • Soluções antissépticas com detergentes: degermação da pele, removem detritos e realizam anti-sepsia parcial • Ex: solução detergente de PVPI a 10%; clorhexidina a 4%, com 4% de álcool etílico • Solução alcóolica para anti-sepsia das mãos: álcool iodado a 0,5 ou 1%; álcool etílico a 70% com ou sem glicerina COMPOSTOS DE IODO • Iodo: halogênio pouco solúvel em agua, facilmente solúvel em álcool e em soluções aquosas de iodeto de potássio • Iodo é mais bactericida do que bacteriostático, tem certa atividade esporicida • Atv. Esporicida: influenciada pelo ambiente (quant. Material orgânico, grau de desidratação) IODÓFOROS • Conserva inalterada as propriedades germicidas do iodo • Não queima, não mancha tecidos, raramente provoca reações alérgicas, não interfere no metabolismo e mantém ação germicida residual • O iodóforo mais usado para a anti-sepsia das mãos é a solução degermante, de PVPI a 10% • Os iodóforos têm ação bactericida, fungicida, virucida e ação residual CLORHEXEDINA • Germicida do grupo das biguanidas, apresenta maior efetividade com um pH de 5 a 8 • Age melhor contra bactérias Gram-positivas do que Gram-negativas e fungos • Ação imediata e tem efeito residual • Apresenta baixo potencial de toxicidade e de fotossensibilidade ao contato, pouco absorvida por pele integra ÁLCOOL • Álcool em concentração 70 a 92% • Exerce ação germicida quase imediata, sem nenhuma ação residual • Ressecam a pele em repetidas aplicações • O álcool etílico é bactericida, age coagulando a proteína das bactérias, fungicida e virucida SABÃO E DETERGENTES • Os sabões têm ação detergente ou degermante • Remove a sujidade, detritos e impurezas da pele ou outras superfícies • Evitar seu contato com a mucosa ocular, contato prolongado com a pele, que pode produzir irritação local CLORO E DERIVADOS CLORADOS • Mais potente dos germicidas Esteffane Seitz- TXVI • Desinfetar objetos, água de abastecimento e, até certo ponto, tecidos • Não é recomendado para desinfetar instrumentos por ser corrosivo COMPOSTOS DE PRATA • Bacteriostático • A instilação de duas gotas de uma solução a 1% de nitrato de prata no saco conjuntival dos recém nascidos evita a oftalmia neonatal DESINFETANTES OXIDANTES • Germicida • Útil na remoção de material infectado pela ação mecânica do oxigênio liberado, limpa a ferida muitas vezes melhor que solução fisiológica ou outros desinfetantes • Não deve ser aplicada em cavidades fechadas ou abscessos de onde o oxigênio não possa liberar-se DERIVADO FENÓLICO • O derivado fenólico tem ação bactericida e não esporocida, utilizados em instrumental ALDEÍDOS • Os aldeídos têm ação bactericida e esporocida • É nocivo à pele, mucosa (olhos) e alimentos • Menor índice de coagulação de proteínas, não é corrosivo, não altera artigos de borracha, de plástico, de metal DERIVADOS FURÂNICOS • Os derivados furanicos têm ação bactericida • Não afeta a cicatrização, a fagocitose e a atividade celular • Sua eficácia persiste na presença de sangue, pus ou exsudato, diminui o mau cheiro e quantidade de secreção da ferida Destruição de todos os organismos vivos, mesmo os esporos bacterianos, de um objeto Físico Calor seco: estufa, flambagem e fulguração Calor úmido: fervura, autoclave Radiações: raios alfa, gama e x Químico Desinfetantes Fatores importantes para esterilização: 1. Grau de resistência das formas vegetativas 2. Resistência das bactérias produtoras de esporos e o número de microorganismos 3. Característica do agente empregado para a esterilização • Infecção pós-operatória depende de: • Quantidade e tipo de contaminação • Técnica cirúrgica e anestésica empregada • Resistência do hospedeiro • Principais infecções hospitalares: urinárias, as respiratórias, as da ferida cirúrgica e a septicemia, • Principais infecções cirúrgicas (pós- operatórias): são as do próprio local cirúrgico, as urinárias e as respiratórias Esteffane Seitz- TXVI RESPOSTA ORGANICA A INFECÇÃO Depende: 1. Da virulência e do número do microorganismo infectante; 2. Do meio em que a infecção se desenvolverá; 3. Dos mecanismos de defesa do hospedeiro (barreiras à infecção): - Mecânicas (paredes que separam o agente dos tecidos estéreisl); - Humorais (IgG, IgM e IgA); - Celulares (macrófagos e neutrófilos); - Citocinas (liberadas pelos macrófagos); 4. Presença de fatores que levam à imunossupressão: idoso, diabetes, desnutrição, leucopenia, corticoterapia, radio e quimioterapia. PRÉ-OPERATÓRIO • - Preparo do paciente e hospitalização pré- operatória curta; • - Lavagem das mãos e antebraços da equipe cirúrgica; • - Controle de pessoal contaminado ou infectado no ambiente hospitalar; • - Esterilização do material cirúrgico; • - Profilaxia antimicrobiana; • - Cuidados de antissepsia e técnica adequada na instalação de cateter venoso central. INTRA-OPERATÓRIO • - Ventilação adequada na sala de cirurgia; • - Limpeza e desinfecção das superfícies na sala cirúrgica; • - Roupas e vestimentas cirúrgicas apropriadas; • - Assepsia e técnica cirúrgica apropriada; • - Cuidados de antissepsia na entubação orotraqueal e na passagem de sonda vesical; • - Duração do ato operatório PÓS-OPERATÓRIO • - Proteção e curativos da ferida cirúrgica; • - Vigilância epidemiológica • Órgão encarregado de informar, vigiar, pesquisar, prevenir e controlar as infecções hospitalares • Objetivo: exercer uma açãoeducativa na comunidade hospitalar quanto à importância da prevenção e controle das infecções Esteffane Seitz- TXVI CIRURGIAS LIMPAS • Sem lesão do trato gastro-intestinal, urinário ou respiratório. • Feridas não traumáticas, sem processo inflamatório. • Cumprimento dos princípios de antisepsia. CIRURGIAS POTENCIALMENTE CONTAMINADAS • Com perfuração do trato gastro-intestinal, urinário e respiratório, mas sem contaminação significativa. CIRURGIAS CONTAMINADAS • Com contaminação por secreções do trato gastrointestinal, urinário ou respiratório. • Feridas traumáticas com menos de 6 horas. • Presença de processo inflamatório sem pus. • Anti-sepsia mantida CIRURGIAS INFECTADAS • Presença de pus, vísceras perfuradas e feridas traumáticas com mais de 6 horas de evolução. • ATB é ótima opção de profilaxia e terapêutica • O ATB deve se relacionar a flora encontrada no sitio cirúrgico Esteffane Seitz- TXVI • Não é necessária em cirurgias limpas ou potencialmente contaminadas, exceto em pacientes de alto risco, como: → - Idade acima de 70 anos, desnutridos, imunodeprimidos (transplantados, rádio e quimioterapia, neoplasias malignas avançadas, hepatopatas); → - Em urgências, nos implantes de próteses e esplenectomias; → - Valvulopatias cardíacas, diabetes, obesidade, doenças vasculares graves; → - Alto risco de contaminação bacteriana (trato gastro-intestinal, urinário e respiratório). → A antibioticoprofilaxia deve ser iniciada 1h antes da cirurgia ou indução anestésica • A droga deve ter baixa toxicidade e a duração não deve exceder 48 horas → Caracteriza-se por mais de dois picos febris em 24 horas, hipotensão e oligúria → Passa por graus sucessivos de de acordo com a gravidade SINDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA • - Temperatura > 38ºC ou < 36ºC • - Freqüência cardíaca > 90 bpm • - Freqüência respiratória > 20 movimentos/ minuto • - Glóbulos brancos > 12000 ou < 4000 SEPSE • SRIS + Infecção confirmada (cultura positiva) SEPSE GRAVE • Sepse + disfunção orgânica, anormalidades da hipoperfusão (acidose, alteração do estado mental) ou hipotensão CHOQUE SÉPTICO • Sepse + anormalidades da hipoperfusão + hipotensão apesar da reposição de volume INFECÇÕES INTRA-ABDOMINAIS • Sepse intra-abdominal • Peritonites bacterianas difusas ou abscessos intra-abdominais, causadas por perfuração traumática ou inflamatória das vísceras, deiscências de suturas, obstruções ou isquemia intestinais, inflamação e infecção de útero e anexos (trompa e ovário) • São necessárias intervenções cirúrgicas para desbridamento, lavagem da cavidade abdominal, remoção da causa infecciosa e drenagem de abscessos intraperitoneais PASSO A PASSO 1) O profissional deverá pegar o conjunto esponja – escova, abri-lo e posicioná-lo sobre o lavabo; 2) Abrir a torneira, molhar as mãos, antebraços e cotovelos; 3) Fechar a torneira; 4) Recolher o antisséptico com as mãos em concha e espalhá-lo nas mãos, antebraços e cotovelos; Esteffane Seitz- TXVI 5) Pegar o conjunto esponja – escova e iniciar a técnica pela fricção das cerdaS sob as unhas e leitos ungueais; 6) Realizar 15 movimentos unidirecionais; 7) Em seguida, proceder a antissepsia da palma da mão, utilizando a face da espuma, realizando 15 movimentos unidirecionais, no sentido proximal- distal (carpo > ponta dos dedos); 8) A seguir, proceder a antissepsia dos espaços interdigitais, iniciando pelo polegar e realizando 15 movimentos unidirecionais em cada espaço interdigital; 9) Proceder a antissepsia do dorso da mão, realizando 15 movimentos unidirecionais, no sentido proximal-distal (carpo > ponta dos dedos); 10) Agora, iniciaremos a antissepsia do antebraço; 11) Iniciar a antissepsia do antebraço pela face anterior, realizando 15 movimentos unidirecionais, no sentido distal – proximal (sentido articulação radiocarpal > cotovelo); 12) Por último, realizar 15 movimentos circulares e unidirecionais no cotovelo; 13) Sem abaixar as mãos, recolher solução antisséptica no conjunto esponja – escova para a antissepsia do outro membro; 14) Realizar todos os passos da técnica no outro membro; 15) Ao término da antissepsia do segundo membro, descartar o conjunto esponja – escova no lavado cirúrgico, sem abaixar as mãos; 16) Abrir a torneira, enxaguar as mãos em água corrente, no sentido das mãos para os cotovelos, retirando todo o resíduo do produto; 17) Manter a posição das mãos, antebraços e cotovelos, sem encostar a parte escovada na torneira, rosto, máscara, gorro e porta de acesso à sala operatória; 18) Enxugar as mãos com compressas estéreis, com movimentos compressivos, iniciando pelas mãos e seguindo pelos antebraços e cotovelos, utilizando as diferentes partes da compressa para regiões distintas • Utilizar solução antisséptica apropriada no preparo da pele do paciente – clorexidine ou PVPI (IB,II). • O agente antisséptico deve ser aplicado com movimentos concêntricos do centro para a periferia, englobando toda a área de abordagem amplamente (inclusive o local da colocação de drenos). • A antissepsia da pele deve ser realizada com solução antisséptica em combinação com produto alcoólico, clorexidine ou PVPI (IA). • CHG não deve ser utilizado para mucosas ocular e otológica. • Não há antagonismo entre CHG e PVPI por incompatibilidade química e ambos os compostos mantêm atividade antisséptica quando aplicados na mesma área. Esteffane Seitz- TXVI • Banho pré-operatório com solução antisséptica pelo menos na noite anterior à cirurgia (IB) • Remover anéis, relógios e pulseiras antes de iniciar a degermação ou antissepsia cirúrgica das mãos (II). • Unhas artificiais são proibidas (IB). • Lavar as mãos com água e sabão antes da degermação cirúrgica • Manter unhas curtas e remover a sujidade presente embaixo das unhas com um limpador de unhas, preferencialmente com as mãos sob a água corrente (II). • A degermação cirúrgica das mãos deve incluir os antebraços (até o cotovelo) com solução antisséptica, com duração de 5 minutos na primeira degermação e 2 minutos nas demais (IB). • Manter as mãos elevadas e afastadas do corpo, de maneira que a água escorra das mãos para o cotovelo. • Secar as mãos com toalhas estéreis e colocar aventais e luvas estéreis (IB). • A antissepsia cirúrgica das mãos pode ser realizada com formulação alcoólica especialmente destinada para esta finalidade, com efeito residual (IB). O produto deve ser aplicado nas mãos secas. • Não deve ser realizada a antissepsia cirúrgica das mãos com água e sabão antisséptico e depois, sequencialmente, a antissepsia cirúrgica com produto alcoólico (II). • Utilizar uma quantidade suficiente do produto alcoólico para realizar a preparação das mãos e antebraços (IB). • Após a aplicação do produto alcoólico como recomendado, aguardar que as mãos e os antebraços estejam secos antes da colocação das luvas (IB).
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