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ANEURISMAS

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ANEURISMAS 
Aneurisma é uma dilatação anormal localizada de um vaso sanguíneo ou do coração, podendo ele ser congênito ou 
adquirido. Essa dilatação é maior do que 50% do diâmetro esperado de um vaso sanguíneo em determinada 
localização, é um processo irreversível. Além disso, pode ser classificado em: 
- Aneurisma verdadeiro: envolve uma parede arterial atenuada intacta ou a parede ventricular mais fina do coração. 
Laceração entre a camada íntima e a média. 
EX: sacular, fusiforme. 
- Aneurisma falso: também chamados de pseudoaneurismas; defeito da parede vascular levando a um hematoma 
extravascular que se comunica livremente com o espaço extravascular (“hematoma pulsante”). Ruptura de um vaso. 
✓ Uma dissecação arterial se origina quando o sangue entra na própria parede arterial, como um hematoma 
dissecando entre suas camadas. Dissecações são, frequentemente, aneurismáticas. 
✓ Aneurismas verdadeiros e falsos, bem como dissecações, podem romper-se e causar consequências sérias. 
- Aneurismas saculares (B): bolsas esféricas que envolvem parte da parede do vaso; costumam conter trombo. A 
parede fica abaulada focalmente e pode ser atenuada, mas está intacta de um modo geral. 
- Aneurismas fusiformes (C): envolvem dilatação difusa e circunferencial de um segmento vascular longo, sem 
ruptura; podem envolver porções extensas do arco aórtico, aorta abdominal ou até das artérias ilíacas. Não 
específicos de qualquer doença ou manifestação clínica. 
- Aneurisma falso (D): a parede se rompeu e há uma coleção de sangue (hematoma) limitada externamente por 
tecidos extravasculares aderentes. 
- Dissecação (E): o sangue entrou (dissecou) a parede do vaso e separou as camadas. Também podem ocorrer por 
ruptura dos vasos no interior da média. 
ETIOLOGIA: 
Os dois transtornos mais importantes na predisposição aos aneurismas da aorta são: aterosclerose e hipertensão. 
A aterosclerose está mais associada aos aneurismas de aorta abdominal, enquanto a hipertensão é mais comumente 
associada aos aneurismas da aorta ascendente. 
Outras afecções que enfraquecem as paredes dos vasos e levam aos aneurismas incluem: traumas, vasculites, 
defeitos congênitos (aneurismas saculares no círculo de Willis) e infecções (aneurismas micóticos) 
Os aneurismas também podem estar ligados a: fatores hereditários (Síndrome de Marfan, Ehlers-Danlos); 
desequilíbrio do colágeno; perda de células musculares lisas. 
PATOGENIA: 
As artérias são tecidos que apresentam remodelação dinâmica e que mantêm sua integridade por síntese, 
degradação e reparo constantes dos danos aos constituintes de sua MEC. 
Os aneurismas podem ocorrer quando a estrutura ou a função do tecido no interior da parede vascular é 
comprometida. 
 
→ ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL (AAA) 
Dilatação permanente, localizada, da aorta abdominal que excede 50% o seu diâmetro normal. 
Muito associados à aterosclerose: a placa aterosclerótica na íntima comprime a média subjacente e compromete a 
difusão de nutrientes para a parede arterial. Em decorrência disso, a média sofre degeneração e necrose, 
resultando em fraqueza da parede arterial e consequente diminuição da espessura. 
A principal influência que leva à formação de aneurismas é a produção de MPM por infiltrados de células 
inflamatórias. 
PATOGENIA: 
Principais alterações estruturais da parede do vaso: 
- Remodelamento vascular; 
- Inflamação crônica; 
- Degradação de componentes da MEC, principalmente fibras elásticas; 
- Formação de tecido de granulação (neoformação vascular); 
- Degradação de elastina (MEC) → proteases → metaloproteinases (MMPs) 
✓ Endopeptidades expressas em várias células e tecidos como: células musculares lisas, endotélio, fibroblastos 
e células inflamatórias. 
- MMP-2: massa molecular de 72 kDa (latente) e 64 kDa (ativa); presentes em CML, fibroblastos e endotélio; 
participam do remodelamento vascular. 
- MMP-9: massa molecular de 92 kDa (latente) e 88 kDa (ativa); presentes principalmente em macrófagos e 
neutrófilos; degradam elastina. 
→ FATORES DE RISCO 
Ocorrem mais frequentemente em homens (no entanto se rompem com mais frequência em mulheres) e tabagistas 
e raramente se desenvolvem antes dos 50 anos de idade. 
A aterosclerose é a principal causa dos AAAs. 
Outros fatores: hipertensão e predisposição genética. 
ASPECTOS CLÍNICOS: 
Normalmente são assintomáticos (75%), morte súbita, tromboembolismo (obstrução arterial aguda), dor abdominal. 
Exames diagnósticos: RX, ultrassonografia, tomografia, arteriografia. 
O enfraquecimento da parede aórtica em expansão gradual leva à ruptura. Normalmente assintomático e 
potencialmente fatal, 50% dos pacientes vem a óbito antes de receber qualquer auxílio. 
Tratamento: reparação cirúrgica (cirurgia aberta ou endoprótese). 
 
→ DISSECÇÃO DE AORTA 
Ocorre quando o sangue separa em leque os planos laminares da média, formando um canal cheio de sangue 
dentro da parede aórtica; isso pode ser catastrófico se a dissecção se romper através da adventícia e causar 
hemorragia nos espaços adjacentes. 
Ocorre em dois grupos de pacientes: 90% ocorre em homens entre 40 e 60 anos; jovens que apresentam 
anormalidades localizadas ou sistêmicas. 
Laceração da íntima, atingindo a média da aorta; se entende ao longo da aorta; “aorta de dupla luz”. 
- Patogenia: hipertensão; complicações mais sérias ocorrem entre a valva aórtica e o arco. 
Causa do óbito: ruptura da dissecção para alguma das três cavidades corporais.

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