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10 Neurodesenvolvimento brait pdf

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NEUROCIÊNCIA 
 
• Maiores descobertas: década de 1990 - “década do 
cérebro”. 
• Neuroplasticidade: o cérebro é capaz de mudar – o 
neurônio é blástico, tem a capacidade de adquirir 
funções e mudar sua morfologia 
• Ressonância magnética funcional – usa-se esse termo 
para descrever essa observação em cima dessa 
neuroplasticidade 
NEUROPLASTICIDADE 
• Sinapses alteram sua morfologia 
• Dendritos crescem 
• Axônios mudam sua trajetória. 
• Vários neurotransmissores são modulados 
• Sinapses são potencializadas ou deprimidas 
• Novos neurônios diferenciam-se e sobrevivem 
• Ocorre aumento da mielinização dos neurônios 
remanescentes 
MEMÓRIA 
• Memória: fortalecer sinapses, neurônio ativado mais 
vezes. 
► Repetição: frequência e intensidade. 
• As crianças não se desenvolvem iguais, no mesmo 
tempo. 
Emoção, linguagem, memória: não irá adiantar estimular 
uma área que ainda não está desenvolvida – por isso que 
não existe diagnóstico de TDAH antes dos 4 anos, pois as 
áreas estimuladas pelo TDAH ainda não estão formadas 
• Não necessariamente uma criança com sintomas terá 
um transtorno – nós conseguimos proteger as crianças 
para que o transtorno não se desenvolva, isso a partir 
de medicamentos prescritos a partir dos sintomas 
• Importância de conhecermos os critérios dos 
transtornos. 
DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA INFÂNCIA 
• Importância da interação 
• O desenvolvimento na primeira infância é fortalecido 
pela existência de bons relacionamentos entre o 
adulto e a criança. 
► vínculos seguros 
► Desenvolvimento físico, emocional e relacional 
► Autonomia e independência 
CLASSIFICAÇÃO 
• Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental 
Disorders) 
• Primeira publicação em 1952. 
• DSM-5 (American Psychiatric Association 2013). 
• Consistente com a visão da OMS de que transtornos 
mentais são em grande parte doenças crônicas da 
juventude (Guilbert, 2003). 
TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO 
• Uma das principais mudanças na estrutura do DSM, 
apoiada por características fisiopatológicas. 
• Atraso ou desvio no desenvolvimento do cérebro que 
influenciam características fenotípicas (Rutter et al, 
2006). 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 
• Déficits funcionais: intelectuais e adaptativos. 
• Domínios conceitual, social e prático. 
• Ela não é avaliada somente pelo QI – também avalia-
se o dia-a-dia dessa criança e os seus domínios, seu 
repertório social, como ela lida com essas questões 
sociais e práticas diárias – não avaliamos apenas 
quantificando inteligência (ou seja, fazendo o cálculo 
do QI) 
• Classificado em níveis de gravidade de acordo com o 
funcionamento adaptativo – tem muita criança com QI 
mediano, mas que não tem domínio de ficar na escola 
e pedir as coisas, conversar com os amigos, dizer que 
está com fome... 
• DEFICIÊNCIA INTELECTUAL substitui o termo retardo 
mental 
• Próxima revisão do CID propõe, por sua vez, utilizar o 
termo “transtornos do desenvolvimento intelectual”. 
• Mudanças querem enfatizar uma avaliação mais 
abrangente do paciente: avaliação do funcionamento. 
➔ Wechsler Intelligence Scale for Children (WISC): 
avaliação de desempenho cogntivio, capacidades 
intelectuais e resoluções de problemas → ferramente 
usada em todo mundo, é uma medida universal; 
 
• Compreensão verbal, raciocínio abstrato, organização 
perceptual, raciocínio quantitativo, memória 
operacional e velocidade de processamento. 
• As medidas de QI são menos validas na extremidade 
inferior da gama de QI. 
• Doenças concomitantes, efeitos práticos e o “efeito 
Flynn” (Kanayaet al, 2003). 
• Uma avaliação por profissionais treinados (Harris, 
2013). 
TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM 
• Origem biológica, base das anormalidades no nível 
cognitivo. 
• Interação de fatores genéticos, epigenéticos e 
ambientais 
• Capacidade do cérebro para perceber/processar 
informações verbais ou não verbais com eficiência e 
exatidão. 
► Leitura: compreensão da leitura 
► Expressão escritra: ortografia 
► Cálculos aritiméticos: resolução de problemas 
matemáticos 
• Dificuldade de aprender a correlacionar letras e sons 
do próprio idioma – ler palavras impressas – DISLEXIA 
→ é uma disfunção da escrita 
• Fusão dos subtipos em uma categoria única, com 
especificadores. -por ex: com prejuízo na leitura. 
• Exigência da falta de resposta ao tratamento. 
• Remoção da discrepância entre QI e desempenho 
acadêmico. 
• Exigência de que os sintomas estejam presentes por 6 
meses. 
TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO 
• Déficits na linguagem, na fala e na comunicação. 
• Fala: produção expressiva de sons. 
• Linguagem: forma, função e uso de um sistema 
convencional de símbolos. 
• Comunicação: comportamento verbal e não verbal 
que influencia no comportamento 
TRANSTORNOS MOTORES 
• Transtorno do desenvolvimento da coordenação 
• Transtorno de movimento estereotipado 
• Transtornos de tiques 
TRANSTORNOS DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E 
HIPERATIVIDADE 
• TDAH entra no grupo dos transtornos 
neurodesenvolvimentais: etiologia compartilhada. 
O QUE É O TDAH? 
• É um transtorno neurobiológico; 
• Tem início na infância e que pode persistir na vida 
adulta; 
• Compromete o funcionamento da pessoa em vários 
setores de sua vida; 
• Predisposição genética; 
• Sintomas: hiperatividade, desatenção e impulsividade 
• Caracteriza-se por três grupos de alterações: 
► Hiperatividade 
► Impulsividade 
► Desantenção 
HIPERATIVIDADE 
• NÃO É SINÔNIMO DE TDAH! 
• pode ser encontrada em diversos transtornos 
psíquicos; 
• É o aumento da atividade motora → pessoa inquieta e 
está quase constantemente em movimento; 
• Na sala de aula: 
► Criança que se levanta da carteira a todo 
momento; 
► Mexe com o outro e fala muito; 
► Dificilmente consegue se interessar por uma 
atividade que tenha que ficar quieta; 
IMPULSIVIDADE 
• O impulso é uma resposta automática e imediata a um 
estímulo, e a impulsividade se caracteriza pela 
deficiência no controle dos impulsos 
“AGIR SEM PENSAR” 
• Presente no TDAH; 
• A criança é impaciente e tem dificuldade de esperar; 
• Costumam ter reações explosivas súbitas, que passam 
rapidamente e logo se arrependem 
DESATENÇÃO 
• Não conseguir manter a concentração por muito 
tempo 
• Qualquer estímulo é capaz de desviar sua atenção; 
• Observa-se uma falha na memória de curto prazo; no 
entanto, a memória de longo prazo está conservada; 
• A desatenção é responsável por erros tolos que o 
estudante comete em matérias que ele seguramente 
domina, mas que no momento da prova sua atenção 
“caiu”; 
TDAH E A DESATENÇÃO 
• A apresentação do TDAH com predomínio da 
desatenção costuma ser mais despercebida; 
• Nesses casos as crianças são consideradas 
“preguiçosas”, “pouco inteligentes” e não são 
facilmente encaminhadas para avaliação como 
aquelas com sintomas de hiperatividade; 
• A desatenção pode estar presente com frequência em 
outros transtornos. 
Existe TDAH com domínio maior na desatenção ou com domínio 
maior ha hiperatividade 
DESORGANIZAÇÃO 
• Outra característica comum no TDAH é a 
desorganização, que ocorre devido à falha da atenção 
e também à hiperatividade; 
• Exemplo: a pessoa perde ou não sabe onde colocou 
seus objetos, encontrando-os depois nos locais mais 
estranhos, porque foram colocados ali em um 
momento de distração. 
TDAH 
• O cérebro é significativamente menor em espessura 
e volume (e o volume teria que ser maior) 
• Diminuição global de volume sustenta a alteração de 
um circuito neurofisiológico que ocasiona a 
apresentação do TDAH. 
• Córtex pré-frontal que controla atenção e funções 
executivas, tem um atraso do desenvolvimento → 
raciocínio e tomada de decisão p. ex. 
• Córtex motor, desenvolve mais rápido em crianças 
com TDAH. 
• O centro de movimentos do cérebro geralmente 
amadurece mais rápido do que o normal eo seu centro 
executivo mais lento. 
 
TDAH – EPIDEMIOLOGIA 
• O transtorno é observado em cerca de 3 a 10% da 
população infantil e 4% nos adultos; 
• Possivelmente em cada sala de aula deva-se existir 
pelo menos uma criança com TDAH; 
• Na população geral, não há diferenças entre meninos 
e meninas; 
TDAH – DIAGNÓSTICO 
• De acordo com o DSM-V: é necessário que os sintomas 
estejam presentes na história do indivíduo antes dos 
12 anos de idade; 
• Ou seja, as manifestações tem início na infância e 
estudos recentes, comprovam que as características 
desse transtorno persistem na adolescência e chegam 
até a idade adulta, perdurando em maior ou menor 
grau por toda a vida da pessoa; 
• O diagnóstico é feito baseado na história da vida da 
pessoa, examinando-se determinados critérios 
estabelecidos pelo DSM-V ou CID-10; 
Diagnóstico baseado em avaliação clínica do paciente 
• Podem ser feitos questionários e listas de verificação 
de sintomas para auxiliar o diagnóstico. No entanto, 
não existe nenhum exame ou teste psicológico que 
permita fazer o diagnóstico; 
DSM-V E O DIAGNÓSTICO DE TDAH: 
• Sintomas devem estar presentes: no mínimo 6 de uma 
lista de 9 sintomas de desatenção e/ou, no mínimo 6 
de uma lista de 9 sintomas de hiperatividade e 
impulsividade; 
• Os sintomas devem apresentar-se com frequência e 
em diferentes ambientes; 
• É importante que esses sintomas ocorram em níveis 
que não são observados em outras pessoas da mesma 
idade; 
TDAH – DESATENÇÃO 
1. Deixa de prestar atenção em detalhes e cometendo 
erros por descuido em atividades escolares, no 
trabalho, ou em outras atividades. 
2. Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou 
jogos → dificuldade para ler. 
3. Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra. 
4. Não segue instruções e não termina deveres escolares, 
tarefas domésticas ou deveres profissionais. → o 
estudante não lê o que pede a questão e tenta 
adivinhá-la. 
5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades. 
6. Evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas 
que exijam esforço mental constante. 
7. Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades. 
Nunca sabem onde guardaram as coisas. 
8. Distrai-se com estímulos alheios à tarefa. 
9. Apresenta esquecimento nas atividades diárias → 
esquecem de transmitir recados. 
TDAH – SINAIS DE HIPERATIVIDADE 
1. Agita as mãos, pés ou se remexe na cadeira → é 
característico o balançar constante das pernas ou o 
bater com a ponta dos pés no chão. 
2. Abandona sua cadeira na sala de aula ou em outras 
situações em que deveria permanecer sentado. 
3. Tem dificuldades de brincar ou se envolver 
silenciosamente em atividades de lazer. 
4. Corre ou escala objetos móveis, de forma não 
apropriada. 
5. Está “a mil” ou age como se estivesse “a todo vapor”. 
6. Falam em demasia e não são bons ouvintes, mas, por 
outro lado, são a alegria de uma reunião porque nunca 
deixam haver um minuto de silêncio. 
TDAH – SINAIS DE IMPULSIVIDADE 
1. Dá respostas precipitadas antes de ouvir a pergunta 
inteira. 
2. Tem dificuldade para esperar sua vez. É difícil também 
que espere o melhor momento para falar sua opinião 
ou para tomar uma decisão qualquer. 
3. Interrompe ou se intromete em assuntos alheios, 
como conversas ou brincadeiras de outras pessoas. 
Outras exigências devem ser seguidas para que se 
estabeleça o diagnóstico: 
• Os sintomas devem existir desde a infância ou início da 
adolescência. 
• Os sintomas devem estar causando prejuízo no 
funcionamento da pessoa em duas ou mais áreas de 
sua vida, como no trabalho ou na escola ou nos 
relacionamento. 
• Deve-se garantir que esses sintomas não estejam 
sendo provocados por nenhum outro transtorno 
conhecido. 
TDAH – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Condições que podem se confundir com esse transtorno: 
• Situações familiares desfavoráveis podem causar 
sintomas parecidos aos de TDAH numa criança. 
• Dificuldades sensoriais, como diminuição da audição 
ou visão. 
• Uso de certos medicamentos e algumas doenças 
clínicas. 
• Outros transtornos psíquicos como depressão, 
quadros de ansiedade. 
TDAH – TRANSTORNOS ASSOCIADOS 
• Transtorno do Aprendizado 
• Transtornos Disruptivos 
• Tiques 
• Transtornos Ansiosos (Pânico, Fobia Social, Transtorno 
de Ansiedade Generalizada) 
• Transtornos do Humor (Depressão, Transtorno 
Bipolar) 
• Abuso de Drogas e Alcoolismo 
 
➔ Estima-se que até 70% das crianças com TDAH 
apresentam simultaneamente outros transtornos. 
TDAH – TRATAMENTO 
O tratamento do TDAH deve incluir três componentes: 
1. Informação e conhecimento 
2. Medicação → estimulantes 
► Metilfenidato (ritalina) 
► Lisdexanfetamina (venvance) 
3. Intervenções de terapias: 
► Psicoterapia 
► Terapia ocupacional 
TDAH – INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO 
É importante que todos que convivem com a criança 
aprendam sobre o TDAH: 
• Como se apresenta. 
• Como isso compromete o modo da pessoa ser e agir 
no cotidiano, suas reações. 
• Entender que não é culpa de ninguém, nem da pessoa 
e nem de seus pais. 
• Aprender certas estratégias de comportamento para 
administrar os sintomas do TDAH. 
AUTISMO 
“O AUTISMO É UM ESPECTRO, NÃO EXISTEM DOIS 
AUTISTAS IGUAIS” 
O autismo foi sofrendo modificações no seu termo 
com o passar do tempo 
 
Pervasive Developmental Disorders (PDD) 
X 
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID) 
X 
Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) 
X 
Transtorno do Espectro Autista (TEA) 
 
AUTISMO - QUADRO CLÍNICO 
As manifestações comportamentais que definem o 
autismo incluem: 
• Déficit qualitativo na interação social e na 
comunicação; 
• Padrões de comportamentos e interesses repetitivos e 
restritos. 
ESTEREOTIPADO 
 
As dificuldades na interação social podem manifestar-se 
como: 
• Isolamento ou comportamento social impróprio; 
• Contato visual pobre; 
• Dificuldades de participar de atividades em grupo; 
• Indiferença afetiva ou demonstração inapropriada de 
afeto; 
• Falta de empatia social ou emocional. 
As dificuldades de comunicação ocorrem em graus 
variados (verbal/não verbal): 
• Algumas crianças não desenvolvem habilidades de 
comunicação; 
• Outras tem linguagem imatura (jargão, ecolalia, uso de 
terceira pessoa, prosódia anormal e entonação 
monótona); 
• Os que tem capacidade expressiva adequada: 
inabilidade em iniciar ou manter conversação. 
DIFICULDADES NA COMUNICAÇÃO: 
• Evitam o contato ocular; 
• Não entendem o significado de um sorriso, de uma 
piscada ou de um aceno; 
• 40% das crianças com autismo não falam; 
• 25% começam a falar entre os 12 e 18 meses, mas logo 
perdem a habilidade da fala; 
• Algumas crianças com autismo têm dificuldade em 
formar frases. 
 
 
 
 
 
Isso era segundo o DSM-IV, o professor colocou para 
comparmos como era feito o diagnóstico antigamente. O 
que vale para nós é o DSM-V 
 
 
 
Esse é o 
DSM-V 
usado para o 
diagnóstico 
M-CHAT 
• Escala para rastreamento de autismo; 
• Crianças entre 18 e 24 meses; 
• Extremamente simples e não há necessidade absoluta 
de ser feita por médicos; 
• 23 questões do tipo sim/não; 
• A disposição no site SBP; 
• Necessidade de uma investigação formal para TEA 
quando: 
► Resultados superiores a “3”(falha em 3 itens no 
total); 
► Ou em “2” nos itens considerados de alta 
suspeita (2, 7, 9, 13, 14 e 15). 
TRATAMENTO 
• Farmacoterapia deve ser oferecida às crianças com 
TEA quando identificado um sintoma alvo específico 
ou comorbidade. 
• Atendimento interdisciplinar em terapias específicas. 
TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO 
• TDAH e autismo frequentemente coexistem 
(Simonoffet al, 2008). 
• A presença de TDAH em pacientes com TEA está 
associada a diferentes correlações clínicas do que as 
encontradas na TEA puro (Rommelse al, 2011). 
• Estimulantes podem diminuir os sintomas de TDAH em 
pacientes com TEA (Research Units on PediatricPsychopharmacology Autism Network, 2005). 
Seja a referência de uma criança: compreenda, 
interprete e responda com carinho e sensibilidade às 
manifestações dela em relação a fome, frio, calor, 
desamparo, prazer - o vínculo vai se formando.

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