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Por: Ivo Henrique MATERIAL ELABORADO POR IVO HENRIQUE Filmes de amido O amido é um dos mais abundantes polissacarídeos presentes na natureza, e formado por cadeias de amilose (parte linear, formada por unidades de anidroglicose ligadas por ligações α-(1,4)) e amilopectina (parte ramificada, ligadas por formada por unidades de anidroglicose ligadas por ligações α-(1,4) e ramificações por α-(1,6)), com sua estrutura granular, tamanho e razão entre amilose/amilopectina variando a depender da fonte de amido utilizada. O amido é considerado um polímero semi-cristalino, possuindo regiões amorfas e cristalinas, caracterizadas respectivamente pela temperatura de transição vítrea e grau de cristalinização que influenciam nas propriedades físico-químicas do polímero. Geralmente, os amidos possuem 20 a 25% de amilose e 75 a 80% de amilopectina. São matrizes semi-cristalinas, entre 15 a 45% a depender da relação amilose/amilopectina. Os amidos possuem pequenos e diferentes teores de minerais em sua constituição a depender da fonte, como fósforo, potássio, cálcio, magnésio e sódio, com apenas o fósforo possuindo função funcional, que influencia na viscosidade do amido e por consequência, dos filmes. O amido de batata se destaca pelo maior teor de fósforo, quando comparado com os demais. Para a formação de filmes comestíveis de amido, o processo de gelificação do amido se dá primeiramente pela solubilização de seus grânulos em água aquecida (o Por: Ivo Henrique MATERIAL ELABORADO POR IVO HENRIQUE amido é insolúvel em água fria devido às pontes de hidrogênio entre as cadeias de amilose e amilopectina). O aquecimento promove a desestruturação da estrutura cristalina, em que as moléculas de água interagem junto às cadeias de amilose e amilopectina e ocasionando a solubilidade parcial do amido. Para que o filme se torne homogêneo, é necessário o excesso de água ou outro solvente adequado no processo de gelatinização, devido à perda de cristalinidade (rompimento dos grânulos de amido por hidratação), ocasionando um processo de gelatinização irreversível). Estes filmes são obtidos por casting, o mais utilizado, que consiste na dispersão ou emulsão de uma solução sobre uma superfície, seguida por secagem, ou extrusão, se o amido for tratado previamente devido não a ser termoplástico, sendo então aquecido acima da temperatura de transição vítrea por compressão. Por: Ivo Henrique MATERIAL ELABORADO POR IVO HENRIQUE Filmes comestíveis de amido possuem boas características como: transparência, não exalam odor, não são tóxicos e possuem ótima barreira à oxigênio (devido as redes cristalinas e não-cristalinas de amilose e amilopectina formadas por pontes de hidrogênio). Entretanto, são hidrofílicos, têm más propriedades mecânicas sendo quebradiços e rígidos (devido às interações entre as cadeias poliméricas, além de baixa estabilidade em congelamento-descongelamento). O amido pode sofrer modificações afim de melhorias em propriedades para os filmes comestíveis. Diversas modificações físico-químicas são utilizadas, as quais são: químicas (reticulação (cross-linking), substituição, oxidação, hidrolise ácida, repolimerização) e físicas (radiação UV, ondas, pressão osmótica, irradiação, campo elétrico pulsado, secagem), que podem causar redução da temperatura de transição vítrea, melhora a barreira a vapor d’água, maior solubilidade e flexibilidade dos filmes, dentre outras características. Blenda de filmes de amido com outras matrizes tem sido extensivamente estudadas, com novas características sendo incrementadas. Filmes de amido e gelatina são elaborados, com o segundo melhorando as características mecânicas e de barreira a vapor d’água dos filmes. Filmes de amido com frutooligossacarídeos (FOS) aparentam ser promissores, com o FOS contribuindo para boa aparência dos mesmos, além da diminuição da temperatura de transição vítrea e aumento do alongamento, agindo como plastificante.
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