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Civil VI

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3. Formas de constituição das servidões: 
a) Por negócio jurídico, expressamente manifestado (art. 1.378, CC) – Duas são as modalidades possíveis aqui: o contrato e o testamento. Parte da doutrina entende que, na hipótese de instituição por testamento, seria dispensável o registro. 
Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
b) Por destinação do proprietário - Configura-se esta situação quando o proprietário de dois imóveis aliena um deles a outrem, ou quando, por causa de sua morte, atribui-se um imóvel a cada herdeiro, passando a haver entre eles o gravame. Resumidamente, a servidão exige como um de seus requisitos a pluralidade de proprietários. Ninguém pode ser serviente de si mesmo.
EX: JOÃO é proprietário de dois prédios, um dos quais, encravado, possui sua saída para a rua pelo outro, vindo a alienar um deles para ALMEIDA, estará instituída a servidão. 
A maior parte da doutrina entende pela admissibilidade desta forma de constituição, exigindo, para tanto, a presença de três requisitos:
 • Separação dos dois prédios – No sentido da necessidade de possuírem diferentes titulares;
 • Visibilidade da serventia – Ou seja, somente as servidões aparentes podem ser constituídas desta maneira; 
• Falta de declaração contrária à constituição – Neste caso, temos uma exceção ao princípio da impresumibilidade das servidões. 
A não manifestação em sentido contrário por parte dos proprietários permite a instituição da servidão. 
c) Decisão judicial – EX: JOANA e ANGÉLICA são condôminas de prédio de apartamentos, possuindo, cada uma, fração ideal do todo. Ajuizada ação por JOANA, sendo desmembrada sua fração, pode ser instituída servidão que beneficie seu imóvel.
 d) Usucapião (art. 1.379, CC) – O Código expressamente prevê a possibilidade de aquisição de servidão por meio da usucapião. O art. e seu parágrafo preveem duas modalidades de usucapião. Comum a elas a imposição de tratar-se de servidão aparente. As formas de usucapião previstas no tocante às servidões são 
Usucapião ordinária – Prevista no caput do art., que faz menção ao art. 1.242. Prevê justo-título (aquele documento que seria apto a operar a transferência do direito real, mas que, por descumprimento de algum requisito formal não o faz) e boa-fé (aqui tratamos da boa-fé subjetiva, ou seja, a ignorância sobre o fato de se estar causando dano a alguém), plus um lapso temporal de 10 anos;
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. 
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. 
4. Classificação das servidões: 
4.1. Servidões urbanas e rústicas - Tal critério leva em consideração a natureza da utilização do prédio. Assim, serão urbanas, por exemplo, o direito de apoiar a construção na do vizinho, de não criar obstáculo à entrada de luz, de não edificar acima de certa altura, etc. Servidões rústicas são a de abrir caminho para passagem de gado, de caçar na propriedade alheia, de águas, etc. 
4.2. Servidões positivas e negativas – Positivas serão aquelas que permitem uma conduta positiva do dono do prédio dominante (EX: servidão de trânsito, na qual o dono do prédio dominante pode passar através do prédio serviente). Negativas serão aquelas caracterizadas por uma omissão, por um não- fazer (EX: servidão de não construir mais alto, que visa garantir a vista pelo prédio dominante).
4.3. Servidões aparentes e não aparentes – Aparentes serão aquelas perceptíveis visualmente, como por exemplo, a de aqueduto. Servidões não aparentes são aquelas invisíveis, que não se manifestam por sinais externos. EX: servidão de não construir. 
4.4. Servidões contínuas e descontínuas - Classificação que leva em conta seu modo de exercício. Serão contínuas quando, após estabelecidas, independerem de ato humano para sua conservação. Descontínuas quando dependerem de atuação humana. 
5. Direitos e deveres decorrentes do exercício de servidões prediais:
 a) A servidão deve ser exercida de modo a não onerar o prédio serviente mais do que o necessário;
 b) O proprietário do prédio dominante possui direito de alargamento da servidão, se as necessidades de seu imóvel o exigirem, assegurado o direito de indenização ao dono do prédio serviente;
 c) O exercício da servidão não pode ser embaraçado pelo dono do prédio serviente (art.1.383);
d) Obrigação de realizar obras necessárias à utilização/conservação da servidão (art. 1.380), 
presumidamente pelo dono do prédio dominante (art. 1.381). Quando ela incumbir ao dono do imóvel serviente, este poderá exonerar -se da obrigação abandonando a coisa (art. 1.382). 
[20:01, 02/06/2021] Patrícia Ferreira: USUFRUTO (arts 1.390- 1.411)
1. Conceito de usufruto – Usufruto é o direito real sobre coisa alheia exercido pelo usufrutuário, de usar e fruir de bem pertencente ao nu-proprietário, de forma temporária, e extraindo todas as vantagens possíveis do mesmo, conservando-lhe a integridade.
[20:03, 02/06/2021] Patrícia Ferreira: 2. Objeto – O usufruto poderá ter por objeto bens móveis ou imóveis (art. 1.390, CC), singulares ou coletivos (o art. 1.392, § 3º, aborda a situação do usufruto de uma universalidade), principais e acessórios (a parte final do art. 1.390 menciona a abrangência dos frutos e utilidades, e o caput do art. 1.392 estende o usufruto aos acessórios e acrescidos). A lei também menciona expressamente o usufruto de títulos de crédito, em seu art. 1.395.
 3. Formas de constituição do usufruto:
3.1. Através de contrato – No que tange ao contrato como forma de constituição de usufruto, desdobram-se duas situações possíveis. De notar-se que para ambas, em se tratando de bens imóveis, faz-se necessário o registro do usufruto no Registro de Imóveis, bastando a tradição para a hipótese de bem móvel. São as seguintes as formas de constituição do usufruto através do contrato
 O proprietário limita sua propriedade, transferindo ao usufrutuário os direitos de uso e fruição do bem, e reservando-se os direitos de alienação e sequela. EX: PAULO, visando amparar sua filha, LUÍSA, constitui esta usufrutuária de apartamento que lhe pertence, conservando, contudo, a nua-propriedade do mesmo;
b) O proprietário transfere sua propriedade, instituindo cláusula de usufruto sobre o bem, que beneficia a ele próprio. É comum a ocorrência do fenômeno em doação com reserva de usufruto (sendo nestes casos o usufruto geralmente vitalício), que é uma exceção à chamada doação pro misero (aquela na qual o indivíduo doa todos os bens, sem que lhe sobrem os necessários à subsistência), vedada pelo Código Civil. 
3.2. Por meio de testamento – Também através deste ato de manifestação de vontade é permitida a constituição de usufruto. Caso o testamento seja omisso quanto ao tempo de duração do usufruto, presume-se que este será vitalício. A nua - propriedade do bem se transfere, pelo direito de saisina (art. 1.784, CC) aos herdeiros.
 3.3. Por usucapião (art. 1.391, CC) – O Código trouxe previsão expressa da possibilidade de aquisição de usufruto por meio de usucapião. Como silenciou acerca dos prazos, deve-se entender aplicáveis os prazos para a aquisição da propriedade por este meio.
Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
3.4. Através de lei – A lei, em determinadas situações, confere a certas pessoas (em função de determinada qualidade especial, ou função que exerçam) o direito de usufruto sobre determinado bem. Assim, o art. 1.689, I, CC/02 dispõe que o pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar, são usufrutuários dos bens dos filhos (de modo que, cessandoo poder familiar, cessa também o usufruto). 
O Código Civil de 1916 previa o “usufruto vidual”, em seu art. 1.611, para o cônjuge sobrevivente (situação não mais existente à luz do Código atual, que elevou o cônjuge à categoria de herdeiro necessário especial). Do mesmo modo, o art. 2º, I e II da Lei 8.971/94 conferiu tal direito aos companheiros, havendo controvérsias doutrinárias acerca de sua supressão pelo Código Civil vigente. 
A Constituição Federal de 1988 também conferiu direito de usufruto aos índios, sobre as terras que tradicionalmente ocupam (art. 231, § 2º).
O Código Civil de 1916 previa o “usufruto vidual”, em seu art. 1.611, para o cônjuge sobrevivente (situação não mais existente à luz do Código atual, que elevou o cônjuge à categoria de herdeiro necessário especial). Do mesmo modo, o art. 2º, I e II da Lei 8.971/94 conferiu tal direito aos companheiros, havendo controvérsias doutrinárias acerca de sua supressão pelo Código Civil vigente. 
A Constituição Federal de 1988 também conferiu direito de usufruto aos índios, sobre as terras que tradicionalmente ocupam (art. 231, § 2º). 
3.5. Por sub-rogação (art. 1.409 do Código Civil) - Tal artigo traz a hipótese do usufruto ser substituído pelo usufruto da indenização paga a título de desapropriação, ou ressarcimento de danos. EX: ROMILSON é usufrutuário de uma casa, pertencente a JOUBERT. Se esta vem a ser desapropriada, em virtude de necessidade social, ROMILSON terá direito ao usufruto sobre a indenização paga. 
4. Características do usufruto:
 a) Caráter personalíssimo – O usufruto é ato que leva em consideração as qualidades pessoais do usufrutuário, sendo por isso intuito personae. Não se transmite aos herdeiros do usufrutuário. Não pode ser objeto de alienação (por vedação expressa do art. 1.393, do CC). Admite-se, contudo, a cessão de seu exercício, a título gratuito ou oneroso. EX: JOAQUIM é usufrutuário de imóvel pertencente a ALBERTO. A lei veda a alienação de seu direito de usufruto para RONALD 
 
Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. 
b) Caráter temporário – O usufruto pode ser constituído por certo prazo (quando durará até o advento do termo final. EX: JOSÉ cede o usufruto de seu apartamento para MÁRIO, por um período de 2 anos, findo o qual o usufruto termina), sob certa condição (ocorrendo a condição resolutiva, o direito se extingue.
EX: CARLOS cede o usufruto de seu imóvel para GERALDO, até o casamento de sua filha. SE e QUANDO este se verificar, o usufruto se extingue), ou em caráter vitalício. JAMAIS será perpétuo. Em se tratando de usufrutuário pessoa jurídica, o art. 1.410, III, prevê um prazo máximo de 30 anos (contados do início de seu exercício) para sua duração.
c) Inalienabilidade – Conforme mencionado anteriormente, o art. 1.393 do Código Civil veda a alienação do usufruto. De acrescentar-se que tal vedação se restringe ao usufrutuário, nada havendo que impeça o nu-proprietário de alienar sua propriedade.