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TREINO COGNITIVO DO CONTROLE DA RAIVA OBJETIVOS • O QUE É A RAIVA? • RAIVA – SEU PERCURSO PSICOFISIOLÓGICO • A RAIVA EXCESSIVA E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O SER HUMANO • O TREINO COGNITIVO DE CONTROLE DA RAIVA (TCCR) A presença da raiva como sintoma • Transtornos de Humor (a raiva é transformada em mágoa, desalento, tem relação com tentativas de suicídio) • Transtorno de Personalidade Limítrofe (Borderline) raiva inadequada ou intensa, com dificuldade de controle, demonstrações frequentes de irritação, atos agressivos). • Transtorno de Personalidade Paranoide – percebe ataques à sua reputação que não são visíveis pelos outros e reage contra-atacando com raiva intensa. • Transtorno de Controle dos Impulsos – Transtorno Explosivo Intermitente. • Transtorno do Estresse Agudo – surtos de irritabilidade e raiva. • Transtorno do Estresse Pós-traumático (raiva prolongada) • Transtorno de Deficit de Atenção (quando a pressão se torna excessiva para a pessoa). • Padrão Tipo A de Comportamento. Compreendendo a Raiva • O que é a Raiva? • A raiva é um sentimento de intenso desconforto que resulta da percepção de alguma provocação, seja ela uma ofensa, um desacordo, mau tratamento, rejeição, agressão, frustração ou desmerecimento por parte de alguém ou entidade. O desconforto experimentado é tão grande que leva a pessoa a querer revidar e a atacar quem supostamente a enraiveceu (tendência comportamental). Raiva bou ou ruim? • A raiva em si não é uma emoção boa ou má, ela é energia, é força. • Quando excessiva, constante ou mal gerenciada, aí sim, passa a ser negativa. Função da Raiva • Defender-se frente a insultos, injustiças, maldades. No caso de autodefesa, pode ser útil, pois fornecerá a energia, o poder para reagir de forma mais eficaz. • Fomos geneticamente preparados para sentir raiva em momentos em que precisamos nos defender e neutralizar o inimigo fisicamente. Componentes da Reação de Raiva: • São cognições • reações emocionais • reações físicas • comportamentos. Mecanismo neuropsicológico da raiva • Todas as emoções são processadas pelo sistema límbico. As estruturas que compõem esse completo centro de manejo das emoções são: amígdalas (são duas, sendo uma em cada hemisfério cerebral), tálamo, epitálamo, hipotálamo, hipocampo, cíngulo e a região do septo. Mecanismo neuropsicológico da raiva • Interessante é também considerar que, devido ao fato de os sistemas neuroendócrino, neuroimune e neurovegetativo terem sua base no sistema límbico, as emoções exercem uma influência importante sobre eles. • A raiva é uma resposta tanto física como emocional que pode causar danos ao organismo, como aumento de pressão arterial, infarto, cefaleias, entre outras doenças... Mecanismo neuropsicológico da raiva • Quando a amígdala recebe uma mensagem de perigo, real ou imaginário, físico ou emocional, a glândula pituitária é ativada. Essa glândula libera no sangue o hormônio adrenocorticotrópico, que é um químico mensageiro de ativação das glândulas suprarrenais (...) o metabolismo se altera, o organismo se altera, o organismo fica energizado por meio da transformação de proteínas e gorduras em açúcar e se torna, então, pronto para a ação de lutar ou fugir contra o agente estressor. O coração se acelera para fazer circular no corpo todos os hormônios recém- produzidos do stress e da raiva, as pupilas se dilatam, a pressão arterial aumenta, o sistema digestório é inibido. Essas mudanças tem a função de aumentar a energia e o vigor do organismo, a fim de que a pessoa possa se defender de alguma ameaça. Mecanismo neuropsicológico da raiva • Justamente porque tanta energia é produzida é que há risco de a pessoa, na perda do controle, tomar atitudes impensadas e agressivas. • Algumas pessoas nessas condições, e sem controle, podem até cometer atos dos quais nunca se julgariam capazes, pois a raiva é capaz de acabar com o poder do raciocínio no impulso, devido à incapacidade cognitiva gerada pela produção de hormônios e à estimulação de centros cerebrais que regulam as emoções. • “FIQUEI CEGO DE RAIVA” Raiva: estado ou traço • Raiva estado: • é caracterizada pela sua curta temporalidade; • é como a pessoa se sente em determinado momento; • varia desde uma certa irritabilidade até a fúria; • A intensidade do estado de raiva depende da percepção que a pessoa tem do evento que ela esteja vivenciando. Raiva traço • É a tendência a perceber diversas situações como desagradáveis e frustrantes, gerando elevações mais frequentes no estado de raiva. • Dois componentes: a) temperamento; b) sua expressão (aprendido na cultura/família). Reação da Raiva • Raiva para fora: falas, expressões e ações dirigidas para outras pessoas ou objetos do meio. Exemplo: Bater ou quebrar coisas, criticar, insultar, usar de sarcasmo, ameaçar... • Raiva para dentro: supressão do sentimento. Raiva que não é expressa claramente • Pensamentos suicidas; • Raiva no trânsito; • Machucar-se por descuido ou por impulsividade; • Pensamentos negativos sobre todos ao seu redor, criticar com frequeência • usar sarcasmo, • dificuldade de relaxar • competitividade excessiva • dificuldade em aceitar críticas e dificuldade de aceitar a opinião dos outros e sentir que a vida é constantemente uma batalha • Sinais físicos de raiva podem ser: pescoço duro, dor nas costas, hipertensão e problemas estomacais e intestinais. Thomas Harbin • Há quatro tipos de pessoas raivosas O que suporta tudo • É a pessoa que passa por humilhações e injustiças enormes e não toma nenhuma atitude, que sempre encontra desculpas para o comportamento de quem a agride. Engole o desaforo, a vergonha, a frustração e a raiva, e tem dores de estômago cada vez maiores, tensão muscular quando é ofendido e insônia. Quando pessoas ao seu redor, que presenciaram o episódio, mostram sua empatia, isso a faz se sentir pior ainda, pois sente-se mais humilhada do que nunca e deseja que ninguém tivesse presenciado o que ocorreu. Acha que um homem de verdade teria reagido, acha-se um covarde. Fica lembrando do que ocorreu várias vezes e sente que “deveria” ter agido diferentemente. Mas, da próxima vez, age do mesmo jeito, porque não aprendeu a lidar com a raiva justa de modo construtivo. O reclamador • É aquele que reclama de tudo e de todos, o tempo todo. Tudo sai errado em sua vida e ele não assume a responsabilidade de tomar a direção dos eventos e resolver os problemas. É sempre culpa dos outros. Ele reclama e choraminga sobre tudo ao seu redor, é o chefe que é injusto, é o procedimento no trabalho que é falho, é a namorada que é ruim, é o tempo que está feio, é o serviço no restaurante que não presta etc. o clima ao seu redor fica tenso e pesado, negativo, as pessoas se deprimem e se afastam. Em geral, pessoas assim, estão tentando que as outras façam as coisas que competiria a elas fazer, querem também que alguém reforce sua autoestima. Ele choraminga para que os outros o ajudem e confortem. Sente-se desamparado. Não tenta enfrentar o que está errado em sua vida, a fim de consertar o problema, não tem mão ativa em sua própria vida. Sua passividade o impede de assumir a liderança de sua vida e sua reclamação constante serve para alimentar a sensação de que a vida é injusta. O debatedor • Em geral, é uma pessoa divertida, que conta piadas, que quer ser o centro das atenções e que não permite que discordem dela, de modo algum. É o dono da verdade. Não respeita os direitos dos outros nem as opiniões contrárias às suas. Contesta as ideias dos outros como uma maneira de evitar que as outras pessoas descubram seus sentimentos. No fundo, ele não se sente tão inteligente quanto quer aparecer. Controlar a conversa é uma maneira de não deixar as outras pessoas falarem sobre assuntos que ele talvez saiba menos ou que possam humilhá-lo. A raiva está por trás de seu comportamento debatedor.O Agressor • É o pior de todos os casos de pessoas raivosas, pois é aquele que utiliza a violência física quando perde o controle. Xinga, humilha e finalmente agride, sem ou com pouca provocação. A tendência desse tipo é brigar e agredir quando se sente frustrado. Quando se frustra, tem dor, está com ciúmes ou se sente humilhado, tem vontade de bater em alguém. Aprendeu que a violência o leva a ganhar as discórdias, amedronta os outros, e isso lhe dá uma sensação de superioridade, mesmo que passageira. Para muitas pessoas assim, a tendência a agredir quando algo sai errado resulta em um vínculo automático, cada vez mais forte, entre as emoções desagradáveis e de ansiedade e a violência física. Por trás de toda essa violência existe uma tentativa absurda de esconder o medo e uma necessidade muito profunda de ser cuidado, que amedronta a pessoa, que deseja parecer sempre forte e em controle de tudo, porque não aprendeu a lidar com esses sentimentos. Essa inabilidade de lidar com esses sentimentos gera mais raiva ainda. Raiva aspectos sociais • Negar o sentimento se torna tão automático, produto de um condicionamento de anos, que a pessoa não percebe que está com raiva, e assim é roubada da possibilidade de escolher como agir. Raiva e Estresse Consequências da Raiva Excessiva • Excesso: • Frequência (ocorre muitas vezes) • Duração (persiste por tempo prolongado) • Desproporcional intensidade frente ao estímulo que a provocou. Avaliando a contribuição do Estresse para o Raivoso • Não seria correto dizer que o estresse sempre leva à raiva, porém se pode afirmar, com certeza, que a raiva leva ao estresse emocional. Fases do Estresse • 1 – Fase de Alerta • 2 – Fase de Resistência • 3 – Fase de Quase Exaustão (parecida com a fase anterior porém difere na intensidade dos sintomas) • 4 – Fase de Exaustão Avaliação dos padrões de Pensamento • Comuns em pessoas raivosas: • Crítica exagerada, irracional e injusta (contra si mesmo e os outros) Aprender a ser racional e justo consigo mesmo ajuda a ser racional e justo com os outros também. DISTORÇÕES COMUNS • Leitura mental – Eu nem perguntei por que ele estava zangado comigo, eu já sabia! • Pensamento tudo ou nada – “Se não é meu amigo é meu inimigo!” • Supergeneralização – “Sou muito azarado, sempre encontro gente lenta”. • Catastrofização – “é terrível que minha namorada tenha viajado sem mim!” • Personalização – “Se a empresa não fechar este contrato é culpa minha” Desenvolvimento da Raiva • Etapas: • 1 – Evento desencadeador (real ou imaginário) • 2 – Interpretação: a pessoa avalia negativamente a situação como ameaçadora • 3 – Estresse – manifestações físicas e psicológicas • 4 – Comportamento de raiva • 5 – Reavaliação sob a ótica do forte sentimento de raiva. • 6 – Escalonamento da Raiva TCCR - Treino Cognitivo de Controle da Raiva. TRATAMENTO CAUTELA • Grupo: não recomendado conduzir sessões terapêuticas com muitos participantes; • Individual: atendimentos de preferência em horários e locais onde outras pessoas possam estar por perto para auxiliar o terapeuta se for preciso; Algumas dificuldades na avaliação • Com crianças é comum a queixa específica relacionada a raiva excessiva ou a comportamentos agressivos. • Em adultos poucos são os que diretamente vem tratar esta queixa, ela pode aparecer junto a queixas como: “dificuldades de relacionamento”, “fui demitido”, “tenho problemas com meu conjuge, vizinhos ou colegas...” Cabe ao terapeuta avaliar o quanto a raiva tem contribuído na manutenção dos problemas percebidos pelo cliente. O Treino Cognitivo da Raiva (TCCR) Primeiramente: - Desenvolver a habilidade de distinguir quando a raiva é JUSTA e ÚTIL ou quando é EXCESSIVA, INJUSTA, OU INADEQUADA. A) Identificar cognições, perceber as sensações físicas e emocionais que antecedem a expressão da raiva (que podem servir de sinal de que a pessoa está para ter uma reação forte); B) Após a identificação desses aspectos, utilizar a reestruturação cognitiva e a parada de pensamento, a fim de mudar as cognições que acompanham a reação de raiva, quando ela for avaliada como excessiva ou inapropriada. C) Respiração profunda e relaxamento para redução da excitabilidade fisiológica gerada pela ação energética da raiva; O Treino Cognitivo da Raiva (TCCR) D) “Ação Responsável”, ou seja, emissão de um comportamento que resolva, ou reduza, a situação geradora da raiva, por meio de um comportamento adequado ao evento presente. Por “ação responsável” se entende o comportamento que diminua o conflito e traga alguma satisfação para a pessoa; E) Autorreforço pelo controle da raiva quando isso tiver ocorrido e, se não ocorreu, planejamento de como lidar com situações semelhantes de modo apropriado no futuro. Cartilha sobre a Raiva • Psicoeducação – Apostila de como controlar sua raiva – participação ativa do paciente. (ANEXO A Lipp, 2010) Plano Terapêutico do TCCR • Elaborado para grupo mas pode ser adaptado para uso individual. • APÓS uma boa avaliação do caso clínico Sessão 1 • Dinâmica de apresentação • Relato de algum episódio de expressão da raiva do qual não gostaram. • Como se sente ao expressar a raiva do modo que geralmente o faz? • Que consequências tem para si mesmo e para os outros? • Por que quer mudar? • Por que está preocupado com a raiva? • Cite algo que perdeu por causa do modo de expressar a raiva. • A raiva causa estresse? Como isso ocorre? • Explicação do que é o TCCR • Discutir os conceitos da apostila: o que é RAIVA? • Tenho direito de ter raiva? • Por que se preocupar com a raiva? Tarefa de casa: Anotar quantas vezes sentiram raiva durante a semana. Sessão 2 • Discutir a tarefa de casa; registrar para comparação futura. • Questionar se após ouvir o que foi discutido na sessão anterior se fez algo diferente. • Perguntas a responder: • Quando a sua raiva é válida? – É sempre válida. É seu direito. Valide sua raiva. Não a critique, não se culpabilize, não finja que ela não está aí. Mas cuidado com o que faz com ela. • Quando a sua raiva é inútil? Pergunte a si mesmo: “Minha raiva está me ajudando nesta situação?” • Quando a sua raiva é justa? Quando não envolve distorção cognitiva e está no seu direito de contestar injustiças, maustratos etc. Minha raiva está direcionada a alguém que propositadamente e sem necessidade agiu de forma cruel, rude ou agressiva comigo?” Quando sua raiva é um problema? Veja os cinco sinais de que sua raiva pode ser um problema: a) Quando é frequente demais. b) Quando é intensa demais; c) Quando dura muito; d) Quando leva à agressão física ou verbal e) Quando perturba o trabalho ou as relações interpessoais. Sessão 2 • Discutir as seguintes declarações: “Se quiser ter prazer por um minuto, vingue-se, se quiser ter paz por toda a vida, aprenda a perdoar”. “Estou à mercê de qualquer tolo que resolva me provocar” “Quem tem o controle das emoções tem o poder” “Que triste que esta pessoa esteja tão fora de si”. Exercício: Mencionar dois modos típicos de expressar sua raiva e pensar em alternativas mais eficazes. Tarefa de casa: Manter o registro do sentimento de raiva e dos comportamentos consequentes (as reações físicas e emocionais que tiveram). SESSÃO 3 • Pedir o registro e discutir o que trouxeram enfatizando que a reação de cada pessoa é fruto de sua percepção e interpretação. • Levantamento de eventos eliciadores da raiva • Dinâmica: Role play dos pensamentos. • Exercício de respiração profunda. • Discutir (vide anexos) • Exercício de respiração profunda e diálogo interior: • Como eu pensaria se fosse com ele? • Tarefa de casa: Manter o registro do sentimento de raiva e dos comportamentos subsequentes. Sessão 4 • Rever os registros – Dizer que na próxima sessão os gráficos serão mostrados. • Avaliação racional mínima x avaliação racional máxima. • Reações físicas – Completea frase: Quando estou com raiva sinto... “ Discutir o conceito de ação responsável. Exercício de respiração profunda e diálogo interior: “O que tenho vontade de fazer neste minuto posso fazer depois de pensar em tudo, se achar que quero”. Tarefa de casa: Registro do sentimento de raiva, dos comportamentos e das consequências. Sessão 5 • Verificar Registros e mostrar e discutir os gráficos. • Discutir os estilos de raiva: para fora e para dentro. • O que faz passar a raiva? • Diálogo interno, relaxamento, respiração e time-out. • Rever as 4 perguntas sobre a raiva • Pensar na última vez que sentiu raiva... Da próxima vez que ação responsável eu posso tomar? • Dar uma nota de 1 a 10 para um episódio de raiva da última semana. Houve agressão? Que comportamento resultou da raiva? Tarefa de casa: manter o registro do sentimento, nota de intensidade de cada episódio. Anotar o que fez com a raiva. Sessão 6 • Verificar registro e mostrar os gráficos. Deixar que discutam os gráficos. • Componente emocional da raiva: “Quando estou com raiva sinto...” Como expressar sentimentos sem ser agressivo. Como aprenderam a expressar a raiva? Pais, professores, cônjuges... A importância do modelo. Discutir princípios de aprendizagem. Como evitar a armadilha da raiva? Expectativas como fontes previsíveis de raiva. A técnica do time-out (TO); isolar-se da situação que gera raiva até ter controle. Dizer para a pessoa que está lhe dando raiva: “Estou começando a sentir raiva, vou sair de perto”. Discutir os componentes dessa frase. Exemplo: “eu” em vez de xingar; “começando a sentir raiva” está validando o sentimento; “vou sair de perto” envolve ação responsável. Não diga “preciso sair daqui”, porque envolve falta de controle; diga “vou sair de perto”. Saia por uma hora de perto até se acalmar. Anteriormente, explique para as pessoas mais próximas o que é o TIME-OUT; se não explicou, saia de todo modo. Não beba ou use drogas, isso só piora. Faça algo produtivo (exercício, ginástica, andar, ler etc). Use o TO como prática. Discutir com o grupo esse método. Relaxamento. Sessão 7 • Verificar registros e mostrar os gráficos. Deixar que discutam extensivamente. • O controle cognitivo da hostilidade: lidando com três partes do processo. • Como escutar o próprio corpo. Quando ele fala, ele não quer contra- argumentos, mas, sim, ações responsáveis. • Tensão é o primeiro sinal de que a raiva vai ocorrer. Discutir os vários modos de relaxar, enquanto mantém um diálogo antirraiva, e de reduzir o estresse. • Identifique as provocações que poderá ter de enfrentar e as classifique em quatro categorias: frustrações, irritações, abusos e injustiças. • Trace um plano para lidar com ela. • Exercício: Fechar os olhos e pensar em alguma provocação que em geral lhe dá muita raiva. Respire fundo e relaxe. Mantenha a imagem vivida até que consiga relaxar completamente. • Tarefa: o treinamento exige manter registro do sentimento de raiva e da nota de intensidade de cada episódio. Anotar o que fez com a raiva. Sessão 8 • Verificar registro e mostrar os gráficos. Mostrar a diferença. Rever todo o trabalho. Avaliação do trabalho por parte do cliente. • Síntese do tratamento TCCR – 11 passos 1. Reconheça que está com raiva. 2. Aprenda a reconhecer o que dá raiva em você. 3. Aprenda a reconhecer as três etapas da raiva: pensar que algo é uma afronta, sentir no corpo algumas reações e agir agressivamente. 4. Entenda que algo só se torna uma provocação se você achar que é. 5. Entenda que as reações físicas da raiva têm o poder de aumentá-la. 6. Compreenda que reagir agressivamente vem no fim e que, portanto, dá tempo de controlar a si mesmo antes que a raiva exploda. Sessão 8 1. Sempre tente dominar a raiva na sua fase inicial, isto é, verifique se o seu modo de avaliar a situação que você acha uma provocação pode ser mudado. Para tal, mude a sua conversa consigo mesmo. 2. Quando perceber que a raiva está aparecendo no seu corpo, que seu coração já começou a bater muito rápido, que seu corpo e mente estão ficando tensos, que está desenvolvendo uma sensação de sufoco, tente relaxar para ver se elimina essas reações. Experimente dizer para si mesmo: “Cal... ma... , Cal...ma...”, “preciso tomar cuidado para não deixar a raiva me dominar”, “há outro modo de ver as coisas”, “vou deixar para reagir amanha, quando tiver pensado sem raiva”, “sempre posso reagira amanha, se quiser”, “não vou correr o risco de ficar doente por causa da minha raiva”, “estou aborrecido mas isso não é o fim do mundo”, “Quem mantém a calma mantém o controle”, “posso assumir o controle das minhas emoções”. Sessão 8 1. Ao mesmo tempo que vai conversando consigo mesmo, respire profundamente pelo nariz e solte o ar devagar pela boca. 2. Tente encontrar modos de por para fora a raiva; por exemplo, faça ginástica, caminhe, dance, cante, ria, seja positivo, converse sobre ela. 3. Quando já estiver em controle da sua raiva, tente resolver a situação que o fez ficar tão aborrecido. Acompanhamento - Prevenção de Recaída • É aconselhável marcar retornos de 15 em 15 dias, depois espaçá-los para sessões mensais e finalmente passá-los para sessões semestrais, até que a alta definitiva possa ser dada. • Nestes retornos os princípios básicos do TCCR devem ser revistos, principalmente as estratégias, reforçando seu uso e incentivando sua manutenção. Técnicas para o Manejo da Raiva Técnica de relaxamento • Respiração diafragmática e Relaxamento Progressivo Técnica da Mochila • Técnica de imaginação • Objetivo: minimizar o sentimento de raiva antigo. “Feche os olhos, respire profundamente. Imagine que você está com uma mochila nas costas e vai colocar dentro dessa mochila coisas ruins que fizeram com você, coisas que não fizeram por você e que deveriam ter feito... Coloque na mochila as mágoas, a raiva que sente ainda hoje dessas coisas... Sinta o peso dessa mochila... Agora imagine que ao seu lado tem uma lixeira bem grande. Coloque a mochila no chão e escolha algo que lhe causou bastante mágoa e raiva, e diga: “– Acabou, acabou, é do passado”. Jogue no lixo e tampe a lata. Repita: “Acabou, acabou, é passado”. Abra novamente a mochila e escolha outra situação que ainda está pesando na mochila. Feche bem o saco de lixo e lembre-se que dentro dele tem suas mágoas. Imagine um riacho do seu lado que corre bem forte. Jogue esse saco de lixo no riacho e fale: “Acabou, acabou, é passado....” Deixe que o rio leve isso para longe de você. Sinta a mochila mais leve. Se surgir novamente em sua cabeça essa situação, lembre- se: “Acabou, acabou, é passado”. Respire profundamente de novo e abra os olhos, se sentindo mais leve sem tanto peso de mágoas e raivas passadas. Técnica da Ansiedade • Objetivo – mudança de pensamentos associada a respiração profunda. 1 – Reconheça que está ansioso – diga: “estou ansioso” e descreva todos os sintomas que está sentindo). 2 – Diga para si mesmo: “Ninguém morre de ansiedade! Vou me controlar! Sei que vou conseguir!” 3 – Respire profundamente... Lentamente... Conte mentalmente até 10 inspirando e até 5 expirando pela boca. 4 – Faça uma mudança de pensamento 5 – Pense em algo bom, positivo, que já tenha programado imaginar em momentos de ansiedade. Técnica do Pinheiro • Técnica de imaginação em que a pessoa é solicitada a imaginar um pinheiro pequeno (de poucos centímetros) e a pisar sobre ele; em seguida, solicita-se que imagine um grande pinheiro e tente pisar sobre ele. Finalmente, os pinheiros são comparados aos sentimentos de raiva e/ou ansiedade, com o objetivo de trabalhar a prevenção da escalada deles. Técnica Time-out • Objetivo controlar a raiva ou a ansiedade, mesmo que a pessoa não possa fisicamente sair do local. É dito para o paciente: • “Retire-se da situação que o aborrece. Se não puder sair fisicamente, imagine-selonge dali pensando em algo diferente. Respire lenta e profundamente”. Técnica Parada de Pensamento • Objetivo: Impedir a escalada dos sentimentos de raiva ou ansiedade em situações de difícil manejo, associada a imagens de relaxamento, com o objetivo de autocontrole e planejamento para ação responsável. Para ensiná- la ao paciente, é necessário primeiro explicar por que parar de pensar no assunto que está mantendo ou aumentando a raiva é importante. Diz-se o seguinte: “Respire profundamente. Pense em algo que irrita muito você. Agora, imagine em sua mente uma tela grande de TV. Imagine a letra P (maiúscula) verde, A (maiúscula) amarela, R (maiúscula) azul, E (maiúscula) branca e um ponto de exclamação preto. Imagine a palavra PARE! PARE! Leia a palavra PARE! Três vezes. Agora, imagine a imagem de uma cachoeira. Sinta a frescor da água, sinta paz, sinta calma. Respire fundo e abra os olhos. Técnica da ação responsável • É a Técnica mais importante do TCCR, pois é a que gera resultados mais duradouros. Quando entendida e incorporada no repertório da pessoa, passa a servir para impedir atos de violência e impulsividade dos quais ela se arrependeria mais tarde. É uma técnica de mudança de pensamento, com o objetivo de lidar adequadamente com os sentimentos de raiva ou ansiedade. É dito para o paciente: “Diante de uma situação difícil, questiona: Vale a pena? O que é que eu vou ganhar com isto? Quais serão os benefícios e as perdas? A ação responsável é aquela que me ajuda a me sentir melhor, porque consegui reconhecer meu sentimento, usei um pensamento racional e, consequentemente, meu comportamento foi responsável. Não há nada que eu queira dizer agora que não possa dizer depois de ter pensado melhor a respeito, se achar que devo. TCCR
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