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HISTÓRIA NAVAL Aula 11 Prof. Giovanni Mannarino Monitora: Mônica El-Jaick Segundo Reinado (1840-1889) Tema muito importante para a prova da marinha, por isso deve ser estudado com atenção. A Guerra do Paraguai, por exemplo, sempre cai em provas. Vimos na aula passada que em 1840 foi dado o golpe da maioridade para que D. Pedro pudesse assumir o trono, dando fim ao período regencial. Com a coroação de D. Pedro II, as revoltas pelo país tem fim. Sua primeira ação foi reorganizar politicamente o território. Diferente do parlamentarismo tradicional,foi instituído o parlamento às avessas. O Rei indicava o 1º ministro e não o parlamento. D. Pedro favorece a centralização política no RJ através da retomada do Conselho de Estado que tinha deixado de existir no período regencial e da reforma do Código de Processo Criminal. Outro ponto a ser destacado é a criação da tarifa Alves Branco, em 1844. Ela regula as taxas alfandegárias e contribui para o fomento do mercado interno. As taxas eram muito baixas, D. Pedro elevou essas taxas para aumentar a arrecadação (30% se o produto não fosse produzido no Brasil e 60% se o Brasil já produzisse). Isso acaba por fomentar o mercado interno (consequência indireta). Em relação à abolição do tráfico de escravos (vinda de escravos da África), essa prática estava sob pressão desde 1808. O Brasil dá fim em 1850. Vários acordos foram assinados antes, mas o tráfico nunca era encerrado. (1810, 1815, 1826, 1831), pois o escravismo era a base da economia brasileira. Bill Aberdeen (1845)- Lei inglesa que dava o direito à Marinha Inglesa de aprisionar qualquer navio que traficasse escravos no Atlântico. Isso pressionou muito o Brasil. Lei Eusébio de Queiros (1850)- Fim definitivo da legalidade do tráfico (não da escravidão). No mesmo ano veio a “Lei de Terras” que regulamentava o acesso às terras. Inibe o acesso de qualquer pessoa, as terras deveriam ser compradas. Colabora para a concentração fundiária. Cria uma grande reserva de mão de obra. Conflitos Revolta Praieira (1848) Mais uma vez o palco é Pernambuco. Rebelião entre os grupos de elite, que disputavam o poder político de Pernambuco. Família Cavalcanti (liberais) x Família Rego Barros (Partido Conservador). O Partido da Praia (também de elite) é fundado contra o domínio das famílias que se perpetuavam. Essa revolta tem influência da “Primavera dos Povos” – França. Ocorre que a revolta contagia as camadas populares. A revolta tomou engenhos e vilas da zona da mata e interior, não fica na capital. Tropas da capital partem para confrontar os rebeldes, esvaziando a capital de defesas. Rebeldes aproveitam o esvaziamento da cidade e atacam Recife em 1849. Daí surge a participação da Marinha: embarcações que estavam na cidade dão apoio na defesa da cidade evitando que ela fosse tomada. Marinheiros e fuzileiros navais desembarcam e embarcações utilizam seus canhões para dar apoio as tropas em terra sob o comando do vice-almirante Joaquim José Ignácio, Visconde de Inhaúma. Governo Imperial envia, a seguir, uma tropa sob o comando do coronel José Joaquim Coelho que consegue derrotar o movimento no interior. Economia brasileira O café era a base do poder da elite brasileira. Começa a ser plantado na zona costeira do litoral do RJ e do litoral Norte de SP (facilitava o escoamento). Vai adentrando o interior, encontrando áreas mais férteis. (área do vale do Paraíba do sul). Para isso se torna essencial a construção de estradas de ferro. Quais os motivos da expansão cafeeira para o oeste paulista? -Terra Roxa, terreno regular, ferrovias, porto de Santos; -Vários fatores estimulam a onda de investimentos (Tarifa Alves Branco, Abolição do Tráfico e lucros do café); - Setores: industrias, bancos, companhias de navegação, seguradoras, colonização, mineração, transportes urbanos, gás, ferrovias; Tudo isso por conta da expansão cafeeira, gerando uma modernização na economia. O destaque foi Irineu Evangelista de Sousa – Barão de Mauá, que participa de novos investimentos e do início da industrialização. (Atenção para a relação entre industrialização e o café). Política externa Questão Christie (1861-65): Problemas diplomáticos com a Inglaterra gera o corte de relações. Questão Platina: Relações com os vizinhos da Bacia do Prata. Guerra Contra Oribe e Rosas (Guerra do Prata) Oribe (uruguaio) e Rosas eram caudilhos (políticos). Oribe era do Partido Blanco e lutava contra o Partido Colorado que estava no poder. Essas disputas eram extremamente importantes para o Brasil (principalmente gaúchos) pois podiam beneficiá-los ou prejudicá-los. O Brasil declara guerra contra Oribe e apoia o partido colorado. Rosas (Buenos Aires) era aliado de Oribe. Tentativa de criar um grande país, dominando o Uruguai (tornar-se-ia uma província Argentina). Rosas promete apoiar Oribe em troca da anexação da província. O que é um caudilho? Membro da elite local que utiliza sua força militar e prestígio para impor suas vontades políticas. Lideranças do projeto: Juan Manuel Rosas (liderança da Federação Argentina desde 1835); Manuel Oribe (líder da oposição no Uruguai – Partido Blanco); A ação era estrategicamente ruim para o Brasil que não desejava ver a Argentina poderosa. Em 1851 é estabelecida uma aliança entre Brasil, o governo Uruguaio e um oposicionista do governo de Rosas na Argentina (Justo José de Urquiza). Assim temos o seguinte conflito: A Marinha brasileira atua dando suporte às tropas em terra para defender o governo do Uruguai. Comandante da Força Naval: Chefe-de-Esquadra John Pascoe Grenfell. É feito um bloqueio estratégico no Rio da Prata, impedindo que as tropas derrotadas atravessem o rio e se juntem às tropas argentinas de Rosas. Esse bloqueio foi fundamental para enfraquecer o adversário. Coube à Marinha a missão de transportar tropas pelo Rio Paraná, tendo que ultrapassar uma fortificação inimiga guarnecida por 16 canhões e 2800 homens em um ponto estreito do Rio: o ‘Passo de Tonelero’. Os navios à vela (que possuíam canhões no costado lateral e eram mais lentos) foram rebocados pelos navios à vapor (sem canhões no costado, já que possuíam rodas laterais, o que os tornava mais rápidos). Essa foi a estratégia adotada pela Marinha brasileira. Essa é uma primeira modernização a partir da revolução industrial. A Força Naval brasileira tinha quatro navios à vapor (Dom Afonso, Dom Pedro II, Recife Dom Pedro) e três à vela (as corvetas Dona Francisca e União, e o brigue Calíope). A vitória final dos aliados contra Rosas se deu na “batalha do Monte Caseros”. Esse foi um dos primeiros conflitos do Brasil com seus vizinhos. O país voltaria atuar na Guerra contra Aguirre em 1864. Nesse contexto, surgiram novos conflitos entre blancos e colorados. Com o apoio do presidente argentino Bartolomeu Mitre, Venâncio Flores, líder colorado, invade o Uruguai para derrubar o governo blanco. O Brasil apoia essa invasão. Há também a atuação do Paraguai, que até então não se envolvia em conflitos. Faz alianças para defender a livre navegação necessária ao país. Quando o Brasil derruba o partido blanco, o Paraguai vê como uma afronta. A intervenção brasileira no Uruguai e queda do governo colorado provoca a reação de seus aliados paraguaios. A guerra contra Aguirre acaba sendo o estopim da guerra do Paraguai, que será analisada na próxima aula. Questões Na política externa do Segundo Reinado, o Brasil desenvolveu intervenções no Uruguai, na Argentina e no Paraguai, caracterizando: a) As Questões Platinas. b) A Questão Militar. c) A Questão Religiosa. d) A Guerra do Pacífico. e) A Guerra do Chaco. Gabarito: A Ao longo do século XIX, a política externa do Brasil Império caracterizou-se por constantes conflitos na região platina, porque: a) as estâncias gaúchas deviam ser indenizadaspelos danos causados por invasores paraguaios, que deixaram de pagar-lhes as indenizações. b) os franceses tinham pretensão de dominar o Rio da Prata e, como eram aliados do Brasil, exigiam constantemente a presença de nossa esquadra nessa região. c) o Brasil, para defender o princípio da livre navegação na Bacia Platina, intervinha militarmente na região. d) o Brasil envolvia-se constantemente na política interna dos países platinos, sempre defendendo os "blancos" do Uruguai. e) da proclamação de nossa independência até meados do século XIX a intervenção na região do Prata foi exclusivamente diplomática, passando, depois disso, a ser militar. Gabarito: C Atenção: Brasil defendia os Colorados. Não havia intervenção exclusivamente diplomática.
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