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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 3 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA LÍNGUA PORTUGUESA ...................................................................................................... 4 Dia da Língua Portuguesa – a importância do nosso idioma ....... 4 O Surgimento da Língua Portuguesa ........................................... 4 A Importância do Português no dia a dia ..................................... 5 3 A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA ............................................... 6 A origem do português europeu ................................................... 6 A disseminação do português em outros lugares ........................ 7 A origem do português brasileiro ................................................. 7 O porquê de português de Portugal e português brasileiro .......... 8 Países onde o português é a língua oficial................................... 8 Países e territórios onde o português possui relevância .............. 9 O português vem do latim vulgar ................................................. 9 4 EVOLUÇÃO DA LINGUA PORTUGUESA ............................................10 5 GEOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA ..........................................11 6 OS DESAFIOS DA VIDA CONTEMPORÂNEA E O REFLEXO NAS PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA ............12 7 A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA ...................................14 8 FATORES QUE MOSTRAM A IMPORTÂNCIA DO PORTUGUÊS NO COTIDIANO ..........................................................................................................16 É importante saber a Língua Portuguesa? ..................................20 9 A LÍNGUA INGLESA NO NOSSO PORTUGÊS ...................................22 As competências de Língua Portuguesa na BNCC .....................24 O centro das práticas de Língua Portuguesa e Linguagens .......25 A apresentação dos eixos organizadores de aprendizado ..........25 2 10 COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL .....................................................................................25 11 REPENSANDO A LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO .......26 12 SAIBA COMO AJUDAR ESTRANGEIROS A FALAR PORTUGUÊS ...28 Fale inglês ...................................................................................29 Conheça as necessidades e expectativas do aluno ....................29 Promova o aprendizado por meio de atividades dinâmicas ........30 Fale apenas português ...............................................................30 Dê importância à pronúncia ........................................................30 Use expressões corporais ...........................................................31 Seja paciente ..............................................................................31 13 COMO ENRIQUECER O VOCABULÁRIO DOS ALUNOS DO COLÉGIO? 31 Aprender vocabulário do português no ensino primário ..............32 Ensinar o vocabulário do português no primário: programas escolares 33 Aulas de português no fundamental: como ensinar o vocabulário?34 Mobilize todos os tipos de memória ............................................35 Jogos para aprender o vocabulário .............................................36 14 PORTUGUÊS PARA FILHOS NASCIDOS E CRIADOS FORA DO BRASIL 37 Qual a importância em transmitir o idioma nativo dos pais para os filhos 37 Como ensinar português para os filhos desde o nascimento? ....38 Como ensinar o português para os filhos em idade escolar?......39 15 O ensino de língua portuguesa: aspectos metodológicos e linguísticos40 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................52 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. 4 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA LÍNGUA PORTUGUESA Dia da Língua Portuguesa – a importância do nosso idioma No dia 5 de maio, comemoramos o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona. Essa data foi estabelecida pela CPLP, sigla para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que é uma organização formada exclusivamente por nações que falam esse idioma e tem o propósito de unir e trazer cooperação entre os países. A data foi selecionada em 2009, enquanto acontecia uma reunião de conselho em Cabo Verde com todos os países participantes da CPLP. No dia do evento, foi grandemente debatida a importância cultural e a influência da língua portuguesa no restante do mundo, sendo destacada principalmente a parte de vínculo histórico com Portugal e a boa convivência entre os países, o que levou a estabelecer um dia específico para a comemoração. De fato, a língua portuguesa é muito importante e falada por cada vez mais pessoas ao redor do globo. Atualmente ela é o idioma oficial em Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné- Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, na região de Goa na Índia, em Macau na China e no Brasil, e falada por mais de 260 milhões de pessoas, conforme o embaixador Luís Faro Ramos, presidente do Instituto Camões. É também o terceiro idioma mais falado no ocidente e a quinta língua com mais falantes em todo o mundo. O Surgimento da Língua Portuguesa Há muitos anos atrás, na Europa, existia apenas um idioma. Com a grande quantidade de imigrações entre nações, as línguas foram se transformando e deram origem a cinco divisões: o românico, helênico, germânico, eslavo e céltico. A partir da língua românica, também chamada de latina, se formaram vários idiomas, como o francês e o italiano. O latim era falado por muitos tipos de pessoas e com o tempo foi ganhando também uma divisão interna. O latim clássico era usado pelos ricos e instruídos, pessoas cultas na sociedade, enquanto o latim vulgar (introduzido pelos romanos) era falado pela 5 maioria do povo comum. Com isso, foram-se criando novos dialetos até que a língua portuguesa fosse constituída, sendo usada em toda a faixa da península ibérica. Fonte: slideplayer.com.br Até hoje, o idioma está em constante mudança e aos poucos passa por alterações. Em cada país em que é falado o português, há um sotaque específico e expressões características. A Importância do Português no dia a dia Atualmente, em nosso dia a dia, ter conhecimento em língua portuguesa é fundamental para realizar atividades corriqueiras como ler e escrever e também para fazer outras mais complexas, como obter destaque e diferenciação no meio profissional. Isso tudo porque nossa transmissão de ideias melhora com o conhecimento da língua, assim como a comunicação. O conhecimento gramatical e coloquial, especialmente em relação ao seu domínio culto, é fundamental para qualquer pessoa no meio profissional. Desde os estudos na escola até a faculdade, a língua portuguesa é crucial paraos que precisam interpretar questões, fazer uma boa redação e redigir um bom trabalho de conclusão, sendo diretamente ligada a um bom aprendizado também. 6 No ambiente de trabalho, o conhecimento em língua portuguesa também é fundamental. Os que conseguem dominar bem o português estão aptos a elaborar melhor os seus currículos, fazer boas apresentações pessoais, ter um bom desempenho na comunicação e interpretação de ideias.1 3 A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA Há quem diga que a língua portuguesa é um idioma sem muita repercussão e pouco falada no mundo, inclusive, geralmente associa o idioma português a Portugal ou ao Brasil, e ainda imagina que somente esses países falam o idioma português. Contudo, é aí onde muita gente se engana. O que muita gente não sabe é que na África, como Angola, Moçambique e Cabo Verde, também se fala em português. E tem mais: até mesmo em lugares da Ásia e da Oceania, incluindo Timor Leste, Goa e Macau. Aproximadamente 250 milhões de pessoas em todo o mundo falam o português como sua língua nativa e mais de 200 milhões somente no Brasil. A origem do português europeu O português é uma das línguas românicas, um título que se refere à sua língua materna, o latim vulgar, ou seja, o português tem suas raízes em latim. O latim era a principal língua falada em Roma durante o auge do Império Romano. No entanto, o crescimento e a expansão do Império Romano tiveram um tremendo impacto no latim. Dois dialetos distintos do latim evoluíram, a saber, latim clássico e latim vulgar. O latim clássico era usado na sociedade de classes altas e em todos os assuntos administrativos e políticos, onde era razoavelmente estável. O latim vulgar foi desenvolvido a partir da fala mais comum do povo; foi usado por soldados, cidadãos comuns e até pelos povos conquistados por Roma. Assim, quando os romanos conquistaram a Península Ibérica (atualmente Portugal e a província espanhola da Galícia), os soldados e cidadãos que foram enviados para habitar a terra da Península falavam uma forma de latim vulgar. O latim vulgar substituiu basicamente todos os idiomas locais anteriores. 1 Extraído do link: www.catho.com.br 7 Assim, o latim vulgar evoluiu para a língua galego-portuguesa. Houve uma transformação em galego e português após a incorporação da Galícia na Espanha e o desenvolvimento independente de Portugal. Portanto, a história indica que o Português acabou se desenvolvendo no século III a.C., no ano 218. As pessoas que habitavam a península antes da invasão de Roma falavam línguas que, infelizmente, sabemos muito pouco a respeito. O basco é a única língua falada na península antes de 218 a.C, que sobreviveu e trouxe influência no português. A disseminação do português em outros lugares O período antigo do desenvolvimento da linguagem portuguesa é melhor explicado pelo desejo de Portugal de expandir e ampliar como um império. Isso foi particularmente evidente nos séculos XIV e XV. O resultado de consistentemente explorar, descobrir e colonizar, era que o português entrava em contato com muitas línguas em várias partes do mundo. As colônias portuguesas foram montadas em partes da Ásia, África e Américas – a mais notável foi o Brasil, que foi descoberto em 1500. Podemos encontrar evidências de contato de linguagem com cada uma dessas áreas do mundo hoje em português. Na África, Ásia e Oceania, o português é categorizado em crioulo e não-crioulo. O crioulo é uma mistura de línguas africanas locais com o português. Eles são comumente considerados uma língua diferente devido às diferenças entre os dois. Angola e Moçambique são os primeiros lugares na África onde o português se tornou a língua dos fusos misturada com outras línguas locais. Muitos dialetos são parecidos com os do português europeu, mas algumas partes se assemelham ao português brasileiro. O português também foi exposto às línguas africanas no período clássico devido à importação de escravos para o Brasil. A origem do português brasileiro O efeito da colonização do Brasil na língua portuguesa é especialmente interessante. Quando Portugal enviou cidadãos para se instalarem no Brasil nos anos 8 1500, havia muitas línguas indígenas com as quais os portugueses entravam em contato. No entanto, um grupo parecia predominar desde que eles habitavam a área costeira do país. A língua conhecida como Tupinambá ou Tupi, foi usada simultaneamente com o Português por vários anos até que foi finalmente banida pelos portugueses e as pessoas eram obrigadas a falar estritamente português, mas adaptaram algumas palavras de Tupi e outras línguas locais. O porquê de português de Portugal e português brasileiro É muitíssimo comum as pessoas no mundo todo associarem o idioma português ao Brasil ou Portugal. Isso acontece porque foi em Portugal que o idioma foi desenvolvido na Idade Média. No entanto, foi no Brasil que o idioma herdado de Portugal sofreu alteração lexical. E o Brasil ainda se destaca como sendo o único país da América do Sul a falar português. Os diferentes dialetos parecem ter se desenvolvido, em parte, devido à separação geográfica dos dois países. Portugal criou sua própria gramática, e na sua independência, o Brasil passou a ter muitas mudanças idiomática. As diferenças também se devem às diferentes influências políticas e sociais que cada uma delas experimentou de forma independente. Por exemplo, no século XVIII, a influência francesa trouxe as mudanças em Portugal, enquanto os italianos e outros imigrantes europeus para o Brasil influenciaram o português brasileiro. Além disso, o Brasil ainda teve uma grande influência africana. Assim, a este respeito, o português continental tendeu a aproximar-se do francês. Essas diferentes situações propiciaram variações entre as formas falada e escrita do português. Mais tarde, no século 20, mais diferenças surgiram devido às novas palavras tecnológicas. Os europeus não tinham um procedimento uniforme para adaptar palavras. Em contraste, os brasileiros estavam ansiosos para adaptar as novas palavras e adotaram o uso de expressões idiomáticas. Países onde o português é a língua oficial Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste. 9 Países e territórios onde o português possui relevância Galiza (Espanha), Goa (Índia), Damão e Diu (Índia), Amambay (Paraguai), Rivera (Uruguai), Antígua e Barbuda, Bermudas e Guiana. Embora o português tenha mantido muito do seu vocabulário do latim vulgar, foi dramaticamente influenciado por outras línguas no seu desenvolvimento como uma língua distinta. É uma língua rica em história e, através de colonização passada e mistura com línguas locais, evoluiu bastante durante os séculos de sua existência.2 O português vem do latim vulgar Sabe-se que o latim era uma língua corrente de Roma. Roma, destinada pela sorte e valor de suas bases, conquista, através de seus soldados, regiões imensas. Com as conquistas vai o latim sendo levado a todos os rincões pelos soldados romanos, pelos colonos, pelos homens de negócios. As viagens favoreciam a difusão do latim. Primeiramente o latim se expande por toda a Itália, depois pela Córsega e Sardenha, plenas províncias do oeste do domínio colonial, pela Gália, pela Espanha, pelo norte e nordeste da Récia, pelo leste da Dácia. O latim se difundiu acarretando falares diversos de conformidade com as regiões e povoados, surgindo daí as línguas românticas ou Novi latinas. Românicas porque tiveram a mesma origem: ao latim vulgar. Essas línguas são, na verdade, continuação do latim vulgar. Essas línguas românicas são: português, espanhol, catalão, provençal francês, italiano, rético, sardo e romeno. No lado ocidental da Península Ibérica o latim sentiu certas influenciase apresenta características especiais que o distinguiam do “modus loquendi” de outras regiões onde se formavam e se desenvolviam as línguas românicas. Foi nesta região ocidental que se fixaram os suevos. Foram os povos bárbaros que invadiram a península, todos de origem germânica. Sucederam-se nas invasões os vândalos, os suevos (fixaram-se no norte da península que mais tarde pertenceria a Portugal), os visigodos. Esses povos eram atrasados de cultura. Admitiram os costumes dos vencidos juntamente com a língua regional. 2 Extraído do link: ideiasblogsite.wordpress.com 10 É normal entender a grande influência desses povos bárbaros sobre o latim que aí se falava, nessa altura bastante modificado. 4 EVOLUÇÃO DA LINGUA PORTUGUESA A formação e a própria evolução da língua portuguesa contam com um elemento decisivo: o domínio romano, sem desprezar por completo a influência das diversas línguas faladas na região antes do domínio romano sobre o latim vulgar, o latim passou por diversificações, dando origem a dialetos que se denominava romanço (do latim romanice que significava, falar à maneira dos romanos). Com várias invasões barbaras no século V, e a queda do Império Romano no Ocidente, surgiram vários destes dialetos, e numa evolução constituíram-se as línguas modernas conhecidas como: neolatinas. Na Península Ibérica, várias línguas se formaram, entre elas o catalão, o castelhano, o galego-português, deste último resultou a língua portuguesa. O galego-português, era uma língua limitada a todo Ocidente da Península, correspondendo aos territórios da Galiza e de Portugal, cronologicamente limitado entre os séculos XII e XIV, coincidindo com o período da Reconquista. Na entrada do século XIV, percebe-se maior influência dos falares do Sul, notadamente na região de Lisboa; aumentando assim as diferenças entre o galego e o português. Fonte: pt.slideshare.net 11 O galego apareceu durante o século XII e XV, aparecendo tanto em documentos oficiais da região de Galiza como em obras poéticas. A partir do século XVI, com o domínio de Castela, introduz-se o castelhano como língua oficial, e o galego tem sua importância relegada a plano secundário. Já o português, desde a consolidação da autonomia política e, mais tarde, com a dilatação do império luso, consagra-se como língua oficial. Da evolução da língua portuguesa destaca-se alguns períodos: fase proto-histórica, do Português arcaico e do Português moderno. Fase proto-histórica Anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade do latim usado apenas em documentos e por isso também chamado de latim tabaliônico ou dos tabeliões). Fase do português arcaico Do século XII ao século XVI, corresponde dois períodos: 1. Do século XII ao século XIV, com textos em galego-português; 2. Do século XIV ao século XVI, com a separação do galego e o portugu6es. Fase do português moderno A partir do século XVI, quando a língua portuguesa se uniformiza e adquire as características do português atual. A rica literatura renascente portuguesa, produzida por Camões, teve papel fundamental nesse processo. As primeiras gramáticas e dicionários da língua portuguesa também surgiram do século XVI. 5 GEOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA O atual quadro das regiões de língua portuguesa se deve às expansões territorial lusitana ocorrida no século XV a XVI. Assim que a língua portuguesa partiu do ocidente lusitano, entrou por todos os continentes: América (com o Brasil), África (Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, República Democrática de São Tomé e Príncipe), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), e Oceania (Timor), além das ilhas atlânticas próximas da costa africana (Açores e Madeira), que fazem parte do estado português. 12 Em alguns países o português é a língua oficial (República Democrática de São Tomé e Príncipe, o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde), e apesar de incorporações de vocábulos nativos de modificações de pronúncia, mantêm uma unidade com o português de Portugal. Em outros locais, surgiram dialetos originários do português. E também regiões em que essa língua é falada apenas por uma pequena parte da população, como em Hong Kong e Sri Lanka.3 6 OS DESAFIOS DA VIDA CONTEMPORÂNEA E O REFLEXO NAS PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA É importante observar que, nas décadas passadas, no Brasil, tínhamos uma escola fechada, voltada para uma literatura canônica, conteudista, sem preocupação com a criatividade do professor e dos alunos. Mediante isso, cabe observar a importância de atividades de leitura e produção de textos por meio dos gêneros orais, escritos e digitais, os atributos dos textos multimodais, a valorização da cultura dos alunos e da cultura brasileira, os subsídios do trabalho por meio de projetos interdisciplinares, o ensino da gramática em uma sociedade que vive os avanços da globalização, a preocupação com o universo jovem, a sua identidade e a sua participação social no mundo contemporâneo “a organização dos cursos superiores e a forma de acesso a eles tiveram, portanto, influência decisiva na organização do ensino secundário”. Os anos sessenta e setenta assinalaram o acesso da população à escolarização formal pública, a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1971 que estabeleceu a disciplina “Comunicação e Expressão” como a responsável pelo ensino da língua materna, a consolidação dos gêneros escolares que já vigoravam nas aulas das épocas anteriores e a preocupação para a formação de um aluno capaz de se expressar com eficiência por meio de mensagens padronizadas (Marcuschi, 2010). Os anos oitenta marcaram a preocupação acerca de a escrita ser explorada de modo contextualizado e mediante isso, “propôs-se que se deixe de “fazer redações” e se passe a “produzir textos”, respeitando assim o processo envolvido no ato de 3 Extraído do link: linguamaterna-marcia.blogspot.com 13 escrever. Essa proposta é reveladora de uma mudança de concepção quanto ao entendimento de ensino da escrita” (Marcuschi, 2011, p.71). As reflexões desse período foram indispensáveis para que a perspectiva sociointeracionista da linguagem ganhasse força nas salas de aula das décadas seguintes, sobretudo a partir dos debates centrados nos estudos dos gêneros textuais e também para as discussões das políticas públicas de educação. Marcuschi (2011) aborda que na segunda metade dos anos noventa o estudo dos gêneros textuais assumiu espaço expressivo nas salas de aula. Para tanto, no que diz respeito à produção textual Dolz & Schneuwly (apud Marcuschi, 2011, p.74) observam, não escrevemos da mesma maneira quando redigimos uma carta de solicitação ou um conto; não falamos da mesma maneira quando fazemos uma exposição diante de uma classe ou quando conversamos à mesa com amigos. Os textos escritos ou orais que produzimos diferenciam-se uns dos outros e isso porque são produzidos em condições diferentes (2004, p.97). Desse modo, entendemos que “a escolha do gênero se faz em função da definição dos parâmetros da situação que guiam a ação” (Dolz & Schneuwly, 2004, p.27). Assim, os gêneros textuais se caracterizam por seus aspectos comunicativos e funcionais. No entanto, é necessário esclarecer que o ensino por meio de gêneros textuais não visa abandonar a gramática. Nesse sentido, retomando nossas palavras iniciais, consideramos importante observar que o ensino de português, no Brasil, sempre seguiu uma tradição calcada na gramática normativa. Assim, para argumentarmos acerca do ensino de português na atualidade, é necessário considerarmos as dificuldades que temos para desvencilharmos das tradições, uma vez que a nossa formação seguiu os moldes tradicionais. Reconhecemos que nossaspráticas estão calcadas no conceito de educação tradicional, podemos observar tais práticas, por exemplo, quando propomos avaliações/atividades de identificação de conteúdo gramaticais em frases descontextualizadas. Os PCNs foram organizados com o intuito de propor novas práticas e romper com as práticas tradicionais. Para tanto, sugerem como metodologia para o ensino da Língua Portuguesa atividades de produção e compreensão de textos em diferentes gêneros discursivos/textuais, seguidas de atividades de reflexão sobre a língua e a linguagem, a fim de aprimorar as possibilidades de uso. 14 Nesse sentido, os PCNs assumem uma perspectiva contrária à tradição gramatical e não fazem alusão ao aprimoramento dos conhecimentos linguísticos visando à norma culta ou se referem à dicotomia fala x escrita. Apontam para a necessidade de o aluno conhecer e valorizar as variedades da língua e o domínio da leitura e da escrita. “(…) a atividade mais importante, pois é a de criar situações em que os alunos possam operar sobre a própria linguagem, construindo pouco a pouco” (PCN, 1998, p.28). O papel da escola na sociedade atual está se transformando e novas estratégias de ensino surgem de modo a responder às novas demandas econômicas e sociais, especialmente no que diz respeito à introdução da tecnologia nas aulas, uma vez que a educação é instrumento para a emancipação. A formação ao longo da vida requer a contribuição das relações sociais e da economia, no sentido de promover a criação de estruturas de ensino. Portanto, o computador é um instrumento capaz de oferecer condições de criação pelo fato de viabilizar ao professor a criação de atividades que integrem o aluno ao processo de aprendizagem e a inserção no mercado de trabalho.4 7 A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA A língua portuguesa é muito mais do que gravar regras e macetes. Na verdade, são suas regras que nos ensinam a escrever e a nos comunicarmos melhor. Mesmo tendo um povo totalmente alheio a regras gramaticais e com uma facilidade imensa para a criação de neologismos, os professores de língua portuguesa enfrentam todos os dias um desafio impressionante dentro das escolas, faculdades e cursos: o desamor, o desdém, o desprezo e a recusa. A importância de se aprender as regras gramaticais, para se escrever textos melhores, aumenta a cada período, em: nossa vida diária, profissional e principalmente em nosso convívio diário. Cada vez mais encontramos pessoas nos observando, e quando desprezamos o domínio mínimo da norma culta, principalmente na escrita, incorporando o coloquial diário, reduzimos a língua com uma criatividade espetacular. Veja alguns exemplos de palavra e internetês: 4 Extraído do link: fce.edu.br 15 Você = vc Também = tb Hoje = hj Não = ñ Porque = pq Além das reduções, que agilizam as comunicações informais (entre amigos e familiares), encontramos ainda – o que é bem mais grave - o uso sintático incorreto das palavras, já que muitos falantes acreditam, por conta da prática coloquial, que podem escrever como falam. Por conta disso, alguns usos, como os abaixo, são frequentes: Errado | Certo Me dá... | Dá-me ou Dê-me O carro bateu mais ninguém se feriu | O carro bateu, mas ninguém se feriu Afirmo sou inteligente | Afirmo que sou inteligente Senão não fosse o trânsito tinha me atrasado | Se não fosse o trânsito tinha me atrasado. Se o domínio da norma culta da Língua Portuguesa é importante para o sucesso pessoal e profissional de todos, o mínimo que se pede aos professores e Palestrantes é que deem o exemplo. Isto porque, diretores, superintendentes e presidentes de empresas precisam contar com a competência linguística - conhecimento gramatical e interpretativo - daquelas pessoas. A falta desse domínio será notada por muitos rapidamente. Mas, por que afinal precisamos escrever e saber utilizar a norma culta? A resposta a esta pergunta não está somente no fato de que iremos ser professores, palestrantes, diretores..., mas, sim, pela obrigatoriedade cotidiana que temos em nossas vidas de escrever bilhetes, relatórios, preparar documentos, currículos, escrever e-mails etc. Veja a seguinte situação e tente perceber a diferença de interpretação e não gramatical e sintática. Pois gramaticalmente ambas estão corretas, porém a interpretação é feita de duas formas: Esposa: 1. - Amanhã estarei de serviço de 8h a 10h. 16 2. - Amanhã estarei de serviço das 8h às 10h. Com isso observamos que o avanço digital tem aumentado à necessidade de escrevermos e sabermos melhor a Língua Portuguesa. Resposta: Primeira = Quantidade de horas (de 8 a 10 horas de trabalho) Segunda = Período em que se trabalhará (aqui a quantidade seria de 2 horas de trabalho).5 8 FATORES QUE MOSTRAM A IMPORTÂNCIA DO PORTUGUÊS NO COTIDIANO A língua portuguesa possui extrema importância em nosso dia a dia e no nosso convívio em sociedade. Fonte:paracatu.net A vida de todas as pessoas está relacionada diretamente com a comunicação, a vida pessoal, social e profissional, ou seja, em todos os aspectos do cotidiano. A capacidade de comunicação acompanha a evolução humana, por isso sempre devemos aprimorar nossos conhecimentos sobre nossa língua para estarmos completamente aptos a viver em sociedade. 5 Extraído do link: www.portaleducacao.com.br https://canaldoensino.com.br/blog/curso-gratuito-online-de-comunicacao-assertiva 17 A língua é um código desenvolvido com o intuito de transmitir pensamentos e ideias através da comunicação e interação com todos os indivíduos. Apresentar um bom uso da língua e todas as suas normas e regras pode fazer com que as pessoas se destaquem em tudo e com todos com quem ela se relacione no dia a dia. A língua também modifica a forma como nos expressamos e vemos as coisas, como captamos e enviamos mensagens, como interpretamos o mundo e as pessoas. É por meio da linguagem que o mundo perpetua sua cultura através da escrita, aliás, cultura e linguagem estão correlacionadas. Sem a linguagem o mundo seria vazio. Portanto, a comunicação é a base para as relações humanas sociais. Nesse sentido, a língua portuguesa é importante na vida de nós, brasileiros, como todas as outras línguas do mundo são importantes para os povos. Necessitamos do português para exercer quase todas as funções e tarefas que executamos em nosso cotidiano, a leitura e a escrita são fundamentais para todas as pessoas. Mas o português não se baseia apenas em ler e escrever, é preciso ir além, é preciso compreender aquilo que se lê, é preciso interpretar. Na hora em que desejamos passar uma mensagem, ou seja, comunicar-se, também devemos fazê-la de uma forma clara, de uma forma que as outras pessoas a entendam. Portanto, separamos uma série de oito fatores que mostram a importância de estudar o português e como ele se apresenta em nosso cotidiano. Alguns desses fatores podem parecer óbvios, porém, são de extrema importância em nossas vidas: 1 – Leitura A leitura é uma das bases fundamentais no convívio em sociedade, pois necessitamos dela para exercermos a maioria das funções em nosso dia a dia. É necessário saber ler para desenvolvermos uma vida plena em sociedade, pois muitas das informações que são passadas às pessoas são através da escrita, por isso a leitura, por mais óbvio que possa parecer, é uma das funções mais importantes da nossa língua em nosso cotidiano. Utilizamos o ato de ler para sabermos qual ônibus devemos pegar para irmos ao trabalho, para lermos uma receita na cozinha, para entendermos documentos no trabalho, enfim, em quase todos os aspectos de nossas vidas. 18 2 – Escrita A escrita é outra base fundamental no convívio em sociedade, dependemos dela para várias funções. A escrita servecomo base para diversas outras atividades importantes da nossa vida, precisamos escrever em diversas etapas de nossas vidas, inclusive algumas outras que entrarão nessa lista e são de grande importância para a vida em sociedade. Escrever aplica-se na hora de passarmos informações, seja em recados, bilhetes ou anotações; precisamos da escrita para utilizarmos grande parte das ferramentas da internet. 3 – Comunicação/Fala A comunicação é a principal base de convívio em sociedade, através da fala é que podemos nos comunicar com as outras pessoas, que vivemos em sociedade. Transmitimos ideias e recebemos as ideias de outras pessoas tudo graças à comunicação, o que demonstra a importância da língua portuguesa em nosso cotidiano, pois devemos ser objetivos e claros na hora de nos comunicarmos. Comunicar-se bem aumenta as chances de sucesso, como também, destaca o falante de outras pessoas que não se comunicam tão bem. 4 – Interpretação Agora, não basta apenas saber ler, é preciso entender aquilo que se lê, interpretar os códigos linguísticos e analisar as possíveis mensagens que estão por trás das palavras ou imagens ou outros tipos de mídias. A interpretação está mais presente em nossas vidas do que a maioria das pessoas imaginam, utilizamos interpretação para entendermos algo escrito de uma forma mais subjetiva, para entendermos um filme, uma peça de teatro, etc. Interpretação não se baseia apenas ao texto, refere-se a signos linguísticos, a mensagens verbais e não-verbais, ao entendimento de imagens e as mensagens passadas através delas, a semiótica. 19 5 – Estudo O português é fundamental para compreendermos todos os outros tipos de matérias na escola ou universidade, enfim, é essencial para nossa vida escolar/acadêmica. Ninguém pode aprender determinados assuntos ou áreas específicas sem saber ler, escrever e interpretar corretamente, todos concordamos com isso, então a aplicação do português está ligada diretamente ao nosso aprendizado. Até mesmo para se aprender a matemática é necessário saber o português primeiro. Os vestibulares exigem um conhecimento de português muito maior do que as pessoas estão acostumadas a saberem sobre. 6 – Trabalho Bom, podemos dizer que a maioria dos trabalhos existentes exigirão que as pessoas sejam alfabetizadas, saibam ler, escrever, interpretar e falar bem. Está certo que possam existir trabalhos manuais ou outros segmentos em que não é preciso necessariamente ler e escrever, mas comunicação ou ter conhecimento sobre o assunto é imprescindível, e as pessoas só conseguiram isso através do português. O português está presente em diversas formas na vida profissional de uma pessoa, podemos usar como exemplo a própria situação de se conseguir um emprego: é preciso elaborar um currículo e passar por uma entrevista. Ambos quesitos necessitarão de conhecimentos da língua portuguesa para isso. Muitos concursos públicos apresentam grande parte das suas questões sobre a língua portuguesa. 7 – Senso crítico É necessário interpretar as mensagens recebidas através da leitura ou qualquer outro meio de comunicação e conseguir formar uma opinião sobre tal assunto. 20 O senso crítico nada mais é que formar sua própria opinião sobre as coisas, assim as pessoas estarão mais capazes de expressar suas ideias e entender sobre assuntos que são desconhecidos. Essa parte está ligado com o aprendizado, porque sempre é necessário ter uma opinião para se viver na sociedade. Um exemplo disso é quando se lê o jornal ou se assiste ao noticiário, muitos ficam indignados com aquilo que veem, formam opiniões e passam a discutir sobre determinados assuntos. Isso é construir um senso crítico, e isso seria impossível se a sociedade não pudesse se comunicar, ler, escrever ou interpretar. 8 – Criatividade Pode se ter criatividade mesmo que a pessoa não seja letrada, contudo, àqueles que são alfabetizados e desenvolvem os aspectos da sua comunicação, são muito mais propensos a terem aquelas ideias geniais. A criatividade está ligada à imaginação, e nada melhor para desenvolver a imaginação do que a leitura, para se ler e compreender é preciso interpretar. É meio estranho separar todos esses fatores por tópicos, pois podemos perceber que todos estão interligados um ao outro de alguma maneira. Mas a questão em si é que a criatividade pode ser potencializada através do estudo do português, a leitura é a principal responsável por tal desenvolvimento.6 É importante saber a Língua Portuguesa? Muita gente acredita que não tem valor nenhum conhecer o idioma pátrio e utilizá-lo, corretamente, nos diferentes contextos da vida. Outras acreditam ser tarefa para os professores da área de Letras. Mas mesmo na área de Letras há os espaços das literaturas que não se debruçam nos melindres do idioma nacional. Assim, mesmo aquelas pessoas com formação em Letras possuem uma lacuna nesse campo do conhecimento. Mas não esse ementário do campo das Letras que aqui se aprecia, mas sim o respeito e o valor que as pessoas não devotam ao idioma nacional, aquele que os faz 6 Extraído do link: canaldoensino.com.br 21 cidadãos de uma pátria como o Brasil. É o bom domínio do idioma que estabelece a paz, a harmonia, os avanços e as conquistas de uma nação. Sei que essa temática é ‘batida’, mas está sempre a merecer atenção, isso porque o domínio do idioma é fator importante para o sucesso e os avanços de uma nação em relação às outras no mundo. Cada povo cultiva o ‘domínio do idioma pátrio’ de forma peculiar, colocando-o no altar dos conhecimentos primordiais ou na dispensa da cozinha, guardando-o num canto como um tempero raramente utilizado. Realço o valor do idioma nacional na boa formação do cidadão brasileiro, como uma disciplina fundamental para a hegemonia da nação, o sucesso das profissões, a realização das pessoas no mercado de trabalho. Muitos estudiosos falam dessa importância, afirmando que o ensino de língua portuguesa é essencial para a formação do indivíduo. Mas dizer isso por si só não é suficiente, é necessário mostrar qual o papel de uma língua nas relações sociais, políticas, religiosas, comerciais e de trabalho. O ensino de Língua Portuguesa tem o intuito de preparar a pessoa para lidar com a linguagem, em situações diversas do cotidiano da vida. Ninguém vive na mudez, são as palavras, ou a utilização delas, pela linguagem, que vão traduzir ao outro tudo quanto a gente pensa, sonha, deseja, quer conquistar. Não é um jogo de adivinhação, mas de realização, de escolhas, de saber e conhecer o idioma para bem utilizá-lo com êxito. Nenhuma pessoa deseja ser alienada no campo do idioma nativo. Isso seria um absurdo, pois a linguagem é identidade, forma e lugar, como assegura o linguista francês Louis Hjelmslev. Os Parâmetros Curriculares Nacionais dizem que: O domínio da língua, oral e escrita, é fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento”. Por isso, ao ensiná-la, a escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos, necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos”. (PCN, p. 15) Então, os próprios PCN‘s mostram a importância do estudo de Língua Portuguesa na formação dos cidadãos brasileiros. Pois a linguagem, a pessoa a utiliza em todas as situações de seu dia. Com isso, será importante uma mudança política em relação ao ensino do idioma pátrio e ao papel do professor de Língua Portuguesa, profissional que poderá fazer uma diferença gigante no cenário de uma nação. É 22 preciso olhar esse professor com atenção e carinho. É ele quem aponta o caminhopara o sucesso das profissões, levando ao mercado de trabalho pessoas que manejam, com facilidade, o idioma pátrio para traduzir aquilo que eles aprenderam na escola ou na vida. É pelo bom uso da linguagem que se tem a eficiência do processo comunicativo e que se terá um país mais livre, capaz de fazer melhores escolhas políticas para sair do atraso educacional no qual se encontra mergulhado. O Ensino de Língua Portuguesa, junto com os demais (Matemática, História, Ciências) é de fundamental importância para a mudança da realidade brasileira. Querendo ou não a pessoa que tem uma escolarização, ou seja, uma formação efetivamente boa, consegue se sobressair dos demais, conseguindo os melhores lugares no mercado de trabalho e, consequentemente, melhoria na vida social.7 9 A LÍNGUA INGLESA NO NOSSO PORTUGÊS Muitas das palavras usadas pelos brasileiros no dia-a-dia são termos “emprestados” da língua inglesa. Mas por que utilizar tantas palavras estrangeiras no seu cotidiano? Certamente por tal vocabulário estar tão inserido em nossa cultura, muitas pessoas não percebem que essas palavras não são “em português”. É fácil observar isso em várias situações do dia-a-dia: escola, faculdade, trabalho, televisão, jornais e principalmente na internet, onde há conexão com o mundo. Fonte: www.inglesnosupermercado.com.br 7 Extraído do link: agazetadoacre.com 23 Isso acontece por alguns motivos como a influência do mercado de filmes e músicas americanas, o peso das grandes indústrias e seus produtos no mercado internacional, o impacto da internet na globalização cultural, especialmente para as novas gerações, entre outros. Algumas palavras que já foram, praticamente, incorporadas no vocabulário do brasileiro são: 1- TV Full HD: Traduzindo para o português seria “Alta definição cheia”. Mas quem fala assim? Ou melhor, quem entenderia assim? 2- Refrigerador Frost Free: O que você pensaria, por exemplo, de um anúncio com a descrição de “Refrigerador com gelo livre”? 3- SMS: Todo mundo sabe o que é um “SMS”, certo? E se eu te falar que vou te mandar uma mensagem curta de serviço? SMS nada mais é do que a abreviação do termo, em inglês, “Short Message Service”. Obs: Não é correto fazer a tradução literal dessas expressões, mas é exatamente assim, de forma errônea, que muitas pessoas compreendem. E parando apenas alguns minutos para pensar a lista parece não ter fim. Internet, site, ranking, funk, milkshake, check in, diet, fashion, e-mail, mouse etc. A cada dia mais palavras e há até uma lista específica para cada tipo de profissão. Eu, por exemplo, sou publicitária e desde a faculdade termos como budget (verba), target (público-alvo), job (tarefa), briefing (instruções), brainstorming (discussão de ideias) são parte da minha vida. Confesso até que para escrever a tradução em português de algumas dessas palavras aqui eu precisei usar um tradutor online porque eu não sabia. E isso está tão enraizado em nossa cultura que se ouvir alguém falando: “Já receberam as instruções (briefing) desta tarefa (job)? ” Não só isso causará estranhamento em um ambiente profissional, como podem até duvidar de sua experiência e vivência na área. E se a vida no Brasil já é influenciada em demasia pela cultura americana, quando se mora nos Estados Unidos tudo isso se complica. Vou explicar o porquê: Ninguém duvida das vantagens de se falar várias línguas no mundo globalizado, mas isso, às vezes, pode causar uma espécie de curto-circuito. E até esquecimento. 24 Neste caso em um país onde a língua nativa é o inglês, é possível perceber que algumas palavras do português “somem” da sua memória. O vocabulário português entra em atrito com o vocabulário inglês e o resultado disso é uma fala onde mistura-se as duas línguas. Esse comportamento pode parecer estranho ou até arrogante para os seus velhos amigos, mas a confusão é real. Frases como “vou fazer a minha laundry (lavanderia) ”, “Vamos marcar um playdate (encontro para as crianças brincarem)? ”, “Vamos na gym (academia)? ”, “Preciso de um help (ajuda). ” e “Estou busy (ocupado) agora” fazem parte da vida dos brasileiros que moram em Nova- Iorque e todo mundo além de entender acha tudo supernormal. Outra situação bem comum de vivenciar morando fora do Brasil é escutar expressões que são bastante usadas na língua inglesa, traduzidas literalmente para o português, o que fica bastante esquisito e até feio de se escutar como por exemplo: “Deixe me saber” = “Let me Know”, ao invés de “Me conta depois” e, “Posso ter uma água”? = “Can I have a water? ” – ao invés de “Gostaria de uma água”. E quando filhos de brasileiros nascidos em Nova Iorque começam a falar? Eis que a “confusão” também acontece por essas crianças aprenderem duas línguas ao mesmo tempo: o português “em casa” com os pais, e o Inglês “fora de casa”. Isso pode trazer insegurança aos pais, já que especialistas dizem que crianças expostas a mais de uma língua tendem a ter um atraso no desenvolvimento da linguagem. Para ilustrar o que estou dizendo, ouvi outro dia do filho de uma amiga e mãe brasileira que mora em Nova Iorque o seguinte: “Mommy (mamãe em inglês), posso assistir cartoon (desenho animado)? ”. Quem mora no exterior, em especial em países onde a língua oficial é o inglês, sabe que isso realmente acontece. Uma boa notícia é que pesquisas indicam que é muito difícil, praticamente impossível, sobretudo na vida adulta, esquecer o idioma nativo, mesmo após anos fora do país.8 As competências de Língua Portuguesa na BNCC Ao aprofundarmos a leitura nas propostas da BNCC – Base Nacional Comum Curricular – para Língua Portuguesa, observamos ampla construção no âmbito das Linguagens e seus aspectos produtivos e comunicativos. Veremos, então, o elemento 8 Extraído do link: www.brasileiraspelomundo.com 25 norteador do ensino da língua, o texto, bem como os eixos organizadores de aprendizagem das práticas de linguagem e, por fim, as competências do ensino da língua materna. Este é o primeiro post da série Língua e Linguagens no Currículo. O centro das práticas de Língua Portuguesa e Linguagens Dentro das propostas de ensino e apropriação da linguagem, o texto é foco no ensino da Língua, em sua significação mais abrangente: O texto é o centro das práticas de linguagem e, portanto, o centro da BNCC para Língua Portuguesa, mas não apenas o texto em sua modalidade verbal. Nas sociedades contemporâneas, textos não são apenas verbais: há uma variedade de composição de textos que articulam o verbal, o visual, o gestual, o sonoro – o que se denomina multimodalidade de linguagens. Assim, a BNCC para a Língua Portuguesa considera o texto em suas muitas modalidades: as variedades de textos que se apresentam na imprensa, na TV, nos meios digitais, na publicidade, em livros didáticos e, consequentemente, considera também os vários suportes em que esses textos se apresentam. (BNCC) Sendo assim, o texto passa a ser o centro do desenvolvimento linguístico, do acesso aos saberes socialmente difundidos e do trabalho com a mobilização dos conhecimentos necessários para interpretação. A apresentação dos eixos organizadores de aprendizado No total, são cinco os eixos organizadores da língua: leitura, escrita, oralidade, conhecimentos linguísticos e gramaticais e Educação literária. Cada eixo descrito, merece aprofundamento, o que será feito nos próximos artigos, que também se basearão nas seguintes competências para área: 10 COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1. Reconhecer a língua como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem. 26 2. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextosde uso. 3. Demonstrar atitude respeitosa diante de variedades linguísticas, rejeitando preconceitos linguísticos. 4. Valorizar a escrita como bem cultural da humanidade. 5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequado à situação comunicativa, ao interlocutor e ao gênero textual. 6. Analisar argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais. 7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação de valores e ideologias. 8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos e interesses pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.). 9. Ler textos que circulam no contexto escolar e no meio social com compreensão, autonomia, fluência e criticidade. 10. Valorizar a literatura e outras manifestações culturais como formas de compreensão do mundo e de si mesmo. Vemos que texto, leitura, língua, linguagem, literatura e interações sociais são palavras-chave no desenvolvimento dessa área rica em análise e criticidade da nossa Língua Portuguesa. A BNCC apresenta, então, um olhar integral na formação do educando a partir dos eixos organizadores, práticas de linguagem, objetos do conhecimento e habilidades esperadas.9 11 REPENSANDO A LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO Sentido. Este deve ser o ponto de partida para toda e qualquer prática educacional. O professor precisa construir um sentido para si, para sua prática docente e, assim, apenas por este caminho, o ensino poderá proporcionar trajetórias e possibilidades satisfatórias aos alunos no que diz respeito à aprendizagem. ·. Os propósitos, objetivos e construções da forma de ser, devem (ou deveriam) estar bem consolidados e aprofundados no ensino médio, e, em se tratando do ensino 9 Extraído do link: www.lerecompreendertextos.com.br 27 de Língua Portuguesa, torna-se inconcebível uma prática docente que não haja no/pelo/para o social, construindo sujeitos para o mundo. Prontos? Talvez. Mas certamente dispostos a aprender e ver criticamente o mundo à sua volta. Tal Aprendizado e Leitura são possíveis de serem efetivados através do sentido que damos à nossa língua, aquilo que nos é oferecido assim que nascemos, dando-nos uma forma de ser, de nos expressar, de nos entender enquanto indivíduos. Se tomarmos como base a Língua Portuguesa, a partir das Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006), entenderemos a importância de se construir sentidos em sala de aula, já que tudo se dá pelo processo, um processo que não termina nesta fase, mas que, pelo contrário, deve ser consolidado, (re) aproveitado e aprofundado para que suas capacidades sejam desenvolvidas. Para isso, esta fase deve oferecer ao aluno a possibilidade de “ (i) avançar em níveis mais complexos de estudos; (ii) integrar-se ao mundo do trabalho, com condições para prosseguir, com autonomia, no caminho de seu aprimoramento profissional; e (iii) atuar, de forma ética e responsável, na sociedade, tendo em vista as diferentes dimensões da prática social” (BRASIL/SEMTEC, 2006, p.17-18). Sendo assim, um ensino de Língua Portuguesa fora do contexto social fará com que o aluno continue sem perspectivas, sem a devida compreensão de sua participação na construção de sentidos para a sociedade O processo – no qual está em jogo a efetivação do ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa – dependerá das escolhas feitas pelo professor, da metodologia por ele utilizada, enfim, dos objetivos que foram traçados para a aula. O docente deve se conscientizar de seu papel mediador e orientador dos usos e procedimentos adequados ao ensino da língua, que no ensino médio devem “propiciar ao aluno o refinamento de habilidades de leitura e de escrita, de fala e de escuta” (BRASIL/SEMTEC, 2006, p.18). O aluno precisa ser motivado ao prazer da leitura para que a escrita seja uma consequência, também prazerosa, na sua vida diária. Os domínios da fala e da escrita necessitam estar sendo sempre motivados pelo professor de Língua Portuguesa, que, como orientador, carece primeiramente se orientar, ou seja, necessita estar atento aos materiais didáticos e usá-los da melhor forma possível, observando-os criticamente, para que continuem sendo materiais de uso e não a sua única possibilidade metodológica no ensino. Há, portanto, a necessidade de diversificar as práticas metodológicas para um efetivo trabalho com a língua portuguesa. 28 A Língua Portuguesa é, portanto, um instrumento indispensável para a construção da autonomia dos indivíduos nas sociedades contemporâneas. No entanto, para isso, o seu ensino deve ceder espaço para as múltiplas linguagens e não se deter aos limites impostos pelo ensino tradicional, assim sendo poderá abranger os conhecimentos provenientes de diversas outras mídias. Os textos com marcas de hibridismo e hipertextualidade veiculados através da internet, da imprensa e dos filmes, por exemplo, são marcas legítimas dessas sociedades contemporâneas, que são caracterizadas pelo intenso fluxo de informações e pela velocidade na comunicação e na criação de novos elementos de interação linguístico-social. O ensino de língua portuguesa representa um meio de aquisição dos conhecimentos necessários para os indivíduos que pertencem a essas novas sociedades. Somente portando esses conhecimentos é que os sujeitos em formação poderão ter mais segurança ao agirem sobre o meio do qual fazem parte.10 12 SAIBA COMO AJUDAR ESTRANGEIROS A FALAR PORTUGUÊS O desejo de conhecer novas culturas, somado ao ambiente globalizado em que vivemos, faz com que pessoas de todos os cantos do mundo se interessem cada vez mais pela aprendizagem de novos idiomas. Para nós, brasileiros, a necessidade de aprender a falar inglês ou espanhol não é nenhuma novidade. No entanto, para um estrangeiro, aprender a falar português é um desafio relativamente novo. Devido aos recentes eventos esportivos que o Brasil sediou e como consequência de sermos um dos maiores países, com uma economia de destaque e com uma diversidade cultural enorme, a língua portuguesa ganha escala global. O interesse que os estrangeiros têm em falar português cresce ano após ano, seja por objetivos profissionais ou por questões relacionadas à cultura e ao turismo. Do mesmo modo, é crescente o interesse em ensinar ou ajudar os estrangeiros que residem aqui a falar português. Algumas dicas de como ajudar um estrangeiro são: 10 Extraído do link: acaocolegioecurso.com.br http://www.br-visa.com.br/blog/a-importancia-do-treinamento-cultural-para-estrangeiros/ 29 Fale inglês Para ajudar um estrangeiro a falar português, antes de mais nada, você precisa falar inglês, no mínimo. Considerando que o inglês é o idioma universal, será necessário utilizá-lo como modelo de comparação para os termos e gírias da língua portuguesa. Fonte: aprenda2.org O português é um idioma com uma gramática muito complexa, de difícil assimilação. Dessa maneira, para um iniciante no estudo do português, a comparação utilizando o inglês facilita — e muito! — o entendimento. Conheça as necessidades e expectativas do aluno É importante compreender quais são as necessidades e expectativas que o indivíduo tem em relação à aprendizagem do português. Alguns estrangeiros vêm ao Brasil com o intuito de aprender a falar português por uma questão de negócios. Nesse caso, ajude-o com termos e palavras relacionadas à profissão em questão. Já outros, por exemplo, têm a intenção apenas de aprender o necessário para a vida do cotidiano, sem exigência de termos mais complexos. No entanto, as 30 estruturas básicas da língua portuguesa devem ser passadas de qualquermaneira, sejam quais forem as necessidades do indivíduo. Promova o aprendizado por meio de atividades dinâmicas Uma das melhores maneiras de aprender um novo idioma é através de atividades dinâmicas. Uma simples ida ao cinema, a um evento cultural ou a uma exposição gastronômica pode ter uma influência muito positiva no aprendizado da língua portuguesa. A combinação do ensino com as atividades do dia a dia, sem dúvidas, favorece a compreensão do idioma estudado. Indo além, isso permite que o estrangeiro entre em contato com o português realmente falado pelos nativos, que possui muitas diferenças em relação ao idioma encontrado nas gramáticas e dicionários. Fale apenas português Isso pode até parecer contraditório com a primeira dica que mencionamos, mas não é. Para ajudar um estrangeiro a falar português, você precisa falar apenas português! Utilize a língua estrangeira apenas para as situações em que isso é realmente necessário, que geralmente incluem a explicação da gramática ou comparações de termos e gírias. Fora isso, independentemente do nível de português da pessoa, tente utilizar nosso idioma pelo máximo de tempo possível. Dê importância à pronúncia O foco na pronúncia é uma obrigação na aprendizagem de qualquer novo idioma. Ao ensinar português para um estrangeiro, seja exigente em relação a isso, cobrando uma pronúncia aceitável e compreensível. No entanto, não misture a qualidade da pronúncia com o sotaque. É importante compreender que ter sotaque ao falar outra língua é algo natural, difícil de ser mudado. Uma dica que ajuda a melhorar a pronúncia é incentivar a interação com a língua portuguesa, seja através de filmes e programas de TV nacionais, músicas ou grupos de conversação. http://www.br-visa.com.br/blog/conheca-os-principais-aplicativos-para-aprender-portugues/ 31 Use expressões corporais Uma dica interessante no estudo de idiomas, e normalmente muito eficaz, é o uso de expressões corporais. Mímicas, associações, desenhos, dança ou qualquer expressão que possa ser relacionada com uma palavra ou situação será de grande ajuda no aprendizado do português. A assimilação e memorização dos termos se torna mais fácil quando eles são associados a imagens ou situações específicas. Seja paciente Para ajudar um estrangeiro a falar português, é preciso ter paciência. As coisas não acontecem num piscar de olhos, ainda mais tratando-se de um idioma tão rico e complexo quanto o nosso. Naturalmente, algumas pessoas terão mais facilidade do que outras. Para todos os casos, seja paciente e compreenda as dificuldades do indivíduo.11 13 COMO ENRIQUECER O VOCABULÁRIO DOS ALUNOS DO COLÉGIO? Para aprender português, as crianças do ensino fundamental devem adquirir uma grande quantidade de habilidades. Embora o português seja sua língua materna, aprender a ler, estudar gramaticalmente, escrever exercícios em português, falar e vocabulário. O português tem milhares de palavras. No dicionário Aurélio Online, estão catalogados 435 mil verbetes (palavras com seus significados na internet). Ao longo da escolaridade, os alunos estendem seu léxico de português: na sexta série, espera-se que um aluno conheça até 6 mil palavras (um adulto com um alto nível de educação conheceria entre 25 mil e 40 mil). Como aprender o vocabulário de português na escola primária? Aqui está um panorama de algumas dicas para crianças em idade escolar. 11 Extraído do link: www.br-visa.com.br 32 Aprender vocabulário do português no ensino primário Existe uma relação recíproca entre o vocabulário português e aprender a ler: quanto melhor o aluno estiver lendo, mais vocabulário ele adquirirá e mais rápido será seu progresso. Ler: a solução número um para enriquecer o seu vocabulário! Aprender português como língua materna não começa com a entrada na escolinha, mas com a idade de dois anos. Quando o bebê começa a falar as suas palavras, ele reproduz aquelas faladas por seus familiares e aprende suas primeiras 50 palavras. Na turma do jardim de infância, a escola trabalha para descobrir o mundo e diferenciar entre a linguagem oral e a escrita. O jovem aprendiz descobre suas primeiras 750 palavras, então ele deve memorizar até 1.500 palavras em média e chegar ao conhecimento de 2.500 palavras de vocabulário no maternal: é a descoberta do princípio alfabético. Ao longo dos próximos anos, o estudo da língua continua com a aquisição de habilidades para enriquecer seu vocabulário e aprender a ler e escrever. Assim, os alunos são convidados a aprender entre 2500 e 6 mil palavras entre a escolinha e os primeiros anos de colégio. Para a criança, isso representa todo um novo universo! Mas tenha certeza: será sempre, na escola, acompanhado pela pedagogia do professor. A fase fundamental de aprendizagem do ciclo 2 diz respeito aos primeiros anos do fundamental: 1º, 2º, 3º ano. Educar uma criança para que ele conheça um máximo de campos lexicais tem várias questões a serem levadas em conta: Questões filosóficas e sociológicas: aprender a nomear e imaginar o mundo, a apropriar-se do mundo para expressar um pensamento, agir e interagir, comunicar-se, Questões linguísticas: aumentar o léxico e entender o significado de cada palavra aprendida. A aquisição do vocabulário pela criança da escolinha, em seguida, o ciclo primário, visa classificar as palavras dentro dos tipos de frases e conseguir escrevê- las na ordem gramatical (sujeito, verbo, objeto e adjetivo). 33 Além disso, o aluno constrói um repertório sintático através do estudo de textos, documentos, rimas e mídias multivariadas. Adquirir a linguagem também é uma ferramenta socializadora que contribui para a integração social da criança. Quanto mais ele conhecer um número crescente de palavras e assimilar o significado delas, mais ele será dotado da leitura e da escrita. Além disso, mais o seu cérebro será rápido, intelectualmente falando. Isso evitará alguns fracassos escolares… Mas como ensinar o vocabulário às crianças? A leitura é uma ótima maneira de melhorar seu vocabulário… Ensinar o vocabulário do português no primário: programas escolares As aulas de português e os exercícios de vocabulário ocupam um lugar de destaque no sistema escolar. Isso é normal, porque cada palavra portuguesa desconhecida do aluno põe um freio na boa compreensão do texto ou na compreensão oral. Como dar um bom nível lexical a todas as crianças do país? Aqui estão os temas do programa para ensinar português a crianças em idade escolar. Mas a aquisição de vocabulário e a capacidade de falar com certa nitidez não se limitam ao curso de português: de história, geografia e matemática também envolvem o progresso de um vocabulário técnico e específico. Normalmente, as crianças com o vocabulário mais fraco têm, em média, 3 mil palavras no fim do 3º ano. Enquanto os alunos com mais facilidade escolar obtêm, em média, 8 mil palavras conhecidas. Considerando esses dados, é importante distribuir de forma mais equitativa o poder das palavras para que algumas não sejam excluídas da fala, leitura e escrita. É importante o aluno ter o domínio das regras gramaticais, mas de vocabulário também. Os currículos escolares nos primeiros anos do fundamental visam aperfeiçoar as aulas do jardim de infância. Eles o fazem graças a prática de atividades de leitura e escrita. Para fazer isso, o professor de português primário deve respeitar o projeto educacional implementado pelo Ministério da Educação, MEC. https://www.mec.gov.br/ 34 O MEC, portanto, deve se esforçar para implantar recursos de ensino que permitam a regularidade, repetição e esclarecimento da aprendizagem do aluno. No fundamental, os alunos são encorajados a fazer uma análise diferenciada das palavras mais e mais facilmente, praticar a leitura em voz altae, entre outras coisas, escrever. O objetivo é memorizar a grafia de palavras frequentes ou palavras irregulares, identificar com coerência semântica a ordem das palavras de uma frase simples e, finalmente, aprender e assimilar novas palavras. Os pais dos alunos, portanto, esperam que a escola dê aos seus filhos um conhecimento metodológico para adquirir essas bases. Nas 4ª, 5ª e 6ª séries, os alunos continuam a consolidar as habilidades supostamente adquiridas no nível escolar anterior. Os novos programas publicados nos textos oficiais visam “treinar o leitor aluno”. Eles introduzem análise e compreensão de textos e acrescentam: Dominar a forma de palavras relacionadas à sintaxe, Observar como o verbo funciona e soletrar. Todas as crianças são, em teoria, levadas a dominar a base comum de conhecimento que as escolas têm a missão de fornecer. No entanto, um certo número de alunos não consegue acompanhar a rapidez dos ritmos escolares ou a qualidade da escola não é boa o suficiente para transmitir esses conhecimentos aos alunos: Apesar dessa observação, ainda há uma esperança no final do túnel no sistema educacional. Quem sabe um dia vamos ter uma escola pública de qualidade? Que vai alcançar suas ambições de dar aos nossos estudantes brasileiros uma linguagem oral e escrita rica e variada, organizada e compreensível? É importante sonhar e ter esperanças… Melhorar a gramática brasileira é essencial na escola primária. Aulas de português no fundamental: como ensinar o vocabulário? A leitura de obras literárias ajuda muito a enriquecer o vocabulário dos alunos. Mas podemos dar Machado de Assis, Euclides da Cunha para uma criança de 8 a 9 anos para ler? Difícil, somente se a criança for superdotada… Elas ainda não têm maturidade para ler esses autores. 35 Por isso, a leitura tem que ser adaptada com a sua idade. Cada aluno tem, lembre-se, diferentes tipos de memorização. Alguns possuem memória visual, auditiva ou cinestésica. Algumas crianças precisam se divertir e visualizar para memorizar palavras em português. Mobilize todos os tipos de memória Em memorização por abordagem visual, pode-se: Escrever a palavra que o aluno deve aprender, Pedir ao aluno que leia a palavra em voz alta Fazer soletrar a palavra, Fazer escrever ou copiar a palavra em uma folha, Pedir ao aluno para “fotografar” a palavra com os olhos, Pedir à criança para fechar os olhos e soletrar a palavra, Pedir ao aluno para escrever a palavra, O adulto corrige a grafia da palavra. O aluno pode ser solicitado a distinguir vogais e consoantes da mesma palavra. A operação é diferente para ensinar português com memória auditiva: A palavra está escrita em uma folha em branco, O aluno escreve a palavra dizendo cada letra em voz alta, O aluno nomeia a palavra, Então ele reescreve a palavra e lê duas ou três vezes, Esconder a palavra e o aluno escreve a palavra de memória. A memória cinestésica combina as abordagens auditiva e visual: A criança pronuncia a palavra em voz alta, Ele escreve e repete a palavra, Ele verifica a palavra e corrige se necessário, Ele traça a palavra com o dedo ou em uma superfície (uma parede ou nas costas do adulto), Ele repete a palavra novamente em voz alta, Ele escreve a palavra de memória, verifica e corrige. 36 Bem, esses métodos funcionam para uma palavra de cada vez. Mas quando uma página inteira de texto continua incompreendida, não podemos fazer esse exercício para cada palavra! O professor pode completar por ditado, desenho ou brincadeira. Fonte: www.youtube.com Jogos para aprender o vocabulário As ferramentas de ensino disponíveis para os professores são compostas principalmente de jogos para aprendizado e ditado. Antes do colégio, o vocabulário aprendido permanece rudimentar. Para evitar que seu filho crie uma aversão à língua portuguesa, a maneira mais eficaz de captar a atenção é aprender sem contrariar. Aqui estão alguns jogos que você pode fazer com seu aluno em sala de aula ou com seu filho: Procurar as famílias de palavras: para a palavra “terreno”, por exemplo, podemos pedir ao estudante se outras palavras vêm à mente (“terra” ou “pasto”), Escrever em outros lugares fora do caderno: em um quadro em branco, folhas coloridas, etc., para liberar a criatividade, Revisar as palavras da vida cotidiana (roupas, objetos domésticos, cores, animais, etc.) e categorize-as para aprender o campo lexical, 37 Criar listas de palavras do vocabulário e pedir que eles leiam em voz alta, Pedir à criança que leia as palavras enquanto o adulto as estiver escrevendo (inversão de papéis): é a criança que estará se formando e sem saber! Jogar o jogo das capitais do mundo e soletrar as cidades: ao mesmo tempo em que aprendemos geografia física, aprendemos a grafia dos nomes próprios. Variando a metodologia, aprender o vocabulário pode ser uma atividade divertida para crianças pequenas.12 14 PORTUGUÊS PARA FILHOS NASCIDOS E CRIADOS FORA DO BRASIL Vivendo em um mundo tão globalizado e interligado o bilinguismo já não é uma opção e sim uma necessidade da atualidade. Porque não oferecer essa vantagem aos seus filhos desde o nascimento?! Qual a importância em transmitir o idioma nativo dos pais para os filhos Qual a importância em transmitir o idioma nativo dos pais para os filhos? Existem muitos motivos para os pais incentivarem o bilinguismo em seus lares. O bilinguismo tem um impacto profundo e estrutural no desenvolvimento do cérebro infantil, especialmente na primeira infância. Esse impacto é muito positivo em geral: Estudos mostram que o cérebro bilíngue tem mais facilidade na realização de tarefas simultâneas (conflituosas). Crianças multiculturais se beneficiam tanto socialmente quanto individualmente, por saberem se comunicar em mais de um idioma; Psicologicamente, crianças que aprendem os idiomas nativos da mãe e do pai se sentem mais ligadas às suas origens. A língua materna é a primeira língua aprendida pelo bebê e geralmente é aquela correspondente a cultura com a qual o indivíduo vai se identificar. (Um bilíngue simultâneo possui duas línguas maternas.) 12 Extraído do link: www.superprof.com.br 38 Como ensinar português para os filhos desde o nascimento? Os bebês aprendem linguagem involuntariamente e por exposição. O cérebro humano é formado de uma tal forma que busca sentido e significado em tudo, ele é feito para a linguagem. Na verdade, o bebê não aprende a linguagem ele é apreendido pela linguagem. Se você mora no exterior e deseja criar seus filhos bilíngues, falar com eles em português desde o nascimento é a opção mais fácil para pais e filhos. Abaixo, algumas dicas de como alcançar este objetivo: 1) Mãe e pai devem conversar sobre esta decisão e definir um método de ensino que funcione para a situação familiar: a) Se a mãe é brasileira e o pai é de outra nacionalidade ou vice-versa, o melhor método é aquele no qual a mãe se comunica com a criança exclusivamente na língua nativa dela e o pai na língua nativa dele. Este método é conhecido como OPOL – One person, one language. b) Se a mãe e o pai são brasileiros, o melhor método é o de falar português em casa e o idioma do país onde vivem fora de casa. Este método é conhecido como MLAH – Minority Language At Home. Ambos métodos tendem a proporcionar uma exposição balanceada aos dois idiomas. Assim o bebê aprende as duas línguas simultaneamente. 2) Comunique aos familiares, amigos íntimos, pediatra e futuramente professores, sobre a sua decisão de criar seus filhos bilíngues e os informes sobre o seu método usado. Este comunicado é muito importante. Pode evitar situações desagradáveis e indesejadas quando os familiares te ouvirem falar em português com seu filho empúblico ou em reuniões de família. Dar esta informação para as pessoas que farão parte da sua vida e da vida do seu filho faz uma diferença imensa e te ajuda e se engajar na causa porque agora todos sabem dos seus objetivos. Quando as pessoas sabem e entendem o que você está fazendo, fica mais fácil conseguir o apoio e suporte delas. Com o apoio de todos, você se sentirá forte e certo da sua escolha. Além de criar uma situação onde você não vai se sentir rude por estar falando com seu filho (a) em outro idioma. 3) É importante que os pais se comuniquem com seus bebês e se relacionem com eles na língua que for mais natural para esses pais. Assim terão condições de oferecer aos filhos acesso irrestrito ao seu idioma e cultura. Caso português seja sua https://bilingualkidspot.com/2016/10/07/opol-method-one-person-one-language/ https://bilingualkidspot.com/2016/10/07/opol-method-one-person-one-language/ https://bilingualkidspot.com/2017/01/04/minority-language-home-method-mlah-bilingual-kids/ 39 língua materna, mas não a mais fluente, você pode trabalhar em melhorar a sua fluência em português e beneficiar, não apenas o cérebro do seu filho, como o seu também. 4) Exponha seus filhos ao português diariamente e consistentemente! Fale, cante, leia e se expresse em todos os sentidos em português para seus filhos desde o nascimento. Tente ao máximo não misturar os idiomas e seja consistente com o método de ensino escolhido. A exposição ao português e a consistência desta exposição são a chave para o sucesso em qualquer método. Os estudos mostram que o bilinguismo não justifica um atraso na fala, mas crianças bilíngues ou monolíngues podem ter atraso na fala devido a outros fatores. Como ensinar o português para os filhos em idade escolar? Se o seu filho fala apenas o idioma do país onde ele nasceu e vive não se preocupe, ainda está em tempo de ele aprender! Uma abordagem positiva no uso e incentivo do idioma é importante, assim como a consistência, e o contexto. A criança que já está em idade escolar, ou seja, a partir da segunda infância, tem plenas condições de aprender um outro idioma. No entanto, ela será um bilíngue sequencial e não um simultâneo. Sendo assim, a segunda língua não será posicionada como materna no cérebro. Existem vários níveis de fluência nas línguas e o nível de fluência tem relação com: a necessidade do idioma, a exposição ao idioma, o uso propriamente dito do idioma, o status da língua na região em que o sujeito vive, e a relação que esse sujeito tem com esse idioma e cultura. Algumas dicas de como inserir e incentivar a aprendizagem do português na idade escolar, ou segunda infância: 1) Descubra o que o seu filho gosta ou poderia gostar na cultura brasileira: Músicas, artistas, séries, livros, cordel, gibi, folclore, etc. podem te ajudar a saber por onde começar a conquistar a atenção e interesse do seu filho em aprender português. 2) Procure brasileiros perto de onde você mora e forme ou participe de grupos que possam trazer contextualização e enriquecimento social a essa aprendizagem. Afinal ninguém aprende uma nova língua para falar com as paredes ou com o espelho (risos). 40 3) Coloque seu filho (a) em situações onde seja necessário que ele tente falar e/ou entender o português para se comunicar. Por exemplo: uma babá que fale apenas português; uma visita prolongada de algum familiar querido que se comunique apenas português; férias no Brasil com a vovó, tios e primos; colônia de férias no Brasil com outras crianças. Estas são situações onde a criança tem um enorme estímulo para tentar se comunicar. Tais circunstâncias, reúnem questões afetivas e sociais, e são ricas em contextualização e intensidade. 4) Matricule seu filho em alguma escola de português ou arranje aulas particulares com professores ou tutores de português, nem que seja pelo Skype, por exemplo. Claro que, não adianta forçar seu filho a estudar português, esta opção só funciona se ele tiver interesse em aprender. De toda a herança que deixaremos para nossos filhos poucas coisas trarão consigo tanta conexão e autoconhecimento quanto uma língua de herança.13 15 O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ASPECTOS METODOLÓGICOS E LINGUÍSTICOS A insegurança na comunicação, principalmente em situações formais, demonstrada pelos escolares, a incapacidade de redação na maioria dos candidatos em concurso vestibular e a dificuldade de compreensão de textos em todos os níveis escolares constituem indicações da importância do ensino na Língua Portuguesa, cujo questionamento vem ocupando uma posição central no contexto educacional. Essa situação faz com que os professores de Português realizem estudos e pesquisas e apresentem alternativas para melhor funcionalidade desse ensino, a partir da análise das suas deficiências. Os profissionais da Língua Portuguesa voltam-se às ciências linguísticas como a fonte de onde se podem inferir normas metodológicas para o ensino, que, associadas aos princípios metodológicos, permitem uma tomada de posição mais efetiva sobre o que ensinar e como fazê-lo. Nossa interpretação é de que o fato metodológico é realmente abrangente, visto encerrar uma filosofia de educação, o pensamento de uma sociedade com peculiaridades locais em permanente e acelerada mudança, e uma teoria linguística. 13 Extraído do link: abcmulticultural.com 41 No Brasil, o ensino da língua materna tem-se desenvolvido quase somente por meio do ensino da gramática tradicional. E o pressuposto básico, nessa acepção, é de que saber a teoria gramatical equivale a saber Português. A gramática é, portanto, colocada e vista como parte fundamental do ensino da língua. Decorrentes dessas premissas surgem as diretrizes metodológicas: toda a teoria gramatical é sistematizada e estruturada para que o escolar a domine no processo de escolarização. Os conteúdos das oito séries de 1º grau e os das três séries do 2º grau são reunidos num conjunto compartimentado. Há, assim, onze compartimentos, cada um correspondendo a um ano letivo, complementados com exercícios dimensionados, conceitos, regras e exceções. Embora essa metodologia de ensino da Língua Portuguesa eivada só de gramática seja desgastante, ela é de procedimento geral em classes de 1º grau. O posicionamento, visto assim, é fruto de uma tradição histórica, organizada numa concepção clássica do ensino da língua, trazida pelos jesuítas. Em termos concretos, essa tradição de ensino, que procurava seu aperfeiçoamento evitando qualquer alternativa, fazia com que o professor que só havia aprendido gramática, apenas gramática ensinasse, fechando assim um círculo vicioso, com poucas perspectivas de mudanças. Fonte: www.portalbueno.com.br 42 Esse posicionamento foi sendo reforçado e estratificado pelas principais normas legislativas. Em 1959, por exemplo, a Portaria 36, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), disciplina a adoção da Nomenclatura Gramatical Brasileira e recomenda seu uso no ensino programático como também em atividades que visem à verificação da aprendizagem. Nessa mesma Portaria são definidas as instruções quanto à seleção dos termos da nova nomenclatura: exatidão científica do termo; vulgarização internacional e a sua tradição na vida escolar brasileira. E quanto às recomendações atinentes à aplicação, destaca-se: dá-se importância a revisão da doutrina gramatical e à realização de pesquisas contínuas para detectar os erros mais comuns cometidos pela coletividade escolar, atentatórios à gramática. Se é louvável a intenção da Portaria com relação à revisão permanente da doutrina gramatical - o que nunca foi feito - e com a pesquisa dos fatos linguísticos correntes - o que também nunca foi feito - é lamentável a concepção linguística subjacente à Portaria. É uma concepção defasada da variação linguística,
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