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Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Unidade 1: Principais Conceitos Qualidade de vida: conceitos e sua relação com a saúde da humanidade e meio ambiente Estamos acostumados a ouvir o termo “qualidade de vida”, mas o que é qualidade de vida? Quais aspectos a impactam positivamente ou negativamente? Qual a importância desse conceito para a vida do ser humano? A Organização Mundial da Saúde (OMS) define qualidade de vida como: (...) a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto cultural e nos sistemas de valores nos quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito amplo e complexo que engloba a saúde física, o estado psicológico, o nível de independência, as relações sociais, as crenças pessoais e a relação com as principais características do meio ambiente. (OMS, 1998, [s. p.]) Como podemos observar, a qualidade de vida não deve apenas ser relacionada a aspectos ligados à saúde física, mas sim a todos os aspectos que fazem parte de nossas vidas, como o convívio social, a condição de saúde mental, a saúde emocional, as relações interpessoais, as relações no trabalho, o meio ambiente em que estamos inseridos, o nosso lazer, o nosso nível socioeconômico, a segurança pública, o saneamento básico... Em suma, tudo o que faz parte do universo humano que pode influenciar positivamente ou negativamente a satisfação pessoal e a qualidade de vida. Refletindo sobre todos esses conceitos relacionados à qualidade de vida, podemos perceber a grande influência do meio ambiente. O meio ambiente diz respeito tanto ao espaço físico que cerca os seres humanos quanto ao meio social no qual ele está inserido, seja em família, no trabalho ou na sociedade. O termo diz respeito também aos aspectos naturais do ambiente, como as condições climáticas, dentre outros fatores. Todos esses elementos que compõem o meio ambiente influenciam diretamente as condições de vida humana. Desfrutar de boa saúde, manter um bom relacionamento em casa e com amigos, possuir estabilidade financeira e se dedicar ao lazer são situações favoráveis à satisfação pessoal, por outro lado, a presença de doenças, o convívio social conturbado, os hábitos sedentários, as dificuldades financeiras, as questões ambientais, como poluição, falta de saneamento básico e de infraestrutura, contribuem para a queda da qualidade de vida. Já que o meio ambiente engloba diversos fatores determinantes para a qualidade de vida, a abordagem da Educação Física para a melhoria da qualidade de vida também deve ser ampla, contemplando os aspectos físicos, mentais, emocionais e sociais. Concentrar os objetivos das intervenções na busca pela saúde fará com que seja Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras possível contemplar todos esses aspectos, pois a saúde não se refere apenas aos aspectos físicos, na verdade é um termo muito mais abrangente. No ano de 1946, a Constituição Mundial da Saúde definiu que “a saúde é um estado de completo bem- estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade” (OMS, 1946, [s.p.]). O significado amplo do termo continua sendo empregado atualmente e, segundo essa definição, é possível entender que manter um estilo de vida saudável inclui a prática de atividades físicas e a manutenção de boas relações sociais. Além dos demais aspectos que o termo “meio ambiente” engloba, e que são determinantes para a qualidade de vida, os aspectos naturais também exercem um importante papel; eles se referem ao meio ambiente natural, às condições climáticas, à qualidade da água e do ar, às condições básicas de higiene e de saneamento básico. As más condições naturais também interferem na saúde da população: a poluição, a água contaminada e a falta de tratamento de esgoto, por exemplo, podem provocar doenças. Por outro lado, uma relação saudável do homem com a natureza traz grandes benefícios à qualidade de vida. A associação homem–natureza vem desde os primórdios, porém, a vida moderna tem causado interferências nessa ligação, no entanto, precisamos nos lembrar sempre de que o contato com a natureza é fundamental ao ser humano e não deve ser perdido. Estar perto da fauna e da flora traz benefícios à saúde, logo, propor atividades que remetam a esse retorno do homem à natureza, como as intervenções ao ar livre, são muito bem-vindas. Alguns dos fatores ambientais não podem ser modificados pelo profissional de educação física, que deve propor intervenções possíveis e efetivas. O desafio é a elaboração de ações voltadas para a população de maneira individualizada, ou seja, compreendendo as particularidades e as necessidades de cada indivíduo, em busca da promoção da saúde e do bem-estar. Principais abordagens sobre qualidade de vida e promoção da saúde Os componentes da qualidade de vida podem ser classificados da seguinte forma, segundo a OMS (1998): • Estado físico; • Estado psicológico; • Nível de independência; • Relações sociais; • Entorno; • Crenças pessoais e espirituais. Se considerarmos todos os fatores que podem influenciar a qualidade de vida, perceberemos que o termo é bastante abrangente. Geralmente, quando ouvimos falar em qualidade de vida, a primeira ideia que vem à nossa mente é a de saúde física; Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras apesar de não ser o único pilar para a qualidade de vida, a saúde física é fundamental. Além da prevenção e do tratamento de doenças, os cuidados básicos com o corpo são essenciais para o bem-estar global do indivíduo. Ao pensarmos em aspectos físicos, temos de considerar três principais pontos: a alimentação, o sono e a atividade física. Alimentação saudável A boa nutrição depende de uma dieta equilibrada e diversificada para fornecer ao corpo a quantidade e a variedade adequada de nutrientes para seu bom funcionamento. A alimentação saudável baseia-se no consumo de todos os grupos alimentares, e a pirâmide alimentar é um instrumento de fácil interpretação que pode auxiliar na escolha dos alimentos em busca de uma dieta mais saudável (GOMES; TEIXEIRA, 2016). Cada parte da pirâmide representa um grupo de alimentos e o número de porções recomendadas diariamente, como podemos ver na Figura 1.1 (PHILIPPI, 2008 apud GOMES; TEIXEIRA, 2016). Fonte: Philippi (2008 apud GOMES; TEIXEIRA, 2016, p. 11). A boa alimentação melhora a saúde e previne doenças crônicas, melhorando, consequentemente, a qualidade de vida; portanto, algumas recomendações básicas devem ser seguidas, como: baixo consumo de gorduras saturadas, açúcar e sal, e maior consumo de frutas e legumes (FAO/OMS, 2003). Qualidade do sono Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Um bom sono está ligado à quantidade de horas dormidas e à capacidade de manter o sono de maneira ininterrupta, profunda, levando pouco tempo para adormecer. Geralmente, as pessoas necessitam de 5 a 12 horas de sono por noite (MARTINEZ, 1999). Dormir é extremamente importante para o ser humano. Durante o sono, nosso corpo é reorganizado, ocorre a eliminação de toxinas, a produção de alguns hormônios, a fixação da memória e o descanso da mente e do corpo. A qualidade de vida pode ser diretamente afetada com distúrbios do sono, de modo que a abstinência de sono pode comprometer a memória, o raciocínio matemático, o aprendizado, além de causar problemas de saúde, alterando a capacidade de trabalho e aumentando, ainda, os riscos de acidente grave relacionado à fadiga (MARTINEZ, 1999). Os exercícios físicos podem ser grandes aliados na melhora dos distúrbios do sono. A prática de exercícios melhora a qualidade e a quantidade do sono, aumenta o tempo de sono em estado profundo e melhora tambémo estado de alerta durante a vigília, ou seja, quando acordado (DA SILVA; DE LIMA, 2001). Segundo Nieman (1999), as pessoas que praticam exercícios regularmente adormecem melhor e mais rápido, sentem-se menos cansadas durante o dia e aumentam a quantidade de sono profundo para compensar o desgaste físico durante a atividade. Exercício Físico A prática de exercícios físicos e de atividade física pode proporcionar benefícios para a prevenção e o tratamento de doenças. A importância da prática de exercícios físicos para a manutenção da saúde e para a prevenção e o controle de doenças crônicas tem assumido grande relevância nos últimos anos. Para promoção da saúde e melhora da qualidade de vida, a OMS recomenda que adultos acumulem, por semana, 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física intensa (OMS, 2010). Dentre os benefícios de praticar exercícios, podemos citar a melhora da saúde física e mental, a redução do risco de doenças cardíacas, a redução da ansiedade e da depressão, a prevenção e o tratamento da hipertensão arterial e da diabetes, o tratamento da dislipidemia e da obesidade (CIOLAC; GUIMARÃES, 2004), além do desenvolvimento da aptidão física. A prática de exercícios físicos pode proporcionar benefícios nessas diferentes circunstâncias. O papel do profissional de educação física, nesses contextos, é aconselhar hábitos alimentares saudáveis, recomendar uma hidratação adequada, Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras conscientizar a população sobre a importância desses pilares na saúde e na qualidade de vida, e elaborar práticas que trarão benefícios para a saúde. Estresse e Depressão Os aspectos mentais são fatores significativos para uma boa qualidade de vida e bem- estar. O meio ambiente e as escolhas pessoais podem interferir de maneira positiva ou negativa na saúde mental, por isso, deve-se optar por hábitos de vida saudáveis. Antunes et al. (2006) apud Casagrande et al. (2013) sugerem que pessoas que praticam atividade física moderada têm menor risco de desenvolverem desordens mentais quando comparadas às pessoas sedentárias. Depressão A depressão é um transtorno mental que pode causar grande sofrimento para a pessoa afetada, sendo capaz de interferir negativamente nos ambientes familiar, profissional e escolar. Em casos mais graves, chega a levar à morte por suicídio; estima-se que 800 mil pessoas morrem de suicídio a cada ano, e mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão (OPAS, 2018a). A prática de atividades físicas pode ser uma importante aliada tanto na prevenção quanto no tratamento da depressão. Os exercícios regulares podem ter efeitos antidepressivos, e as atividades aeróbicas são as que apresentam maiores resultados na redução dos sintomas (DIMEO et al., 2001 apud BARBANTI, 2012). Alguns sintomas da depressão, como a falta de satisfação, a tristeza, as autoacusações, a irritabilidade, a indecisão, a fadiga, e os distúrbios do sono podem ser positivamente modificados pela prática de atividades físicas (BARBANTI, 2012). Estresse O estresse é uma resposta natural do corpo humano e corresponde às reações fisiológicas a algum estressor para que o organismo se adapte a essa nova demanda. Naturalmente, o estresse funciona como uma resposta benéfica e necessária, como nas situações de fuga ou luta. Nesses casos, o ser humano encontra-se em perigo iminente e seu corpo precisa reagir para se manter em segurança. Essas situações podem ser mais arriscadas, como fugir de um animal raivoso ou desviar de um objeto que cai em sua direção, ou mais corriqueiras, como uma resposta natural ao esforço exigido por um exercício físico ou devido a uma mudança climática. O corpo responde com a alteração de algumas variáveis fisiológicas, como a frequência cardíaca, a pressão arterial, a frequência respiratória, a dilatação e retração das pupilas, a contração muscular, entre outras. Quando a resposta ao estresse ultrapassa os limites naturais e passa a fazer parte da rotina por conta de diversas questões do dia a dia, que fazem o corpo se manter em estado de alerta o tempo todo, o estado de estresse torna-se crônico, trazendo malefícios para a saúde e afetando o bem-estar e a qualidade de vida. Diversos Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras acontecimentos na vida podem causar estresse, como mudanças na rotina, problemas familiares ou no casamento, falta de dinheiro, impasses no trabalho, e problemas de saúde. Imagine a seguinte situação: você está praticando um esporte com alguns amigos em uma quadra coberta, em um dia de chuva. Até que uma árvore é atingida por um raio e cai sobre uma das estruturas da quadra, que desaba em sua direção. Nesse momento, sem demora, você corre para longe, se joga no chão e escapa de ser atingido. Seu corpo recebeu um sinal de alerta e respondeu prontamente, aumentando não apenas sua frequência cardíaca e respiratória, mas também o débito cardíaco, e promovendo ações musculares para livrá-lo do perigo. Esse estresse gerado corresponde a uma resposta natural do seu organismo. A prática de atividade física pode ajudar a reduzir os níveis de estresse. Um estudo comparou indivíduos sedentários com indivíduos fisicamente ativos e constatou que os sintomas de estresse foram significativamente maiores nos indivíduos sedentários (CARUSO, 1998). De fato, a manutenção de uma vida ativa para a prevenção e o tratamento dessas desordens mentais reforça a necessidade de o ser humano manter-se em movimento. Bem-estar, saúde e longevidade A saúde e a longevidade podem ser influenciadas por fatores genéticos, aqueles herdados pelos ancestrais. Algumas pessoas podem apresentar maior predisposição a doenças, enquanto outras podem viver por mais tempo. Além dos fatores genéticos, os fatores ambientais também exercem uma grande influência no estado de saúde e na longevidade. De fato, as escolhas do indivíduo e o ambiente no qual ele está inserido têm um grande peso no estado de saúde. Escolhas inadequadas, como consumo de drogas ilícitas, tabagismo, abuso de álcool, má alimentação e comportamento sedentário, comprometem o bem-estar, a saúde e, consequentemente, a longevidade. Ferreira et al. (2005) citam diversos fatores que influenciam o processo de envelhecimento saudável, dentre eles, destacam-se: a herança genética, o meio ambiente, a educação, a habitação, o trabalho, a seguridade social, a cultura, o lazer e os hábitos alimentares. Esses fatores resultarão não apenas na qualidade de vida, mas também na quantidade de anos vividos: como vimos, pessoas saudáveis vivem mais e melhor. Pesquisas com idosos mostraram que a prática de exercícios aumenta a resistência a doenças e ao estresse (CASAGRANDE, 2006 apud CASAGRANDE et al., 2013) e idosos com uma vida social intensa tem melhor qualidade de vida e maior longevidade (FRUTUOSO, 1999). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Observando esses dados, podemos perceber a importância da prática de exercícios físicos para a população geral e, principalmente, para os idosos. As práticas proporcionam, além dos benefícios físicos, também o convívio social, que se torna restrito para essa população. As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração, dentre elas, destacam-se: doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, diabetes mellitus e alguns tipos de câncer. No ano de 2015, essas doenças foram responsáveis por 51,6% do total de óbitos na população com idade entre 30 a 69 anos no Brasil. As principais DCNT possuem em comum quatro fatores de risco: o sedentarismo, o tabagismo, o alcoolismo e a má alimentação. Vale ressaltar que esses fatores de risco são modificáveis (BRASIL, 2018).Embora a prática de exercícios proporcione diversos benefícios para a saúde e para a qualidade de vida, uma grande parte da população ainda permanece inativa: mais de um quarto da população mundial adulta estava insuficientemente ativa no ano de 2016 (OPAS, 2018b). No Brasil, no ano de 2015, quase metade da população estava sedentária. As mulheres se mostraram mais inativas do que os homens, e o nível de atividade física se mostrou em queda com o passar dos anos de vida, conforme a Figura 1.2. Fonte: IBGE (2017). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras O sedentarismo é um problema de saúde pública, eleva os riscos de doenças mentais, como demência, e de DCNT, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, e alguns tipos de câncer. Incentivar a prática e a aderência aos programas de exercício é um dos papéis fundamentais do profissional de educação física. Até aqui, conhecemos os principais conceitos em qualidade de vida e entendemos como o meio ambiente pode influenciá-la de maneira positiva ou negativa. Aprendemos o conceito de saúde e verificamos a sua relação com os aspectos físicos e mentais. Vimos, também, a influência da atividade física no bem-estar, na saúde e na qualidade de vida do indivíduo. Principais dimensões da qualidade de vida Ao observar os componentes que influenciam a qualidade de vida classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998) – estado físico, estado psicológico, nível de independência, relações sociais, entorno, crenças pessoais e espiritualidade –, é possível perceber o grande alcance do conceito. Essa abrangência se justifica pela amplitude de características que permeiam o ser humano. Vejamos as dimensões de cada uma delas. • O estado físico corresponde à saúde física, sendo que vários fatores podem influenciá-la: presença de doenças; dificuldades motoras; sensações físicas, como dor, cansaço e fadiga; aptidão física; capacidade funcional; manutenção de hábitos saudáveis, como prática de exercícios físicos, alimentação saudável, sono de qualidade; e vitalidade. • O estado psicológico engloba questões relacionadas à saúde mental, como depressão, estresse, ansiedade, presença de outras doenças mentais, saúde emocional, estado de humor, presença de sentimentos negativos, sensação de abandono ou acolhimento familiar, aprendizado e acesso à informação. Os aspectos relacionados à saúde física ou mental também referem-se à acessibilidade às unidades de saúde, ao atendimento médico e aos medicamentos para tratamento e prevenção de doenças. • O nível de independência corresponde a quanto o indivíduo é capaz de realizar suas necessidades e atividades sem auxílio; quanto menor essa capacidade, maior é o nível de dependência, podendo impactar negativamente na qualidade de vida. A dependência pode ser funcional, quando há necessidade de ajuda física para realizar atividades básicas, como higiene, alimentação e locomoção, ou financeira, quando há dificuldade em custear as necessidades básicas, como higiene, alimentação, habitação, transporte e lazer. • As relações sociais também são fundamentais para a qualidade de vida humana, elas se referem ao meio familiar, ao relacionamento conjugal, ao relacionamento com os amigos, aos relacionamentos no trabalho e também na escola. O bom relacionamento em casa, a aceitação e o acolhimento familiar, Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras um relacionamento conjugal respeitoso, relações sexuais satisfatórias, o apoio dos amigos, além da realização de atividades sociais e de lazer corroboram o bem-estar e a qualidade de vida. • O entorno corresponde ao meio no qual o ser humano está inserido, seja o meio estrutural, natural ou o meio de convívio. O meio estrutural refere-se a condições como moradia, saneamento básico, iluminação, segurança pública, asfalto, barulho e opções de lazer acessíveis. O meio natural corresponde às condições da natureza, como poluição do meio ambiente, contato com a fauna e a flora e condições climáticas. Já o meio de convívio refere-se aos locais de convivência, como o ambiente familiar, o ambiente profissional e o ambiente escolar. • E, por fim, as crenças espirituais e espiritualidade estão relacionadas às convicções pessoais, práticas religiosas, fé e busca pelo sentido da vida. A qualidade de vida e a saúde podem estar relacionadas à espiritualidade, a encontros religiosos e às crenças religiosas (LEVIN, 1994; FERRISS, 2002 apud PANZINI et al., 2007). Alguns fatores que influenciam a qualidade de vida podem estar inter-relacionados, não representando apenas aspectos físicos, emocionais ou estruturais, mas abrangendo outras dimensões. Por exemplo, a religiosidade abrange aspectos psicológicos e sociais, porque envolve o bem-estar emocional, a sensação de conforto, o acolhimento e também relações sociais com pessoas que compartilham das mesmas crenças. Em situações difíceis, como no caso de uma pandemia, diversos aspectos da qualidade de vida são abalados. Esses aspectos não são estáveis e se modificam a depender de cada situação. Pensando nos aspectos possivelmente abalados em uma situação de pandemia, como o profissional de educação física pode atuar a fim de modificar esses fatores e de propiciar a melhora da qualidade de vida de seus alunos? Questionários (WHOQOL, WHOQOL reduzido, SF-36) - World Health Organization Quality of Life-100 (WHOQOL-100) Os questionários de avaliação são ferramentas importantes, tanto na aplicação profissional, com o propósito de conhecer as características, as particularidades e as necessidades de uma determinada população, quanto nas pesquisas científicas sobre qualidade de vida. O Grupo de Qualidade de Vida da OMS desenvolveu, no ano de 1995, em parceria com quinze centros de diferentes países, uma ferramenta de avaliação de qualidade de vida válida e aplicável em diferentes culturas: o questionário World Health Organization Quality of Life-100 (WHOQOL-100) (KLUTHCOVSKY; KLUTHCOVSKY, 2009). Fleck e colaboradores desenvolveram a versão do WHOQOL-100 em língua portuguesa, no ano de 1999. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras O WHOQOL-100 é um questionário sobre a percepção de qualidade de vida e saúde de acordo com os valores, pretensões, diversões e preocupações pessoais. São cem questões que analisam seis domínios diferentes (FLECK, 1999): • Domínio físico: dor e desconforto, energia e fadiga, sono e repouso; • Domínio psicológico: sentimentos positivos, pensar, aprender, memória e concentração, autoestima, imagem corporal e aparência, sentimentos negativos; • Nível de independência: mobilidade, atividades da vida cotidiana, dependência de medicação ou de tratamentos e capacidade de trabalho; • Relações sociais: relações pessoais, apoio social e atividade sexual; • Ambiente: segurança física e proteção, ambiente no lar, recursos financeiros, cuidados de saúde e sociais, oportunidades de adquirir novas informações e habilidades, participação em/ oportunidades de recreação e lazer, ambiente físico (poluição, ruído, trânsito, clima) e transporte; • Aspectos espirituais, religião e crenças pessoais: espiritualidade, práticas religiosas e crenças. As repostas são dadas em pontuações de um a cinco, de acordo com a intensidade, capacidade, avaliação e frequência de determinado domínio questionado, sendo que um representa zero por cento e cinco representa cem por cento. - World Health Organization Quality of Life – bref (WHOQOL reduzido) Posteriormente, foi desenvolvido um questionário abreviado devido à necessidade de instrumentos de avaliação mais curtos e de aplicação mais rápida, o World Health Organization Quality of Life - bref (WHOQOL reduzido), com 26 questões. A primeira questão direciona-se à qualidade de vidade modo geral, a segunda questão, à satisfação pessoal com a saúde, e as demais 24 questões dividem-se entre os domínios: físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, meio ambiente e espiritualidade e crenças pessoais. É um instrumento que pode ser utilizado tanto para avaliar pessoas saudáveis quanto pessoas com doenças crônicas (KLUTHCOVSKY; KLUTHCOVSKY, 2009). - Short Form Health Survey 36 (SF-36) O questionário padronizado Short Form Health Survey 36 (SF-36) é um questionário para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde. Seu objetivo é identificar as condições de saúde da população geral ou de populações específicas, com algum tipo de doença, além de avaliar alterações no estado de saúde ao longo do tempo (JENKINSON et al., 1997 apud LAGUARDIA et al., 2013). O SF-36 é composto por 36 questões, uma relacionada à mudança do estado de saúde ao longo de um ano e as outras 35 agrupadas em oito domínios diferentes: capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, estado geral de saúde, dor, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. As respostas são dadas em uma Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras escala de um a cinco, e as pontuações mais altas indicam melhor estado de saúde (LAGUARDIA et al., 2013). Os questionários de avaliação de qualidade de vida são muito utilizados no campo da pesquisa, que tem mostrado que a atividade física melhora a qualidade de vida. Os modelos mais utilizados na pesquisa, no campo da atividade física e qualidade de vida, são o WHOQOL-100 e o WHOQOL reduzido, seguidos do SF-36. Apesar da importância da atividade física na melhora da qualidade de vida, é importante salientar que ela é insuficiente para proporcionar qualidade de vida geral, uma vez que aspectos sociais e mentais também devem ser trabalhados (CLEMENTINO et al., 2018). A Roda da Vida A Roda da Vida é um instrumento visual de avaliação e satisfação pessoal criada pelos hindus e muito utilizada na metodologia coaching. O coaching é um processo de desenvolvimento pessoal conduzido pelo coach, termo da língua inglesa que se refere a um treinador ou instrutor. O papel do coach é conduzir o aprendiz (coachee) nesse processo de desenvolvimento, auxiliando nas escolhas e nos passos que devem ser dados para vencer os desafios e atingir os objetivos desejados (LANCHA; LANCHA JR., 2017). Segundo Lancha e Lancha Jr. (2017), a Roda da Vida é dividida em quatro quadrantes diferentes: • Pessoal: relacionado à saúde e disposição, desenvolvimento intelectual, criatividade, hobbies e diversão; • Profissional: relacionado à realização e propósito, recursos financeiros e contribuição social; • Relacionamentos: correspondente ao âmbito familiar, relacionamento amoroso e vida social; • Qualidade de vida: relativa ao equilíbrio emocional, plenitude e felicidade e espiritualidade. A figura que representa a Roda da Vida deve ser preenchida de acordo com o nível de satisfação pessoal relativo a cada área, entre zero a cem por certo. Após o preenchimento, deve-se responder de maneira sucinta o porquê da escolha de determinado percentual (LANCHA; LANCHA JR., 2017). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fonte: Lancha e Lancha Jr. (2017, p. 26). O Pentáculo do Saber O Pentáculo do Saber, ou Pentáculo do Bem-estar (Figura 1.4), corresponde a um instrumento de avaliação com 15 perguntas relacionadas ao estilo de vida pessoal; seus resultados são representados por meio de uma figura em forma de estrela. Trata- se de um instrumento de autoavaliação fácil de ser aplicado, que inclui aspetos relacionados aos hábitos que podem interferir nas condições de saúde (NAHAS; BARROS; FRANCALACCI, 2000). Esse instrumento é dividido em cinco domínios diferentes: nutrição, controle do estresse, atividade física, comportamento preventivo e relacionamentos. O comportamento preventivo diz respeito às escolhas tomadas pelo indivíduo relativas à manutenção da saúde e da segurança, tais como: não uso de drogas, não tabagismo, uso de cinto de segurança, uso de preservativo, uso de equipamentos de segurança no trabalho, uso de protetor solar, uso moderado de bebidas alcoólicas e cuidados ergonômicos (NAHAS; BARROS; FRANCALACCI, 2000). Após responder a 15 perguntas, devem-se colorir as faixas da figura que representam cada um dos domínios, quanto mais preenchido ficar o Pentáculo, mais satisfatório estará o estilo de vida. As escalas das respostas vão de zero (ausência dessa característica no estilo de vida) até três (satisfação completa de determinado aspecto). As pontuações zero e um sugerem que mudanças devem ser feitas para melhorar esses aspectos, já as pontuações dois e três sugerem um estilo de vida adequado para a manutenção da saúde (NAHAS; BARROS; FRANCALACCI, 2000). Essa análise pode ser realizada individualmente ou em grupo, e os resultados podem ser debatidos sem expor, preferencialmente, as respostas de cada um. Pode ser Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras utilizada como ferramenta pelo profissional de educação física antes de iniciar um programa de atividade física e também periodicamente, para avaliar os efeitos desse programa no estilo de vida dos participantes. Por ser de fácil aplicação, o Pentáculo pode ser utilizado para compreender o estilo de vida de qualquer público, desde crianças até idosos. Primeiramente, as instruções de como preenchê-lo devem ser dadas, as perguntas podem ser lidas para o avaliado ou entregues para que ele leia sozinho. Após respondidas, os espaços do Pentáculo devem ser preenchidos, o uso de lápis colorido ajuda a diferenciar os aspectos e torna a atividade mais lúdica. Na educação física escolar, o Pentáculo pode ser aplicado no início do ano letivo e reaplicado posteriormente, como comparativo; os aspectos podem ser discutidos em classe, assim como possíveis maneiras de melhorá-los. Fonte: Nahas, Barros e Francalacci (2000, p. 57). Nesta seção, pudemos conhecer algumas importantes ferramentas que são utilizadas para a verificação das dimensões da qualidade de vida de indivíduos. Vimos, também, como essas ferramentas podem ser utilizadas para desenhar estratégias adequadas em ações relacionadas à melhoria da qualidade de vida das pessoas. Fatores socioeconômicos e a Qualidade de Vida Os fatores socioeconômicos, ou seja, aqueles que afetam as relações sociais e econômicas, podem exercer uma grande influência na qualidade de vida. Ao analisar esses aspectos, conseguimos encontrar vários fatores ambientais que podem ser afetados pelas condições socioeconômicas, por exemplo, as condições de habitação, o acesso à saúde e à educação, além da alimentação adequada. Assim como as condições Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras socioeconômicas interferem no meio ambiente, podem também interferir na qualidade de vida. A escassez de recursos financeiros pode impactar negativamente a qualidade de vida, devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde de melhor qualidade, às condições de moradia precária, ao alto estresse emocional, à baixa autoestima e aos conflitos familiares (PARK; TURNBULL; TURNBULL III, 2002; Pereira et al., 2011 apud MACIEL et al., 2013). A maioria dos idosos do país faz parte das classes sociais mais baixas; muitas vezes, a aposentadoria é insuficiente para suprir suas necessidades básicas, tornando-os dependentes da família, e limitando o acesso aos cuidados de saúde, aos cuidados sociais e à alimentação adequada (INOUYE et al., 2009). Segundo Lima-Costa, Barreto e Giatti (2002), adultos e idosos com renda familiar mais baixa apresentaram piores condições de saúde, pior função física e menor acesso aos serviços de saúde. Por outro lado, o poder aquisitivoalto pode impactar positivamente a qualidade de vida, uma vez que o acesso ao dinheiro viabiliza também o acesso aos serviços de saúde e a satisfação das necessidades básicas e pessoais. Vale ressaltar que, apesar de exercer uma grande influência, o nível socioeconômico não é o único fator que influencia a qualidade de vida, outros aspectos fundamentais relativos à vida do ser humano também são relevantes. Um estudo com idosos na Região Norte do país mostrou que aposentados de baixa renda e baixo grau de escolaridade mostraram-se satisfeitos com a sua qualidade de vida; por mais que os aspectos demográficos e socioeconômicos não fossem favoráveis, eles exerceram pouca influência na qualidade de vida desses idosos, que consideraram como fator mais importante a vida social (FIGUEIREDO NETO; CORRENTE, 2018). A qualidade de vida pode ser diretamente afetada pela condição socioeconômica, porém, não é um fator isolado, outros fatores ambientais, indistintos de renda, também interferem positivamente ou negativamente na qualidade de vida. Pessoas de classes sociais mais baixas podem ter uma boa percepção de qualidade de vida, enquanto pessoas com condições socioeconômicas mais altas podem ter uma percepção inferior. O que pode influenciar a percepção de qualidade de vida dessas pessoas, independentemente da condição socioeconômica? O Brasil é um país com alto desenvolvimento humano e muitas riquezas, mas, ao mesmo tempo, com grande desigualdade social, havendo uma considerável discrepância entre os mais pobres e os mais ricos. Considerando a influência das condições socioeconômicas na saúde e na qualidade de vida das pessoas, e também o contrapeso exercido por outros fatores ambientais, que independem do recurso financeiro, políticas públicas de saúde e assistência social são fundamentais para garantir que as pessoas mais pobres tenham direito a uma qualidade de vida melhor, pois mesmo que tenham menor renda, a acessibilidade à saúde e à educação de Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras qualidade, assim como a participação em programas assistenciais e de esportes, devem ser garantidas. A expansão dos serviços de saúde, educação, seguridade social etc., contribui diretamente para a qualidade da vida e seu florescimento. Há evidências até de que, mesmo com renda relativamente baixa, um país que garante serviços de saúde e educação a todos pode efetivamente obter resultados notáveis de duração e qualidade da vida de toda a população. (SEM, 2010 apud REZENDE, 2016, [s.p.]) Políticas públicas podem ajudar a reduzir as desigualdades sociais, melhorando o acesso às necessidades básicas, para que crianças, jovens, adultos e idosos tenham melhores condições de vida. Conhecendo a influência da situação socioeconômica na qualidade de vida, o profissional de educação física tem mais condições de direcionar sua intervenção às necessidades do público atendido, para isso, é importante conhecer as condições socioeconômicas e o estado de qualidade de vida do público-alvo, isso pode ser feito por meio de questionários de avaliação de qualidade de vida e da análise dos indicadores de pobreza e desenvolvimento humano. Índices do IBGE O IBGE é uma instituição pública federal que levanta, analisa, coordena e dissemina informações estatísticas e geográficas, além de estruturar e programar um sistema de informações ambientais no país (IBGE, 2020a). Para a análise da qualidade de vida, a efetivação de direitos humanos e sociais e o acesso aos diferentes serviços, bens e oportunidades, o IBGE utiliza a Síntese dos Indicadores Sociais (SIS). A SIS foi publicada no ano de 1999, com o intuito de analisar as condições de vida da população brasileira, contribuindo para a elaboração de políticas públicas direcionadas à desigualdade social em diferentes âmbitos: distribuição de renda, trabalho, habitação, educação e saúde (IBGE, 2019). Esse índice é importante para o entendimento das dimensões das desigualdades sociais e seus efeitos na vida dos brasileiros, sendo realizado anualmente, exceto nos anos em que ocorre o censo demográfico. Suas informações são, em sua maioria, retiradas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), destinada ao acompanhamento do desenvolvimento socioeconômico do país (IBGE, 2019). A divulgação dos indicadores das condições de vida da população brasileira expõe a heterogeneidade social sob três aspectos diferentes: estrutura econômica e mercado de trabalho, padrão de vida e distribuição de renda e educação (IBGE, 2019). Estrutura econômica e mercado de trabalho Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Estrutura econômica e mercado de trabalho relatam as desigualdades estruturais especialmente provocadas pelo desemprego, pelo trabalho informal e pela subutilização da força de trabalho. Segundo a publicação do SIS de 2019, a taxa de desocupação aumentou progressivamente entre os anos de 2014 a 2018 (IBGE, 2019). Fonte: IBGE (2019, p. 32). Padrão de vida e distribuição de renda Padrão de vida e distribuição de renda relatam a desigualdade por meio dos indicadores de distribuição de renda, de acesso a bens e serviços relacionados à habitação, de escassez de dinheiro, de carência de educação, de proteção social, de moradia adequada e de acesso à internet. A publicação de 2019 destaca as diferenças de distribuição de renda entre as regiões do Brasil. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e o Distrito Federal, possuíam o maior rendimento, e as regiões com menor rendimento foram Norte e Nordeste, com destaque para o estado do Maranhão, com a menor renda do país. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fonte: IBGE (2019, p. 50). Educação O aspecto Educação analisa a frequência escolar, as desigualdades no acesso e a permanência dos estudantes nas instituições de ensino, da educação básica ao ensino superior. Abrange também a gestão escolar, destacando a situação dos municípios em relação às metas de gestão democrática do Plano Nacional da Educação (PNE). A figura a seguir expõe o percentual da frequência escolar de alunos com diferentes faixas etárias, mostrando que, entre 2016 a 2018, essa taxa permaneceu estável (IBGE, 2019). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fonte: IBGE (2019, p. 79). Prática de esporte e atividade física segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) A seção da PNAD do ano de 2015 sobre Práticas de Esporte e Atividade Física analisa a prática de esporte ou atividade física de pessoas com 15 anos ou mais (IBGE, 2017). Segundo a PNAD, em 2015, apenas 37,9% das pessoas com 15 anos ou mais praticaram algum esporte ou atividade física. Apesar da população de mulheres (52,2%) ser maior do que a de homens (47,8%) no Brasil, o percentual de homens praticantes de esporte ou atividade física foi de 53,9%, enquanto que das mulheres foi de 46,1% (IBGE, 2017). Na análise do nível de atividade física e esporte por regiões brasileiras, as Regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram maior número de praticantes (40,8% e 41,1%, respectivamente), ao passo que as Regiões Nordeste, Norte e Sudeste registraram menor número de praticantes (36,6%, 37,5% e 36,3%, respectivamente) (IBGE, 2017). A PNAD de 2015 mostrou que a maioria dos brasileiros estava fisicamente inativa e, as mulheres, com menor nível de atividade física que os homens. Ao observar o nível de atividade física por regiões do Brasil, as regiões Norte, Nordeste e Sudeste foram as mais inativas do país. O que pode interferir no nível de atividade dos brasileiros? Quais fatores fazem com que as mulheres sejam mais inativas do que os homens? O fato das regiões Norte, Qualidade de vida e educação física – Educação Física – PitágorasNordeste e Sudeste serem as regiões mais inativas pode ter relação com o nível socioeconômico da região? Índices de pobreza e desenvolvimento humano Os índices que avaliam o nível de pobreza e de desenvolvimento humano auxiliam no entendimento do perfil da população, das suas condições socioeconômicas e das suas necessidades básicas, viabilizando a elaboração de estratégias para a melhora da saúde e da qualidade de vida. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um índice de medida do progresso do desenvolvimento humano de países e suas regiões em longo prazo. São analisados três aspectos diferentes (SOUSA, 2020): • Renda: baseia-se no Produto Interno Bruto (PIB), que indica os bens e serviços produzidos pelo país, estado ou cidade, dividido pelo número de habitantes da área, indicando o que cada pessoa produziu (IBGE, 2020b); • Educação: analisa o nível de conhecimento da população, as taxas de alfabetização, escolarização e o grau de instrução; • Saúde: refere-se à qualidade de vida de acordo com o acesso ao atendimento médico, a remédios, a vacinas, a tratamentos e a políticas públicas de saúde. O IDH foi desenvolvido pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq em parceria com o economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998. É uma medida geral sobre o desenvolvimento humano, portanto, não pode ser utilizada como medidor de melhor país para se viver ou de maior índice de felicidade, pois não abrange todos os aspectos humanos (SOUSA, 2020; PNUD, 2020). O desenvolvimento humano é um conceito voltado para as pessoas, para as suas oportunidades e capacidades, não meramente aos recursos financeiros, pois avalia tanto os aspectos econômicos quanto os sociais (PNUD, 2020). No ano de 2019, o Brasil estava na 79ª posição no Ranking de IDH – formado por 189 países –, o que corresponde à categoria de “Alto Desenvolvimento Humano”; o país melhorou sua posição no ranking entre os anos de 1990 a 2018, chegando a um crescimento de 24%. Entre os países da América Latina, o Brasil ocupa o 4º lugar, ficando atrás apenas do Chile, da Argentina e do Uruguai (PNUD, 2019a). Índice de Pobreza Humana (IPH) O Índice de Pobreza Humana (IPH) é um instrumento de medida da pobreza desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no ano de 1997. Esse índice considera três aspectos relacionados ao desenvolvimento humano (ROLIM, 2006): Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras • Longevidade: analisa o percentual de pessoas com expectativa de vida menor de 40 anos; • Conhecimento: analisa o percentual de analfabetos; • Padrão de vida: analisa o percentual de pessoas sem acesso aos serviços de saúde, sem água potável e o percentual de crianças desnutridas. É um índice muito utilizado em estudos e em relatórios de desenvolvimento humano, porém, apresenta algumas limitações, pois classifica a população simplesmente entre pobres e ricos, não estratificando os grupos demográficos específicos, como negros, crianças, idosos e analfabetos, e deixando de considerar outras dimensões da pobreza, como moradia e educação. Para suprir essas necessidades, o PNUD desenvolveu um novo índice, mais abrangente, o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) (VASCONCELOS, 2007). Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) O Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) é um índice abrangente que, além de analisar a renda como indicador de pobreza, também olha para as discrepâncias na maneira como as pessoas vivem a pobreza, observando as condições de saúde, a educação e o padrão de vida. O conceito de pobreza multidimensional compreende situações vivenciadas no dia a dia da população, como saúde, trabalho, educação, violência, habitação, acesso à água e à eletricidade (PNUD, 2019b). Os resultados do IPM em 2019 mostraram que a maioria dos multidimensionalmente pobres (correspondente a 886 milhões de pessoas) vivia em países de renda média, e sinalizaram para o fato de que pode haver uma enorme desigualdade nos padrões de pobreza dentro de um mesmo país (PNUD, 2019c). As desigualdades vão além das comparações entre países, ou seja, qual país é mais rico ou mais pobre. O mesmo país pode ter regiões mais pobres que outras, as cidades podem ter bairros mais ou menos pobres, e até mesmo dentro de uma mesma casa, uma criança pode estar subnutrida e outra não. As crianças sofrem mais com a pobreza do que os adultos, principalmente pela falta de água potável, de saneamento, de alimentação adequada e de educação. Uma em cada três crianças é multidimensionalmente pobre no mundo, em comparação com um em cada seis adultos (PNUD, 2019c). No ano de 2015, havia 7,7 milhões de pessoas em condições de pobreza multidimensional no Brasil, representando 3,8% da população do país (PNUD, 2019b). Pessoas em vulnerabilidade social têm menores condições de satisfazer suas necessidades básicas e pessoais, corroborando a queda da qualidade de vida. O conceito de pobreza multidimensional compreende situações vivenciadas no dia a dia da população, como acesso à saúde, ao emprego formal, à educação, à habitação, à água e ao saneamento básico, não considerando apenas a renda como indicador de pobreza. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Índice de Gini O Índice de Gini, ou Coeficiente de Gini, é um instrumento utilizado para medir o grau de concentração de renda de um determinado país, estado ou município. Foi criado pelo matemático italiano Conrado Gini, em 1912, com o objetivo de calcular quanto um determinado grupo pode ser socioeconomicamente igual ou desigual, apontando as diferenças entre os mais pobres e os mais ricos (WOLFFENBÜTTEL, 2004). A escala de medida do Índice de Gini varia de zero a um, em que zero representa a igualdade, todos com a mesma renda, e um a desigualdade máxima, com a renda concentrada em uma única pessoa. Quanto maior o valor do coeficiente de Gini, maior é a desigualdade de um país ou região (WOLFFENBÜTTEL, 2004). Esse índice é representado por um gráfico, e a concentração de renda pode ser analisada por meio da Curva de Lorenz, uma ferramenta gráfica utilizada para representar a distribuição de renda cumulativa na população (MERGULHÃO, 2020). Fonte: Mergulhão (2020, p. 4). Em uma comparação global, o Brasil tem um dos piores Índices de Gini do mundo. No Relatório de Desenvolvimento Humano de 2004, encontrava-se na 120ª posição, quase no final da lista de 127 países, com índice de 0,591, demonstrando a imensa desigualdade social (WOLFFENBÜTTEL, 2004). Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Alguns exemplos do Índice de Gini Posição ranking mundial País Índice 1 Hungria 0,244 2 Dinamarca 0,247 3 Japão 0,249 34 Índia 0,325 67 Portugal 0,385 76 EUA 0,408 90 China 0,447 93 Rússia 0,456 109 Argentina 0,522 112 México 0,546 118 Chile 0,571 119 Colômbia0,576 120 Brasil 0,591 121 África do Sul 0,593 127 Namíbia 0,707 Fonte: Pnud apud Wolffenbüttel (2004, [s.p.]). O Brasil apresenta disparidade de renda entre as diferentes regiões; o Sul, o Centro- Oeste e o estado de Minas Gerais apresentaram menor Índice de Gini, sendo que Santa Catarina se destacou com o menor Índice Gini do país, atingindo 0,417 no ano de 2018, o que faz dele, portanto, o estado menos desigual. Sergipe, por sua vez, apresentou o maior Índice de Gini do país, com 0,575, seguido do Distrito Federal, com 0,569, representando o estado brasileiro com maior desigualdade social. Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras Fonte: IBGE (2019, p. 53). Nessa seção, conhecemos a relação da qualidade de vida com as condições socioeconômicas e entendemos como o meio ambiente pode ser influenciado pela renda e pelas condições de vida. Vimos os principais indicadores socioeconômicos que analisam desigualdade social, pobreza e desenvolvimento humano, e compreendemos, também, que apesar da grande influência do nível social na qualidade de vida, outros aspectos ambientais podem ser um contraponto, exercendo uma influência positiva. Referências: BARBANTI, E. J. Eficácia do exercício físico nos sintomas de pacientes com depressão. Educação Física em Revista, [s.l.], v. 6, n. 3, p. 1-13, set./out./nov./dez. 2012. Disponível em: https://bit.ly/3lKdbDi. Acesso em: 23 nov. 2020. https://portalrevistas.ucb.br/index.php/efr/article/download/3595/2355 Qualidade de vida e educação física – Educação Física – Pitágoras BRASIL. Ministério da Saúde. 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