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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE QUÍMICA RELATÓRIO DA PRÁTICA: CINÉTICA DA HIDRÓLISE ALCALINA DO ACETATO DE ETILA Aluno: Vítor Patrício da Silva Medeiros – 2017210275. Disciplina: Físico-Química Experimental. Professor: Antonio Luciano. Seropédica/RJ 2019 1. INTRODUÇÃO O Acetato de etila é um solvente orgânico oxigenado, um éster líquido à temperatura ambiente, incolor, volátil, de polaridade moderada, sendo instável na presença de bases fortes e ácidos aquosos (1). As reações de hidrólise podem ser definidas por reações de quebra de uma molécula por água. Na Química Orgânica, hidrólise inclui reações de saponificação de ácidos graxos e ésteres, inversão de açúcares e quebra de proteínas. A hidrólise do acetato é uma reação complexa, chamada reação não elementar, que possui uma série de etapas intermediárias de reações elementares (1). Quando se estuda a cinética de uma reação, observa-se que a ordem de reação nem sempre coincide com a estequiometria. A cinética de reação, neste caso, não é representada simplesmente por uma única etapa, mas envolve várias etapas intermediárias do processo (1). Conforme (2), a velocidade de uma reação pode ser descrita como aquela à qual o sistema reacional se aproxima do estado de equilíbrio. Diversos fatores como concentração, temperatura, pressão e ausência de catalisadores interferem na cinética da reação. Uma reação de segunda ordem é aquela à qual a velocidade da reação proporcional ao produto das concentrações de dois reagentes. Consequentemente, as leis de velocidades de segunda ordem envolvem dois reagentes, e para ambos a concentração depende do tempo. A reação de hidrólise do acetato de etila, como mostrada abaixo, pode ser catalisada tanto em meio ácido quanto em meio alcalino com aumento considerável na sua velocidade, conforme na equação 1*: H3CCOOCH2CH3 + NaOH(l) → H3CCOONa(aq) + C2H5OH 1* Trata-se então de uma reação reversível, deste modo podemos escrever a lei de velocidade conforme a equação 2*: − 𝑑[𝐸𝑡𝐴𝑐] 𝑑𝑡 = 𝑘1 [𝐸𝑡𝐴𝑐][𝑁𝑎𝑂𝐻] − 𝑘2 [𝐸𝑡𝑂𝑁𝑎][𝐻𝐴𝑐] 2* Neste contexto, como a reação será forçada na direção dos produtos, pode-se dizer que após um tempo relativamente grande (t∞), todo o éster foi hidrolisado. Considera-se a e b as concentrações iniciais de éster e o hidróxido respectivamente, sendo x a concentração do produto formado, a expressão da velocidade de reação será dada pela equação diferencial representada a seguir, em 3*: dx dt = K(a − x)(b − x) ou dx (a−x)(b−x) = kdt 3* Assim, verifica-se que a velocidade em que ocorre o aparecimento dos produtos, depende da constante de velocidade k e das concentrações dos reagentes. Considerando-se que a e b sejam iguais, ou seja, possuindo a mesma concentração inicial de acetato e de hidróxido, temos a equação 4*: a = b → a − x = b − x 4* Tornando a equação 5* (da velocidade da reação), sendo apresentada da seguinte forma: dx (a−x)2 = kdt 5* Integrando esta equação 6*, tem-se: 1 a−x − 1 a = kt 6* A condutância de uma solução em qualquer tempo (t) depende da condutividade e das concentrações dos reagentes e produtos. Entende-se que considerando que a condutância do éster e do álcool são muito pequenas, leva- se em conta apenas os íons –OH e acetato, resultando em 7*: Lf = (a − x)Lbase + x Lacetato ou Lf = aLbase + x(Lacetato − Lbase) 7* Onde em uma manipulação, tem-se 8*: x = Lf−aLbase Lacetato−Lbase 8* No tempo infinito, todo a base reagiu em 9*, logo a condutância será: L∞ = a Lacetato → Lacetato = L∞ a 9* Já no tempo zero em 10*, a condutância é: L0 = a Lbase → Lbase = L0 a 10* Substituindo as equações 9* e 10* na 11*, observa-se: x = Lf−L0 L∞ a − L0 a 11* Rearranjando a equação 11* em 12*, tem-se: x = ( Lf−L0 L∞−L0 ) a 12* Da equação da velocidade, tem-se a equação 13*, temos: a−a+x a (a−x) = kt 13* Simplificando, tem-se 14*: x a−x = kat 14* Substituindo a equação 14 na 15*,16* e 17*, temos: ( Lf−L0 L∞−L0 )a a−( Lf−L0 L∞−L0 )a = kat 15* Lf−L0 L∞−L0−Lf+L0 = kat 16* Lf−L0 L∞−Lf = kat 17* A equação 17* será usada como equação da reta, onde Lf−L0 L∞−Lf é o y, t é o x e ka será o coeficiente angular da reta, ou seja, graficamente tem-se a expressão 18*: tgα = ka 18* 2. OBJETIVO Determinar a velocidade específica (k) da cinética de segunda ordem da hidrólise do acetato de etila, utilizando o método condutivimétrico. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Colocou-se, em bécher de 100mL, a barra magnética e adicionou-se 30mL de NaOH 0,02N e 30mL de água destilada. Levou-se ao banho termostático localizado sobre o agitador magnético. Introduziu-se a célula de condutividade no reator. Aguardou-se o equilíbrio térmico e anotou-se a temperatura do banho e o valor da condutividade (L0). Lavou-se e secou-se a célula e colocou-se 30mL de acetato de sódio 0,02N e 30mL de água destilada no reator. Mediu-se a condutividade da solução, como foi realizado no item anterior e anotou-se o valor, que será a condutividade no tempo infinito (L∞). Colocou-se a célula condutivimétrica em um agitador magnético e com muito cuidado introduziu-se a barra magnética. Colocou-se 30mL de acetato de etila 0,02N e ligou-se o agitador. Adicionou-se rapidamente 30mL de solução de NaOH 0,02N e acionou-se o cronômetro, em seguida, anotou-se a condutividade da mistura nos tempos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 12, 15 e 20 minutos. 3.1 MATERIAIS Os materiais utilizados na prática foram: Bécher. Barra magnética. Agua destilada. Agitador magnético. Condutivímetro. Reator. Pipetas volumétricas de 25mL e 10mL. Bacia contendo água. Cronômetro. Pera, garra, suporte. Acetato de etila 0,02N, acetato de sódio 0,02N. Erlenmeyer. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados experimentais podem ser observados a partir da Tabela 1, conforme verifica-se a seguir. Tempo (min) L (mS) Lo (mS) L∞ (mS) Lf-Lo/L∞-Lf 1 2,160 2,250 0,853 0,069 2 2,070 2,250 0,853 0,148 3 1,962 2,250 0,853 0,260 4 1,893 2,250 0,853 0,343 5 1,843 2,250 0,853 0,411 6 1,790 2,250 0,853 0,491 8 1,710 2,250 0,853 0,630 10 1,644 2,250 0,853 0,766 12 1,590 2,250 0,853 0,896 15 1,523 2,250 0,853 1,085 20 1,440 2,250 0,853 1,380 Tabela 1- Informações experimentais para a obtenção da velocidade específica. Deve se atentar que a temperatura de equilíbrio para o Lo foi 29°C e para o L∞ foi 30°C. Tabela 1- Informações experimentais para a obtenção da velocidade específica. Graficamente foi possível realizar o cálculo experimental da constante k da velocidade, através da equação da reta fornecida pelo mesmo gráfico, conforme verifica-se na Figura 1. Para a determinação da velocidade específica k, observa-se as informações contidas no gráfico, como a equação dada y = 0,0688x + 0,0511, a partir do coeficiente angular calcula-se conforme a expressão. tgα = ka, substituindo na expressão tem-se: k = tgα a = 0,0688 0,02 = 3,44 mol. L min 5. CONCLUSÃO Através dessa prática, conseguiu-se calcular e verificar experimentalmente a constante k da velocidade da reação da hidrólise do acetato de etila. Foi possível a avaliar a eficiência do procedimento pelo R2 que apresentou um valor satisfatório para ser considerado positivo e válido para esse experimento. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1) LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas. 1ª. Edição, Edgard Blücher, 2000. (2) ATKINS, P. Físico-Química, volume 3, 7ª edição. Rio de Janeiro: LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 2004. y = 0,0688x + 0,0511 R² = 0,9942 0,0000,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 1,400 1,600 0 5 10 15 20 25 (𝐿 _ 𝑓 − 𝐿 _ 0 )/ ( 𝐿 _ ∞ − 𝐿 _ 𝑓 ) Tempo (min) Condutividade
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