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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE QUÍMICA RELATÓRIO DA PRÁTICA: CINÉTICA DE REAÇÃO E VERIFICAÇÃO DA LEI DE LAMBERT-BEER Aluno: Vítor Patrício da Silva Medeiros – 2017210275. Disciplina: Físico-Química Experimental. Professor: Antonio Luciano. Seropédica/RJ 2019 1. INTRODUÇÃO Quando se estuda uma reação química leva-se em consideração além da espontaneidade da mesma (estudo termodinâmico), a rapidez com que ela ocorre (estudo cinético). As velocidades das reações químicas são determinadas experimentalmente. As leis de velocidade são deduzidas a partir do efeito da concentração dos reagentes e produtos na velocidade de reação. A velocidade também depende de outros fatores tais como temperatura, pressão e catalisadores. A lei de velocidade de uma reação simples como Equação 1, por exemplo: A B C (Equação 1) Utiliza-se a cinética de uma reação para determinar a velocidade das reações químicas e dos fatores que possam vir a influenciar a velocidade dessas reações. Sendo que a velocidade está relacionada à diversos fatores, como: concentração dos reagentes, se a reação está ocorrendo em solução ou algum outro estado, a presença ou ausência de catalisadores, temperatura, pressão, luz e os produtos finais. A reação pode ser definida como de primeira ou segunda ordem de acordo com a sua velocidade. As de primeira ordem são aquelas onde a velocidade é diretamente proporcional à concentração dos reagentes, já as de segunda ordem são aquelas onde há uma dependência entre a velocidade com o quadrado da concentração dos reagentes. A lei de Lambert-Beer possui como princípio uma relação direta ente absorbância e concentração. Então, quando analisamos uma solução no espectrofotômetro (UV-Vis), obtemos a absorbância da solução e consequentemente calculamos a concentração do produto desejada a partir da Equação 2 abaixo: A = Ɛ x C.o. x [ ] (Equação 2) Onde A, é a absorbância da amostra, Ɛ é a absortividade molar do composto de interesse, C.o. é o caminho ótico da célula utilizada e [ ] é a concentração do composto de interesse. Conforme a equação 3. T = I I0 = e−αsC (Equação 3) Onde: C é a concentração α é o coeficiente de absorção s é o diâmetro do tubo E a equação da absorbância é dado conforme a equação 4 e 5: A = − ln T (Equação 4) A = − ln e−αsc A = αsc (Equação 5) Através da equação 5 constrói-se um gráfico linear AxC e por meio do coeficiente linear encontramos o valor de α. A reação do violeta de cristal com o Hidróxido de Sódio é de segunda ordem, logo tem-se a Equação 6: d[violeta cristal] dt = −k [violeta cristal][NaOH] (Equação 6) Porém, como é utilizado neste experimento um reagente em excesso (hidróxido de sódio), considera-se que sua concentração seja constante durante a reação, fazendo com que a mesma seja considerada uma reação de primeira ordem, conforme a Equação 7. d[violeta cristal] dt = −k′[violeta cristal] (Equação 7) Onde k′ = k [NaOH]. Aplicando separação de variáveis e integrando a equação obtém-se em 8: ln[violeta cristal] = −k′t + c (Equação 8) O que demostra que ln[violeta cristal] é linear com o tempo. Dessa maneira, utiliza-se a Equação 9 para traçar o gráfico t × ln[violeta cristal], sendo assim, possível calcular a constante de velocidade da reação (k’) logo que: tgα = −k′ (Equação 9) 2. OBJETIVO Determinação da ordem de reação da hidrólise básica do violeta de cristal e a verificação da validade da lei de Lambert-Beer. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Misturou-se 5 mL de NaOH 0,05 M com 5 mL de violeta de cristal 5x10-5 M em um tubo do colorímetro e deixar em repouso. Preparou-se em 5 balões de 25 mL, as soluções de violeta de cristal com as respectivas concentrações: 10-5 M, 0,5x10-5 M, 0,25x10-5 M, 0,125x10-5 M e 0,063x10-5 M. Zerou-se o colorímetro utilizando-se água destilada como branco e iniciou-se as medidas colorimétricas para cada solução de violeta cristal, tendo o cuidado de iniciar pela solução mais diluída e zerando o aparelho a cada medida e anotou-se cada valor de absorbância à respectiva concentração. Para o estudo cinético mediu-se a variação de absorbância contra o tempo da reação de NaOH 0,05M com o violeta de cristal 5x10-5 M. Misturou-se 5 mL de NaOH com 5 mL de violeta de cristal 5x10-5 M, em um tubo do colorímetro, e iniciou-se a contagem do tempo usando um cronômetro e iniciou-se a contagem do tempo usando um cronômetro. Mediu- se a absorbância em intervalos de 2 minutos até completar 16 minutos. 3.1 MATERIAIS Os materiais utilizados na prática foram: Balões Tubos. NaOH 0,05M. Violeta de Cristal 5x10-5 M. Proveta, bécher e pissete. Colorímetro. Água destilada 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados de absorbância podem ser observados a partir das concentrações de cristal violeta, conforme verifica-se na Tabela 1. Concentração (10-5) M Absorbância 0,063 0,018 0,125 0,044 0,25 0,09 0,5 0,175 1 0,394 0 0 Tabela 1 – Resultados obtidos experimentalmente por espectrofotometria. A partir dos dados obtidos da concentração do cristal violeta relacionado a absorbância gerada, obtém-se o seguinte gráfico, conforme a Figura 1. Figura 1 – Resultados obtidos experimentalmente observados pelo gráfico. Através do gráfico, vemos que tg α = 0,3979 e por meio desse coeficiente, calcula-se o valor da constante αs, de acordo com a equação abaixo: tgα = α s α s = 0,3933 O valor encontrado acima é a constante K = 0,3979 a ser utilizado na construção da Tabela 2, conforme o cálculo a seguir. y = 0,3933x - 0,0069 R² = 0,997 -0,05 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 A b s o rb â n c ia Concentração (10-5 M) Absorbância x Concentração 𝐶 = A α s = A 0,3933 Tabela 2 – Resultados: valores de absorbância ao longo de um determinado tempo de reação. A partir da Tabela 2 obtida, é permitido a construção do gráfico da relação do Ln C x t, conforme verifica-se a seguir na Figura 2. Figura 2 – Resultados obtidos experimentalmente observados pelo gráfico. A fim de encontrar a constante K’, obteve-se a equação da reta que passa pelos pontos experimentais do gráfico da Figura 2. A aplicação desse método para uma reta genérica com equação y = a + b.x, consiste na obtenção dos parâmetros a e b, através da equação da reta obtida, tem-se y=-0,1873x+0,4518, extraindo ainda o valor de que tg α, obtém-se o seguinte resultado: tg α = - K’ = 0,1873 5. CONCLUSÃO Tempo (min) Absorbância (A) K Concentração (10-5) M ln C 2 0,575 0,3933 1,4620 0,379797361 4 0,315 0,3933 0,8009 -0,222000041 6 0,177 0,3933 0,4500 -0,798422947 8 0,112 0,3933 0,2848 -1,256073808 10 0,076 0,3933 0,1932 -1,643839339 12 0,059 0,3933 0,1500 -1,897035236 14 0,049 0,3933 0,1246 -2,082752381 16 0,041 0,3933 0,1042 -2,261000613 y = -0,1873x + 0,4518 R² = 0,9509 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 0 5 10 15 20 L n C Tempo (min) Ln C x t Através desse experimento foi possível verificar experimentalmente a Lei de Lambert-Beer e permitiu-se calcular a as constantes experimentais através do estudo cinético pelo método colorimétrico. E ainda permitiu-se identificar que a ordem de reação era de pseudo de primeira ordem 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, Peter. DE PAULA, Julio. Físico-química. 7a Ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2013
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